1000 resultados para Representações sociais Teses
Resumo:
RESUMO: Esta dissertao teve como objetivo central replicar o estudo realizado por Piaget sobre aquisio do conceito de regras em crianas, a fim de procurarmos saber se passados 78 anos da obra O Juzo Moral na Criana, os dados que o mesmo encontrou sobre a aquisio do princpio da moral se mantm em nossa atualidade. Para atingir esse objetivo realizamos uma breve reviso bibliogrfica, abrangendo alguns autores, tericos e pesquisadores que enfatizaram estudos sobre o princpio da tica e a fundamentao da moral, entre os quais constam: Plato, Aristteles, Nietzsche, Kant, Durkheim. Baseamo-nos igualmente em alguns autores mais recentes como Vzquez, Loureno, Cortina e Martinez, Biaggio, dentre outros. Ao analisarmos a origem psicolgica do desenvolvimento moral da criana, buscamos suporte na teoria de Kolhberg e principalmente de Jean Piaget, autor principal para esta pesquisa. A pesquisa guiou-se por uma dimenso descritiva e qualitativa, centrada na observao direta e indireta, baseada no modelo clnico introduzido por Piaget. Os resultados da pesquisa demonstraram que os dados obtidos por Piaget h 78 anos, so compatveis com os dias de hoje, pois as crianas apresentaram dados equivalentes em mdia com as idades estipuladas para a aquisio da moral heternoma e da moral autnoma. Constatmos que a aquisio do princpio da reversibilidade leva as crianas a adquirirem capacidades cognitivas para uma moral autnoma. A concepo de regras transmitidas pelas crianas, emergiram em uma concepo de respeito a uma norma pr estabelecida, e que, gradualmente se transforma em conscincia da importncia das mesmas para o princpio da boa convivncia. ABSTRACT: This dissertation aimed to replicate the study worked out by Piaget on acquisition of concept rules in children, in order to know if, 78 years passed from "The Moral Judgment in Child", data about acquisition of morality principle remain current. To achieve this goal we conducted a brief bibliographic review, covering some authors, theorists and researchers who emphasized studies on ethics principle and moral fundamentation, such as: Plato, Aristotle, Nietzsche, Kant, Durkheim. We were also based on some latest authors as Vzquez, Loureno, Cortina and Martinez, Biaggio, and others. Considering the psychological origin of moral development of children, we sought support in Kolhbergs theory and, especially, Jean Piaget, the main author for this search. The research was led by a descriptive and qualitative dimension, focused on direct and indirect observation, based on clinical model introduced by Piaget. The survey results showed that data obtained by Piaget 78 years ago are still compatible with the present day, because children have, on average, equivalent data through all ages stipulated for the acquisition of heteronomic and autonomous moral. We found that the acquisition of the reversibility principle leads children to acquire cognitive skills for an autonomous moral. The conception of rules provided by children, emerged to a conception of respect to a pre-established standard, that gradually becomes aware of its importance to the principle of coexistence.
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Este artigo apresenta um modelo de ciclo de vida de empreendimentos sociais. Os dados primrios foram obtidos em entrevistas com fundadores de 10 empreendimentos sociais de Curitiba (PR) acerca da histria de vida da organizao. A anlise qualitativa dos dados identificou cinco etapas de evoluo (Ao Social, Associao, Visibilidade Social, Rede Social e Representatividade Social) com, respectivamente, seis momentos de crise que determinam a passagem para uma etapa posterior (Desequilbrio Social, Identidade, Foco, Controle, Responsabilizao e tica). O estudo reafirma as diferenas entre o empreendedorismo social e o privado e justifica o tratamento diferenciado entre eles. O modelo pode subsidiar a deciso dos gestores sobre o futuro da organizao, bem como de financiadores pblicos e privados, gestores de redes sociais, pesquisadores, consultores, administradores pblicos, entre outros stakeholders, e abre caminho para outros estudos sobre o tema.
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O artigo tem por objetivo identificar como o termo accountability tem sido tratado na literatura brasileira, considerando peridicos das reas de administrao, administrao pblica, cincia poltica e cincias sociais. Foram identificados e analisados 53 artigos. Os resultados indicaram que o tema ganhou mais relevncia nos estudos a partir de 2006, tendo a Revista de Administrao Pblica (RAP) o maior nmero de publicaes. Os artigos analisados, em sua maioria, so empricos, e muitos apenas citam o termo accountability, sem defini-lo ou analis-lo. Constatou-se que os artigos que discutem o tema apresentam uma clara confuso sobre o seu significado, sendo "responsabilizao" e "prestao de contas" os termos mais citados nas definies. Acredita-se que este estudo torna-se relevante por, alm de demonstrar a significao dada ao termo, tambm apontar os limites de sua utilizao.
