1000 resultados para Atenção à saúde
Resumo:
Como parte integrante da avaliao de desempenho do Programa de Atenção Saúde no Envelhecimento, desenvolvido em uma unidade bsica de saúde, foi mensurada a efetividade da hipertenso arterial, segundo a reduo dos nveis de presso arterial em indivduos hipertensos submetidos a aes programticas para controle da doena, procurando identificar condies associadas com tal reduo. Dos 396 pacientes portadores de hipertenso arterial sistmica inscritos no Programa, no perodo de 01/01/92 a 30/06/93, foram considerados para esta avaliao 250 casos que apresentavam, alm de nveis pressricos elevados (PA <FONT FACE=Symbol>³</FONT> 160/95 mmHg) em atendimentos iniciais no servio (anteriores inscrio no programa), pelo menos duas consultas mdicas no seguimento programtico. As diferenas de nveis pressricos entre as medidas realizadas nas consultas anteriores ao incio do atendimento programtico, e as realizadas a partir do incio destes atendimentos foram analisadas segundo o nvel pressrico inicial, idade, sexo, diagnsticos na inscrio e faltas ao agendamento programtico. Obteve-se reduo na presso arterial diastlica (PAD) de 5 mmHg ou mais, e/ou reduo de 10 mmHg ou mais na presso arterial sistlica (PAS) em l97 (78,8%) pacientes. A mdia da reduo da PAD foi 8,8 mmHg (d.p. = 11,4), e da PAS foi 17,7 mmHg (d.p. = 18,6). Resultados de diversos estudos epidemiolgicos permitem inferir reduo do risco de mortalidade por doena cardiovascular em proporo considervel de indivduos inscritos no Programa. Em 111 (44,4%) indivduos ocorreu normalizao da presso aos nveis preconizados pelo Programa. A anlise por meio de regresso linear mltipla demonstrou que, entre as variveis estudadas, a presso inicial e a percentagem de faltas no seguimento programtico estiveram associadas de modo independente com a reduo da PAS e da PAD. A idade esteve associada independentemente apenas com a reduo da PAS. A participao da idade e da percentagem de faltas no seguimento programtico revelam que o resultado final do trabalho programtico no insensvel aos diferentes modos com que as pessoas assumem o cuidado com a prpria saúde.
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Objetiva-se conhecer a magnitude e a estrutura de causalidade da mortalidade infantil considerando-a um "evento sentinela" da qualidade da assistncia saúde em dois municpios do Nordeste, Brasil. Trata-se de estudo de base populacional, do tipo "experimentao invocada", que compara a mortalidade infantil observada com aquela esperada, dado um programa de atenção saúde materno-infantil operando a contento, permitindo calcular um "ndice de mortes evitveis" (PDI). Realizaram-se uma busca ativa e uma investigao epidemiolgica dos bitos, visando a eliminar o sub-registro desses eventos. As taxas de mortalidade infantil, embora relativamente baixas 39 e 44 por 1.000 nascidos vivos, respectivamente correspondem a um PDI de 40%, o que significa uma estrutura de causalidade compatvel com taxas de mortalidade de 100 por 1.000 nascidos vivos. Esses achados sugerem uma distribuio desigual dos bitos, confirmada por uma anlise comparativa entre a populao de baixa renda e outras categorias de renda (com razes de risco de 8 e 17,6 para a mortalidade infantil total e para a mortalidade infantil por doenas infecciosas, respectivamente). O PDI mostrou-se vlido enquanto um ndice de evitabilidade dos bitos infantis, com a vantagem de poder ser utilizado de forma simples e fcil por gerentes de sistemas de saúde preocupados com a qualidade dos programas voltados para mes e filhos.
