Atributos f��sicos do solo e distribui����o do sistema radicular de citros como indicadores de horizontes coesos em dois solos de tabuleiros costeiros do estado da Bahia

Em 2001, foram realizadas a caracteriza����o f��sica e a avaliação do sistema radicular de citros em dois solos t��picos de Tabuleiros Costeiros (Latossolo Amarelo-LA e Argissolo Acinzentado-PAC) do Estado da Bahia, visando estabelecer atributos que melhor identifiquem horizontes coesos. Em cada um dos solos, foram coletadas amostras nos primeiros quatro horizontes, para determinar granulometria, densidade do solo, porosidade total, macroporosidade, microporosidade e condutividade hidr��ulica saturada. Tamb��m foram determinadas a resist��ncia do solo �� penetra����o e a umidade cr��tica de resist��ncia �� penetra����o. Amostras de ra��zes de citros foram coletadas nos mesmos horizontes. Foi brusca a diminui����o da densidade de ra��zes de citros nos horizontes AB, Bw1, BA e Bt1, associada ao aspecto coeso, sendo um indicador direto de horizonte coeso; no entanto, pela dificuldade de medi����o, buscou-se identificar atributos do solo mais bem relacionados com a densidade de ra��zes. A resist��ncia do solo �� penetra����o foi o atributo que melhor identificou a presen��a de horizonte coeso, devendo ser avaliada em umidade abaixo daquela considerada cr��tica para expressar a coes��o. A condutividade hidr��ulica saturada tamb��m se revelou adequada para identificar horizonte coeso, podendo ser substitu��da pela macroporosidade, atributo igualmente importante para tal finalidade e com menor variabilidade e de mais f��cil medi����o que aquele. A densidade do solo pode ser considerada um atributo para indicar a presen��a de horizontes coesos, tendo como principal limita����o a interfer��ncia da granulometria na manifesta����o dos seus valores. Os indicadores recomendados permitem detectar a presen��a de horizontes coesos, orientando interven����es de manejo para superar os problemas de aprofundamento do sistema radicular que tais solos apresentam.

Avaliação de m��todos para estimativa da disponibilidade de f��sforo para arroz em solos de V��rzea do Rio Grande do Sul

A efic��cia da an��lise de solo depende de quanto o valor obtido pelo m��todo est�� correlacionado com a quantidade do nutriente absorvida pela planta, em solos de uma determinada regi��o de utiliza����o do sistema de recomenda����o de aduba����o. O objetivo deste trabalho foi avaliar a correla����o entre o teor de P no solo avaliado por diferentes m��todos de extra����o e a quantidade de P absorvida por plantas de arroz irrigado por inunda����o. Foram coletadas amostras na camada superficial (0-20 cm) de solos de v��rzea em 16 locais do Rio Grande do Sul (RS), com ampla faixa de varia����o de caracter��sticas qu��micas e f��sicas. Os solos receberam tr��s n��veis de P: P0 (sem P), P1 (1/2 de P2) e P2 (quantidade para atingir 0,2 mg L-1 na solu����o do solo, com base na capacidade m��xima de adsor����o de P de cada solo). As unidades experimentais constaram de quatro quilogramas de solo em vasos com capacidade de 8 L, cultivados com arroz irrigado em casa de vegeta����o, com tr��s repeti����es e dispostos inteiramente ao acaso. Cultivou-se o arroz durante 45 dias, quando foi colhida a parte a��rea das plantas e quantificado o P absorvido. Amostras dos solos foram submetidas a diferentes m��todos de an��lise de P: Mehlich-1, Mehlich-2, Mehlich-3, Resina de troca de ��nions (RTA) em l��minas, RTA em esferas, Bray-1, Bray-2, Olsen, Morgan, Lactato de Ca, Texas, Oxalato, EDTA, H2SO4 e NaOH. Realizaram-se an��lises de correla����o entre os teores de P no solo e as quantidades absorvidas pelas plantas. Dentre os m��todos testados, H2SO4, Texas, Lactato de Ca, EDTA, Olsen e RTA foram os que se destacaram, mas apresentaram efic��cia semelhante �� do extrator Mehlich-1.

