999 resultados para Biodiversidade - Mata atlântica
Resumo:
O aporte de serrapilheira em sistemas agroflorestais pode melhorar as características químicas e físicas do solo, diminuir a erosão e permitir a manutenção da umidade no solo por mais tempo. Isso faz dele um sistema alternativo de produção de café em regiões com solos propensos à degradação. Este trabalho teve como objetivo realizar uma análise comparativa da quantidade e teor de nutrientes da serrapilheira e das características de fertilidade e do teor de umidade dos solos, em cafeeiros cultivados sob sistemas agroflorestal e solteiro. A pesquisa foi realizada na Zona da Mata mineira, durante o período compreendido entre janeiro de 1999 e maio de 2000. O sistema agroflorestal contribuiu com 6,1 Mg ha-1 ano-1 de matéria seca de serrapilheira, no entanto o solteiro aportou 4,5 Mg ha-1 ano-1, ressaltando-se que esta última apresentou teor mais elevado de macronutrientes. O solo do sistema agroflorestal exibiu maior teor de umidade de 20-40 cm, maior capacidade de troca de cátions e soma de bases trocáveis, maior teor de K, Ca, Mg, Cu e Zn em ambos os horizontes do solo e menor índice de saturação de alumínio e alumínio trocável na camada mais profunda do que o solo sob a monocultura. No cultivo solteiro, o solo apresentou maior teor de P e de matéria orgânica, tanto na camada superficial quanto na profunda.
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Realizou-se o estudo das variações estruturais do componente arbustivo- arbóreo em dois estádios sucessionais - inicial e madura - de Floresta Estacional Semidecidual, na Reserva Florestal Mata do Paraíso, em Viçosa, MG, Brasil. A Reserva Florestal está situada nas coordenadas 20º45'S e 42º55'W e a uma altitude média de 689 m. O clima da região é classificado como Cwb pelo sistema de Köppen. As espécies arbustivo-arbóreas foram amostradas dentro de 20 parcelas de 10 x 30 m, sendo 10 parcelas em cada estádio sucessional, sendo considerados apenas os indivíduos com diâmetro a 1,30 m do solo (DAP) > 4,8 cm. Na floresta inicial foram amostrados 399 indivíduos, distribuídos em 27 famílias e 55 espécies. As espécies com maior valor de importância (VI) foram Piptadenia gonoacantha, Vernonanthura diffusa, Miconia cinnamomifolia, Piptocarpha macropoda e Luehea grandiflora. O índice de diversidade de Shannon (H') foi de 3,31 nat.ind.-1 e a equabilidade de Pielou (J'), igual a 0,83. No estádio floresta madura foram amostrados 623 indivíduos, distribuídos em 31 famílias e 78 espécies. As espécies com maior valor de importância (VI) foram Euterpe edulis, Piptadenia gonoacantha, Nectandra lanceolata, Myrcia sphaerocarpa e Guapira opposita. O índice de diversidade de Shannon (H') foi de 3,46 nat.ind.-1 e a equabilidade de Pielou (J'), igual a 0,79. As distribuições diamétricas das quatro espécies mais abundantes em cada estádio sucessional apresentaram padrões distintos, aparentemente relacionados ao estádio sucessional.
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Este estudo teve como objetivo analisar as alterações nas estruturas horizontal, diamétrica e interna em áreas de planos de manejo florestal exploradas convencionalmente. Utilizaram-se indicadores e verificadores, tendo como testemunha a área de reserva legal. Decorrido o tempo de exploração florestal de cada Plano de Manejo Florestal (PMF) e comparando as áreas de manejo florestal e áreas de reserva legal, com relação a alterações na estrutura horizontal dos PMFs, o verificador densidade absoluta indicou que as áreas de manejo florestal foram iguais estatisticamente (P>0,05) às áreas de reserva legal nos PMF28, PMF29 e PMF30 e diferentes (P<0,05) no PMF16. Os verificadores dominância absoluta e volume total com casca indicaram que os estoques de área basal e volume total das áreas de manejo florestal foram iguais estatisticamente (P>0,05) às áreas de reserva legal nos PMF28, PMF30 e PMF16 e diferentes (P<0,05) no PMF29. Com relação a alterações na estrutura diamétrica dos PMFs, os verificadores distribuição da densidade absoluta, área basal e volume total com casca, por hectare e por classe diamétrica, indicaram que as áreas de manejo florestal foram iguais estatisticamente (P>0,05) às áreas de reserva legal nos PMF28, PMF29 e PMF30 e diferentes (P<0,05) no PMF16. Com relação às alterações na estrutura interna dos PMFs, o verificador infestação de cipós indicou que as áreas de manejo florestal apresentaram infestação de cipós igual estatisticamente (P>0,05) às áreas de reserva legal nos PMF29, PMF30 e PMF16 e diferente (P<0,05) no PMF28. O verificador qualidade de fuste mostrou que as áreas de manejo florestal possuem qualidade de fuste igual estatisticamente (P>0,05) às áreas de reserva legal em todos os PMFs.
