1000 resultados para Obesidade Teses
Resumo:
FUNDAMENTO: Obesidade uma doena crnica, multifatorial, associada a aumento do risco cardiovascular, especialmente a insuficincia cardaca diastlica. OBJETIVO: Avaliar a funo diastlica do ventrculo esquerdo em obesos graves em pr-operatrio para cirurgia baritrica, relacionando com os fatores de risco cardiovascular e a estrutura cardaca. MTODOS: Trata-se de um estudo transversal, com 132 pacientes candidatos a cirurgia baritrica, submetidos a avaliao ecocardiogrfica transtorcica e dos fatores de risco cardiovascular, sendo: 97 mulheres (73,5%), idade mdia de 38,5 10,5 anos e IMC de 43,7 7,2 Kg/m. Foram divididos em trs grupos: 61 com funo diastlica normal, 24 com disfuno diastlica leve e 47 com disfuno diastlica moderada/grave, dos quais 41 com disfuno diastlica moderada (padro pseudonormal) e seis com disfuno diastlica grave (padro restritivo). RESULTADOS: Hipertenso arterial sistmica, idade e gnero foram diferentes nos grupos com disfuno diastlica. Os grupos com disfuno tiveram maior dimetro do trio esquerdo, do ventrculo esquerdo, volume do trio esquerdo em quatro e duas cmaras, ndice de volume atrial esquerdo e ndice de massa do ventrculo esquerdo corrigido para a superfcie corprea e para altura. CONCLUSO: A elevada frequncia de disfuno diastlica do ventrculo esquerdo na fase pr-clnica em obesos graves justifica a necessidade de uma avaliao ecocardiogrfica criteriosa, com o objetivo de identificar indivduos de maior risco, para que medidas de interveno precoce sejam adotadas.
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Sndrome metablica tem sido proposta como preditor de risco cardiovascular. No entanto, esta idia no possui forte embasamento cientfico. O presente artigo revisa as evidncias a este respeito, questionando o paradigma vigente do valor prognstico da sndrome metablica.
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FUNDAMENTO: A descoberta da leptina como um estimulador da atividade simptica trouxe uma nova perspectiva para os mecanismos fisiopatolgicos da obesidade-hipertenso. OBJETIVO: Avaliamos a relao entre a atividade simptica aumentada e as concentraes plasmticas de leptina e aldosterona em Hipertensos Resistentes (HR), comparando os grupos com e sem Diabetes Tipo 2 (DT2). MTODOS: Vinte e cinco pacientes HR foram avaliados por eletrocardiografia ambulatorial para anlise da Variabilidade da Frequncia Cardaca (VFC) nos domnios do tempo e frequncia, os quais foram estratificados em dois perodos: 24 horas e perodo Diurno (D), compreendendo as medidas entre 14 e 18h (domnio do tempo) e uma hora s 15h (domnio da frequncia). RESULTADOS: O grupo DT2 (n = 10) apresentou maiores concentraes de aldosterona e leptina que o grupo no DT2 (n = 15) (26,0 11,5 vs. 16,9 7,0 ng/dL - p = 0,021; 81,368.7 47,086.1 vs. 41,228.1 24,523.1 pg/mL - p = 0,048, respectivamente). Houve correlao entre aldosterona e VFC no domnio da frequncia em ambos os grupos. No-DT2 apresentaram a aldosterona correlacionada com D baixa frequncia em unidades normalizadas (BFnu) (r = 0,6 [0,12 - 0,85] p = 0,018) e D alta frequncia em unidades normalizadas (AFnu) (r = -0,6 [-0,85 - -0,12] p = 0,018). No grupo com diabetes, a aldosterona correlacionou-se com DBFnu (r = 0,72 [0,16 - 0,93] p = 0,019) e DAFnu (r = -0,72 [-0,93 - -0,16] p = 0,019). Apesar da importncia da leptina na atividade simptica aumentada na hipertenso, no houve correlao com VFC. CONCLUSO: A aldosterona parece estimular a atividade simptica em HR com ou sem DT2. Essa informao combinada com a eficcia clnica dos bloqueadores de receptor mineralocorticoide em HR pode reforar a aldosterona como alvo teraputico relevantes em HR. (Arq Bras Cardiol. 2012; [online].ahead print, PP.0-0)
