1000 resultados para Nomenclatura botànica
Resumo:
Neste trabalho foram estudados os sistemas reprodutivos de 22 espécies de Asteraceae ocorrentes na região de Curitiba, PR, tendo em vista investigar a ocorrência de apomixia em representantes subtropicais desta família. Testes de campo mostraram sete espécies produzindo frutos nos tratamentos de apomixia (Calea hispida, Taraxacum officinale, Baccharis cylindrica, B. dracunculifolia, Chromolaena ivaefolia, Trixis verbasciformis e Vernonia discolor), mas apenas as duas primeiras com sementes viáveis. As demais 15 espécies não produziram frutos nos tratamentos de apomixia: Bidens pilosa, B. tinctoria, Campovassouria cruciata, Chromolaena laevigata, Erechtites valerianaefolia, Hypochoeris radicata, H. tweediei, Lactuca scariola, Mutisia coccinea, Senecio brasiliensis, Sonchus oleraceus, Sphagneticola trilobata, Vernonia platensis e V. flexuosa apresentaram frutos formados em tratamentos de autopolinização espontânea, em níveis extremamente variáveis. Perezia cubataensis foi a única espécie que não apresentou autopolinização espontânea. Testes de viabilidade de pólen mostraram esterilidade muito baixa em todas as espécies (inclusive cinco apomíticas), à exceção de T. officinale e C. ivaefolia. A freqüência relativamente baixa de casos de apomixia entre Asteraceae de clima subtropical é notável, assim como a partenocarpia (produção e desenvolvimento de frutos sem sementes) encontrada em cinco das espécies estudadas .
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São descritas duas novas espécies de Calliandra da Chapada Diamantina, Estado da Bahia, leste do Brasil. Calliandra geraisensis E.R. Souza & L.P. Queiroz é próxima de C. calycina Benth., diferindo pelo seu hábito depauperado, folhas dísticas e ausência de tricomas glandulares no perianto. Calliandra imbricata E.R. Souza & L.P. Queiroz é uma planta arbustiva semelhante a C. erubescens Renvoize, da qual difere pelas folhas com maior número de pinas e folíolos e pelos estames vermelhos. Ambas as espécies ocorrem nas montanhas da Chapada Diamantina e são endêmicas restritas de uma pequena área nas vizinhanças da cidade de Piatã.
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Com o intuito de determinar os níveis de variabilidade genética mantidos entre e dentro de populações, a estrutura genética e o tamanho efetivo populacional foram estudadas por meio da eletroforese de isoenzimas em populações naturais de Machaerium villosum. Foram amostrados tecidos foliares de três populações naturais fragmentadas, onde coletou-se 30 indivíduos adultos nas populações 1 e 3 (Matinha e Bom Sucesso) e 35 indivíduos na população 2 (Subestação). Foram identificados vinte seis alelos distribuídos em 10 locos. Os índices de diversidade estimados para as três populações revelaram média de 2,4 alelos por loco e heterozigosidade média observada maior que a esperada para as três populações, revelando um excesso de heterozigotos. O polimorfismo foi de 90,0% nas populações 1 e 2 e de 100% na população 3. O índice de fixação (f) foi negativo em todas populações. A estrutura genética revelou que há excesso de heterozigotos para o conjunto das populações (F = -0.121). A divergência genética entre as populações foi baixa (0,061), revelando que 6,1% da variabilidade genética encontram-se entre e 93,9% dentro das populações. O tamanho efetivo estimado para cada população foi de 32, 48 e 42 indivíduos, respectivamente. Para a coleta de sementes, este parâmetro indicou a amostragem de 21 matrizes, de forma a garantir a manutenção da variabilidade genética.
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No Pantanal Cyperus giganteus ou "piri", constitui uma comunidade vegetal "Pirizal". É considerada espécie anfíbia ou mesófita, pois ocorre tanto em lagoas e/ou em solos secos. No ápice radicular são evidentes o caliptrogênio, que origina a coifa; o promeristema; a protoderme; o procâmbio e o meristema fundamental. A partir do promeristema identifica-se a célula que dá origem à protoderme e ao meristema fundamental. O córtex externo é constituído pela hipoderme; o córtex interno é formado a partir da camada precursora da endoderme, com formação do aerênquima esquizolisígeno. A endoderme apresenta estrias de Caspary, lamela de suberina, paredes espessadas e impregnada com compostos fenólicos. Observa-se no cilindro vascular a diferenciação precoce dos elementos do metaxilema, seguida pela diferenciação dos elementos do floema. No rizoma, as raízes se originam do periciclo, o qual constitui a camada mais interna do meristema de espessamento primário (MEP). A raiz tem como caracteres representativos da família Cyperaceae a disposição do aerênquima, a hipoderme plurisseriada e idioblastos com compostos fenólicos.