Indicadores da acidez do solo para recomenda����o de calagem no sistema plantio direto

O tempo de cultivo do solo no sistema plantio direto (SPD) altera a magnitude das rela����es entre os componentes da acidez do solo e o rendimento das culturas. Altos rendimentos podem ser obtidos nesse sistema mesmo em ��reas com alta acidez. Assim, �� prov��vel que o crit��rio de calagem utilizado no sistema convencional (SC) de cultivo n��o seja adequado para o SPD. O objetivo deste trabalho foi avaliar os crit��rios para recomenda����o de calagem em seis lavouras no SPD representativas da regi��o do Planalto do RS. Foram selecionadas lavouras com alta variabilidade dos indicadores de acidez do solo. Para cada lavoura, foram avaliados 20 locais. Em cada local, foram coletadas amostras de solo das camadas de 0-10 e 0-20 cm e foi avaliado o rendimento de gr��os. Nas amostras de solo, foram determinados o pH em ��gua e CaCl2, o ��ndice SMP, os teores de Ca, Mg e Al troc��veis, de MO, de P e K dispon��veis. Com base nas rela����es entre os indicadores de acidez do solo e o rendimento de gr��os, concluiu-se que nenhum dos indicadores de acidez do solo, quando utilizados isoladamente, descreve de modo adequado o rendimento das plantas no solo cultivado no SPD consolidado. Nas duas camadas avaliadas, o rendimento relativo foi sempre maior que 65 % quando o pH em ��gua e em CaCl2 foi maior que 5,5 e 5,1, respectivamente; a satura����o por bases, maior que 65 %; o Al troc��vel, menor que 0,3 cmol c dm-3; e a satura����o por Al, menor que 5 %. Para avaliação da acidez do solo em SPD com a finalidade de recomendar calagem, podem ser utilizadas tanto a camada de 0-10 como a de 0-20 cm de profundidade.

Avaliação do ambiente solo-semente por meio da tomografia computadorizada

O condicionamento f��sico do solo ao redor das sementes reveste-se de grande import��ncia para o bom desenvolvimento inicial da cultura, assegurando uma popula����o sadia de plantas. O adequado contato solo-semente �� um pr��-requisito para a r��pida emerg��ncia e o bom estabelecimento da cultura. Neste trabalho, objetivou-se utilizar a tomografia computadorizada de resolu����o milim��trica para determina����o do ambiente solo-semente em sistema de plantio direto, logo ap��s o plantio da cultura da soja. Utilizou-se o esquema de parcelas subdivididas, em que as parcelas constitu��ram-se de tr��s teores de ��gua do solo, correspondentes a 0,27; 0,31; e 0,36 kg kg-1, e as subparcelas de quatro n��veis de carga, aplicadas pela roda compactadora, correspondentes a 0, 50, 90 e 140 N, no delineamento em blocos ao acaso, com quatro repeti����es. Foram avaliados a densidade m��dia do solo na regi��o da semente e o perfil de densidade m��dia na linha de semeadura. De acordo com os resultados obtidos, pode-se concluir que as cargas aplicadas pela roda compactadora elevaram a densidade do solo no plano vertical da linha de semeadura abaixo da profundidade de semeadura, quando comparadas com as obtidas antes do plantio; a combina����o entre cargas aplicadas pela roda compactadora e os teores de ��gua no solo n��o influenciou a densidade m��dia do solo na regi��o da semente.