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Dois trechos de floresta em distintos estádios sucessionais (floresta inicial e floresta madura) foram avaliados quanto à produção de serapilheira durante o período compreendido entre novembro/2003 e outubro/2004. Os objetivos foram estimar a produção anual de serapilheira, verificar a variação temporal de deposição da serapilheira e investigar a existência de correlações entre a estrutura da vegetação e a produção de serapilheira. O estudo foi realizado na Reserva Mata do Paraíso, em Viçosa, MG, onde foram instalados 20 coletores de 1 mº, colocados a 20 cm acima da superfície do solo. Os coletores foram distribuídos no centro de parcelas de formato retangular, medindo 10 x 30 m cada um, e cada trecho de floresta recebeu 10 coletores. A serapilheira coletada mensalmente foi separada nas frações folhas, ramos, flores e frutos/sementes. A produção anual de serapilheira foi estimada em 6.310 kg.ha-1 na floresta inicial e 8.819 kg.ha-1 na floresta madura. A fração predominante foi a foliar (64,6% e 55,9%), seguida das frações ramos (31,2% e 36,4%), frutos e sementes (3,2% e 6,2%) e flores (1,0% e 1,5%), nas florestas inicial e madura, respectivamente. A produção de serapilheira total foi contínua ao longo do período analisado, apresentando modelo sazonal, com os maiores valores no período da primavera. Na fração foliar, o pico de produção foi verificado em setembro, no final da estação seca. A produção de serapilheira esteve mais relacionada à densidade de indivíduos nas parcelas e à sua biomassa do que à presença de espécies pioneiras nos ambientes estudados.
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A espécie Tabebuia chrysotricha ocorre desde o Nordeste até o Sul do Brasil, na floresta pluvial atlântica e em áreas de mata de galeria na região do Cerrado, sendo disseminada pelo Brasil através de sua utilização na arborização pública. Sua madeira é resistente, usada na construção civil, também produzindo matéria corante para tingir seda e algodão. Com os objetivos de caracterizar morfologicamente e analisar a viabilidade e vigor das sementes, quando colhidas em áreas de Cerrado, elas foram medidas e colocadas para germinar recém-colhidas e 30, 60 e 90 dias após o armazenamento em laboratório e em campo, sendo também submetidas ao teste do tetrazólio. As sementes mediram, em média, 27,8 x 7,2 x 0,3 mm (com alas) e 6,4 x 4,7 x 0,3 mm (sem alas), e seu peso médio foi de 0,40 g (com alas) e 0,31 g (sem alas). As sementes apresentaram maior porcentagem de germinação acumulada (66%) com 30 dias de armazenamento e maior estimativa de germinação a campo, quando semeadas na superfície e recém-colhidas. A viabilidade, medida através do teste de tetrazólio, apresentou resultados similares aos obtidos através do teste de germinação em laboratório, indicando ser este adequado para medir a viabilidade dessa espécie.
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O objetivo deste trabalho foi avaliar a estrutura diamétrica arbórea de um remanescente de Floresta Atlântica Submontana no Município de Silva Jardim, RJ. Foram utilizadas 20 parcelas de 100 x 5 m, em que todas as árvores com DAP > 5 cm foram amostradas. A estrutura diamétrica foi analisada em toda a comunidade e nas principais populações (determinadas segundo o VI), a partir de histogramas com intervalos de classes definidos pela fórmula de Spiegel. A análise também considerou os grupos sucessionais das espécies (pioneiras: PI; secundárias iniciais: SI; e secundárias tardias: ST). As curvas (J-reverso) e valores do quociente "q" indicaram ausência de problemas de regeneração das principais populações, a maioria de espécies SI. Entretanto, foi observada tendência de saída de algumas das principais populações de ST (ex. Plathymenia foliolosa e Euterpe edulis), paralelamente à entrada de outras SI. Os resultados complementam as análises florísticas desenvolvidas anteriormente no remanescente, o que indica que a estrutura diamétrica também foi alterada pela fragmentação e pelas perturbações antrópicas pretéritas. Ações coibindo novas perturbações e o enriquecimento através do plantio de mudas das espécies mais afetadas são urgentes, visando à recuperação da qualidade ambiental desse remanescente.