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OBJETIVO: Descrever e avaliar a estrutura, o processo e o resultado do cuidado do paciente diabtico atendido em nvel primrio de atenção saúde em Pelotas, RS. MTODOS: O delineamento foi transversal. Foram estudados todos os 32 postos de saúde e 61 mdicos que atendem pacientes diabticos nesses locais. Foi identificada uma amostra de 378 pacientes que tiveram consulta mdica nos postos. Os pacientes foram entrevistados em casa, e sua glicemia capilar, presso arterial e ndice de massa corporal foram avaliados e comparados a padres. Componentes da estrutura e do processo de atendimento foram comparados a padres recomendados ao manejo de pacientes diabticos. RESULTADOS: A maioria dos servios carece de aproximadamente todos os requerimentos mnimos. A aferio da presso arterial foi o item do exame fsico mais relatado na visita inicial. Como plano de tratamento na consulta inicial, cerca de 85% dos mdicos relataram prescrever dieta, e 72% exerccio fsico. Todos os mdicos relataram solicitar glicemia de jejum, e 60% hemoglobina glicosilada na monitorizao laboratorial dos pacientes. O controle da doena variou de 6% a 11%, conforme os diferentes parmetros utilizados. CONCLUSES: A rede pblica de saúde est deficiente, mas existe potencial de melhoria dos trs aspectos (estrutura, processo e resultado) atravs de treinamento em servio e seguimento de normas-padro.
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OBJETIVO: Avaliar a qualidade tcnico-cientfica do atendimento oferecido a adolescentes, gestantes adolescentes e seus filhos, por um servio de saúde. MTODOS: Os dados para caracterizao da clientela e dos critrios do atendimento de saúde foram coletados de 360 pronturios e comparados com padres da Organizao Panamericana da Saúde/Organizao Mundial da Saúde e do Ministrio da Saúde. RESULTADOS: Os resultados foram satisfatrios: no atendimento de adolescentes, na avaliao antropomtrica e de maturao sexual; no pr-natal, o intervalo entre consultas, os registros de peso e de presso arterial e as condutas nas intercorrncias; no atendimento a crianas: na insero precoce no servio, o calendrio vacinal atualizado, os registros de peso/desenvolvimento motor e a adequao nas condutas clnicas. Os resultados menos satisfatrios foram: baixo registro de condutas clnicas para adolescentes e elevado percentual de condutas inadequadas ou parcialmente adequadas; ingresso tardio ao pr-natal e baixa freqncia de registros de imunizao antitetnica de gestantes; ndices elevados de desmame precoce e sub-registro da estatura de crianas. CONCLUSO: O tipo de avaliao adotado de fcil execuo, permite avaliar a qualidade do atendimento prestado e possibilita o redirecionamento de atividades e condutas clnicas, no sentido de oferecer uma atenção saúde mais qualificada e voltada s necessidades e demandas da populao.
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OBJETIVO: O Programa de Saúde da Famlia se constitui em estratgia de reorganizao do sistema de atenção saúde para o Sistema nico de Saúde. O objetivo do estudo foi verificar mudanas no perfil de utilizao de servios de saúde aps implantao do Programa, identificando fatores associados s mudanas observadas. MTODOS: Foram analisados dados de utilizao de servios e procura por assistncia em duas amostras definidas por conglomerados e representativas da populao coberta (n=1.865) e no coberta pelo Programa de Saúde da Famlia (n=2.036) de dois distritos do Municpio de So Paulo. Os dados fazem parte de inqurito populacional realizado em 2001. Foi empregada a anlise estatstica prpria para conglomerados. RESULTADOS: Na utilizao de servios, nas reas cobertas pelo Programa de Saúde da Famlia, no foram observadas razes de prevalncia significantemente diferentes segundo escolaridade e renda, e nas reas no cobertas as razes de prevalncia foram mais elevadas para maior escolaridade e renda. Na procura por assistncia em pessoas com episdios de morbidade, nas reas cobertas pelo Programa a razo de prevalncia foi maior em pessoas com grau de limitao intenso, e nas reas no cobertas a razo de prevalncia foi mais elevada para maior escolaridade e menor para os inativos. CONCLUSES: Nas reas estudadas, na populao coberta pelo Programa de Saúde da Famlia a renda e escolaridade no se constituem em fatores que diferenciam de forma significativa o perfil de utilizao de servios de saúde e de procura por assistncia, indicando que o programa pode estar contribuindo para maior equidade nessas condies.