Atributos qu��micos do solo em fun����o da aplica����o superficial de calc��rio em sistema de integra����o lavoura-pecu��ria submetido a press��es de pastejo em plantio direto

A utiliza����o de extensas ��reas usadas unicamente com culturas para cobertura do solo no inverno para pastejo de animais para produ����o de carne ou leite pode se tornar uma fonte alternativa de renda aos produtores de gr��os no ver��o, no sul do Brasil. A presen��a de bovinos em ��reas utilizadas apenas com lavouras em plantio direto pode, no entanto, promover altera����es em atributos do solo, cuja magnitude depende do manejo adotado. Este trabalho teve por objetivo avaliar o efeito de diferentes press��es de pastejo sobre a corre����o da acidez do solo a partir da aplica����o superficial de calc��rio em um Latossolo Vermelho sob plantio direto. Os tratamentos consistiram do manejo do pasto em diferentes alturas (10, 20, 30 e 40 cm), al��m de ��reas sem pastejo, aplicadas durante o inverno. Em dezembro de 2001, foi feita uma amostragem de solo para avaliação de atributos qu��micos do solo ap��s o primeiro ciclo de pastejo, nas camadas de 0-25, 2,5-5, 5-7,5, 7,5-10, 10-12,5, 12,5-15, 15-17,5, 17,5-20 e 20-25 cm. Na seq����ncia, foram aplicados 4,5 t ha-1 (PRNT 62 %) de calc��rio em superf��cie, em toda a ��rea, sendo cultivada soja em sucess��o ao pastejo. Amostragens de solo seguiram-se ao final do primeiro, segundo, terceiro, quarto e quinto ciclos de soja, correspondendo aos 6, 12, 24, 36 e 48 meses ap��s a aplica����o de calc��rio. Foram avaliados: o pH-H2O; o ��ndice SMP; os teores de Ca, Mg, K e Al troc��veis e de carbono org��nico total (COT). A aplica����o superficial de calc��rio foi eficiente na corre����o da acidez, de forma vari��vel em profundidade, com o atributo qu��mico avaliado e com o tempo, atingindo at�� 25 cm de profundidade. A presen��a de bovinos em pastejo na ��rea incrementou o efeito em profundidade da calagem superficial. As diferentes adi����es de res��duo ao solo n��o afetaram os teores de COT do solo.

Insufici��ncia do conceito mineralista para expressar a fertilidade do solo percebida pelas plantas cultivadas no sistema plantio direto

Fertilidade do solo �� a capacidade deste de fornecer nutrientes, em quantidade e propor����o adequadas para o desenvolvimento e produtividade das plantas, na aus��ncia de elementos t��xicos. Este conceito, oriundo da teoria mineralista, �� amplamente utilizado no mundo. Com a mudan��a do sistema de cultivo do solo do convencional (SC) para o plantio direto (SPD), �� freq��ente a obten����o de alta produtividade das culturas no SPD com valores de indicadores da fertilidade considerados inadequados para o crescimento e desenvolvimento das plantas no SC. �� poss��vel que a avaliação tradicional e, conseq��entemente, esse conceito n��o sejam adequados e, ou, suficientes, para expressar a fertilidade percebida pelas plantas em solos cultivados h�� longo tempo no SPD. Neste trabalho, objetivou-se avaliar a capacidade do conceito mineralista, e de sua avaliação, em expressar a fertilidade percebida por plantas de milho (Zea mays) em solo cultivado por longo per��odo de tempo no SPD com diferentes rota����es de culturas. As avalia����es, por indicadores da fertilidade do solo e por rendimento de gr��os, foram feitas na safra de ver��o 2005/2006, em dois experimentos irrigados, conduzidos h�� mais de 20 anos em Eldorado do Sul, RS, com diferentes hist��ricos de cultivo. Os resultados evidenciaram que nem sempre os indicadores qu��micos da fertilidade do solo detectam a mudan��a na capacidade produtiva do solo promovida pelos diferentes sistemas de cultivo e rota����es de culturas. Esses indicadores tiveram, em geral, baixo grau de associa����o com o rendimento das plantas. A avaliação e, conseq��entemente, o conceito mineralista da fertilidade, utilizado para definir a capacidade de um solo produzir abundantemente, foram insuficientes para expressar a fertilidade percebida pela cultura de milho em solos cultivados h�� longo tempo no SPD.

