997 resultados para Plantas medicinais – Efeito fisiológico
Resumo:
A deficiência de P é uma das limitações mais generalizadas ao estabelecimento e à manutenção de pastagens nas regiões tropicais. Essa deficiência é devida, principalmente, ao baixo teor e aos processos de adsorção/precipitação do P nos solos. Com o objetivo de avaliar a influência da calagem e da adubação orgânica sobre o efeito residual do P, aplicado ao feijoeiro, na nutrição fosfatada e no rendimento do braquiarão cultivado em sucessão, foram conduzidos, em casa de vegetação, quatro experimentos inteiramente ao acaso, em esquema fatorial 4 x 5 e três repetições. Cada unidade experimental foi constituída por um vaso contendo 4 dm³ dos solos: Latossolo Vermelho distrófico textura muito argilosa, Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico textura argilosa, Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico textura média e Neossolo Quartzarênico órtico textura arenosa. Cada solo, representando um experimento, recebeu os tratamentos constituídos de quatro doses de calcário (0,0; 0,5; 1,0; e 2,0 vezes a dose recomendada para elevar a saturação por bases a 60 %) e cinco doses de esterco bovino (0,0; 2,5; 5,0; 7,5; e 10,0 % do volume de solo). Os vasos foram cultivados com feijoeiro e, após a colheita deste, cultivaram-se três plantas de braquiarão, as quais foram submetidas a cortes consecutivos aos 70, 160 e 290 dias após a emergência. As produções totais de matéria seca e o acúmulo de P na parte aérea do braquiarão foram positivamente influenciados pela adubação orgânica e pela calagem. Esses tratamentos também influenciaram positivamente o efeito residual da adubação fosfatada, aplicada ao feijoeiro, na nutrição fosfatada e no rendimento do braquiarão.
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O objetivo deste trabalho foi avaliar, em casa de vegetação, o efeito da aplicação de pó de rochas silicáticas portadoras de K (ultramáfica alcalina, brecha piroclástica e flogopitito) na liberação de K e sobre outros atributos químicos do solo. Foi utilizado um Latossolo Amarelo distrófico coeso com teor de K de 0,03 cmol c dm-3 de solo. As rochas foram testadas sem e com correção da acidez do solo - neste caso, elevando o valor da saturação por bases para 70 %. Inicialmente, as rochas e o corretivo de acidez foram aplicados e incorporados aos solos de cada vaso com 3 kg de solo, deixando-os em incubação por um período de 45 dias, com a umidade em torno de 80 % da capacidade de campo. Foram testadas as doses equivalentes a 75, 150, 225 e 300 kg ha-1 K2O de todas as rochas e do KCl, usado como fonte de referência. Findo o período de incubação, foi realizado um plantio de soja com a finalidade de observar a dissolução das rochas em um ambiente com plantas. As plantas foram colhidas 50 dias depois do plantio. Foram feitas análises do solo após o período de incubação e depois do plantio da soja. As rochas ultramáfica alcalina e brecha piroclástica foram as que mais liberaram K para o solo; a correção da acidez não influenciou o processo de dissolução das rochas.
