999 resultados para Filhos não gémeos
Resumo:
Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior (CAPES)
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Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior (CAPES)
Resumo:
Este estudo identificou aspectos da trajetria pessoal, profissional e institucional de educadores de abrigo, assim como sua percepo e satisfao com as atividades realizadas em uma instituio de acolhimento. Foram entrevistados 102 educadores que trabalhavam em um abrigo infantil da Regio Metropolitana de Belm. O perfil traado mostra que todos os entrevistados pertencem ao sexo feminino, sendo a maioria ainda jovem, com no mximo 35 anos, com filhos, j tendo concludo ou ainda frequentando um curso de graduao. O conjunto dos resultados demonstra que, apesar do grau de escolaridade elevado, esses educadores sentiam-se pouco preparados para lidar com crianas em acolhimento institucional e excluam do educar o ato de cuidar. preciso que novas estratgias de capacitao em servio sejam pensadas, no sentido de atender s exigncias colocadas pelas orientaes tcnicas para servios de acolhimento de crianas e adolescentes, aprovadas em 2009.
Resumo:
O trabalho analisa a gentica de bubalinos da raa Carabao em conservao, provenientes dos rebanhos das fazendas Campo Experimental do Baixo Amazonas (CEBA) e do Banco de Germoplasma Animal do Maraj (BAGAM). O arquivo contou com 445 informaes de parentesco (215 machos e 230 fmeas) com nascimentos entre maio de 1976 e setembro de 2008. Para estudo de pedigree e determinao dos parmetros genticos, a mdia de filhos/me foi de 2,7, sendo 131 mes e cinco pais diferentes. O nmero de fundadores foi igual a 32 animais, o nmero efetivo de fundadores (Nfun) igual a 5,3 indivduos; nmero efetivo de ancestrais (Na) igual a 4,73 animais; o nmero efetivo de genomas remanescentes (Ng) igual a 3,79 indivduos; a razo Nfun/Na foi de 1,12 e o indicativo do processo de deriva gentica (Ng/Nfun) foi 0,66. Constatou- se que 11 animais, nascidos entre 1987 e 2000, responderam por 84% da contribuio gentica do rebanho, sendo que apenas um reprodutor responsvel por 42% da contribuio gentica. O intervalo de gerao mdio ficou prximo a oito anos. O nmero de animais endogmicos, os coeficientes mdios de endogamia (F) da populao e entre os endogmicos, por gerao foram 69, 1,85% e 11,95%, respectivamente, sendo os animais endogmicos agrupados, em sua maioria, na classe de 10 a 15% de coeficiente individual de endogamia. Estes resultados apontam provvel efeito gargalo e deriva gentica dessa populao por perda de alelos pelo pequeno nmero de indivduos usados nos acasalamentos, e aumento da endogamia. A adoo de nova estratgia de acasalamento e a busca de possveis reprodutores 2n = 48, para serem utilizados no rebanho, possibilitaria a reduo da perda de variabilidade gentica do rebanho Carabao.
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A Sndrome de Down, ou trissomia do 21 o distrbio cromossmico mais freqente em recm-nascidos. Esta trissomia na maioria das vezes (95% dos casos) decorrente da no disjuno meitica materna durante a meiose I. Com exceo da idade materna avanada, outros fatores de risco para no disjuno meitica no esto bem estabelecidos. Estudos preliminares recentes sugerem que o metabolismo anormal do folato e polimorfismos no gene MTHFR (C677T e A1298C) podem ser fatores de riscos materno para Sndrome de Down. Com objetivo de verificar a freqncia dos polimorfismos no gene MTHFR (C677T e A1298C) e uma possvel associao destes, como fatores de risco materno para Sndrome de Down, realizamos um estudo do tipo caso-controle, em 41 mulheres de filhos com a Sndrome de Down (freqentadoras da APAE) e 39 controles da cidade de Belm-PA. Nossos resultados demonstraram que a distribuio dos gentipos para os dois polimorfismos entre as mes investigadas e controles se encontravam em equilbrio de Hardy Weinberg. No encontramos diferenas entre as freqncias nas mes investigadas e mes controles. Esses resultados sugerem que estas mutaes isoladas e/ou em forma de hapltipos, no podem ser consideradas como risco materno para Sndrome de Down, para populao analisada e sim polimorfismos comuns dentro desta populao.