DRIS na avaliação do estado nutricional do arroz irrigado por inunda����o

O alto custo das aduba����es, a import��ncia da nutri����o mineral na produtividade e o n��vel de tecnologia adotado nas lavouras de arroz irrigado no sul do Brasil tornam relevante a utiliza����o de t��cnicas de avaliação do estado nutricional, como a diagnose foliar. Entre os m��todos para diagn��stico nutricional das plantas, destaca-se o Sistema Integrado de Diagnose e Recomenda����o (DRIS), que utiliza o conceito do balan��o de nutrientes. O objetivo deste trabalho foi estabelecer normas de refer��ncia DRIS e padr��es nutricionais para a cultura do arroz irrigado por inunda����o. Foram utilizados resultados de an��lise foliar e de produtividade de 356 lavouras das diferentes regi��es arrozeiras do Rio Grande do Sul na safra 2005/2006. As amostragens foram feitas no est��dio de florescimento da cultura. A popula����o de alta produtividade foi determinada pela melhor correla����o entre o ��ndice de Balan��o Nutricional (IBN) e a produtividade, sendo ela a que atingiu produtividade > 9.000 kg ha-1. O c��lculo das fun����es e ��ndices DRIS baseou-se no m��todo original de Beaufils. Os resultados indicaram que: a concentra����o dos nutrientes mostrou rela����o positiva com os respectivos ��ndices DRIS; o IBN apresentou correla����o negativa com a produtividade; a determina����o do ponto de equil��brio DRIS permitiu o estabelecimento de um padr��o nutricional para o arroz irrigado por inunda����o; e o m��todo DRIS, utilizando normas espec��ficas para o Rio Grande do Sul, foi eficiente no diagn��stico nutricional do arroz irrigado por inunda����o.

Estoques de carbono org��nico e de nitrog��nio no solo em sistema de integra����o lavoura-pecu��ria em plantio direto, submetido a intensidades de pastejo

Sistemas de integra����o lavoura-pecu��ria t��m um alto potencial de uso no sul do pa��s, especialmente em ��reas de soja sob plantio direto, com esp��cies de cobertura no inverno. A condu����o de sistemas de integra����o com diferentes intensidades de manejo da pastagem resultar��, ao longo do tempo, em estoques de C org��nico (CO) e de N diferenciados, decorrentes do aporte diferenciado de res��duos. Este trabalho foi realizado para avaliar a evolu����o dos estoques de CO e de N total (NT) e em fra����es f��sicas da mat��ria org��nica em solo submetido a diferentes intensidades de pastejo, em plantio direto. O experimento foi iniciado em 2001, em um Latossolo Vermelho distr��fico, ap��s a colheita da soja. Os tratamentos constaram de alturas de manejo da pastagem (aveia-preta + azev��m): 10, 20 e 40 cm, com bovinos jovens, e sem pastejo, seguido do cultivo de soja, em delineamento de blocos ao acaso. Amostras de solo foram retiradas no in��cio do experimento (maio 2001), ap��s tr��s anos (maio de 2004) e ap��s seis anos (maio de 2007), para a avaliação dos teores e dos estoques de CO e de NT. Intensidades de pastejo moderadas (20 e 40 cm de altura do pasto) promoveram aumento nos estoques de CO total, CO particulado, NT e N na mat��ria org��nica particulada no solo, semelhante ao plantio direto sem pastejo. Na alta intensidade de pastejo (10 cm), houve redu����o no estoque desses elementos, com degrada����o da qualidade da mat��ria org��nica.