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FUNDAMENTO: O processo aterosclertico no nvel endotelial comea em idade precoce e parece estar associado com a obesidade e suas comorbidades como a resistncia insulnica. OBJETIVO: O objetivo deste estudo foi verificar a influncia da resistncia insulnica em marcadores inflamatrios e subclnicos de aterosclerose em adolescentes obesos. MTODOS: Sessenta e seis adolescentes obesos ps-pberes foram divididos em dois grupos de acordo com o ndice de resistncia insulnica estimado pelo Modelo de Avaliao da Homeostase (HOMA-RI): com resistncia insulnica (RI) n = 39 e sem resistncia insulnica (NRI) n = 27, e foram submetidos a uma interveno interdisciplinar ao longo de um ano. A espessura mediointimal da artria cartida comum (EMIC), e o tecido adiposo visceral e subcutneo foram determinados por ultrassonografia. A composio corporal, presso arterial, ndice HOMA-RI, perfil lipdico e as concentraes de adipocinas [leptina, adiponectina, e inibidor do ativador do plasminognio-1 (PAI-1)] foram analisados antes e aps a terapia. RESULTADOS: Ambos os grupos apresentaram melhoras significativas na composio corporal, estado inflamatrio (reduo da concentrao de leptina e PAI 1; aumento de adiponectina plasmtica) e reduo da EMIC. Apenas o grupo NRI mostrou correlao positiva entre as alteraes na gordura visceral (∆Visceral) e mudanas na EMIC (∆ EMIC) (r = 0,42, p < 0,05). A anlise por regresso linear simples revelou o ∆Visceral ser um preditor independente para a reduo da EMIC nesse grupo (R2 ajustado = 0,14, p = 0,04). Os valores finais da EIMC permaneceram significativamente maiores no grupo RI, quando comparado com grupo NRI. CONCLUSO: A presena de resistncia insulnica pode prejudicar mudanas na EMIC levando ao desenvolvimento precoce da aterosclerose em adolescentes obesos submetidos a uma interveno interdisciplinar.
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FUNDAMENTO: As doenas cardiovasculares representam uma das principais causas de morbimortalidade no mundo. No Brasil, constituem a principal causa de bitos. OBJETIVO: Identificar fatores de risco cardiovasculares em pais/cuidadores de crianas cardiopatas, mediante avaliao do estado nutricional, condies de sade e estilo de vida. MTODOS: Estudo transversal, com 150 pais ou cuidadores de crianas cardiopatas que frequentavam um ambulatrio de cardiologia peditrica. Dados de identificao, estilo de vida e condies de sade foram coletados por meio de questionrio estruturado. Para anlise dos hbitos alimentares utilizou-se questionrio de frequncia alimentar, e para avaliao do estado nutricional foram realizadas aferies de peso, estatura e circunferncia da cintura e clculo e classificao do ndice de Massa Corporal (IMC). RESULTADOS: Foram avaliados 155 pais de crianas cardiopatas, predominantemente do sexo feminino, 91,6%; a mdia de idade foi 35,0 10,6 anos. Os fatores de risco observados em maior prevalncia foram sedentarismo (85,2%), obesidade (28%) e hipertenso (22,6%). Em relao aos hbitos alimentares foi identificada elevada frequncia de consumo de carne vermelha, margarina, azeite, acar e baixo consumo de peixes. A comparao entre os gneros apresentou diferena significativa em relao obesidade, detectada pelo IMC, e hipertenso, e ambas foram mais presentes entre mulheres. A medida da circunferncia da cintura tambm evidenciou maior risco cardiovascular nas mulheres. CONCLUSO: Foram identificados fatores de risco para doenas cardiovasculares nos pais/cuidadores avaliados, como excesso de peso, sedentarismo e hipertenso, alm de hbitos alimentares inadequados como elevada frequncia de consumo de gorduras saturadas e colesterol e baixa frequncia de consumo de gorduras insaturadas.