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Dois trechos de Floresta Estacional Semidecodual, em distintos estádios sucessionais (inicial e maduro), da região de Viçosa, MG, foram estudados com o objetivo de quantificar a produção anual e o conteúdo de N, P, K, Ca e Mg da serapilheira, bem como caracterizar a dinâmica de decomposição e liberação dos nutrientes desse compartimento e a eficiência anual de utilização dos nutrientes. A queda anual de serapilheira foi de 6.310 kg.ha-1 no trecho de floresta em seu estádio inicial e de 8.819 kg.ha-1 no de floresta madura. O conteúdo de nutrientes foi de 137 e 180 kg.ha-1 de N, 5 e 8 kg.ha-1 de P; 17 e 45 kg.ha-1 de K; 89 e 179 kg.ha-1 de Ca; e 21 e 26 kg.ha-1 de Mg, nos trechos de floresta nos estádios inicial e maduro, respectivamente. A quantidade média de serapilheira acumulada sobre o solo totalizou 4.647 kg.ha-1 no trecho de floresta inicial e 7.006 kg.ha-1 na floresta madura. A estimativa média da taxa instantânea de decomposição (K) foi de 1,36 no trecho de floresta inicial e de 1,26 na floresta madura, sendo o tempo médio de renovação da serapilheira de 270 e 288 dias, respectivamente. A menor produção de serapilheira na floresta inicial reflete, em parte, a estrutura menos desenvolvida desse trecho de floresta em estádio inicial de sucessão, com produção de serapilheira de qualidade inferior à da floresta madura, no entanto com renovação mais rápida e utilização mais eficiente dos nutrientes.
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As áreas degradadas demandam prioridade nas ações de revegetação, e os estudos ainda são escassos ou insuficientes para orientar, de forma efetiva, as práticas de recuperação. Os objetivos foram verificar o crescimento, desenvolvimento e capacidade de sobrevivência de indivíduos das espécies implantadas na área de preservação permanente no entorno do reservatório da Fazenda Mandaguari, em Indianópolis, Minas Gerais, como subsídio para programas de recuperação de ambientes em condições similares. Espécies observadas em fragmentos de vegetação natural nas áreas da fazenda foram a base para a seleção e produção das mudas utilizadas na revegetação. A revegetação foi realizada entre 2005 e 2006 em uma área de 2,34 ha, na qual foram alocadas 26 parcelas, medindo 21 x 21 m (441 m²). A distribuição das parcelas e dos indivíduos das espécies por parcela foi aleatória, com algumas restrições na casualização para alocar espécies indiferentes ou, mesmo, resistentes ao alagamento próximas à margem da represa. As parcelas diferenciaram-se entre si pela composição percentual dos grupos ecológicos (fase sucessional) e pelo espaçamento (3 x 3 m e 3 x 6 m). Guazuma ulmifolia e Aegiphila lhotzkiana, apesar de suas taxas de mortalidade relativamente altas, 50 e 28,6%, respectivamente, agregaram características importantes de desenvolvimento que são a capacidade de cobertura (incrementos anuais em altura de 160 e 155 cm, respectivamente) e estabelecimento (incrementos anuais em diâmetro de 40,6 e 36,3 mm, respectivamente). Portanto, foram qualificadas como edificantes do processo de regeneração. Chorisia speciosa, apesar do pouco destaque no incremento em altura (71 cm), investiu mais no crescimento diamétrico (31,4 mm), característica fundamental para o estabelecimento da espécie.
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Os fragmentos florestais são considerados os únicos redutos detentores de biodiversidade do planeta. Conhecer os processos que decorrem após a fragmentação, a exemplo da estrutura arbórea ocorrente na borda, é de fundamental importância para se proporem medidas conservacionistas. Os objetivos deste trabalho, desenvolvido em uma área de 83,8 ha, localizada no Município de Nazaré da Mata, PE, foram efetuar o levantamento fitossociológico de espécies arbóreas adultas sob efeito de borda e verificar a similaridade florística entre as parcelas. A área amostral foi de 10.000 m², equivalentes à implantação de 10 transectos de 10 x 100 m perpendiculares à borda, distribuídos de forma sistemática. Foram amostrados, etiquetados e identificados todos os indivíduos arbóreos com CAP e" 15 cm. Posteriormente, realizaram-se os cálculos dos parâmetros fitossociológicos e da similaridade florística. Neste estudo, amostraram-se 1.238 indivíduos, pertencentes a 72 táxons, distribuídos em 26 famílias botânicas. As espécies Campomanesia xanthocarpa, Zanthoxylum rhoifolium e Anadenanthera colubrina apresentaram o maior valor de importância, pois, teoricamente, conseguiram explorar melhor o recurso proporcionado pelo hábitat.
