1000 resultados para produção de palha
Resumo:
O uso agrícola do lodo de esgoto vem se mostrando como opção para reduzir impactos ambientais e poluição das águas. No entanto, há necessidade de se adequar dose e freqüência de aplicação para cada cultura. Durante 40 meses, foram avaliados, em experimento de campo instalado em Ubatuba (SP), os efeitos de doses de lodo de esgoto sobre a precocidade de colheita e a produção de palmito de pupunheira. Foram testadas quatro doses anuais de lodo, correspondentes a 0, 0,5, 1,0 e 2,0 vezes a quantidade de nitrogênio recomendada para o cultivo, sob delineamento de blocos ao acaso. A primeira aplicação foi efetuada no sulco de plantio durante a instalação do experimento (seis repetições), enquanto as demais foram realizadas anualmente, em superfície ou incorporadas nas entrelinhas da cultura (três repetições cada). Adubações complementares com cloreto de potássio e ácido bórico foram efetuadas trimestralmente, para corrigir deficiências. Utilizaram-se mudas inermes do ecótipo, com 10 meses de idade e densidade de plantio de 5.000 plantas ha-1. As respostas das plantas às doses de lodo foram avaliadas mensalmente, por meio de caracteres diretamente relacionados à precocidade de colheita e à produção de palmito. Houve resposta linear positiva de acordo com as doses empregadas para todos os caracteres avaliados. O uso de lodo de esgoto no sulco de plantio antecipou a primeira colheita de palmito em mais de três meses, quando comparadas dose máxima e testemunha. Não houve diferenças significativas entre as duas formas de aplicação de lodo. O número de hastes colhidas por ano e por planta variou de 0,45 a 1,04, de acordo com as doses aplicadas. A produção média anual de palmito variou de 0,82 a 1,65 t ha-1 ano-1 e de 0,87 a 1,39 t ha-1 ano-1 de resíduo basal, com aumento proporcional ao das doses de lodo de esgoto. Concluiu-se então que o uso de lodo de esgoto no cultivo da pupunheira é viável e atende, em parte, às necessidades da cultura.
Resumo:
O N tem sido indispensável na formação, manutenção e recuperação de pastagens e seu efeito tem mostrado ser dependente do suprimento de S. Assim, com base na hipótese de que o incremento de N na adubação torna necessário aumentar o fornecimento de S para recuperar o capim-braquiária (Brachiaria decumbens Stapf) e de que a adubação melhora também a eficiência no uso de água pelo capim, objetivou-se avaliar a recuperação do capim-braquiária, mediante fornecimento de doses de N e de S, por meio da área foliar, a produção de massa seca da parte aérea e o consumo e a eficiência no uso de água pelo capim. Coletaram-se amostras indeformadas de solo em cilindros de 15 cm de diâmetro e 20 cm de profundidade com capim-braquiária + solo de uma pastagem em estádio de degradação. O solo foi classificado como Neossolo Quartzarênico. O experimento foi realizado em casa de vegetação, em Piracicaba-SP, no período de novembro de 2003 a março de 2004. Foram combinadas cinco doses de N (0, 100, 200, 300 e 400 mg dm-3) com cinco doses de S (0, 10, 20, 30 e 40 mg dm-3), num estudo de superfície de resposta baseado em desenho experimental composto central modificado de um fatorial 5² fracionado. Foram realizados três cortes nas plantas, com intervalos regulares de 30 dias. A interação entre as doses de N e de S foi significativa apenas no primeiro crescimento do capim, com exceção da área foliar, para a qual essa interação foi significativa no primeiro e no segundo crescimento. Houve efeito isolado do N no segundo e no terceiro crescimento. O fornecimento simultâneo de N e S na adubação contribuiu na recuperação do capim-braquiária, aumentando a área foliar e a produção de massa seca, elevando o consumo e a eficiência no uso de água pela planta.