Resumo:
A influência do manejo ou a adição de contaminante ao solo, normalmente, induz uma resposta mais rápida sobre a mesofauna do solo do que em outros atributos pedológicos, o que torna esses organismos bons indicadores de qualidade ambiental. Os objetivos deste trabalho foram identificar e quantificar os grupos de organismos da mesofauna dos solos e determinar os teores de Pb e Zn de plantas da área de mineração e metalurgia de Pb, no município de Adrianópolis (PR), de modo que fossem gerados indicadores biológicos da qualidade desses solos. Os solos selecionados apresentaram as seguintes características em relação às formas de contaminação: solo 1 - referência (mata nativa); solo 2 - resíduos incorporados ao perfil; solos 3 e 6 - próximos às chaminés da fábrica, com potencial de aporte de material particulado; e solo 5 - grande volume de rejeitos sobre o solo. Foram utilizados funis de Berlese, coletando-se amostras na profundidade de 0 a 5 cm (20 funis x 5 solos x 1 profundidade x 4 épocas = 400 amostras). Após separação da mesofauna, procedeu-se à triagem e identificação dos organismos com o auxílio de lupa. Amostras de formiga foram digeridas com HNO3 concentrado em sistema fechado de micro-ondas, e os teores de Pb e Zn foram determinados por espectroscopia de emissão atômica com plasma indutivamente acoplado (ICP-AES). Plantas da família Poaceae foram coletadas em todos os solos e, após digestão das amostras da parte aérea e da raiz pelo método nítrico-perclórico, determinaram-se os teores de Pb e Zn por ICP-AES. O número total de organismos dos 21 grupos identificados e o Índice de Qualidade Ambiental da Mesofauna não foram bons indicadores do nível de contaminação dos solos por metais pesados. A ocorrência e distribuição de espécies isoladas mostraram-se mais eficientes nesse propósito. A melhor qualidade ambiental do solo 1 (teores naturais de Pb - solo de referência) foi atestada pela maior riqueza de grupos de organismos e ocorrência de representantes dos grupos Pseudoscorpiones, Mollusca e Isopoda apenas nesse solo. Os grupos Aracnídeos e Psocoptera também foram considerados bons indicadores ambientais, com incremento de suas populações nos solos com maiores teores de metais pesados (solos 2, 3 e 5), possivelmente devido à menor ocorrência de organismos competidores/predadores desses grupos. Os teores de metais pesados nos indivíduos do grupo Formicidae tiveram relação direta com os teores de Pb extraídos com HNO3 0,5 mol L-1 no solo. Quanto ao acúmulo de metais pesados nas plantas coletadas na área, com exceção do solo 1, todas as espécies encontravam-se sob efeito fitotóxico para Pb e Zn, o que sugere a proibição de pastejo na área.
Resumo:
Foi levantada a hipótese de que o glifosate aplicado à soja resistente ao herbicida poderia alterar a eficiência de absorção e translocação do nutriente na planta. Com o objetivo de estudar o acúmulo e distribuição do Mn, assim como a cinética de absorção de Mn pela soja geneticamente modificada sob efeito da aplicação de glifosate, foram conduzidos dois experimentos. No primeiro, os tratamentos foram constituídos por duas cultivares de soja quase isogênicas cultivadas em solução nutritiva (Conquista e Valiosa RR com aplicação ou não do herbicida). As concentrações de Mn empregadas na solução nutritiva foram: 0; 0,085; 0,125; 0,250; e 0,500 mg L-1. Após 25 dias de cultivo, parte do total de plantas de soja transgênica foi pulverizada com o herbicida. No segundo experimento, para avaliação da cinética de absorção do Mn da cultivar Valiosa RR, as plantas foram pulverizadas com glifosate aos 26 dias de cultivo nas doses de 0, 15 e 960 g ha-1 e.a. Constatou-se que a transgenia para resistência ao herbicida não altera a nutrição mangânica na cultivar de soja Valiosa RR. Mesmo reduzindo a massa de matéria seca de raiz, o glifosate não interfere na absorção e no transporte de Mn na planta de soja transgênica. Quanto à absorção do Mn pela cultivar transgênica, os parâmetros cinéticos Km, Vmáx. e Cmín. não são alterados pelo herbicida aplicado via foliar.
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O sistema plantio direto (PD) intensifica as perdas de N da ureia por volatilização, em comparação ao preparo convencional (PC). O objetivo deste estudo foi avaliar a magnitude desse efeito nas condições de temperatura amena e primavera chuvosa da região Centro-Sul do Paraná, bem como avaliar a influência de diferentes plantas de cobertura invernais (aveia-branca e ervilhaca comum) nas perdas de amônia (NH3) em PD. O estudo sobre o efeito dos preparos de solo foi realizado em experimento de longa duração (28 anos), e a avaliação das plantas de cobertura foi feita em experimento implantado especificamente com esse fim em área em PD por longo período (> 15 anos). Em ambos os experimentos cultivou-se milho. A ureia foi aplicada nas doses de 0, 80 e 160 kg ha-1 de N em apenas uma aplicação no experimento de preparos, e nas doses de 0, 100 e 200 kg ha-1 de N, divididas em duas aplicações, no experimento de plantas de cobertura. A volatilização de amônia foi avaliada durante 20 dias após a aplicação da ureia, utilizando coletores semiabertos estáticos. A atividade da urease no solo foi avaliada em ambos os experimentos. As maiores taxas de perda de NH3 ocorreram nos cinco dias que sucederam à aplicação de ureia. As perdas acumuladas atingiram 18 % da dose aplicada no PD e 3 % no PC, e as maiores perdas no PD podem ser parcialmente relacionadas à maior atividade da urease na camada superficial do solo. A volatilização de amônia não foi alterada pelo tipo de planta de cobertura. O parcelamento da adubação nitrogenada em cobertura por si só não garante a diminuição das perdas de N por volatilização, a qual é relacionada à ocorrência de chuva no período imediatamente posterior à aplicação da ureia.