Avaliação do transporte de atrazina em solos sob diferentes condi����es de manejo agr��cola

A pouca informa����o sobre o movimento de pesticidas em solos brasileiros com manejo de plantio direto torna o conhecimento desse assunto de grande relev��ncia na avaliação de risco de contamina����o do solo e de len����is de ��gua. Os experimentos simularam chuvas intensas com fluxo cont��nuo por meio de uma nova t��cnica para a determina����o simult��nea das propriedades de advec����o, difus��o e sor����o, representando o transporte de contaminantes ao longo do perfil de solo estudado. Os resultados mostraram que as propriedades f��sico-qu��micas n��o se correlacionam com a permeabilidade do solo e a lixivia����o da atrazina. A condutividade 10 vezes maior no plantio direto (PD) e sistema natural (SN) do que no sistema convencional (SC) e solo subsuperficial (SUB) sugere que o processo de advec����o ocorre predominantemente atrav��s dos macroporos por fluxo preferencial, que s��o destru��dos na ara����o do SC. Dessa forma, a condi����o de fluxo cont��nuo, representando fortes chuvas, faz com que a lixivia����o em PD seja maior que em SC, contrariando dados da literatura em experimentos de campo com chuvas intermitentes, os quais mostraram menor lixivia����o em PD comparado ao SC. Os riscos de contamina����o dos len����is de ��gua n��o s��o determinados apenas pelo manejo do solo, mas tamb��m pelas condi����es pluviom��tricas intensas nos tr��picos, com perspectivas de ainda serem maiores nos cen��rios de mudan��as clim��ticas.

Avaliação de modelo de extra����o da ��gua do solo por sistemas radiculares divididos entre camadas de solo com propriedades hidr��ulicas distintas

A avaliação da capacidade de ra��zes de plantas em extrair ��gua do solo �� de grande import��ncia na modelagem da taxa de transpira����o e, para entender o crescimento e rendimento vegetal e o balan��o de ��gua e de solutos no solo. Para testar um modelo de extra����o radicular macrosc��pico baseado no processo em escala microsc��pica, descreveram-se os resultados de um experimento com plantas cujo sistema radicular foi dividido entre camadas de solo com propriedades hidr��ulicas contrastantes. Um experimento de lis��metro dividido com plantas de sorgo foi realizado em Piracicaba-SP. Quatro lis��metros com dois compartimentos separados fisicamente (split-pot) foram constru��dos e preenchidos com material de dois tipos de solo de diferentes classes texturais (um solo de textura m��dia - AR e outro de textura argilosa - AG). Durante um m��s e meio foi imposto um regime h��drico, alternando a irriga����o entre os compartimentos. O teor de ��gua nos compartimentos dos lis��metros foi monitorado com TDR e tensi��metros. O material dos dois solos foi analisado conforme m��todo-padr��o quanto ��s suas propriedades de reten����o e condu����o da ��gua. A densidade radicular foi determinada por pesagem no fim do experimento, tendo ficado em torno de duas vezes maior no solo AR do que no AG. Observou-se que a extra����o de ��gua ocorreu preferencialmente do compartimento do lis��metro com maior potencial de fluxo matricial. Em certas ocasi��es houve transfer��ncia de ��gua do lado de maior para o de menor potencial de fluxo matricial, com a libera����o da ��gua ao solo pelo sistema radicular (hydraulic lift). Para compensar o efeito da heterogeneidade da distribui����o radicular e da atividade radicular, incluiu-se, no modelo, um fator emp��rico f de corre����o. O modelo testado descreveu bem 80 % das observa����es com a utiliza����o de valores de f de 0,01506 e 0,003713, para os solos AR e AG, respectivamente. O modelo simulou a libera����o de ��gua ao solo mais frequentemente do que ela ocorreu no experimento. Esse fato pode indicar que a resist��ncia interna do sistema radicular, n��o contabilizada pelo modelo, pode ter papel importante nas rela����es h��dricas na rizosfera.