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O estudo foi realizado no município de Urupema-SC, com o objetivo de avaliar os efeitos dos sistemas de produção convencional e orgânico de maçãs sobre a biomassa microbiana do solo, sua atividade e as relações com o C e o N do solo. Foram feitas amostragens de solo junto à copa de 24 plantas distribuídas em uma grade de 45 x 54 m em pomares submetidos aos dois sistemas de produção, na profundidade de 0-10 cm, nos períodos de dezembro/2002 e junho/2003, para quantificação de teores de C da biomassa microbiana (CBM), C orgânico total do solo (COT), N da biomassa microbiana (NBM), N total do solo (NT), respiração basal (C-CO2) e obtenção das relações CBM:COT, NBM:NT e quociente metabólico (qCO2). O pomar orgânico (PO) apresentou, nas duas épocas de amostragem, os maiores teores de CBM, COT e a maior relação CBM:COT, comparado ao pomar convencional (PC). Os atributos NBM e NT e a relação NBM:NT mostraram-se menos sensíveis às mudanças ocasionadas pelos sistemas de manejo dos pomares e épocas de amostragem. O C-CO2 não apresentou diferença entre tratamentos, sendo apenas significativo quanto à época de amostragem, enquanto para o qCO2 os maiores valores encontrados foram no PC.
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A degradação e a perda de qualidade do solo podem ocorrer em áreas cultivadas com forragens para produção de feno devido ao freqüente e intenso tráfego de máquinas. Neste trabalho foi testada a hipótese de que sistemas de produção intensiva de forragem para fenação podem conduzir à degradação da qualidade física do solo. O objetivo deste estudo foi quantificar atributos físicos e morfológicos do solo para reconhecer e identificar a degradação física de um Latossolo Vermelho cultivado com a forrageira Tifton 85 (Cynodon spp.) para produção de feno, na região oeste do Paraná, Sul do Brasil. Utilizou-se uma área sob floresta nativa, contígua à área experimental, como referência de qualidade física do solo. Realizaram-se avaliações morfológicas dos perfis de solo e, nos horizontes A e Bw, foram determinadas as seguintes propriedades físicas do solo: densidade do solo, porosidade total e distribuição de poros e a curva de resistência do solo à penetração. As alterações ocorridas nos atributos morfológicos e físicos comprovaram a degradação física do solo cultivado com forrageira para produção de feno e confirmam a hipótese do trabalho. No solo cultivado com forrageira, verificaram-se reduções da macroporosidade e da porosidade total, bem como aumentos da densidade do solo e da resistência do solo à penetração. Sob uso intensivo para produção de forrageira, a camada superficial do solo apresentou porosidade com ar menor do que 10 % e resistência deste à penetração superior a 2,5 MPa. Os atributos morfológicos apenas permitiram localizar as alterações físicas ocorridas no solo, enquanto as propriedades físicas avaliadas possibilitaram quantificar a ocorrência da degradação física do solo. A curva de resistência do solo refletiu sensivelmente a degradação estrutural da camada superficial do solo cultivado com forrageira para produção de feno.
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O presente trabalho de pesquisa foi elaborado com o objetivo de comprovar a hipótese de que o cultivar de cana-de-açúcar RB83-5486, comparado ao RB83-5089, apresenta melhor distribuição radicular mediante cultivo em solo com menor teor de argila. O estudo foi realizado a partir de dois experimentos de campo desenvolvidos no município de Porto Feliz, SP. Os solos foram classificados como Nitossolo Vermelho eutroférrico latossólico (NV) e Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico psamítico (LVA). No período entre a terceira e a quinta soca (2002 a 2004), os cultivares de cana-de-açúcar RB83-5486 e RB83-5089 foram avaliados a partir de estudos de atributos químicos e físicos do solo, do estado nutricional da cultura, da distribuição de raízes no perfil do solo e da produtividade e qualidade tecnológica da cana-de-açúcar. A distribuição de raízes foi avaliada utilizando-se o método da trincheira ou parede do perfil. Os resultados indicaram diferença na concentração de hidrogênio dos solos relacionada com a atividade dos cultivares na absorção de nutrientes. O teor foliar de potássio e enxofre foi maior para o cultivar RB83-5486. No LVA, ambos os cultivares apresentaram maior quantidade de raízes concentrando-se até os 18 cm de distância a partir das linhas de cana e até os 54 cm de profundidade. No NV, o cultivar RB83-5486 apresentou maior quantidade de raízes concentrando-se até 23 cm de distância a partir das linhas de cana e até os 46 cm de profundidade. Já o cultivar RB83-5089 mostrou distribuição do sistema radicular mais uniforme no NV. A produção de colmos foi maior no cultivar RB83-5089; contudo, a produção de açúcar foi maior em RB83-5486.