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Em um fragmento urbano de Floresta Ombrófila Densa Montana no Estado do Espírito Santo (Sudeste do Brasil), foram avaliados o padrão de frugivoria e as proporções de remoção, predação e armazenamento de frutos por Guerlinguetus ingrami, em relação a cinco espécies de palmeira (Syagrus pseudococos, S. ruschiana, Bactris setosa, Polyandrococos caudescens e Euterpe edulis). As espécies de Arecaceae enquadram-se na síndrome associada à dispersão por G. ingrami, na qual as espécies de plantas apresentam alta produção, grandes frutos com poucas sementes envolvidas por endocarpos resistentes e que não são usadas por outros predadores de sementes arborícolas. Os resultados apontaram que existem diferenças no padrão de frugivoria da espécie G. ingrami quando comparadas com as de espécies com a mesma síndrome; aquelas que possuem frutos maiores apresentaram maior taxa de remoção e de armazenamento de seus diásporos. E, devido à especificidade exibida por G. ingrami na atividade de dispersão de sementes, este roedor deverá atuar apenas em trocas compensatórias específicas em pequenos fragmentos defaunados. Portanto, a seletividade de G. ingrami poderia indicar que o seu papel como dispersor em pequenos fragmentos estaria restrito em função da maior probabilidade de mortalidade associada às plantas preferencialmente dispersas por essa espécie, e sua atuação como predador de sementes deve ser quantificada para que os seus efeitos, em pequenos fragmentos, sejam mais bem compreendidos.
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A família Orchidaceae é uma das maiores entre as plantas com flores e apresenta grande importância do ponto de vista da conservação. Apesar disso, não existe nenhum trabalho sobre as orquídeas de Mato Grosso do Sul. Nesse sentido, o objetivo desta pesquisa foi realizar o levantamento das espécies de Orchidaceae e de aspectos de sua ecologia na Mata Ciliar de um fragmento de Floresta Estacional Semidecidual, às margens do rio Dourados (Dourados, MS). O levantamento foi realizado em sistema de varredura, sendo, nas epífitas, avaliadas as disposições vertical e horizontal sobre os forófitos. Para caracterização do microclima foram utilizados termo-higrômetro e luxímetro. Identificaram-se 17 espécies, pertencentes a 13 gêneros. Dos gêneros levantados, os de maior abundância foram: Acianthera, Macradenia e Capanemia. Relacionaram-se, ainda, as disposições vertical e horizontal das Orchidaceae com os gradientes inversos de disponibilidades hídrica e luminosa. Algumas espécies mostraram-se sensíveis à categorização em níveis de altura, enquanto outras pareciam ocorrer com frequência similar ao longo de todo o forófito. Em relação à orientação cardeal, a aparente resposta preferencial pelas faces sul e leste foi associada à insuficiência amostral e à menor disponibilidade hídrica que poderia ocorrer em razão de a face norte estar oposta ao espelho d'água.
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Este estudo, realizado na Mata de Galeria do córrego Bacaba (14º41'S e 52º20'W), em Nova Xavantina, MT, avaliou as mudanças na estrutura da vegetação no período de 1999 a 2006. Em 1999, foram demarcadas 141 parcelas permanentes em três porções da mata (alto, meio e baixo), em um gradiente topográfico, e medidos os indivíduos com CAP ≥ 15 cm. No inventário de 2006, os indivíduos foram remedidos e os recrutas, computados. Em 2006, amostraram-se 135 espécies, 113 gêneros e 49 famílias. A posição hierárquica das espécies apresentou mudanças expressivas em relação a 1999. Na porção do alto, as espécies com maior valor de importância (VI) foram: Astrocaryum vulgare, Diospyros guianensis e Calophyllum brasiliense. Essa porção pode ter sido a mais afetada pelo fogo que atingiu a área em 2001, visto que uma espécie típica de ambientes antropizados passou a ocupar a primeira posição de VI. No meio, as espécies mais importantes em 2006 foram: Aspidosperma subincanum, Tetragastris altissima e Hymenaea courbaril. No baixo, apenas Mauritia flexuosa manteve a mesma posição do inventário anterior, e a maior alteração hierárquica foi apresentada pelas espécies pioneiras, sugerindo um fechamento da vegetação. Entre as 10 espécies de maior VI em 2006, nenhuma foi comum às três porções da mata. Características estruturais distintas da vegetação entre áreas geograficamente tão próximas podem estar relacionadas à heterogeneidade do ambiente. As mudanças no VI registradas nas espécies das três porções de mata reforçam a ideia de que esta apresenta elevada dinâmica.