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Esta tese analisa a prtica violenta da pistolagem no Estado do Par e discute a seletividade da justia penal paraense em face de tais conflitos que culminam sempre com a eliminao fsica das vtimas ou resultam na vida em suspenso dos jurados para morrer, pessoas envolvidas com a questo da terra no Par (agentes de pastorais, esposas e filhos de lideranas rurais assassinadas, entre outros) e que sofrem constantes ameaas de morte por parte de fazendeiros, grileiros, madeireiros e pistoleiros. Desenvolve-se a partir de duas grandes frentes de trabalho: a primeira lana luzes sobre a violncia embutida na pistolagem, para da compreender de que modo as relaes sociais entre pistoleiros, mandantes, intermedirios e vtimas do vida prtica dos crimes de mando; a segunda, por seu turno, consiste em discutir a seletividade das agncias de poder envolvidas no processo de criminalizao dos estratos sociais mais dbeis, de um lado, e imunizao das aes delituosas dos segmentos mais poderosos da sociedade, de outro. Essa segunda frente de trabalho procura explicar a impunidade nos assassinatos sob encomenda promovida pelo sistema penal paraense, aqui entendido como um conjunto de agncias de poder, tais como a Polcia Civil, o Ministrio Pblico e o Poder Judicirio.
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Esta dissertao um estudo sobre as aes em torno do desenvolvimento sustentvel e de polticas no agrcolas para as pequenas populaes rurais, a partir dos anos 80 e 90. Com a interiorizao das polticas, o Estado se torna mais presente nas regies interioranas redimensionando o mundo rural e suas dinmicas locais. Neste sentido, um novo rural emerge com as aes polticas que chegam s populaes mais distantes expondo o modo de vida a novas situaes. Este estudo objetivou analisar as mudanas na organizao social e econmica dos moradores da localidade rural de Vila Alencar da Reserva de Desenvolvimento Sustentvel Mamirau (RDSM), no estado do Amazonas, decorrentes da criao de uma reserva de desenvolvimento sustentvel (RDS) e das aes institucionalizadas por polticas de Estado. A anlise terica foi fundamentada na noo de habitus e do campo socioambiental da Reserva Mamirau. Realizaram-se tambm anlises entre as famlias a partir do tempo de unio conjugal, com a finalidade de identificar as mudanas ocorridas entre duas geraes familiares. Constatou-se neste estudo que a organizao familiar em Vila Alencar se desenvolve levando em considerao as prticas locais e tambm participam das aes intervencionistas atravs das polticas sociais por meio do Programa Bolsa Famlia, das aposentadorias rurais e das atividades em torno do manejo sustentvel dos recursos naturais, que esto em sua maioria associadas ao manejo de ecoturismo, a exemplo, da prestao de servios como guia turstico, auxiliar de cozinha, copeira e carpintaria para a pousada de ecoturismo da RDSM. A combinao de atividades agrcolas, noagrcolas e a complementao de renda por benefcios sociais assumem papel importante na composio da renda familiar, o que traz novas perspectivas reproduo social. O estudo mostrou que as polticas de desenvolvimento sustentvel bem como as polticas de benefcios sociais tornam favorvel organizao familiar das localidades rurais as caractersticas de feies modernizadoras e atrativas do conforto urbano, sobretudo pela expectativa da compra de uma casa na cidade e de melhores condies de qualificao aos filhos para prosperarem em alguma profisso. Aos jovens so delegadas outras responsabilidades que no se inserem exclusivamente no contexto produtivo do trabalho familiar.