Avaliação da aptid��o agr��cola de solos do Acre por diferentes especialistas

Os sistemas de avaliação da aptid��o ou do potencial agr��cola das terras t��m sido utilizados nas diversas regi��es do Brasil, por v��rias equipes e com m��ltiplas aplica����es. O objetivo deste trabalho foi avaliar, para solos no Estado do Acre, como diferentes especialistas percebem a import��ncia relativa dos indicadores de um sistema de aptid��o agr��cola e como eles interpretam esses atributos para a defini����o das diferentes classes de aptid��o. Foram utilizados 10 perfis de solos analisados para a IX Reuni��o Brasileira de Classifica����o e Correla����o de Solos, localizados entre os munic��pios de Rio Branco e Cruzeiro do Sul, Amaz��nia - regi��o caracterizada por sedimentos da Forma����o Solim��es como material de origem dos solos. As interpreta����es da aptid��o agr��cola dos solos foram feitas por seis especialistas, os quais avaliaram os indicadores de aptid��o agr��cola, aplicando cinco graus dos fatores de limita����o: defici��ncia de fertilidade, defici��ncia de ��gua, defici��ncia de oxig��nio, suscetibilidade �� eros��o e impedimentos �� mecaniza����o. A partir desses fatores, foram estabelecidas as classes e os grupos de aptid��o para cada perfil de solo, que foram comparados usando an��lise discriminante e por similaridade. Os resultados indicaram que as vari��veis relacionadas a estoque de nutrientes, tipo de argila, classe textural e de drenagem e relevo local foram as mais relevantes na distin����o dos ambientes pelos especialistas. A interpreta����o da aptid��o agr��cola por especialistas n��o foi inteiramente reproduz��vel para todos os solos, estando sujeita a varia����es decorrentes da experi��ncia dos avaliadores e de seu conhecimento sobre o ambiente e os diferentes tipos de uso da terra.

Intervalo h��drico ��timo para avaliação da degrada����o f��sica do solo

A influ��ncia do sistema de uso e manejo na qualidade f��sica do solo tem sido tema de destaque em raz��o de seus impactos ambientais e agron��micos. O intervalo h��drico ��timo (IHO) �� um moderno indicador da qualidade f��sica que potencialmente pode apresentar os mecanismos e processos de perda ou recupera����o da qualidade f��sica do solo, por causa do seu uso e manejo. Diante disso, o objetivo deste trabalho foi quantificar a influ��ncia de diferentes sistemas de uso e manejo no IHO de um Latossolo Vermelho distr��fico, textura franco-arenosa, composto por 170, 40 e 790 g kg-1 de argila, silte e areia, respectivamente. Foram selecionadas quatro ��reas, sob os seguintes sistemas de uso e manejo do solo: mata nativa; pastagem cultivada por mais de 20 anos; citros por mais de 10 anos, antecedido por 10 anos de pastagens; e cultivo com culturas comerciais (milho, sorgo, aveia e mandioca), por cerca de 15 anos, ap��s 10 anos de pastagem cultivada. Foram coletadas 48 amostras indeformadas, em cada ��rea, no centro da camada de 0-0,10 m de profundidade. As amostras foram submetidas a potenciais de -10 a -15.000 hPa, em que foram determinadas a curva de reten����o de ��gua, a curva de resist��ncia do solo �� penetra����o e, posteriormente, a densidade do solo (Ds) e o IHO. A Ds foi influenciada pelos sistemas de uso e manejo do solo na sequ��ncia cultivo = citros > pastagem > mata nativa. A rela����o entre IHO e Ds foi linear e negativa, �� exce����o da mata nativa que na faixa de Ds entre 1,35-1,55 Mg m-3 apresentou rela����o positiva. Valores de Ds, em que o IHO = 0, associados com severa degrada����o f��sica do solo, foram de 1,75 e 1,80 Mg m-3, nos solos sob citros e cultivo, respectivamente; a propor����o desses valores foi de 21 % para o solo sob citros e 18 %, para o sob cultivo. A perda de qualidade f��sica do solo foi menos acentuada no solo sob pastagem, quando comparado com os solos sob citros e cultivo, sendo a diminui����o do IHO menos acentuada com o aumento da Ds. O menor valor de Ds em que iniciou a redu����o do IHO foi tomado como densidade do solo de alerta (Ds a). A Ds a foi de 1,55 Mg m-3 e pode ser utilizada como valor de refer��ncia no processo de recupera����o da qualidade f��sica do solo, v��lida para solos com textura, uso e manejo semelhante ao deste estudo.