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OBJETIVO: Analisar o funcionamento dos Programas de Internao Domiciliar implantados em trs municpios, identificando elementos que sinalizam a insero desses programas na mudana da atenção saúde. MTODOS: Estudo descritivo-exploratrio com abordagem qualitativa realizado em Marlia e Santos, SP, e em Londrina, PR. Os dados empricos foram obtidos por meio de entrevistas realizadas com cinco enfermeiras e um assistente social que atuam nos servios de Internao Domiciliar e da anlise de documentos dos referidos programas. Para o tratamento dos dados das entrevistas foi utilizada a tcnica de anlise de discurso. RESULTADOS: Os achados permitem afirmar a importncia do servio de Internao Domiciliar como estratgia para a desospitalizao e humanizao do cuidado. Identificaram-se elementos que caracterizam a prtica nos servios de Internao Domiciliar voltada para a construo de modelo assistencial com nfase nas tecnologias leves e na atuao multiprofissional e intersetorial. Pde-se constatar avanos na implantao de servios de Internao Domiciliar, bem como obstculos para que a mudana do modelo de atenção se processe. Dentre esses, destaca-se a ineficincia dos mecanismos de referncia e contra-referncia e dificuldades na relao dos profissionais da equipe de saúde com usurios, familiares e cuidadores. CONCLUSES: O cuidado com os Programas de Internao Domiciliar representa uma estratgia na reverso da atenção centralizada nos hospitais para a construo de nova lgica com enfoque em promoo e preveno saúde, diminuio de riscos e humanizao da atenção e, como tal, devem ser engendradas estratgias para permitir sua implantao na rede pblica.
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A noo de comunidade utilizada pelos planejadores e prestadores de assistncia saúde duplamente enganosa. De um lado, pressupe uma aparente igualdade e ausncia de conflitos entre pessoas de um mesmo grupo populacional. De outro lado, supe uma certa possibilidade de interveno dos servios sobre comportamentos considerados indesejveis, do ponto de vista do controle de doenas ou de promoo de saúde. Utilizada deste modo, acaba encobrindo a "natureza" social da populao-alvo: os pobres e os desarranjos que a condio de pobreza acarreta. Para problematizar o eufemismo implcito nesta noo de comunidade, o objetivo do presente artigo foi apresentar a abordagem radicalmente relacional de Simmel para caracterizar a subordinao destes grupos populacionais s polticas e programas de atenção saúde. Para esta finalidade, partiu-se da apropriao da noo sociolgica de comunidade pelos servios de saúde, a partir da clssica formulao de Tennies e sua influncia nos autores da Escola de Chicago.
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OBJETIVO: O treinamento de profissionais de saúde uma estratgia para garantir a qualidade da atenção saúde que deve respeitar a adequao tcnica dos contedos e o universo conceitual dos treinandos. Efetuou-se estudo piloto para explorar a consistncia da informao dos profissionais da atenção bsica acerca da transmisso transfusional das hepatites virais. MTODOS: Aplicou-se questionrio annimo e voluntrio a 190 profissionais de curso de especializao em saúde pblica, entre 2003 e 2004. Os dados foram analisados segundo dois grupos ocupacionais: mdicos, enfermeiros e dentistas (com 115 sujeitos;) e outros profissionais da saúde (com 66 indivduos), comparando-se as freqncias das respostas certas e erradas de cada subgrupo pelo chi2. Nove sujeitos no informaram a ocupao. RESULTADOS: Dos profissionais avaliados, 80% eram mulheres, de 22 a 60 anos, procedentes das regies: Nordeste (27,4%), Sudeste (35,3%) e Centro-Oeste (37,3%). A hemotransfuso foi associada s hepatites B e C por 57,5% dos respondentes; hemofilia foi associada s hepatites B e C por 55,7% dos respondentes. Dos respondentes, 74% discordaram da proposio de que as "hepatites virais no se transmitem, atualmente, por transfuso de sangue" e 16,4% concordaram. O nmero de respostas corretas em relao hemotransfuso foi maior entre mdicos, enfermeiros e dentistas do que entre os demais profissionais (chi2=1,2; p=0,2741). CONCLUSES: Os resultados foram comparados com os dados atuais sobre a transmisso das hepatites virais e a consistncia das respostas acerca dos diferentes fatores de risco. A apropriao de conhecimentos sobre a transmisso transfusional desses agravos foi pouco consistente para garantir a efetivao de programas de preveno e controle.