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Pastorinha uma expresso teatral cuja realizao est relacionada celebrao do Natal. A proposta desta dissertao apresentar uma descrio etnogrfica e anlise antropolgica tanto para a encenao quanto para os grupos que a fazem, em Belm, na contemporaneidade. Aps a apresentao de atores sociais e espaos e de explicao acerca de seu passado histrico e seu formato artstico, comea a descrio do ciclo ritual, tendo por referncia, principalmente, informaes resultantes de observao direta em duas pastorinhas, A Filha de Sion e Os Filhos de Jud. Eles so grupos temporrios, constitudos prioritariamente por adolescentes e dirigidos por mulheres no-casadas maridos e sem filhos pequenos. O processo ritual em questo no s marcado por carter anti-estrutural como tambm proporciona aprendizagem aos menores, no que se refere tanto ao saberes referentes prpria encenao quanto queles que as organizadoras julgam necessrios para a participao na vida social.
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Este estudo tem por objetivo compreender os significados atribudos por profissionais que atuam em enfermaria peditrica sobre o cuidar da criana com doena sem possibilidade de cura, hospitalizada e em processo de morte. A estratgia metodolgica foi fundamentada na abordagem qualitativa, que corresponde a um mtodo preocupado com as singularidades e particularidades de um objeto, sem a pretenso de generalizaes ou de verdades absolutas quanto aos resultados encontrados. A pesquisa foi desenvolvida na Clnica Assistencial Peditrica do Hospital Universitrio Joo de Barros Barreto, vinculado Universidade Federal do Par, em Belm-Pa. Colaboraram com a pesquisa doze (12) profissionais, sendo 3 Mdicos, 1 Psiclogo, 1 Terapeuta Ocupacional, 2 Enfermeiros, 1 Fisioterapeuta, 1 Assistente Social e 3 Tcnicos em Enfermagem que lidam diariamente com o processo de morrer de crianas internadas nesta instituio. Como instrumento para coleta dos dados foi utilizado a entrevista semi-dirigida, sendo realizada a anlise de contedo temtica, por meio da qual foram identificados trs temas centrais: A Negao e Interdio da Morte; Apegos e a Experincia do Luto e Formao para Paliar. Para os colaboradores paliar uma rdua tarefa envolvendo todo cuidado direcionado criana sem possibilidades teraputicas curativas. Contudo, na impossibilidade de evitar a morte da criana os profissionais podem vivenciar intenso sofrimento, o que favorece as aes obstinadas para manuteno da vida, a negao e interdio da morte. Tal como pais apegados e cuidadosos para com seus filhos, na iminncia de morte ou bito da criana, os profissionais vivenciam sentimentos caractersticos do luto. Em relao formao do profissional de sade destaca-se a ausncia de disciplinas abordando o tema da morte e do morrer durante os anos da graduao, chamando ateno para a necessidade da incluso dessas nos currculos da graduao. Os achados sugerem o estranhamento frente morte da criana e a vivncia do luto no autorizado, corroborando em favor das aes de educao para vida e para morte.