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O feijão-caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp.) pode adquirir nitrogênio em quantidades adequadas para suprir suas necessidades, por meio do processo de fixação biológica do nitrogênio (FBN), quando associado com rizóbios específicos e eficientes. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da aplicação de diferentes taxas de inóculo na nodulação e FBN na cultivar BRS Pujante de feijão-caupi. O experimento foi conduzido em casa de vegetação, utilizando-se vasos plásticos com 2 kg de solo, em delineamento experimental de blocos ao acaso com sete tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos constaram de cinco concentrações de células da estirpe de Bradyrhizobium sp. BR 3267 (células/semente), um tratamento sem inoculação e com adição de fertilizante nitrogenado (controle + N) e um controle sem inoculação e sem adição de fertilizante nitrogenado (controle). Foram avaliados o número e a massa seca de nódulos, a massa seca da parte aérea e o acúmulo de N na parte aérea. À medida que houve aumento da concentração de células na semente, elevaram-se os parâmetros da nodulação e fixação do N2. A aplicação da maior taxa de inóculo, que foi de 6,65 x 10(7) células da estirpe BR 3267/semente, promoveu aumento da massa seca da parte aérea por planta correspondente a 27 % da massa seca da parte aérea do tratamento controle e semelhante ao tratamento controle + N. A inoculação a partir da aplicação de 8 x 10(5) células da estirpe BR 3267/semente forneceu maior quantidade de N para as plantas, em relação à dos tratamentos controle e controle + N. A cultivar BRS Pujante foi beneficiada pela FBN quando inoculada com a estirpe BR 3267, proporcionalmente à taxa de inóculo.
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O efeito da compactação do solo sobre o crescimento de plantas é uma informação necessária para orientar o manejo do solo. Embora o intervalo hídrico ótimo (IHO) tenha sistematizado a relação entre compactação e fatores físicos diretamente relacionados com o crescimento de plantas, sua eficiência para prever respostas biológicas, sobretudo a produção de grãos, ainda não foi comprovada. Resultados de pesquisas em nível celular indicam que os níveis de estresses hídricos e mecânicos que ocorrem nas raízes durante o secamento do solo são parcialmente representados pelo IHO. Consequentemente, a previsão de resposta no crescimento e na produção das culturas não se confirma na maioria dos casos. Além do refinamento dos limites do IHO, novos índices precisam ser desenvolvidos, com capacidade de integrar a variação dos fatores físicos do solo ao longo do ciclo de crescimento das plantas, determinados por fatores meteorológicos. Indicadores de frequência, período de ausência e acumulado de estresses hídricos mecânicos foram sugeridos. Sem avanços, a capacidade de previsão do risco de redução na produção das culturas por compactação do solo será pequena e insuficiente para orientar ações de manejo do solo.
Métodos de controle de plantas daninhas e seus impactos na qualidade microbiana de solo sob cafeeiro
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Minas Gerais destaca-se como o Estado que mais produz café no Brasil. Essa cultura é extremamente suscetível à presença de plantas daninhas, que podem ser manejadas por meio de métodos manuais, mecanizados e, ou, químicos, com impacto nos custos da produção e qualidade do solo. Objetivou-se com este trabalho avaliar o efeito exercido por diferentes métodos de controle de plantas daninhas na linha e entrelinha de cafeeiro, sobre a microbiota do solo e seus processos, que destacadamente têm sido utilizados em virtude de sua extrema sensibilidade e baixo custo. Para isto, amostras de solo foram retiradas em abril de 2010, em Latossolo Roxo distrófico da fazenda experimental da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), em São Sebastião do Paraíso, MG, na profundidade de 0-10 cm, no centro da rua (entrelinha) do café, e a 20 cm do caule da planta do café (linha), para determinar os atributos: densidade de bactérias e fungos totais, solubilizadores de fosfato, celulolíticos, amonificantes, bactérias diazotróficas não simbióticas, carbono da biomassa e atividade microbianas, quociente metabólico (qCO2) e atividade enzimática pela hidrólise de diacetato de fluoresceína. O cafeeiro foi submetido a sete métodos de controle de plantas daninhas: roçadora, grade, enxada rotativa, herbicida pós-emergência, herbicida pré-emergência, capina manual e sem capina. Os resultados evidenciaram a complexidade dos efeitos desses diferentes métodos na microbiota do solo e seus processos, com menores impactos para capina manual e enxada rotativa. Os impactos dos métodos roçadora, grade, sem capina e aplicação de herbicidas de pré-emergência foram considerados intermediários, enquanto a aplicação de herbicidas de pós-emergência, na entrelinha do cafeeiro, promoveu os maiores impactos negativos nos atributos avaliados. Esses impactos devem ser considerados quando houver avaliação e escolha do método a ser empregado para o controle de plantas daninhas em cafeeiro.