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OBJETIVO: Analisar a adequao dos encaminhamentos da atenção primria para a secundria em otorrinolaringologia peditrica. MTODOS: Estudo realizado em Belo Horizonte, estado de Minas Gerais, de maro de 2004 a maio de 2005. Foram avaliadas 408 crianas pr-escolares encaminhadas da atenção primria para a secundria do setor de otorrinolaringologia com otite, faringoamigdalite, rinossinusite, rinite alrgica e hipertrofia de amgdala/adenide. As variveis analisadas foram: concordncia dos diagnsticos na atenção primria e secundria, tempo de espera pela consulta, acompanhamento e especialista (mdico de famlia ou pediatra) que examinou a criana na atenção primria. A concordncia dos diagnsticos foi avaliada pela anlise estatstica de kappa. RESULTADOS: Os pacientes tinham em mdia cinco anos de idade, dos quais 214 (52,5%) eram meninos, o tempo mdio de espera pela consulta foi de 3,7 meses. Os diagnsticos na atenção primria e secundria foram, respectivamente: otite (44%, 49%), hipertrofia de amgdala/adenide (22%, 33%), faringoamigdalite (18%, 23%), rinossunusite (13%, 21%), rinite alrgica (3%, 33%). Anlise de concordncia kappa foi 0,15 para otite com efuso, 0,35 para otite recorrente, 0,04 para hipertrofia de amgdala/adenide, 0,43 para faringoamigdalite, 0,05 para rinite alrgica; 0,2 para rinossinusite. Os diagnsticos na atenção primria para encaminhamento secundria, definidos pelo mdico de famlia ou pelo pediatra que avaliou a criana foram concordantes. CONCLUSES: A inadequao dos encaminhamentos da atenção primria para a secundria em otorrinolaringologia foi expressa pelo longo tempo de espera pela consulta e pela baixa concordncia de diagnsticos firmados entre os nveis de atenção para os mesmos pacientes avaliados. A atenção primria poderia se tornar mais eficiente se os profissionais fossem mais bem capacitados em otorrinolaringologia.
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OBJETIVO: Apresentar a abordagem metodolgica de pesquisa para definio do perfil de utilizao de servios de saúde pela populao adstrita ao Programa Saúde da Famlia. MTODOS: Considerou-se a existncia de trs padres de uso dos servios acessados pela populao: residual, parcial e completo, definidos a partir do leque de aes do Programa Saúde da Famlia que so acessadas pela populao. Foi realizado inqurito com amostragem em duas fases em rea de elevada excluso social do municpio de So Paulo (SP), em 2006. Na primeira fase, 960 pessoas participantes de equipes de saúde da famlia foram sorteadas e classificadas pelos agentes comunitrios de saúde em "uso completo" ou no dos servios de saúde. Na segunda fase, 173 sorteados foram ento classificados segundo os padres de uso dos servios. RESULTADOS: Os usurios foram classificados em completos (16%), parciais (57%) e residuais (26%), mostrando-se distintos em relao a caractersticas sociodemogrficas. Houve utilizao seletiva e focada dos servios oferecidos pelo Programa Saúde da Famlia, na qual pertencer ao sexo masculino, ter escolaridade superior quinta srie do ensino fundamental, exercer atividade remunerada e acessar planos de saúde implicou menor adeso aos servios, mesmo se tratando de regies com pouca oferta de servios assistenciais. Mesmo em reas de alta excluso social e baixa oferta de servios de saúde, 25% da populao cadastrada no utiliza servios ofertados, recebendo apenas visitas domiciliares. CONCLUSES: Metodologias capazes de captar distintos padres de utilizao de servios de saúde pela populao podem contribuir para aprimorar a avaliao de servios.