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FUNDAMENTO: Peso ao nascer (PN) um determinante de risco a mdio e longo prazo de fatores de risco cardiovascular. OBJETIVO: Estudar a associao entre peso ao nascer e fatores de risco cardiovascular em adolescentes de Salvador. MTODOS: Estudo de corte transversal com grupos de comparao por PN. Amostra composta de 250 adolescentes, classificados segundo IMC: normal alto (>p50 e <p85), sobrepeso (>p85 e<p95) e obesidade (>p95). As variveis de risco para comparao foram: circunferncia abdominal, presso arterial, perfil lipdico, glicemia, insulina srica, HOMA-RI e sndrome metablica. Peso de nascimento foi informado pelos pais e classificado como baixo peso (PN < 2.500g), peso normal (2.500g<PN<4.000g) e alto peso (PN > 4.000g). RESULTADOS: Cento e cinquenta e trs (61,2%) meninas, idade 13,74 2,03 anos, PN normal 80,8%, baixo PN 8,0% e alto PN 11,2%. Observou-se maior frequncia de obesidade (42,9%, p=0,005), PAS e PAD elevadas (42,9%, p=0,000 e 35,7%, p=0,007, respectivamente) e sndrome metablica (46,4%,p =0,002) no grupo com PN alto em relao ao PN normal. Indivduos de alto PN apresentaram RP para PAS elevada 3,3(I.C. 95%, 1,7-6,4) e para obesidade 2,6 (I.C. 95%, 1,3-5,2) em relao aos com PN normal. A CA foi 83,3 10,1 [p=0,038] nos adolescentes com alto PN. O perfil lipdico no mostrou diferenas estatisticamente significantes. CONCLUSO: Os dados sugerem que obesidade, PAS e PAD elevadas e sndrome metablica na adolescncia tm chance significativa de associar-se a alto peso no nascimento.
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A gordura epicrdica (GE) um depsito de gordura visceral, localizado entre o corao e o pericrdio, que compartilha muitas das propriedades fisiopatolgicas dos demais depsitos de gordura visceral, mas com potenciais efeitos locais diretos no processo inflamatrio e aterosclertico coronariano. Ecocardiografia, tomografia computadorizada e ressonncia magntica tm sido utilizadas para avaliar a GE, mas variaes entre as metodologias limitam a comparabilidade entre elas. Realizamos uma reviso sistemtica da literatura e encontramos associaes de GE com sndrome metablica e doena arterial coronariana. A quantificao dessas associaes limitada pela grande heterogeneidade dos mtodos utilizados e das populaes estudadas, sendo a maior parte dos sujeitos com alto risco para doena cardiovascular. A GE tambm est associada com outros fatores conhecidos, tais como, obesidade, diabetes mellitus, idade e hipertenso, o que dificulta interpretar seu papel independente como marcador de risco. Baseado nesses dados, conclumos que a GE um depsito de gordura visceral com potencial implicao na doena arterial coronariana. Descrevemos os valores de referncia da GE nos diferentes mtodos de imagem, ainda que os mesmos no estejam validados para emprego clnico. Ainda necessrio melhor definir os valores de referncia normais e o risco associado GE, para ento definir sua utilidade na avaliao de risco cardiovascular e metablico em relao aos outros critrios atualmente empregados.