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Embora a maior parte dos dejetos de suínos gerados na suinocultura da região Sul do Brasil sejam manejados e armazenados na forma líquida, observa-se interesse crescente pela adoção do sistema de criação de suínos em cama sobreposta e pelo uso como fertilizante do material orgânico resultante dessa prática. Com o objetivo de avaliar a dinâmica do N no solo e o potencial fertilizante nitrogenado da cama sobreposta e dos dejetos líquidos na cultura do milho, foi realizado um experimento no período de outubro de 2002 a março de 2003, na área experimental do Departamento de Solos da UFSM/RS, em um Argissolo Vermelho distrófico arênico. Os tratamentos avaliados consistiram na aplicação ou não de dejetos líquidos e cama sobreposta de suínos sobre a palha de aveia, com e sem incorporação ao solo. Além desses, foi avaliado um tratamento sem incorporação, no qual foi utilizado fertilizante mineral (NPK). As doses de cama sobreposta (13,2 Mg ha-1) e dejetos líquidos (63,6 m³ ha-1) foram equivalentes à aplicação de 140 kg ha-1 de N total. No solo, foram avaliados, em seis datas, os teores de N mineral (N-NH4+ e N-NO2- + N-NO3-) nas camadas de 0-10, 10-30, 30-60 e 60-90 cm. No milho, foram avaliados a produção de matéria seca (MS), o acúmulo de N e a produtividade de grãos. A disponibilidade de N no solo nos tratamentos nos quais foi feita a aplicação de dejetos líquidos superou aquela observada nos tratamentos com a aplicação de cama sobreposta, indicando que o N orgânico presente na cama sobreposta apresenta baixa taxa de mineralização. A aplicação da cama sobreposta e dos dejetos líquidos de suínos promoveu maior acúmulo de MS e N na parte aérea do milho e produtividade de grãos, em relação ao tratamento testemunha. Os incrementos na produtividade de grãos de milho foram de 54 e 253 % com a aplicação da cama sobreposta e dejetos líquidos, respectivamente. A recuperação aparente do N pelo milho da cama sobreposta e dos dejetos líquidos foi de 10,9 e 22,1 %, respectivamente. Os resultados deste trabalho mostram que, embora a aplicação da cama sobreposta tenha aumentado o fornecimento de N e a produtividade de grãos de milho em relação ao tratamento sem adubação, o seu efeito imediato como fonte de N ao milho é menor que o encontrado quando é feita a aplicação de dejetos líquidos de suínos ou uréia.
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O preparo convencional do solo utilizado na implantação de pomares cítricos com base na remoção da cobertura vegetal e no revolvimento do solo em área total, assim como o manejo de pomares com eliminação da cobertura vegetal das entrelinhas, têm causado erosão e redução da fertilidade dos solos, com reflexos negativos sobre as plantas cítricas e o ambiente. O objetivo deste estudo foi avaliar sistemas de manejo que contribuam para controle da erosão e melhoria da fertilidade de Argissolos originados do arenito Caiuá, cultivados com citros no noroeste do Paraná. Foram avaliados dois sistemas de preparo do solo: convencional (PC), em área total, e preparo em faixas (PF), de 2 m de largura, com diferentes formas de manejo nas entrelinhas. O estudo foi realizado em um pomar de laranja 'Pêra' (Citrus sinensis) enxertada em limoeiro 'Cravo' (Citrus limonia), em um Argissolo Vermelho distrófico latossólico. O experimento foi implantado em área ocupada por pastagem (Brachiaria humidicola), em agosto de 1993, no espaçamento de 7 x 4 m, em delineamento de blocos ao acaso, com três repetições e seis tratamentos, sendo: (1) PC e cultivo intercalar com abacaxi, sucedido por controle da vegetação espontânea com herbicida pós-emergente; (2) PC e cobertura vegetal com a leguminosa Calopogonium mucronoides; (3) PC e cobertura vegetal com a leguminosa perene amendoim forrageiro Arachis pintoi; (4) PC e cobertura vegetal com gramínea mato-grosso ou batatais Paspalum notatum; (5) PC e cobertura com vegetação espontânea da gramínea Brachiaria humidicola; e (6) PF e manutenção da gramínea (pastagem) remanescente (Brachiaria humidicola). De 1996 a 2005, foram avaliadas a composição química do solo e das folhas e a produção de frutos. No solo, foram observados incrementos significativos no teor de C orgânico (CO) nos tratamentos 4 e 6, em relação aos tratamentos 1 e 3. Não houve diferenças significativas entre os tratamentos para produção acumulada de frutos nas safras de 1996 a 2005. O preparo de solo em faixas, com manutenção de gramínea remanescente nas entrelinhas, mostrou-se apropriado para implantação dos pomares. As plantas de cobertura permanente utilizadas nas entrelinhas do pomar não comprometeram a produção de laranja, sendo importantes para melhoria da fertilidade do solo. As gramíneas foram mais indicadas que as leguminosas como cobertura vegetal nas entrelinhas do pomar.
