1000 resultados para Brasil, história 1808-1822
Resumo:
Este artigo discute as relações entre idéias de progresso da capital federal brasileira no começo do século XX e a imagem bizarra do Japão e dos japoneses veiculadas dentro de um dos periódicos brasileiros mais requintados da época: a revista Kosmos. Em contraposição aos artigos de louvor às melhorias urbanas promovidas pelo governo carioca; as crônicas de viagem de países “exóticos” como o Extremo Oriente tiveram um papel fundamental na promoção da auto-estima da elite brasileira que se pretendia civilizada, moderna e branca.
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O objetivo deste artigo é averiguar a circulação de imagens e o surgimento de uma cultura visual política entre o México e o Brasil entre as décadas de 1920 e 1930. Busco examinar em especial como se constituíram repertórios visuais comuns entre os dois países, tanto na produção de imagens carregadas com uma retórica do engajamento político como de algumas imagens que num primeiro olhar poderiam passar por descompromissadas, mas que contribuíram para a construção do imaginário político. Embora minha intenção não seja de uma análise exaustiva, procuraremos averiguar diferentes suportes imagéticos, como as fotografias estampadas na imprensa diária assim como nas revistas ilustradas, cartazes, gravuras e demais expressões artísticas que subsidiem essa circulação de idéias estéticas e políticas entre os dois países. Parto da hipótese de que, apesar das dificuldades de intercâmbios existentes entre os dois países (língua, distância e falta de um contato maior entre seus artistas e intelectuais), ocorreu um intercâmbio de propostas políticas e culturais, principalmente entre redes de sociabilidade de artistas marcadamente no âmbito da esquerda política.
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Entre abril e maio de 2008, o jornalista espanhol Bernardo Gutiérrez realizou, por barco, uma viagem de Manaus a Belém, com escalas em várias cidades do baixo Amazonas. O relato da viagem constitui Calle Amazonas: de Manaos a Belém por el Brasil olvidado, publicado na Espanha, em 2010. O presente trabalho mostra como Gutiérrez entrelaça em seu livro o relato de três viagens. A primeira é o deslocamento pelo emaranhado de cursos de água, descrevendo os lugares visitados. A esta viagem articula-se um recorrido pela narrativa de outros viajantes, uma biblioteca que constitui a memória cultural da região. A terceira seria a aventura da escrita. Valendo-se da experiência do percurso realizado e das leituras sobre o tema, o jornalista constrói, no limiar entre história e ficção, realidade e fantasia, elementos concernentes à Amazônia desde seu descobrimento, o relato que constitui seu livro.
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Uma das mais expressivas aparições no cenário do mundo digitalizado foi protagonizada pela Europeana, um projeto dirigido pela Fundação para a Biblioteca Digital Europeia, lançado em 2005 e aberto ao público em novembro de 2008, com o objetivo de disponibilizar o patrimônio cultural e científico dos 27 Estados-membros, em 29 línguas, com uma abrangência que vai da pré-história à atualidade. Com muitas referências ao Brasil, constitui uma rede de arquivo de grande interesse para a pesquisa histórica e cultural sobre o país. A análise das características técnicas econômicas e culturais da Europeana pode contribuir para a orientação e o fortalecimento do crescente processo de criação e socialização de bibliotecas digitais no Brasil.
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O artigo analisa o impacto das transformações no Leste Europeu sobre o Partido Comunista do Brasil (PC do B), entre o 7a Congresso Partidario (maio de 1988) e o 8° Congresso (fevereiro de 1992). Esse impacto levou a mudanças no partido, as quais podem ser assim resumidas: crítica moderada a Stalin, mais importante por ser a primeira na história do PC do B (manteve-se, entretanto, a concepção de partido marxista-leninista de vanguarda); abandono da teoria das duas etapas da revolução brasileira; realinhamento político no plano internacional, em apoio a partidos comunistas dentro e fora do poder; pêndulo à esquerda na política interna brasileira.
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Teoricamente, este artigo foi elaborado do ponto de vista do FEMINISMO, compreendido este enquanto uma nova perspectiva científico-politica. Por conseguinte, rejeita-se a posição do denominado feminismo radical, segundo a qual as relações de gênero constituem o principio fundamental estruturador das sociedades capitalistas, assim como se refuta a posição daqueles que reduzem a textura complexa das sociedades de classes a lutas de classe. O feminismo como perspectiva cientificopolítica não apenas leva em consideração estes dois antagonismos, como também suas interrelações. Daí deriva a concepção deste tipo de sociedade em termos de capitalismo-patriarcado e não como capitalismo patriarcal. À luz deste esquema teórico de referência é examinada, ao longo da história, a desigual incorporação da mulher na força de trabalho brasileira. Se durante o período 1872-1982 os dados a respeito deste fenômeno sofreram mudanças, houve, por outro lado, muita conservação de fenômenos discriminatórios contra a mulher, no interior das estatísticas. Ou seja, o grosso das trabalhadoras continua ocupando posições subalternas, recebendo salários mais baixos pelo desempenho da mesma função, exercendo duas jornadas de trabalho. Estes fenômenos como também os que deles decorrem, só poderão ser eliminados pela luta contra o patriarcado-capitalismo, pela destruição desta simbiose, que propicia a dominaçâo-exploração de quase todos por muitos e de mulheres por homens.