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FUNDAMENTO: A obesidade tem sido identificada como importante fator de risco no desenvolvimento de doenas cardiovasculares, porm outros fatores exercem influncia, combinados ou no obesidade, e devem ser considerados na estratificao de risco cardiovascular em pediatria. OBJETIVO: Analisar a associao entre medidas antropomtricas e fatores de risco cardiovascular, investigar os determinantes para as mudanas da presso arterial (PA) e propor uma equao de predio para circunferncia de cintura (CC) em crianas e adolescentes. MTODOS: Foram avaliadas 1.950 crianas e adolescentes, com idade entre 7-18 anos. Foi investigada a gordura visceral pela CC e a relao cintura-quadril, PA e ndice de massa corporal (IMC). Em uma subamostra selecionada aleatoriamente desses voluntrios (n = 578), foram medidos o colesterol total, a glicemia e os triglicerdeos. RESULTADOS: A CC se correlacionou positivamente com o IMC (r = 0,85; p < 0,001) e a PA (PAS r = 0,45 e PAD = 0,37; p < 0,001). A glicemia e os triglicerdeos apresentaram correlao fraca com a CC (r = 0,110; p = 0,008 e r = 0,201; p < 0,001, respectivamente). O colesterol total no se correlacionou com nenhuma varivel. Idade, IMC e CC foram preditores significativos nos modelos de regresso para PA (p < 0,001). Prope-se uma equao de predio da CC para crianas e adolescentes: meninos: y = 17,243 + 0,316 (altura em cm); meninas: y = 25,197 + 0,256 (altura em cm). CONCLUSO: A CC est associada com fatores de risco cardiovascular e apresenta-se como fator preditor de risco para hipertenso em crianas e adolescentes. A equao de predio para CC proposta em nosso estudo deve ser testada em futuros trabalhos.
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FUNDAMENTO: A maioria dos estudos relatando o paradoxo da obesidade utiliza ndice de massa corporal (IMC) para classificar obesidade. Dados avaliando o valor prognstico de outras medidas indiretas de composio corporal so pouco explorados na insuficincia cardaca (IC). OBJETIVO: Avaliar a associao entre IMC e outras medidas de composio corporal indiretas com risco de morte por todas as causas na IC. MTODOS: Parmetros antropomtricos de composio corporal foram avaliados em 344 pacientes ambulatoriais com frao de ejeo do ventrculo esquerdo (FEVE) < 50%, de uma coorte prospectiva seguida durante 30 8,2 meses. A sobrevida foi avaliada por curvas de Kaplan-Meier e anlise de regresso de risco proporcional de Cox. RESULTADOS: Os pacientes eram predominantemente do sexo masculino, de etiologia no-isqumica e com disfuno sistlica do VE moderada a grave (FEVE mdia de 32 9%). Prega cutnea tricipital (PCT) foi o nico parmetro antropomtrico associado com prognstico, com valores significativamente menores nos pacientes que morreram (p = 0,047). Uma PCT > 20 mm estava presente em 9% dos pacientes que morreram e em 22% dos vivos (p = 0,027). Na anlise univariada, creatinina srica, FEVE e classe funcional foram associadas ao risco de morte. Na regresso de Cox, PCT > 20 mm foi o preditor independente mais forte de mortalidade por qualquer causa (hazard ratio: 0,36; IC 95%: 0,13-0,97; p = 0,03). CONCLUSO: Embora IMC seja o parmetro antropomtrico mais utilizado na prtica clnica, nossos resultados sugerem que PCT pode ser um melhor preditor de mortalidade em pacientes ambulatoriais com IC.
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Fundamento: O impacto pressão arterial (PA) na adolescência sobre outros fatores de risco cardiovascular em adultos jovens é importante para a prevenção primária. Objetivo: Avaliar a PA, índices antropométricos, perfil metabólico e inflamatório de jovens estratificados pelo comportamento da sua PA obtida há 18 anos. Métodos: Avaliaram-se 116 indivíduos, sendo 63 homes, pertencentes ao estudo do Rio de Janeiro (seguimento 17,76 ± 1,63 anos) em dois momentos: A1 (12,40 ± 1,49 anos) e A2 (30,09 ± 2,01 anos). Os 116 indivíduos foram divididos em dois grupos: GN (n = 71), PA normal em A1; e GH (n = 45): PA anormal em A1. A PA, o peso, a altura e o índice de massa corporal (IMC) foram obtidos em A1 e A2. Em A2, acrescentaram-se a circunferência abdominal (CA) e variáveis laboratoriais, metabólicas e inflamatórias. Resultados: 1) Os grupos não diferiram quanto à idade e sexo; 2) Em A2, GH apresentou maiores médias de peso, IMC, PA, insulina, HOMA-IR (p < 0,001), leptina (p < 0,02), Apolipoproteína B100 e A1 (p < 0,02), relação Apolipoproteína B100 / Apolipoproteína A1 (p < 0,010), maiores prevalências de sobrepeso/obesidade (p < 0,001), da CA aumentada (p < 0,001) e de hipertensão arterial (p < 0,02); 3) Não houve diferença entre os grupos para as variáveis inflamatórias; 4) Houve correlação positiva da PA em A1 com a PA, o IMC, e com a insulina, a leptina e o HOMA-IR em A2 (p < 0,05). Conclusões: A PA na adolescência se associou a maiores valores de PA, variáveis antropométricas e metabólicas na fase adulta jovem, mas não a variáveis inflamatórias.