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Este artigo objetiva avaliar como sistemas de informação criados pelo governo federal brasileiro são utilizados para coordenar políticas sociais descentralizadas em três áreas - saúde, educação e assistência social - em que políticas públicas federais são implantadas em parceria com governos estaduais e municipais. Como parte deste estudo, foram realizadas 35 entrevistas semiestruturadas realizadas entre o final de 2012 e início de 2013 com gestores dos três programas estudados e nos três níveis de governo. Além disso, como informação complementar, coletamos 432 questionários que foram respondidos por usuários dos mesmos sistemas. Como referencial teórico para análise, utilizamos um modelo multinível construído a partir da combinação de três teorias - social construtivismo, contextualismo e estruturacionismo - e que vem sendo utilizado em vários estudos relacionados com o uso de sistemas de informação com finalidade social. O estudo conclui que sistemas desenvolvidos considerando a participação dos diferentes níveis de governo tendem a ter melhor aceitação por parte dos usuários e assim produzir melhores efeitos nos resultados das políticas aos quais estão associados. Os sistemas desenvolvidos de forma menos participativa tendem a focar exclusivamente a necessidade de controle pelo governo federal, subaproveitando seu potencial como instrumento de gestão e produzindo menor efeito de controle social da política pública a que está associado. Consequentemente, estes sistemas menos participativos têm menor relevância para a coordenação federativa.
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O artigo apresenta uma parte dos resultados de um diagnóstico organizacional com perspectiva de gênero, inserido num projeto mais amplo de elaboração de um Plano para a Igualdade numa Câmara Municipal, em Portugal. Abordou a questão da desigualdade de gênero em duas dimensões. A sua presença nas estruturas de efetivos da organização; a forma como os trabalhadores da autarquia representam a (des)igualdade de gênero, expressa nas suas atitudes relativas a papéis de gênero na esfera pública e privada. Foi realizada análise quantitativa, quer de documentos e dados secundários fornecidos pela autarquia, quer de dados primários resultantes da aplicação de um inquérito por questionário. Concluiu-se que se encontram manifestações da desigualdade em fenômenos como os de segregação ocupacional e vertical, e um reduzido (re)conhecimento dos fenômenos de desigualdade e discriminação.
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Desde a segunda metade do sculo XIX e at a dcada de 1940, as prticas e doutrinas espritas mobilizaram o pensamento mdico, num duplo empreendimento intelectual e de interveno social. O artigo aborda vrios textos elaborados, neste perodo, por mdicos (tais como Nina Rodrigues e Leondio Ribeiro), explorando como neles definido e analisado o espiritismo, e localizando, entre as diversas pocas, continuidades e rupturas. Na dcada de 1930, o espiritismo e os cultos de possesso em geral comeam a ser tratados por referncia a categorias sociolgicas e antropolgicas, sinalizando uma transformao importante no seu estatuto (Arthur Ramos um nome chave). No artigo, esta transio problematizada a partir da anlise da categoria "higiene mental", utilizada por intelectuais durante as dcadas de 1920 e 1930 e associada s discusses sobre a constituio e destinos do Brasil enquanto nao.
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Os etngrafos que trabalharam e viveram na bacia Amaznica no comeo do sculo XX so enfocados, neste artigo, como fontes de reflexo para a histria da antropologia. Pontos de vista de Tastevin, Koch-Grnberg, Stradelli e Nimuendaj so analisados em suas implicaes para o conhecimento local sobre o rio Solimes e para o campo etnolgico, focalizando aspectos de sua produo intelectual, bem como de suas biografias e influncias, pensadas no quadro da formao de cada um deles. A mais conhecida contribuio destes etngrafos para a teoria antropolgica contempornea a interpretao das crenas e representações dos ndios da Amaznia. O principal interesse mostrar como a situao vivida por estes etngrafos produziu relao entre seus trabalhos, ainda que as circunstncias de sua interao no fossem claramente explicitadas em documentos escritos, e cada um deles no tenha visto o outro como um verdadeiro interlocutor.
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Este artigo uma anlise das prticas cotidianas de escolha e utilizao de alimentos na ilha de Ituqui, municpio de Santarm, Par. Somado a isto, pretendo avaliar alguns aspectos do impacto destes processos nas prticas locais de interveno. Os estudos antropolgicos sobre hbitos alimentares concentram-se, principalmente, em anlises mononivelares de estruturas mentais e sociais, sistemas de representao e infra-estruturas econmico-ambientais. Proponho para este estudo um deslocamento deste foco para as interaes das prticas cotidianas com o habitus, e com as esferas acima referidas. Na Amaznia, a urgncia de estudos sobre os hbitos alimentares de sociedades campesinas e seu papel no impacto de programas de interveno nesta rea, alia-se ao nmero ainda modesto de estudos gerais sobre tais sociedades, especialmente, as Caboclas. O estudo realizado na ilha de Ituqui apresentou altos valores de consumo protico e valores moderadamente baixos de calrico, quando comparados com as recomendaes internacionais. Os processos de escolha so prticas superpostas influenciadas e limitadas pelos sistemas de tabu locais, alta sazonalidade dos recursos naturais e do mercado, representações de classe e preferncias sociais e individuais. Apesar da heterogeneidade dos processos observados, os projetos de interveno locais insistem em homogeneizar os pacotes de nutrio e alimentao introduzidos, ignorando assim importantes variveis de natureza social e cultural.