Influ��ncia do sistema de plantio sobre atributos dendrom��tricos e fauna ed��fica, em ��rea degradada pela extra����o de argila

O plantio consorciado de eucalipto com leguminosas pode promover a melhoria da qualidade biol��gica do solo em ��reas degradadas e tamb��m ser vantajoso para as esp��cies do cons��rcio. O objetivo deste trabalho foi avaliar a influ��ncia de sistemas de plantios (puros e consorciados) de Acacia mangium (AM), Sesbania virgata (SV) e Eucalyptus camaldulensis (EC), sobre o desenvolvimento das plantas em estudo (vari��veis dendrom��tricas) e especificamente sobre a fauna da serapilheira e dos primeiros 5 cm do solo. Realizou-se um experimento, cujo delineamento utilizado foi o de blocos casualizados com seis tratamentos e tr��s repeti����es. Os tratamentos utilizados para avaliação dos atributos dendrom��tricos foram: 100EC (100 % EC) e 100AM (100 % AM); 50EC:50AM (50 % EC + 50 % AM); 50EC:50SV (50 % EC + 50 % SV); e 50AM:50SV (50 % AM + 50 % SV). Para avaliação da fauna do solo foram: 100EC, 100AM, 100SV (100 % SV), 50EC:50SV e 50 AM:50SV. Aos 48 meses ap��s o plantio, foram feitas medi����es de altura (H) e di��metro �� altura do peito (DAP) das esp��cies E. camaldulensis e A. mangium e estimativas da ��rea basal (AB) e volume de madeira com casca por indiv��duo (VCI). Na serapilheira e no solo (0-5 cm), foram avaliadas a abund��ncia e diversidade da fauna ed��fica. O E. camaldulensis quando cultivado em cons��rcio com as leguminosas apresentou maior DAP, AB e VCI. Em contrapartida, a A. mangium n��o teve essas vari��veis influenciadas quando em cons��rcio com o E. camaldulensis e com a S. virgata. Plantios de E. camaldulensis e S. virgata em cons��rcio promoveram maior abund��ncia total de organismos e maiores valores dos ��ndices de diversidade de Shannon e Pielou, principalmente no que se refere ao compartimento serapilheira.

Intervalo h��drico ��timo em um Latossolo vermelho cultivado em sistema semeadura direta por 25 anos

O Intervalo H��drico ��timo (IHO) integra atributos f��sicos do solo relacionados ao crescimento das culturas e corresponde ao intervalo entre os limites superior e inferior do conte��do de ��gua no solo, no qual s��o m��nimas as limita����es para o crescimento radicular. Em ��reas agr��colas, o manejo do solo pode alterar sua estrutura, de forma que, principalmente em raz��o da compacta����o, a densidade do solo (Ds) poder�� ficar fora desses limites em que as condi����es s��o ideais para o crescimento das plantas. O objetivo deste trabalho foi utilizar o IHO para avaliação da qualidade f��sica do solo e identifica����o de ��reas com restri����o para crescimento de plantas, visando ao manejo localizado. O estudo foi realizado em um Latossolo Vermelho argiloso sob sistema semeadura direta (SSD) com cultivos sucessivos de gr��os por 25 anos em Campinas, SP. Foram coletadas amostras volum��tricas de solo, nas camadas de 0,00-0,10, 0,10-0,20 e 0,20-0,30 m, destinadas �� obten����o dos seguintes atributos: Ds, curva de resist��ncia �� penetra����o, curva de reten����o de ��gua e porosidade do solo para determina����o do IHO e da densidade cr��tica do solo (Dsc). Dados de variabilidade e depend��ncia espacial da Ds foram analisados por semivariogramas para elabora����o de mapas desse atributo. O IHO diminuiu em profundidade e foi limitado na parte superior pela umidade na capacidade de campo e na parte inferior pela resist��ncia �� penetra����o, nas tr��s profundidades avaliadas. A Dsc foi de 1,42 Mg m-3 para a camada de 0,00-0,10 m e de 1,39 e 1,41 Mg m-3, respectivamente, para as camadas de 0,10-0,20 e 0,20-0,30 m. Verificou-se que a Ds foi maior que a Dsc nas camadas de 0,00-0,10 e 0,10-0,20 m, em por����es localizadas no ter��o inferior do terreno, indicando condi����o cr��tica para o crescimento das plantas. A utiliza����o do IHO, associado a mapas de variabilidade espacial da Ds, para determina����o de pontos em que ela �� maior que a Dsc, auxilia a tomada de decis��o para interven����o ou modifica����o do manejo do solo, enquanto que o crit��rio de escolha do valor cr��tico da resist��ncia �� penetra����o pode contribuir para a interpreta����o dos resultados de campo.