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Pós-graduação em Educação Matemática - IGCE
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Neste trabalho a quatro mãos, Antonio Vicente Marafioti Garnica e Luzia Aparecida de Souza tentam compreender de que modo a história do ensino da Matemática influenciou os métodos didáticos atualmente empregados, principalmente na educação básica, mas também na formação e no direcionamento dos professores. De acordo com os pesquisadores, após as reformas educacionais realizadas na França na década de 1790, em grande parte sustentadas pelos ideais iluministas, elementar passou a significar introdutório, ou simples, e a caracterizar essencialmente as obras voltadas para o ensino. Ainda hoje a Matemática é, muitas vezes, tanto no Brasil como no exterior, tratada no ensino básico como uma espécie de introdução que nunca transcende a si mesma. Os autores também reuniram no livro os resultados de algumas intervenções de campo, como discussões que promoveram com crianças e seus professores acerca da influência da memória comunitária no aprendizado da Matemática e levantamento sobre a importância da oralidade para a transmissão de conhecimentos de Aritmética e Geometria.
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Alessandra Santos Nascimento discute, neste livro, o papel desempenhado por Fernando de Azevedo (1894-1974) na institucionalização da Sociologia no país, refletindo também acerca de atuação do sociólogo, professor e escritor mineiro radicado em São Paulo no processo de modernização do Brasil entre as décadas de 1930 e 1960. A pesquisadora lança a hipótese de que a trajetória institucional e a obra de Fernando Azevedo - que escreveu perto de duas dezenas de livros e centenas de ensaios e artigos, principalmente para o jornal O Estado de São Paulo - demonstram que a história das Ciências Sociais no Brasil demanda uma interpretação diferente da que hoje vigora quase como um cânone: a de que sua institucionalização teria ocorrido a partir da década de 1960. Para a autora, a atuação de Azevedo mostra que tal processo começou bem mais cedo: no fim dos anos 1920 ele já despontara como significativo intérprete da cultura nacional, apaixonado humanista e importante construtor institucional do que aos poucos se tornariam as Ciências Sociais brasileiras.
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É sobre o processo tradutório empreendido por José Feliciano de Castilho Barreto e Noronha (1810-1879) sobre os versos de Marcial, o grande epigramatista latino do século I d. C, que a autora foca, aqui, sua análise. O trabalho não só contribui para o debate sobre a constituição de uma História das Traduções, como oferece ao leitor interessado em poesia uma antologia, até então inédita, de versões oitocentistas em língua portuguesa para 49 epigramas latinos do poeta. Também apresenta a vida e obra de José Feliciano Castilho e pontua sua importância no contexto literário do século XIX. José Feliciano de Castilho ou Castilho José, como ficou conhecido, nasceu em Portugal e viveu no Rio de Janeiro a partir de 1847. Doutor e bacharel em Direito, Medicina e Filosofia, publicou no Brasil a Livraria clássica portuguesa e o periódico Íris, no qual figuravam textos de escritores como Joaquim Manuel de Macedo e Antônio Gonçalves Dias. Os debates que Castilho José manteve com José de Alencar, em defesa da Lei do Ventre Livre, o tornaram conhecido e, por conta desse episódio, ele aparece citado em obras clássicas sobre literatura brasileira. Neste livro, Joana Junqueira Borges busca resgatar, pelo menos parcialmente, sua obra literária, filológica e tradutória, que foi pouco explorada. Entre suas produções mais relevantes estão os comentários e anotações feitos por ele às traduções dos poemas de Ovídio, produzidas por seu irmão, o poeta Antônio Feliciano Castilho. Ali, José Feliciano Castilho atuou ele mesmo como tradutor de versos de outros poetas latinos, como Propércio, Tibulo, Lucano, Catulo e Marcial
História do ensino primário rural em São Paulo e Santa Catarina (1921-1952): uma abordagem comparada
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O livro trata da história do ensino primário rural no Brasil no período de 1921 a 1952, caracterizado por uma significativa expansão do setor. Analisa especialmente o processo de construção das políticas educacionais para o segmento em âmbito nacional e suas repercussões nas reformas de ensino na esfera estadual, exemplificadas pelas de São Paulo e Santa Catarina. Mais do que distinguir o que era próprio e específico de cada uma das regiões estudadas, o trabalho visou também revelar a pluralidade de métodos e os efeitos diversos que as reformas provocaram na educação rural paulista e catarinense. A pesquisa apoiou-se principalmente em documentação. A análise de mensagens de governadores, relatórios, decretos, regulamentações de ensino, revistas de estatísticas, revista brasileira de estudos pedagógicos e obras de época permitiu comparar e relacionar os dados referentes às formas de organização e funcionamento do ensino primário rural, como duração dos cursos, período escolar, programas, métodos, modelos educativos e expansão do ensino. De acordo com a autora, a educação rural, que contrasta em muitos aspectos com a educação urbana, foi um elemento fundamental na expansão da escola pública no Brasil. Mas, segundo ela, estranhamente, é muito pouco estudada no país. De fato, das 5.948 pesquisas de doutorado em Educação abrigadas no banco de teses da Capes no período de 2000 a 2009, somente 165 apresentaram como tema a educação rural, o que equivale a 2,7% da produção. E apenas 1,1% abordava a questão do ponto de vista histórico
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Reconstructing and analyzing the context in which the journalistic profession has developed in Brazil and the influences on it are the purposes of this article, which aims through the historical and dialectical materialism, to explain the process by which the contemporary situation is configured. This context is fundamental to understanding the conflicts of political and economic interests that determined the historical setting of this profession and the control over professional practice. The results indicate how technological changes altered its material base of production and have generated new concepts, which have become parts of its superstructure in different social, economic, and political periods.