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Este estudo busca problematizar a concepo de sade da criana veiculada pelo UNICEF, analisando especificamente os regimes de verdade e prticas de poder que so operados por esta agncia acerca das condies de sade em que vivem as crianas na Amaznia. Para tanto realizada uma pesquisa documental que tem como fonte de anlise o relatrio Ser Criana na Amaznia: uma anlise das condies de desenvolvimento infantil na regio norte do Brasil, publicado pelo UNICEF em 2004. Como ferramentas de anlise so utilizadas a histria-genealgica de Foucault e sua analtica do poder, especialmente em relao ao biopoder. No contexto das polticas da ONU a performance do UNICEF no cuidado da infncia compreendida como parte de uma governamentalidade liberal que atua na promoo do progresso social e desenvolvimento econmico dos pases, em prol da segurana. Neste sentido, esta pesquisa procura dar visibilidade ao modo como as prticas do UNICEF so articuladas s prticas vizinhas e engendram um dispositivo de governo que opera atravs de estratgias disciplinares e biopolticas no controle da populao da Amaznia, em funo da gesto de riscos. De acordo com as anlises do UNICEF, a sade da criana compreendida como efeito de determinadas condies sociais e econmicas consideradas fundamentais para sua sobrevivncia e bem-estar. A falta de infraestrutura social e as precrias condies de existncia so apontadas como fatores que podem gerar doenas e prejuzos ao desenvolvimento das crianas. Alm disso, o relatrio enfatiza o papel da mulher enquanto me, colocando-a como principal responsvel pela sobrevivncia e educao dos filhos, e a importncia do desempenho da famlia para a garantia do pleno desenvolvimento infantil. Observa-se como as noes de sade e infncia, compreendidas respectivamente como um campo multideterminado e uma etapa da vida que precisa ser protegida e controlada, so utilizadas pelo UNICEF no governo das populaes pobres da regio, capturadas em discursos higinicos que desqualificam as famlias em funo de suas condies de sobrevivncia e de suas prticas de cuidado em relao s crianas. Estes discursos produzem a demanda por uma rede infinda de protees para as famlias que promovem a sade e asseguram a vida, mas implicam em controles que pem em xeque sua autonomia.
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O presente trabalho consiste em uma pesquisa qualitativa que analisou a implicao nos pais quando do encaminhamento do filho assistncia psicolgica O estudo foi realizado no Centro de Ateno Psicossocial Sade da Infncia na cidade de Macap/AP, se utilizou de um entendimento psicanaltico e se deu a partir de seis entrevistas semi-estruturadas com casais que tiveram seus filhos encaminhados por terceiros (escola, mdicos, nutricionistas entre outros) para acompanhamento psicolgico. As entrevistas foram posteriormente transcritas na ntegra e submetidas Anlise de Contedo segundo Bardin (1977). O critrio para a participao na pesquisa foi que os pais tivessem filhos na faixa etria de 6 a 11 anos de idade e de que os casais possussem vnculo estvel. Verificou-se que os casais utilizaram-se de comparaes dos filhos com o desenvolvimento de outras crianas para melhor lidarem com a possibilidade de ausncia de sade psquica do filho deflagrada pelo encaminhamento psicolgico do mesmo. Alm disso, demonstraram sentimentos ambivalentes em relao ao encaminhamento como alegria e choque, relatos de estranhamento e esvaziamento quanto compreenso das motivaes que levaram formalizao do encaminhamento. Apesar dos pais terem identificado uma necessidade de auxlio profissional precocemente, nenhum dos entrevistados buscou o servio espontaneamente e mesmo aps o encaminhamento os discursos sobre normalidade em relao ao filho permaneceram como forma de buscar uma confirmao de sade ou doena. Observou-se que todos os casais lanaram mo de modos de enfrentamento para com o mal estar causado pelo encaminhamento psicolgico do filho e, especialmente, para suportarem os contedos latentes que se tornaram mais prximos a partir do encaminhamento. Entre as formas de enfrentamento, destacou-se o pedido de ajuda, este ocorreu por parte de todos os casais que por vezes, durante as entrevistas, comportaram-se como rivais na solicitao de auxlio, manifestaram sensao de sobrecarga frente aos cuidados da criana que diziam respeito, sobretudo, a aspectos internos (psquicos), assim como culpa pela atual situao do filho, desamparo profissional e emocional, bem como uma tentativa de negao e normalizao dos aspectos relativos ao desenvolvimento da criana. Foi visvel a forma desorganizada e imprecisa com que os discursos apresentaram-se, especialmente, quanto nomeao dos sintomas dos filhos, e quanto aos seus sentimentos em relao denncia representada pelo encaminhamento psicolgico. O encaminhamento psicolgico, apesar de ter despertado sentimentos ambivalentes, foi fundamental para que os pais tenham buscado auxlio profissional e certamente, impulsionou os casais a uma compreenso mais ampla das condies de sade psquica e de desenvolvimento do filho e de si mesmos, um reconhecimento necessrio, que sinaliza sua relevncia no campo da sade, em especial a sade mental, no que se refere preveno e tratamento psicolgico.