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No Estado de São Paulo, restrições do regime de chuvas no período de outono-inverno e temperaturas elevadas limitam a produção e a manutenção de cobertura no solo, tornando importante estudar alternativas para a implantação eficaz do Sistema Plantio Direto nesse Estado, especialmente para produção de fitomassa e manejo adequado para maior persistência da palha, em quantidade suficiente para melhoria da qualidade física e da matéria orgânica do solo. O experimento, conduzido em Nitossolo Vermelho distroférrico, na Fazenda Experimental Lageado-FCA-UNESP-Botucatu, teve por objetivo estudar no sistema plantio direto as prováveis alterações de alguns atributos físicos e das frações húmicas do solo com a utilização do milheto, verificando sua resposta, em três épocas de semeadura e sob cinco manejos dos resíduos, após cinco anos de estabelecida essa sucessão. O delineamento experimental foi o de blocos casualizados, com esquema de parcelas subdivididas, com quatro repetições. As parcelas foram representadas por três épocas de semeadura da cultura do milheto: época 1 (E1), época 2 (E2) e época 3 (E3). As subparcelas foram representadas por manejos da ceifa da fitomassa, sendo: manejo 1 (M1) - ceifa a cada florescimento e retirada da fitomassa; manejo 2 (M2) - ceifa a cada florescimento e permanência da fitomassa; manejo 3 (M3) - ceifa apenas no primeiro florescimento e retirada da fitomassa; manejo 4 (M4) - ceifa apenas no primeiro florescimento e permanência da fitomassa; e manejo 5 (M5) - livre crescimento. Foram coletadas amostras de solo com estrutura indeformada para realização das análises físicas, para as quais as profundidades amostradas foram: 0-0,05, 0,05-0,10 e 0,10-0,20 m. Para fracionamento químico da matéria orgânica, as profundidades foram de 0-0,05 e 0,05-0,10 m. Em relação às culturas, avaliou-se a produtividade da soja, e para o milheto, a quantidade de matéria seca produzida pela parte aérea e a percentagem de fitomassa em cobertura deixada sobre o solo. A produtividade de matéria seca do milheto decresceu na ordem E1 > E2 > E3. A densidade do solo, a macroporosidade, a microporosidade e a porosidade total variaram com a época de semeadura do milheto. A adição contínua de fitomassa com ceifa a cada florescimento e permanência da cobertura proporcionou maior incremento nas frações menos estáveis da matéria orgânica (ácido húmico e ácido fúlvico). Recomenda-se, diante das condições edafoclimáticas estudadas, a semeadura do milheto na segunda e terceira épocas com ceifa apenas no primeiro florescimento, sempre se utilizando da permanência da fitomassa, para obter melhor cobertura, qualidade física do solo (menor densidade do solo, maior porosidade total) e maior produtividade para soja.