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Fundamentos: O implante por cateter de bioprótese valvar aórtica (TAVI) consolidou-se como alternativa para o tratamento de pacientes com estenose aórtica importante de alto risco cirúrgico. Contudo, há poucos dados na literatura com respeito à obstrução coronária que, apesar de rara, trata-se de grave complicação do TAVI. Objetivo: Avaliar, no contexto brasileiro, a presença dessa importante complicação. Métodos: Foram avaliados todos os casos de obstrução coronária incluídos no Registro Brasileiro de TAVI. Foram coletados dados clínicos, do procedimento, do manejo e de evolução intra-hospitalar. Resultados: Entre 418 pacientes consecutivos do registro, ocorreram três casos de obstrução coronária (incidência de 0,72%). Em sua totalidade, os pacientes eram do sexo feminino, sem cirurgia de revascularização miocárdica (CRM) prévia, com idade média de 85 ± 3 anos, EuroSCORE logístico de 15 ± 6% e STS de 9 ± 4%. Todos os casos foram realizados com a válvula balão-expansível Sapien XT. Em um dos pacientes, com dados de tomografia computadorizada pré-procedimento, verificaram-se origem das artérias coronárias baixa e seio de Valsalva estreito. Todos os pacientes apresentaram-se clinicamente com hipotensão importante e mantida, imediatamente após o implante da válvula, e, apesar de angioplastia com implante de stent, todos os pacientes foram a óbito, sendo dois periprocedimento e um durante hospitalização. Conclusão: A obstrução coronária como complicação do TAVI, apesar de rara, é potencialmente fatal, podendo ocorrer mais frequentemente em mulheres e com as próteses expansíveis por balão. Fatores anatômicos podem estar relacionados com sua ocorrência, ressaltando-se a importância de boa avaliação pré-procedimento no sentido de evitar essa grave complicação.
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Fundamento: A Síndrome Metabólica (SM) é uma agregação de fatores de risco que aumenta a incidência de eventos cardiovasculares e Diabete Melito (DM). O envelhecimento da população vem acompanhado de maior prevalência de SM, que varia dependendo da população estudada e do critério diagnóstico utilizado. Objetivo: Determinar a prevalência de SM em idosos por quatro critérios diagnósticos e a concordância entre esses. Métodos: Estudo transversal realizado em 243 indivíduos acima de 60 anos (180 mulheres) em Niterói (RJ). Foram avaliados através de exame clínico glicemia jejum, insulinemia jejum, perfil lipídico e medidas antropométricas - peso, estatura, circunferência abdominal e relação cintura/quadril. A prevalência de SM foi estimada utilizando critérios diagnósticos da Organização Mundial da Saúde (OMS) modificado, National Cholesterol Education Program - Adult Treatment Panel III (NCEP-ATPIII), International Diabetes Federation (IDF) e Joint Interim Statement (JIS). Resultados: A prevalência foi elevada pelos quatro critérios, OMS (51,9%), NCEP-ATPIII (45,2%), IDF (64,1%) e JIS (69,1%), e a concordância entre os critérios diagnósticos pelo índice kappa foi moderada em quase todas as comparações OMS vs. IDF (k = 0,47; intervalo de confiança (IC) 95%, 0,35 - 0,58); OMS vs. NCEP-ATPIII (k = 0,51; IC 95%, 0,40 - 0,61); OMS vs. JIS (k = 0,45; IC 95%, 0,33 - 0,56); IDF vs. NCEP-ATPIII (k = 0,55, IC 95%, 0,45 - 0,65) e NCEP-ATPIII vs. JIS (k = 0,53; IC 95%, 0,43 - 0,64), exceto entre IDF vs. JIS (K= 0,89; IC 95%, 0,83 - 0,95), considerada boa. Conclusão: A prevalência de SM foi elevada pelos quatro critérios diagnósticos, principalmente pelo JIS. Houve uma boa concordância entre os critérios JIS e IDF e moderada entre os outros.