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A relao conjugal o tema desta pesquisa, ressaltando a problemtica de identificar as percepes do casal acerca do que mantm o casamento. De modo geral, objetivei compreender os motivos que mantinham o casal junto. Pesquisar sobre o casamento e os estudos da subjetivao de gneros faz-se necessrio para compreender a complexidade das influncias que as mudanas ocorridas na sociedade ecoam nos papis sociais e nas relaes entre homens e mulheres. Estas transformaes reverberaram social, econmica e culturalmente, implicando em uma crise na masculinidade e, dentre outros campos, nos princpios que norteiam a famlia e, consequentemente, no casamento, no cuidado e na opo de gerar filhos. Os procedimentos terico-metodolgicos consistiram em: a) submisso do projeto ao Comit de tica do Centro de Cincias da Sade; b) seleo dos sujeitos por meio da rede de relaes da pesquisadora; c) contato telefnico ou presencial preliminar com os informantes para obter a concordncia verbal em participar da pesquisa; d) encontro pessoal com os sujeitos para explicar os objetivos da pesquisa e entregar o termo de consentimento livre e esclarecido, documento explicativo que resume os objetivos da investigao; e) realizao das entrevistas que foram gravadas em udio e transcritas. Quanto s anlises, considerei as orientaes de Minayo (1992). Os informantes foram 3 casais com 4 a 6 anos de unio, com filhos, e idade entre 30 a 40 anos. Foi realizada uma anlise gestltica. O resultado aponta para a concluso de que o casamento na sociedade ps-moderna deixa de ser uma vinculao pela via da obrigatoriedade, passando a permear uma escolha saudvel e autnoma favorecendo a emergncia de elementos como o amor, a confiana, o dilogo, a escuta e, consequentemente, uma interao dentro das relaes de intimidade mais saudvel.
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A proposta desta pesquisa foi identificar convergncias e divergncias nas crenas, metas de socializao e prticas de cuidados parentais em dois contextos ecolgicos amaznicos, buscando analisar a relao entre fatores biolgicos e ecoculturais. Participaram da pesquisa 99 mes de duas localidades: Belm capital (CEU contexto ecolgico urbano N=50) e Santa Brbara (CENU contexto ecolgico no urbano N=49), com idade superior a 18 anos com pelo menos uma criana com idade entre 0 e 6 anos . Os dados foram coletados por meio de entrevistas em que se aplicavam questionrios e para anlise destes foram utilizados critrios estatsticos e o respaldo terico da Psicologia Evolucionista. Os dados indicaram que as comunidades estudadas em relao aos dados socio-demogrficos diferem de forma sistemtica uma da outra, em funo dos nveis de desenvolvimento tecnolgico e diferentes organizaes para o contexto social. O mundo social das crianas de CENU e de CEU representam contextos desenvolvimentais que oferecem diferentes oportunidades. A literatura aponta que as trocas sociais estabelecidas entre crianas e cuidadores podem refletir sobre o desenvolvimento da criana em relao ao aspecto cognitivo, emocional e social. Os resultados encontrados indicam que as mes de CEU apesar de terem sido mais autnomas que as de CENU, foram ao mesmo tempo mais relacionais que as mesmas, demonstrando que talvez as mudanas que atingem os contextos, ocorram com mais rapidez em ambientes urbanizados. Alm disso, os dados parecem indicar que os contextos por estarem em um momento de transio passam de um modelo interdependente para um modelo autnomo-relacional. Entretanto, foi possvel perceber que as idias que as mes possuem sobre a importncia de determinadas aes nem sempre refletem suas prticas. Em relao aos cuidados primrios as mes parecem valorizar e realizar de igual modo. Em relao ao Contato corporal as mes de CENU valorizam mais que as mes de CEU. Em estimulao corporal o resultado foi bastante interessante, pois os itens que CEU deu mais importncia e praticou menos, foram os mesmos itens em que CENU deu menos importncia e praticou mais. No que tange a estimulao por objeto as mes de CEU do mais importncia as praticas do que as realizam e vice-versa acontece em CENU. Ao sistema face-a-face foi atribuda