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A medicalizao social transforma a cultura, diminui o manejo autnomo de parte dos problemas de saúde e gera excessiva demanda ao Sistema nico de Saúde. Uma alternativa medicalizao social no mbito da atenção saúde a pluralizao teraputica das instituies de saúde, ou seja, a valorizao e o oferecimento de prticas e medicinas alternativas e complementares. O objetivo do artigo foi analisar potencialidades e dificuldades de prticas e medicinas alternativas e complementares a partir de experincias clnico-institucionais e da literatura especializada. Conclui-se que tal estratgia tem um limitado potencial "desmedicalizante" e deve ser assumida pelo Sistema nico de Saúde. Ressalta-se ainda que devem ser observadas a hegemonia poltico-epistemolgica da Biocincia e a disputa mercadolgica atual no campo da saúde, cuja tendncia transformar qualquer saber/prtica estruturado do processo saúde-doena em mercadorias ou procedimentos a serem consumidos, reforando a heteronomia e a medicalizao.
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Com base na teorizao da ergologia e do processo de trabalho, este ensaio objetiva contribuir para a reflexo acerca do trabalho coletivo em saúde, destacando sua especificidade e as dificuldades de construo e gesto de coletivos de trabalho. Aborda o trabalho como atividade humana que compreende, dialeticamente, a aplicao de um protocolo prescrito e uma perspectiva singular e histrica. O trabalho em saúde envolve uma relao entre sujeitos que agem nas dramticas do uso de si e que fazem a gesto do seu prprio trabalho; influenciado pela histria das profisses de saúde e pelas determinaes macro-polticas. Conclui-se que essa complexidade do trabalho em saúde precisa ser considerada no processo de gesto de equipes/coletivos profissionais de modo a articular aes que possibilitem implementar um novo projeto de atenção saúde na perspectiva da integralidade.
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OBJETIVO: Descrever a estrutura fsica, recursos humanos e modalidades de atenção existentes nos centros de atenção psicossocial (CAPS). MTODOS: Foram includos no estudo 21 CAPS para atendimento de adultos, vinculados Secretaria Municipal de Saúde de So Paulo (SP), entre 2007 e 2008. Foram coletadas informaes sobre as instalaes fsicas dos servios, recursos humanos disponveis e procedimentos de cuidado ao paciente, utilizando instrumento padronizado. Foram realizados anlise descritiva dos dados e o teste de qui-quadrado para testar a associao entre os tipos de atividades e a origem e localizao dos servios. RESULTADOS: Dez servios foram criados como ambulatrios e posteriormente transformados, oito eram hospitais-dia e apenas trs foram criados como CAPS. Nenhum servio funcionava diariamente durante 24 horas. Metade dos servios funcionava em imveis alugados, com instalaes fsicas inadequadas especialmente para atendimentos grupais. A composio das equipes dos servios foi bastante diversa. As atividades desempenhadas nos CAPS foram heterogneas, com maior valorizao das atividades grupais desenvolvidas com usurios dentro dos CAPS e pouca integrao aos outros equipamentos de saúde. As atividades grupais de arte e cultura foram as mais freqentes em todos os servios. Os servios de origem ambulatorial apresentavam atividades artesanais e os que haviam sido hospitais-dia realizavam mais atividades de integrao psicofsica. O perfil de atividades relacionou-se distribuio regional dos servios. CONCLUSES: A heterogeneidade dos CAPS parece se relacionar histria dos programas de saúde mental implementados no municpio desde a dcada de 1980 e diversidade socioeconmica e cultural das regies da cidade, bem como s diferentes composies das equipes observadas. Diferentes modelos de atenção psicossocial foram encontrados, desde a constituio de "equipamentos-sntese" dos quais os usurios no recebem alta, at servios que encaminham e do alta aps a estabilizao dos sintomas dos usurios, numa tentativa de construo de uma rede de cuidados.