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O sistema plantio direto (SPD) é uma realidade na região dos Cerrados, mas alguns questionamentos persistem nesse tipo de manejo como o modo de realização da calagem e a dose de nitrogênio (N) a ser adotada em cultura comercial, em relação às culturas precedentes. Desse modo, objetivou-se avaliar modos de aplicar o calcário na implantação do SPD e o efeito de culturas de cobertura precedentes sobre a necessidade de adubação nitrogenada da cultura do milho, durante diferentes anos agrícolas. O delineamento experimental utilizado foi de blocos casualizados, em esquema fatorial 5 x 2 (modos de aplicação do calcário x culturas de cobertura) e posterior divisão em três subparcelas, referentes às doses de N (0, 90 e 180 kg ha-1). Foram avaliados quatro modos de aplicação de calcário: incorporado a 0-0,2 m, em out./2001; dose total em superfície aplicada, em out./2001; aplicação de 1/2 da dose, em out./2001, e 1/2, em ago./2002, na superfície; e aplicação de 1/3 da dose recomendada, em mar./2001, + 1/3, em out./2001, e 1/3, em ago./2002, também em superfície. Além de um tratamento testemunha (sem calcário) e duas culturas de cobertura, crotalária e milheto. Os diferentes modos de calagem não alteraram a produtividade de grãos de milho. O cultivo de milho após crotalária apresentou melhor desempenho e menor demanda de adubação nitrogenada, quando comparado ao cultivado após milheto.
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O resíduo industrial lama de cal, originado da produção de papel kraft branqueada de eucalipto, apresenta em sua composição quantidade considerável de cálcio (Ca), o que pode contribuir para reduzir o consumo de fertilizantes em plantios florestais. Com o objetivo de avaliar o efeito da lama de cal como fonte de Ca e seus efeitos sobre a disponibilidade de nutrientes e produção de matéria seca da parte aérea de plantas de eucalipto, foram conduzidos dois ensaios em vasos, em casa de vegetação, na área de pesquisa da Klabin Florestal do Paraná. Os solos utilizados foram um Neossolo Quartzarênico órtico (RQo) e um Nitossolo Vermelho eutroférrico (NV). Os tratamentos constituíram-se de duas fontes de Ca, calcário dolomítico e lama de cal, e de uma testemunha, sendo identificados como: RQo testemunha, RQo calcário e RQo lama de cal; e NV testemunha, NV calcário e NV lama de cal. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com quatro repetições. Para tanto, plantas de Eucalyptus saligna foram mantidas por 126 dias em vasos. Quantificou-se a produção de matéria seca e realizaram-se as análises de folhas e dos solos, por ocasião da coleta das plantas. Os dados revelaram que tanto a adição de calcário dolomítico quanto a lama de cal promoveram o fornecimento de Ca para as plantas de eucalipto, proporcionando aumentos na produção de matéria seca. Os teores de Ca e Na nas folhas de eucalipto foram acrescidos com a adição do resíduo ao solo, em comparação com o tratamento com calcário dolomítico, enquanto os teores de N, P, K e S foram semelhantes. As plantas cultivadas nos tratamentos RQo testemunha e RQo lama de cal apresentaram teores foliares de Mg abaixo da faixa considerada adequada. A adição de lama no solo elevou o pH e as concentrações de Ca e de Na, reduziu o Al trocável e não influenciou na disponibilidade de Mg, fato que pode proporcionar deficiência de Mg às plantas, em solos com baixos níveis desse nutriente, conforme observado neste estudo.