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Fundamento: Estima-se que a prevalência de hipertensão em crianças e adolescentes varie entre 1-13%. O excesso de peso e a obesidade central estão relacionados aos níveis pressóricos em adultos e podem ser importantes na patogênese precoce da HAS quando presentes na infância. Objetivos: Identificar a associação entre variáveis antropométricas e níveis pressóricos em escolares de 5.ª a 8.ª séries e avaliar qual medida obteve maior correlação com a medida dos níveis pressóricos. Métodos: Estudo transversal contemporâneo com amostra de base populacional probabilística por conglomerados em escolas públicas do ensino fundamental de Porto Alegre, de alunos matriculados entre a 5.ª e a 8.ª série. Foram coletados dados sobre fatores de risco familiares e antropometria. A análise estatística incluiu correlações e ajuste dos intervalos de confiança para conglomerados. Resultados: A média de idade dos participantes foi de 12,57 (± 1,64) anos, dos quais 55,2% eram do sexo feminino. Encontraram-se 11,3% da amostra com níveis pressóricos alterados e 16,2% com valores limítrofes. Das variáveis antropométricas analisadas, a que demonstrou maior correlação com valores pressóricos aumentados foi o diâmetro do quadril (r = 0,462, p < 0,001) seguido de circunferência abdominal menor (r = 0,404, p < 0,001) e prega cutânea abdominal (r = 0,291, p < 0,001). Conclusão: Foi observada associação entre as circunferências da cintura e dobras cutâneas e níveis pressóricos aumentados nos escolares da amostra. Portanto, é de fundamental importância que a aferição da pressão arterial e as medidas de cintura e quadril sejam rotina nos serviços de saúde de forma precoce a fim de prevenir essa condição patológica.
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Fundamentos: Há uma carência de dados epidemiológicos sobre o perfil de risco cardiovascular nos pacientes renais crônicos em hemodiálise no Brasil. Objetivo: O estudo CORDIAL foi planejado para avaliar fatores de risco cardiovascular e acompanhar a evolução de uma população em programa de hemodiálise numa cidade metropolitana do Brasil. Métodos: Todos os pacientes em hemodiálise por doença renal crônica nos quinze centros de nefrologia de Porto Alegre foram considerados para inclusão na fase inicial do estudo CORDIAL. Dados clínicos, laboratoriais e demográficos foram obtidos nos registros médicos, e em entrevistas individuais estruturadas realizadas com todos os pacientes por pesquisadores treinados. Resultados: Foram incluídos 1215 pacientes (97,3% de todos os que estavam em hemodiálise na cidade de Porto Alegre). A média de idade era 58,3 anos, 59,5% eram homens e 62,8% eram brancos. A prevalência de fatores de risco cardiovascular encontrada foi 87,5% para hipertensão, 84,7% para dislipidemia, 73,1% para sedentarismo, 53,7% para tabagismo e 35,8% para diabetes. Em uma análise multivariada ajustada, sedentarismo (p = 0,032; RP 1,08 - IC95%: 1,01-1,15), dislipidemia (p = 0,019; RP 1,08 - IC95%: 1,01-1,14), e obesidade (p < 0,001; RP 1,96 - IC95%: 1,45-2,63) foram mais frequentes em mulheres; e hipertensão (p = 0,018; PR 1,06 - IC95%: 1,01-1,11) e tabagismo (p = 0,006; RP 2,7 - IC95%: 1,79-4,17) foram mais frequentes naqueles com menos de 65 anos. Sedentarismo apresentou uma associação independente com tempo em diálise inferior a 12 meses (p < 0,001; RP 1,23 - IC95%: 1,14-1,33). Conclusão: Pacientes em hemodiálise nesta metrópole do sul do Brasil apresentaram uma prevalência elevada de fatores de risco cardiovascular similar a diversos países do hemisfério norte.