maior importncia pelas mes de CEU. Os dados apresentados sugerem que as mes de ambos os contextos esto utilizando estratgias parentais distais e proximais ao mesmo tempo, ou seja, desejam que seus filhos se tornem auto-suficientes, mas tambm desejam que os mesmos sejam respeitosos e obedientes. Alm disso, os resultados aqui encontrados confirmam que os quatro sistemas descrevem as experincias interacionais das crianas e expressam a nfase cultural de combinaes e estilos particulares. No foram encontradas diferenas marcantes nas crenas e prticas de cuidados maternos entre CEU e CENU, o que nos levou a considerar que as crenas parentais, em consequncia adaptao ao contexto, variaram menos conspicuamente nas cidades escolhidas do que entre outras cidades examinadas em outros estudos. Outra questo bastante interessante encontrada foi o resultado relativo ao nvel de instruo das mes de CEU e a valorizao de metas relacionais, pois de acordo com a hiptese na literatura o nvel educacional das mes torna-se uma varivel importante em relao s metas de socializao. CENU demonstrou uma tendncia para metas e prticas relacionais. Isso se deve ao modo de vida mais prximo do prottipo de interdependncia que este contexto apresenta, no qual as mes tendem a valorizar as normas e regras determinadas pela famlia ou grupo ao qual pertencem. Os resultados referentes ao CEU no confirmaram a hiptese de que ele apresentaria mais metas e prticas voltadas para a independncia, sendo percebido que Belm apresenta tanto caractersticas do modelo de independncia como de interdependncia. Presume-se que CEU e CENU so contextos que passam por mudanas, uma vez que as mes podem acreditar em uma coisa e na realidade agir de outra forma.
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O presente estudo apresenta uma investigao sobre o conhecimento de estudantes ribeirinhos acerca dos botos, em duas instituies formais de ensino de duas diferentes regies insulares do Estado do Par. Uma dessas escolas se localiza no municpio de Soure, na Ilha do Maraj e a outra, no rio Sapucajuba em Abaetetuba. Fizeram parte da pesquisa 80 estudantes, todos, filhos de pescadores, com idades entre 11 e 14 anos. As escolas localizam-se em duas regies do Estado do Par, uma delas localizada no municpio de Soure, na Ilha de Maraj e a outra, no rio Sapucajuba em Abaetetuba. A pesquisa foi realizada em duas fases distintas e complementares: (1) utilizao de estrias sobre o boto relatadas em formato de redaes elaboradas por alunos da 53 e 63 sries e (2) aplicao de questionrios. Sobre a importncia dos animais do seu convvio, os peixes foram mais mencionados na opinio dos jovens de Soure (26%) e aves para os alunos de Sapucajuba (51%). O boto aparece logo atrs na escala de importncia para a amostra de Soure (24%). Em se tratando de animais prejudiciais, as cobras lideram o ranking entre alunos do Sapucajuba (57%) e peixes com ferres somam 52% segundo os jovens de Soure. Sobre os botos, meninos e meninas responderam que os vem, geralmente, em localidades como praias, rios e igaraps. O sentimento "medo" em relao ao boto ocorreu 70% nas respostas dos alunos de Sapucajuba e 41 % entre alunos de Soure evidenciando o papel por ele exercido no imaginrio dos ribeirinhos, em parte pela repercusso negativa da lenda entre os amaznidas. Quanto s etnoespcies, a citao do boto preto apareceu mais vezes entre alunos de Sapucajuba (32%), enquanto que, em Soure, os mais citados foram os botos malhado e rosa (37%). Mesmo com um percentual elevado de respostas que designam sentimentos negativos sobre o boto, 57% da amostra de Soure e 82% de Sapucajuba, acreditam na chance de conserv-los, usando como justificativa o fato desses animais fazerem parte da natureza. As anlises das redaes comprovaram que o conhecimento adquirido pelos alunos conciso e coerente com a literatura cientfica quanto ao comportamento ecolgico dos botos. Aluses a lendas foram freqentes nas verbalizaes da populao pesquisada. Esses dados podem fornecer subsdios para pesquisas cientficas objetivando o desenvolvimento da percepo ambiental das comunidades envolvidas, alm de mitigarem possveis ameaas conservao dos cetceos.