Resumo:
Os efeitos promovidos pelas plantas de cobertura nos atributos químicos do solo são bastante variáveis, dependendo de fatores como espécie utilizada, manejo dado à biomassa, época de plantio e corte das plantas, tempo de permanência dos resíduos no solo, condições locais e interação entre esses fatores. Este trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar a absorção de nutrientes por cinco plantas de cobertura, que foram utilizadas para produção de grãos, sementes e forragem, em diferentes quantidades de sementes por hectare e pela vegetação espontânea, bem como para o efeito sobre as propriedades químicas de dois Latossolos, cultivadas em rotação com as culturas da soja e do milho. Os experimentos foram instalados em Votuporanga, SP, e Selvíria, MS, em março de 2008, após o preparo convencional do solo. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados com quatro repetições, utilizando as seguintes plantas de cobertura em diferentes quantidades de sementes por hectare que constituíram os tratamentos: sorgo granífero: 6, 7 e 8 kg ha-1; milheto: 10, 15 e 20 kg ha-1; capim-sudão: 12, 15 e 18 kg ha-1; híbrido de sorgo com capim-sudão: 8, 9 e 10 kg ha-1; e Urochloa ruziziensis: 8, 12 e 16 kg ha-1. Também se utilizou um tratamento-controle com vegetação espontânea. Após o manejo das coberturas, no primeiro ano de estudo, foi semeada a soja e, no segundo ano, semeou-se o milho, ambos em sistema de semeadura direta. Avaliaram-se a produtividade de matéria seca das diferentes coberturas, a absorção de nutrientes pelas coberturas e as alterações químicas no solo. Constatou-se que em solos argilosos, com elevado teor de alumínio no solo, como em Selvíria, o capim-sudão, com 18 kg ha-1 de sementes, e o sorgo granífero, com 6 kg ha-1, em associação a calagem, contribuem para redução do teor de alumínio e da acidez potencial e para elevação da saturação por bases. As diferentes quantidades de sementes de cada planta de cobertura não influenciaram a produtividade de matéria seca da mesma planta de cobertura, mas interferiram na absorção de nitrogênio do híbrido de sorgo com capim-sudão, com 10 kg ha-1 de sementes, apresentando menor absorção que com 8 kg ha-1 de sementes, e também no teor de matéria orgânica no solo, com o capim-sudão, com 15 kg ha-1 de sementes, propiciando maior teor que o de 18 kg ha-1 de sementes.
Resumo:
O controle de plantas daninhas em cultivos de cafeeiros tem expressivo efeito na qualidade física do solo, influenciando, entre outros atributos, na sua estabilidade estrutural. Neste trabalho, objetivou-se avaliar o estado de agregação das partículas primárias de um Latossolo Vermelho-Amarelo (LVA) cultivado com cafeeiros, quando submetido a diversos métodos de controle de plantas invasoras. Os métodos de controle de plantas invasoras avaliados foram: manutenção da entrelinha coberta com amendoim-forrageiro (Arachis pintoi L.) e capim-braquiária (Brachiaria decumbens); controle mecânico com grade, roçadora, trincha e capina manual; controle químico com herbicidas de pós e pré-emergência; e ausência de controle, mantendo a entrelinha sem capina. O delineamento experimental foi em blocos casualizados em um fatorial 9 × 2 em parcelas subdivididas, sendo nove métodos de controle e duas profundidades do solo (0-15 e 15-30 cm), com três repetições. Determinaram-se a estabilidade dos agregados em água, expressa pelo diâmetro médio geométrico, o potencial dispersivo da fração argila, estimado pelos teores de argila dispersa em água e do índice de floculação, além dos teores de matéria orgânica do solo. Os atributos avaliados foram influenciados pelos diferentes métodos de controle, contudo essa influência não foi dependente da camada de solo amostrada. A utilização contínua de grade e herbicida de pré-emergência no controle de invasoras na cultura do café diminuiu a agregação das partículas do solo, confirmado pelos menores valores de diâmetro médio geométrico. Os métodos biológicos de controle das invasoras mantiveram melhor estado de agregação das partículas do solo. O estado de agregação das partículas não mostrou-se associado à dispersibilidade da fração argila do solo.