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Este trabalho teve como objetivo avaliar a produção de matéria seca, o crescimento radicular e a absorção e distribuição do Ca, P e Al nas folhas, no caule e nas raízes de dois clones de café conilon (Coffea canephora) (Mtl 25 e Mtl 27) e de uma variedade de café Catuaí Amarelo (Coffea arabica), cultivados em solução nutritiva com atividade crescente de Al3+. As plantas foram cultivadas em vasos com capacidade para 5 L, contendo solução nutritiva de Hoagland & Arnon, modificada. Após oito dias de adaptação, as plantas foram submetidas a concentrações de Al de 0, 500, 1.000 e 2.000 µmol L-1, que corresponderam a atividades de Al3+ em solução, estimadas pelo software GEOCHEM, de 20,68, 50,59, 132,9 e 330,4 µmol L-1, respectivamente. Foram determinados os teores de Ca, Al e P na planta. O sistema radicular foi separado, para determinação da área e do comprimento. A variedade Catuaí Amarelo (Coffea arabica) apresentou-se menos sensível ao Al3+, quando comparada aos clones de conilon (Coffea canephora). O clone de conilon Mtl 25 foi menos sensível ao Al3+ em relação ao Mtl 27. O aumento da atividade de Al3+ promoveu redução nos teores de P e Ca nas folhas e raízes do cafeeiro, especialmente nos clones Mtl 25 e Mtl 27. O acúmulo de Al no sistema radicular e a restrição do transporte para a parte aérea são importantes fatores na tolerância de plantas ao Al3+.
Resumo:
Um experimento de campo foi realizado no município de Crato - Ceará para estudar como a planta de cobertura afeta a nodulação e produtividade de caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp), submetido a diferentes inoculações. Empregou-se o delineamento em blocos casualizados, no esquema em parcelas subsubdivididas, com quatro repetições. Os tratamentos consistiram de plantas de cobertura, formando a parcela principal; inoculação, como subparcela; e amostragens quinzenais, como subsubparcela. As plantas de cobertura foram: milheto - Pennisetum americanum; mucuna-preta - Stizolobium aterrimum ou vegetação espontânea, enquanto as fontes de N foram: sem inoculação; sem inoculação + 50 kg ha-1 de N na forma de uréia; inoculação com estirpes rizobianas (Bradyrhizobium sp.) recomendadas pela RELARE -BR 3301 + BR 3302; ou pela UFRPE - NFB 6156 + NFB 700. Foi utilizada a cultivar Patativa de caupi, recomendada para a região. A partir de sete dias após a emergência e até a maturidade final da cultura, foram realizadas amostras quinzenais, colhendo-se duas plantas, por subparcela para determinação do número de nódulos, matéria seca de nódulos e matéria seca da parte aérea. A partir dos 60 dias após emergência, foram realizadas colheitas semanais da área útil da subparcela, para determinação da produtividade de grãos. A mucuna aumentou a nodulação do caupi não-inoculado. A inoculação do caupi com estirpes recomendadas, ou o aumento da população nativa, permitiu produção de biomassa e grãos semelhante da adubação com 50 kg ha-1 de N.