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Poucas dimenses da vida humana so mais profundamente conectadas com a sobrevivncia bsica e, ao mesmo tempo, com elementos social e simbolicamente construdos, do que a alimentao. Este trabalho apresenta e analisa os dados sobre os processos de escolhas alimentares entre os habitantes da Ilha de Ituqui, Baixo Amazonas, Par. A dieta na Ilha de Ituqui dominada pela clssica combinao amaznica: farinha e peixe. observvel o esforo de diversificao alimentar e ao mesmo tempo a busca de contemporizao com as continuidades do dia-a-dia e construes sociais de classe que orientam os processos de escolha e de consumo de alimentos cotidiano. Mesmo assim, no existe uma correlao positiva entre os alimentos de grande status social e aqueles que formam a base do consumo. Somado a isso, grande parte das representações alimentares parece apresentar um carter -- que no necessariamente discursivo -- bastante flexvel e facilmente instrumentalizado nas mediaes de contradies entre diferentes domnios scio-polticos, os quais incluem tanto aspectos da micropoltica domstica de casas e comunidades, quanto contextos mais abrangentes das economias polticas regional/nacional e transnacional. Assim, foras potenciais de mudana na lgica interna das estruturas habituais e dos sistemas socioculturais locais so acomodadas e negociadas. Concluindo, a forma como elaboramos e decodificamos nossa experincia fsica, bem como as nossas necessidades biolgicas, cria uma relao dialtica com nossos desejos sociais e estruturas habituais que s poder ser resolvida (e compreendida!) quando as condies contextuais no momento da ao forem contempladas.
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O artigo busca situar o contexto intelectual da criao e dos primeiros dez anos de existncia da Revista de Antropologia, em que ganha destaque a emergente produo universitria de cincias sociais, no interior de um movimento de delimitao e especializao de reas e setores do conhecimento. A partir da releitura de artigos, resenhas e comentrios ali publicados - tendo em comum o questionamento das possibilidades da investigao antropolgica das "sociedades complexas" -, delineou-se um mapa das questes relacionadas "mudana cultural", ento em voga, no qual ressaltam tanto a colaborao entre socilogos e antroplogos como os embates entre e dentro de cada disciplina, em seu(s) respectivo(s) nicho(s) institucional(ais). A anlise esboada aponta a importncia de qualificar a polarizao, to freqentemente realada, entre disciplinas e instituies universitrias nas cincias sociais em So Paulo nesse perodo.
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Este artigo se prope a explorar o conceito de identidade-para-o-mercado, criado a partir das idias de Jameson, contidas em seu livro Ps-modernismo: a lgica cultural no capitalismo tardio, e explorado por meio de reflexes que remetem s questes, da minha pesquisa de doutorado, sobre a imigrao brasileira no Porto. Apoiado nessa perspectiva, pode-se verificar o papel central do Estado-nao na produo e articulao de identidades-para-o-mercado e de imagens identitrias de fcil consumo num mercado global.
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A antropologia do clima abrange o estudo da significao dos fenmenos astronmicos e atmosfricos nos mitos e ritos indgenas, bem como a importncia das representações sobre tais fenmenos para as prticas sociais de povos indgenas como o Ticuna. A identificao dos corpos celestes, presentes na iconografia dos artefatos utilizados na festa de puberdade Ticuna, remete a aspectos da mitologia e da cosmoviso deste povo, expressos em cantos e relatos rituais, traduzidos em termos das expectativas em face das relaes entre o movimento das estrelas no cu ao longo do ano e a influncia da sazonalidade das chuvas e da estiagem nas atividades de sobrevivncia. Tal identificao de agrupamentos de corpos celestes visualizados pelos Ticuna permite correlaes com as constelaes reconhecidas convencionalmente.
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O objetivo deste artigo analisar a construo da noo de doena alcolica em uma associao de ex-bebedores: os Alcolicos Annimos (A.A.). A partir de pesquisa etnogrfica realizada com familiares e membros do grupo Sapopemba de A.A., localizado em bairro da periferia da cidade de So Paulo, no Brasil, enfatiza-se o papel dessa entidade como um espao privilegiado para o estudo antropolgico da experincia do alcoolismo, a partir de uma perspectiva mica, isto , tal como ela vivenciada e gerida por aqueles que se reconhecem como "doentes alcolicos em recuperao", ao mesmo tempo em que se destaca a possibilidade de "contgio" da doena alcolica, ligada s representações construdas sobre o lcool e o alcoolismo. Com efeito, o alcoolismo entendido como uma doena fsica e moral que, alm de atingir o indivduo considerado doente, tambm afeta o conjunto das relaes sociais - familiares e profissionais - , nas quais ele est envolvido. Como conseqncia, analisa-se o modelo teraputico de A.A. como um "sistema de evitaes", que permite ao doente alcolico construir uma ordem de sentido, no interior da qual se opera a construo simblica da experincia da doena, cujo objetivo possibilitar o controle da doena alcolica e o resgate dos laos sociais na famlia e no trabalho - , perdidos no tempo do alcoolismo ativo.