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H tempos a psicologia tem se ocupado de pesquisas com foco no cuidado institucional. Este interesse fez aflorar no campo cientfico a necessidade de se estudar os ambientes coletivos de cuidado da criana na perspectiva do Nicho Desenvolvimental, onde o ambiente fsico e social, as prticas de cuidado comumente adotadas na rotina institucional, alm da psicologia dos que cuidam so subsistemas que devem ser entendidos de forma integrada e indissocivel. Este estudo teve como objetivo investigar, assim, aspectos do ambiente fsico e social, conhecimentos e concepes sobre desenvolvimento infantil, rotinas e prticas de cuidado presentes entre educadores de uma instituio de acolhimento infantil. Fizeram parte do estudo 100 educadores (95% da populao) responsveis pelo cuidado dirio a crianas encaminhadas a um espao de acolhimento infantil. Os educadores responderam ao Knowledge of Infant Development Inventory (KIDI), instrumento composto por 75 questes, dividido em quatro categorias: prticas de cuidado, sade e segurana, normas e aquisies e princpios do desenvolvimento. Deste universo, foram selecionados 10 educadores, que compuseram as sesses observacionais, com destaque para as rotinas de cuidado na instituio, sendo que o critrio principal para essa escolha foi seleo com base no desempenho obtido no KIDI. Das sesses observacionais foram selecionados momentos em que cada educador esteve envolvido com situaes de banho, alimentao, sono e brincadeira. A partir destes relatos foram extrados episdios que ilustram prticas de cuidado e atividades de rotina na instituio. Os resultados mostram que entre estes profissionais a maioria mulher (99%), com mais de 35 anos, possui filhos, completou o ensino mdio e tem mais de 24 meses de experincia como educador. No que concerne ao resultado da aplicao do instrumento, v-se que 66% dos educadores acertaram em mdia 66 questes. Deste modo, apresentaram desempenho superior a 50% de acerto em todas as categorias avaliadas pelo instrumento, entretanto os melhores resultados foram obtidos em assertivas relacionadas s prticas de cuidado (80%) e princpios do desenvolvimento (68%). A escolaridade se apresentou como varivel significativa no nvel de conhecimento. No que se refere rotina institucional verifica-se que o espao conta com um conjunto de normas e regras que so seguidas pelos educadores e crianas, em horrios e locais determinados. Observou-se ainda que o conhecimento sobre desenvolvimento infantil se apresenta como varivel relevante para a qualidade das interaes e do cuidado oferecido criana, especialmente nas situaes de brincadeira e sono. Identificou-se que os educadores alteram a rotina, modificam o ambiente fsico e social e adaptam suas prticas de acordo com a demanda e estrutura da situao, visando promover o seu bem estar, mas tambm o da criana, dando-lhe possibilidade de alterar o ambiente de acordo com seus interesses. Alm de proporcionar criana experincias que resgatam a comunidade cultural ao qual fazem parte. A partir dos resultados encontrados neste estudo, verifica-se o quanto se faz importante conhecer estes espaos enquanto um Nicho de Desenvolvimento que guarda mtua relao entre ambiente, prticas e a psicologia dos cuidadores, e que, portanto devem ser entendidos nas suas diversas dimenses.