Resumo:
Adotando-se os devidos critérios agronômicos e sanitários, o lodo de esgoto pode ser utilizado como fonte de nutrientes, especialmente N, em solos agrícolas, revertendo em benefícios econômicos e ambientais. Todavia, a estimativa da dose de lodo a ser aplicada é resultante de ensaios de mineralização do N sob condições ótimas de temperatura e umidade que, em parte dos casos, não são encontradas no campo. Nesse contexto, o objetivo deste estudo foi verificar a necessidade de se aplicar N proveniente de uma fonte mineral, prontamente solúvel, ao lodo de esgoto na cultura da cana-de-açúcar em soca. O experimento foi instalado no campo, em um Argissolo Vermelho distrófico cultivado com a variedade RB855536. O ensaio foi realizado durante dois períodos (outubro de 2002 a agosto de 2003 - ano agrícola 2003/04 e outubro de 2003 a outubro de 2004 - ano agrícola 2004/05). Os tratamentos testados foram oito: (a) controle; (b) fertilização mineral (120 kg ha-1 N + 150 kg ha-1 K2O); (c) LE + 0N, incorporado no solo após a aplicação (ISA); (d) LE + 0N, incorporado no solo 60 dias após a aplicação (IS60A); (e) LE + 60 kg ha-1 N (ISA); (f) LE + 60 kg ha-1 N (IS60A); (g) LE + 120 kg ha-1 N (ISA); e (h) LE + 120 kg ha-1 N (IS60A). O lodo de esgoto foi resultante de tratamento biológico e aeróbio, e a dose aplicada foi calculada em função da mineralização do N e suficiente para fornecer 120 kg ha-1 de N. A aplicação de LE resultou em aumento significativo no teor de N orgânico do solo nos dois períodos estudados, porém apenas na camada de 0-20 cm. Com a adição do fertilizante nitrogenado mineral, houve aumento nos teores de N inorgânico (N-NO3- + N-NH4+) na camada de 20-40 cm no ano-agrícola 2003/04 e nas camadas de 0-20 e 20-40 cm em 2004/05. A aplicação de LE resultou num incremento na produção de colmos da ordem de 27 % nos dois anos agrícolas em comparação aos tratamentos que não receberam o resíduo. A quantidade de sacarose da cana-de-açúcar, expressa em termos de açúcar total recuperável (ATR), foi significativamente maior nos tratamentos com lodo de esgoto no ano agrícola 2004/05; neste caso, não houve diferença na adição de N mineral nas doses de 60 e 120 kg ha-1.
Resumo:
Apesar das diferenças químicas entre as faixas de adubação e entrelinhas de pomares de laranjeiras, o critério para a calagem superficial entre esses dois locais ainda é desconhecido. O objetivo deste estudo foi quantificar as alterações químicas temporais nas faixas de adubação e entrelinhas, nutrição e produção de laranja "Pêra" após calagens superficiais, em um Argissolo Vermelho distrófico latossólico, no noroeste do Paraná. Quatro calagens superficiais foram realizadas entre 1996 e 1999 para elevar a saturação por bases a 70 %, a partir da primeira colheita de frutos de laranja. Os calcários dolomítico e calcítico foram distribuídos sobre seis sistemas de manejo de plantas de cobertura permanente nas entrelinhas e nas faixas de adubação, as quais foram manejadas com roçadas mecânicas e herbicida pós-emergente, respectivamente. No período de 1996 a 2004 foram coletadas amostras de tecido foliar e do solo nas profundidades de 0-20 e 20-40 cm e avaliou-se a produção de laranja. As máximas alterações químicas na camada de 0-20 cm de profundidade e no tecido foliar das laranjeiras (Ca) ocorreram quatro anos após sucessivas calagens superficiais anuais. A produção de laranja correlacionou-se negativamente com Al3+ e positivamente com pH-CaCl2, Ca2+ e Mg2+ das faixas de adubação e do centro das entrelinhas. As calagens superficiais elevaram a saturação por bases na camada de 0-20 cm de profundidade até 46 % nas faixas de adubação e 64 % nas entrelinhas.
Resumo:
A adaptabilidade de genótipos de milho a ambientes onde os nutrientes não estejam prontamente disponíveis pode ser relacionada com a adaptação à predominância, nos solos, das formas de N nítrica e amoniacal e à associação com microrganismos benéficos como as bactérias diazotróficas e, ou, promotoras de crescimento de plantas. O objetivo deste trabalho foi verificar o comportamento de dois híbridos intervarietais de milho sob diferentes doses e formas de N, assim como o efeito da inoculação com Azospirillum amazonense, em um ensaio em casa de vegetação, utilizando vasos preenchidos com vermiculita e solução nutritiva de Hoagland como fonte de nutrientes. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso em esquema fatorial, constituindo os tratamentos em: dois híbridos intervarietais, H1 (Carioca x Eldorado) e H2 (Palha Roxa ES x Sol da Manhã); plantas inoculadas ou não inoculadas com A. amazonense, e três regimes de N, conforme doses e proporções seguintes: 126 mg semana-1 de N (75 % NH4+ : 25 % NO3-); 126 mg semana-1 de N (25 % NH4+ : 75 % NO3-), e 12,6 mg semana-1 de N (50 % NH4+ : 50 % NO3-). Vinte e cinco dias após o plantio, as plantas foram separadas em raiz e parte aérea para determinação da matéria seca, conteúdos totais de N e P, atividade das enzimas nitrato redutase e glutamina sintetase e açúcares solúveis totais. O híbrido H1, mais eficiente em avaliações preliminares em campo, produziu mais matéria seca e apresentou maior eficiência na utilização de N e P. Plantas que receberam a maior dose de N, independentemente do predomínio da forma nítrica ou amoniacal, apresentaram maior acúmulo de N (nas raízes e parte aérea) e P (na parte aérea) e maior índice de utilização de P. Com o predomínio da forma amoniacal, observou-se incremento na produção de matéria seca da parte aérea e na atividade da glutamina sintetase, bem como decréscimo na concentração de açúcares solúveis totais nas raízes. A inoculação com A. amazonense promoveu maior produção de matéria seca e acúmulo de N nas raízes.