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Este trabalho teve como objetivo verificar a correlação entre a distribuição de espécies arbóreas ciliares do rio Gualaxo do Norte (S20°16'31,9" W43°26'15,3" e S20°16'30,6" W43°26'07,3") com fatores edáficos, assim como se existem espécies de ocorrência restrita à área de depleção ciliar que possam ser indicadas para recuperação de matas ciliares. As parcelas foram alocadas em 1 ha dividido em três blocos com declividades distintas. Todos os indivíduos com circunferência do tronco a 1,30 m do solo igual ou superior a 15 cm foram registrados e identificados. Foram coletadas cinco amostras simples de solo em cada parcela para análises químicas de fertilidade. A ordenação dos dados de solo e vegetação foi realizada pela análise de correspondência canônica (CCA), que indicou que variações na fertilidade, na acidez do solo e na altitude estavam influenciando a distribuição da vegetação arbórea ao longo do gradiente topográfico. Albizia hassleri, Bathysa meridionalis, Cariniana estrelensis, Casearia gossypiosperma, Casearia sp., Cecropia hololeuca, Himatanthus lancifolius, Luehea grandiflora, Picramnia sp., Platypodium elegans, Pseudopiptadenia contorta, Tibouchina candoleana e Virola oleifera são espécies adaptadas a condições edáficas com elevada acidez e fertilidade muito baixa, apresentando potencial para utilização em projetos de recuperação de áreas degradadas, principalmente de encostas e topo de morros. Já Casearia sylvestris, Dalbergia villosa, Dendropanax cuneatus, Machaerium aculeatum, Machaerium stiptatum, Ocotea odorifera, Ocotea pulchella, Rollinea longifolia, Schinus terebinthifolius, Tibouchina granulosa, Vernonia piptocarphoides e Vismia sp. estavam correlacionadas com solos menos ácidos, mais férteis e mais próximos ao rio, apresentando potencial para a restauração florestal em áreas ciliares.
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O objetivo deste trabalho foi estimar o estoque e o crescimento em volume (V), biomassa (B), carbono (C) e dióxido de carbono (CO2) em Floresta Estacional Semidecidual no Vale do Rio Doce, em Minas Gerais. Foram utilizados dados de inventários do estrato arbóreo (DAP > 5,0 cm), cujas parcelas permanentes foram medidas em 2002 e 2007, em estágios médio (Mata 1) e avançado (Mata 2) de regeneração da vegetação secundária. Com base no inventário de 2002, foram selecionadas espécies que apresentavam maiores percentuais em volume e no mínimo cinco indivíduos para determinar as densidades básicas da madeira e da casca. A média da densidade básica da madeira foi de 0,65 g.cm-3 e da casca, igual a 0,49 g.cm-3. Os estoques e os crescimentos em V, B, C e CO2 foram estimados nos dois estágios, Mata 1 e Mata 2. Pelo fato de as matas se encontrarem em estágios médio e avançado de regeneração, respectivamente, elas apresentavam estruturas, estoques e crescimentos distintos.
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A consorciação entre árvores e culturas agrícolas de ciclo curto pode ser importante alternativa para promover a restauração florestal em pequenas propriedades rurais. Este estudo teve como objetivo avaliar o consórcio entre mudas de espécies arbóreas nativas e mandioca (Manihot sculenta Crantz) plantada nas entrelinhas do reflorestamento em área ripária no Oeste do Estado de São Paulo. Para tanto, utilizou-se o delineamento em blocos ao acaso, para comparar reflorestamento convencional com a floresta consorciada com a cultura agrícola. Foram avaliadas as variáveis relativas ao desenvolvimento das mudas (altura, diâmetro de copas, cobertura de copas e relação altura/diâmetro de copa), à mortalidade e ao impacto econômico do uso da mandioca. Não se observaram diferenças entre os tratamentos com relação às variáveis dendrométricas e mortalidade. O impacto econômico do tratamento consorciação foi positivo, pois os custos com a implantação do reflorestamento consorciado puderam ser, em parte, abatidos com a receita gerada pela exploração da mandioca. A receita obtida com uma safra de cultivo correspondeu a 32% do custo total do sistema consorciado e fez que o custo total da restauração fosse diminuído em 19%, quando comparado com o reflorestamento convencional.