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OBJETIVO: Analisar prticas de atenção domiciliar de servios ambulatoriais e hospitalares e sua constituio como rede substitutiva de cuidado em saúde. PROCEDIMENTOS METODOLGICOS: Estudo qualitativo que analisou, com base na metodologia de caso traador, quatro servios ambulatoriais de atenção domiciliar da Secretaria Municipal de Saúde e um servio de um hospital filantrpico do municpio de Belo Horizonte, MG, entre 2005 e 2007. Foram realizadas entrevistas com gestores e equipes dos servios de atenção domiciliar, anlise de documentos e acompanhamento de casos com entrevistas a pacientes e cuidadores. A anlise foi orientada pelas categorias analticas integrao da atenção domiciliar na rede de saúde e modelo tecnoassistencial. ANLISE DOS RESULTADOS: A implantao da atenção domiciliar foi precedida por deciso poltico-institucional tanto com orientao racionalizadora, buscando a diminuio de custos, quanto com vistas reordenao tecnoassistencial das redes de cuidados. Essas duas orientaes encontram-se em disputa e constituem dificuldades para conciliao dos interesses dos diversos atores envolvidos na rede e na criao de espaos compartilhados de gesto. Pde-se identificar a inovao tecnolgica e a autonomia das famlias na implementao dos projetos de cuidado. As equipes mostraram-se coesas, construindo no cotidiano do trabalho novas formas de integrar os diferentes olhares para transformao das prticas em saúde. Foram observados desafios na proposta de integrar os diferentes servios de carter substitutivo do cuidado ao limitar a capacidade da atenção domiciliar de mudar o modelo tecnoassistencial. CONCLUSES: A atenção domiciliar possui potencial para constituio de uma rede substitutiva ao produzir novos modos de cuidar que atravessam os projetos dos usurios, dos familiares, da rede social e dos trabalhadores da atenção domiciliar. A atenção domiciliar como modalidade substitutiva de atenção saúde requer sustentabilidade poltica, conceitual e operacional, bem como reconhecimento dos novos arranjos e articulao das propostas em curso.
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OBJETIVO: Analisar resultados do Sistema Hrus, comparando elementos desse Sistema com algumas experincias internacionais. MTODOS: Hrus uma inovao tecnolgica introduzida em 2009 no sistema de informaes para a Assistncia Farmacutica do Sistema nico de Saúde. Em 2011, gestores locais e profissionais de saúde de 1.247 municpios (16 estados) que aderiram ao Hrus responderam a questionrios sobre a assistncia farmacutica na atenção bsica e sobre o Sistema Hrus. Estudo descritivo e exploratrio, desenvolvido com emprego de mtodo quali-quantitativo de pesquisa. Foram utilizados instrumentos multivariados de coleta de dados e suporte interpretativo da inferncia estatstica e da anlise temtica. RESULTADOS: As principais mudanas identificadas aps a implantao desse Sistema foram: melhoria do controle tcnico e cientfico da qualidade da assistncia farmacutica, da dispensao dos medicamentos e da atenção saúde; capacitao dos recursos humanos e gesto do conhecimento; melhoria da relao gestores de saúde/usurios de medicamentos; da gesto administrativa e maior gesto interfederativa; e melhoria da infraestrutura tecnolgica. Em termos de sistemas de informao em saúde, essas categorias so condizentes com avanos e obstculos observados em experincias internacionais. A maior lacuna identificada foi a falta de insero do Hrus a uma poltica nacional de sistemas de informao em saúde, em processo de consolidao no Pas. A base nacional de dados das aes e servios da Assistncia Farmacutica no Sistema nico de Saúde possibilitar coletar, analisar e disseminar informaes relativas gesto integrada da Assistncia Farmacutica no contexto da saúde no Brasil. CONCLUSES: O Sistema Hrus uma inovao tecnolgica viabilizadora da gesto da Assistncia Farmacutica. A base nacional possibilitar a definio e pactuao de indicadores nacionais de Assistncia Farmacutica, a fim de propiciar melhores condies de saúde aos usurios e produzir evidncias sobre a situao da Poltica Nacional de Assistncia Farmacutica e suas tendncias.