Fra����es oxid��veis do carbono org��nico total e macrofauna ed��fica em sistema de integra����o lavoura-pecu��ria

O crescente n��vel de degrada����o das terras tem promovido a ado����o de manejos agr��colas que busque aliar a produ����o agropecu��ria �� conserva����o do solo. Entre esses, a pr��tica da Integra����o Lavoura-Pecu��ria (ILP) tem intensificado-se no Centro-Oeste brasileiro. Com o objetivo de avaliar o efeito em longo prazo do sistema ILP e da sazonalidade, sob a comunidade da macrofauna ed��fica e das fra����es oxid��veis do carbono org��nico total (COT) em ��reas de cultivo e Cerrad��o, foi desenvolvido na Fazenda Cabeceira no munic��pio de Maracaju, MS, um estudo em que se mensurou a influ��ncia da ILP sobre as fra����es oxid��veis do COT e sobre a macrofauna ed��fica. O sistema ILP est�� sendo utilizado nessa ��rea desde 2003; o solo foi identificado como Latossolo Vermelho, localizado em ��rea de relevo plano. As ��reas amostradas possuem o seguinte hist��rico: soja/milho + braqui��ria/algod��o/ aveia + pastagem/soja/forma����o da pastagem/pastagem; as amostragens foram realizadas na ��poca seca, em que as culturas presentes eram pasto, milho+braqui��ria e algod��o; e na chuvosa, com milho+braqui��ria, algod��o e soja. Assim, as ��reas nas duas ��pocas de avaliação foram: pasto/milho, milho+braqui��ria/ algod��o, algod��o/soja e uma ��rea nativa de Cerrad��o. A amostragem foi realizada nas profundidades de 0-10, 10-20 e 20-30 cm, sendo feitas as seguintes determina����es: an��lise da macrofauna ed��fica, fracionamento granulom��trico da mat��ria org��nica do solo (MOS) e fra����es oxid��veis do COT. As ��reas n��o apresentavam delineamento experimental, sendo este um estudo de observa����o. Os dados foram comparados pelo teste de Kruskal Wallis a 5 % e por meio da an��lise de redund��ncia. A compartimentaliza����o da MOS pode ser utilizada para a avaliação da qualidade do manejo, sendo os compartimentos mais sens��veis as fra����es F1 e F2 de fra����es oxid��veis, pois s��o mais l��beis no solo, j�� as fra����es F3 e F4 s��o as mais recalcitrantes. Isoptera (cupim) pode estar atuando como agente humificador da mat��ria org��nica na ��rea de Cerrad��o, contribuindo para maiores teores de F3 e F4, em rela����o �� F1 e F2 na ��poca seca. Esse padr��o somente foi verificado na ��rea de Cerrad��o, visto que nas ��reas de produ����o, Isoptera �� controlado pelo manejo. A falta desse inseto no sistema ILP pode estar reduzindo a estabiliza����o da MOS nas fra����es F3 e F4.