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RESUMO O controle químico de plantas daninhas é um método eficaz utilizado em florestas plantadas e em áreas de restauração florestal, favorecendo o desenvolvimento das mudas florestais e a redução dos custos de intervenção. Entretanto, se essa estratégia não for aplicada de maneira correta, pode-se tornar um potencial causador de impactos negativos aos organismos do solo e aos processos ecológicos que esses participam. Avaliou-se o efeito do uso de herbicidas na biota do solo por meio da amostragem da comunidade da fauna edáfica e testes ecotoxicológicos de reprodução e sobrevivência de Folsomia candida eEnchytraeus crypticus, em área-alvo de restauração florestal recém-implantada. O delineamento experimental adotado foi de blocos casualizados com quatro tratamentos e cinco repetições. Os tratamentos consistiram da aplicação dos herbicidas pós-emergentes mesotrione (0,4 L ha-1), fluazifop-P-butyl (1,0 L ha-1) e nicosulfuron (1,5 L ha-1), aplicados em área total nas parcelas, mais o controle (sem aplicação). Na área de estudo, foram realizadas duas aplicações dos herbicidas com intervalos de seis meses, onde as parcelas foram correspondentes aos tratamentos em ambas as aplicações. Em cada parcela, foram realizadas quatro coletas de solo, sendo a primeira (coleta 1) seis dias antes da segunda aplicação dos herbicidas na área. As demais, após um (coleta 2), oito (coleta 3) e 22 dias (coleta 4) dessa mesma aplicação. A comunidade da fauna do solo foi avaliada por meio do método de funis de Berlese modificado, utilizando-se uma amostra de solo por parcela. Em laboratório, os indivíduos foram contados e identificados em grandes grupos. Os ensaios ecotoxicológicos de sobrevivência e reprodução de F. candida e E. crypticus foram realizados a partir de uma amostra composta de solo por tratamento. Um dia após a aplicação do herbicida mesotrione, verificou-se diminuição da riqueza média nos índices Shannon Weaver e Pielou e na reprodução de E. crypticus. Concluiu-se que a dupla aplicação dos herbicidas fluazifop-P-buthyl e nicosulfuron, nas respectivas doses de 1,0 e 1,5 L ha-1, não promoveu impactos negativos para os invertebrados do solo. Os efeitos negativos apresentados pelo mesotrione, mesmo que temporários, remeteu a uma ponderação sobre o uso desse em áreas de restauração florestal.
Resumo:
O objetivo do presente trabalho foi correlacionar a perda de rendimento das cultivares de feijão Rosinha G2 (tipo II) e Carioca (tipo III) com a porcentagem de área foliar removida em diferentes estádios de desenvolvimento das plantas. Foram avaliados quatro níveis de desfolhamento (0, 33, 67 e 100%), aplicados em cinco estádios de desenvolvimento. A análise dos rendimentos mostrou que os prejuízos foram crescentes à proporção que se elevavam os níveis de desfolhamento, atingindo uma perda média de 59% quando as cultivares foram submetidas a 100% de desfolhamento. Apesar de as respostas às perdas de rendimento terem sido lineares, constatou-se que a redução de 33% da área foliar provocou uma perda média de rendimento de apenas 5,6%. Com relação aos componentes do rendimento, verificou-se que o número de vagens por planta foi o mais prejudicado, registrando-se no nível de 100% de desfolhamento, reduções de 45,1% e 42,0%, nas cultivares Carioca e Rosinha, respectivamente.
Resumo:
O trabalho objetivou determinar o melhor período de ocupação de pastagem de capim- elefante (Pennisetum purpureum Schum. cv. Napier), na produção de leite. Foram testados três períodos de ocupação (1, 3 e 5 dias de pastejo), com 30 dias de descanso. O delineamento experimental usado foi de blocos casualizados, com duas repetições, durante três anos. Foi usada uma taxa de lotação de 4 UA/ha. Durante o período experimental os animais recebiam suplementação concentrada, à base de 2,0 kg/vaca/dia. Foram realizadas estimativas da disponibilidade e qualidade da forragem, da altura das plantas e da cobertura do solo a cada 14 dias, e registradas as produções de leite, diariamente. De acordo com os resultados, a disponibilidade e a qualidade da forragem e a produção de leite não foram influenciados pelos diferentes períodos de ocupação. No período das águas, foram observadas produções de leite de 10,9, 10,8 e 10,8 kg/vaca/dia e 7.848, 7.800 e 7.776 kg/ha, nos tratamentos de 1, 3 e 5 dias de ocupação, respectivamente (P>0,05). As maiores flutuações na produção diária de leite por vaca ocorreram no tratamento com cinco dias de pastejo, explicadas pela redução de forragem em quantidade e qualidade, ao longo do período de ocupação em cada piquete.