Resumo:
O feijão (Phaseolus vulgaris L.) constitui a base alimentar da população brasileira. Muitos fatores determinam a baixa produtividade do feijoeiro, desde problemas políticos até fatores técnicos, dentre eles a adubação e nutrição. O objetivo foi avaliar os atributos químicos do solo e produção do feijoeiro (cv. Pérola) de acordo com a aplicação de calagem e Mn. O experimento foi realizado em vasos com Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico típico fase cerrado, em delineamento inteiramente casualizado com três repetições, em esquema fatorial 2 x 6, envolvendo duas doses de uma mistura de CaCO3 e MgCO3, na relação molar 3:1 (de calcário, calculadas) para elevar a saturação por base para 50 % e para 70 % e seis doses de Mn (0, 20, 40, 60, 80 e 100 mg dm-3). Na análise dos resultados, verificou-se decréscimo no teor foliar de Mn de acordo com o aumento da saturação por base, não sendo observado o mesmo efeito no solo após o cultivo. O teor de Mn no solo para produção máxima de grãos mostrou-se semelhante para saturação por base de 50 e 70 %; no entanto, a dose do micronutriente aplicada para essa produção foi de 28 mg dm-3 e 57 mg dm-3, respectivamente.
Resumo:
O plantio de coqueiro-anão irrigado, com o objetivo de produzir coco para aproveitamento de água, tem se expandido muito no Brasil. As maiores produtividades, obtidas sob irrigação, influenciam nas quantidades de N e de K requeridas pela planta, o que altera as relações entre os seus teores no solo e na planta. Um experimento com plantas de coqueiro-anão, irrigado por microaspersão, foi conduzido em um Argissolo Amarelo da unidade de paisagem dos tabuleiros costeiros no Nordeste do Brasil. Foi utilizada a matriz Pan Puebla III em blocos ao acaso, com quatro repetições. Os tratamentos de fertirrigação foram dez combinações de N e K, utilizando uréia e cloreto de potássio como fontes dos nutrientes, aplicados semanalmente durante 52 meses. Amostras de solo foram coletadas na zona de influência do microaspersor e amostras de folhas foram coletadas nas posições 9 e 14. A aplicação de uréia reduziu o pH e os teores de Ca2+ e Mg2+ no solo. O maior valor de condutividade elétrica do extrato de saturação do solo foi de 0,65 dS m-1, na profundidade 0_5 cm, e decresceu com a profundidade. Os coeficientes de correlação entre os teores de K na folha e no solo, nas profundidades 0_5, 0_20 e 20_40 cm, foram similares, indicando que a amostragem de solo para fertilidade na cultura do coqueiro-anão fertirrigado pode ser feita na profundidade de 0_20 cm. Maior quantidade de massa do fruto e mais volume do albúmen líquido foram obtidos com a menor dose de N, dado o menor número de frutos por árvore. Os tratamentos de N e K não influenciaram o valor do pH da água do coco, porém alteraram o valor do brix. O teor de K na água do coco aumentou com a quantidade de K aplicada e do teor de K na folha. Os níveis críticos de N e K nas folhas 9 e 14 foram 19,2, 20,5, 12,1 e 9,4 g kg-1, respectivamente. O nível crítico de K no solo pelo Mehlich-1, na profundidade 0_20 cm, foi 45 mg dm-3.