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As results of a revision of the Brazilian species of Ditassa, lectotypes for D. endoleuca Schltr., D. pauciflora Decne. and D. ramosa E. Fourn. (= D. blanchetii Decne.) are designated.
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Uma das conseqüências da fragmentação de hábitats florestais melhor estudadas até o momento são os chamados efeitos de borda. Neste estudo, foi verificado como variam a riqueza e a abundância das pteridófitas quando são comparados interiores e bordas de áreas florestais, em Una, BA. Foram inventariadas todas as pteridófitas a até 1 m do solo, em 36 parcelas de 120 × 10 m (0,12 ha), estabelecidas em áreas de mata contínua (> 900 ha) e fragmentos de mata (< 100 ha), distribuídas na região entre três blocos amostrais de 5 × 5 km. Em cada uma das áreas, locaram-se as parcelas a 20, 40 e a mais de 100 m da divisa da mata com relação às áreas adjacentes. Os resultados mostram que não há variação na abundância entre as unidades consideradas. No entanto, a riqueza de samambaias é diferente entre blocos amostrais, indicando que as florestas de Una podem ser heterogêneas quanto aos aspectos ambientais. Além disso, a riqueza decai nas parcelas de borda mais próximas à matriz, em todos os blocos; a partir de uma distância aproximada de 20-30 m a riqueza é restabelecida, tornando-se similar à do interior da floresta. Também fica claro que os interiores de floresta constituem ambientes totalmente distintos daqueles de borda, no que se refere à comunidade de pteridófitas, de modo que, praticamente, não são afetados pelos efeitos de borda. Pôde-se concluir que os efeitos de borda sobre as pteridófitas penetram muito pouco no interior da floresta, mas deve-se ressaltar que a formação de novas bordas em larga escala pode vir a extinguir espécies florestais da região.
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O estudo palinotaxonômico de oito espécies de Passiflora L. subg. Decaloba (DC.) Rchb. (Passifloraceae) teve como objetivo contribuir para a caracterização, circunscrição e delimitação desse subgênero na região Sudeste do Brasil. Os grãos de pólen foram acetolisados, medidos, descritos e ilustrados sob microscopia de luz. Para observar detalhes da superfície e da abertura, grãos de pólen não acetolisados foram analisados em microscópio eletrônico de varredura (MEV) e, em seguida, eletromicrografados. Os dados obtidos foram estatisticamente analisados, de acordo com o tamanho da amostra. As espécies analisadas neste estudo possuem grãos de pólen grandes ou médios, isopolares, prolato-esferoidais, esferoidais ou subprolatos, 12-colporados, 12-colpados para P. suberosa L. ou 6-colporados, com pseudopérculos, exina heteroreticulada. Foi confeccionada uma chave para a identificação das espécies estudadas com base em dados polínicos.
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Floristic survey of genus Bourrellyodesmus (Desmidiaceae, Zygnemaphyceae) was based on 149 sample units, 76 of which were already deposited at the Herbário Científico do Estado "Maria Eneyda P. Kauffmann Fidalgo" (SP) of the Instituto de Botânica, Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, and 73 of which were collected during 2000-2001. Two species of Bourrellyodesmus were identified: B. jolyanus (C. Bicudo & Azevedo) C. Bicudo & Compère e B. guarrerae sp. nov.
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O estudo foi realizado em quatro remanescentes próximos a cidade de Corumbá, MS (19º05'-19º20' S e 57º40'-57º55' W), com o objetivo de verificar a variação da composição florística e estrutura da floresta decídua em diferentes relevos e tipos de solo. Quatro remanescentes foram amostrados pelo método de quadrantes. Três áreas foram amostradas com 20 pontos, e a quarta área foi amostrada com 50 pontos. Todas as árvores com circunferência à altura do peito > 9 cm foram amostradas. Na floresta estacional decidual aluvial foram amostradas 32 espécies, sendo as de maior valor de importância Attalea phalerata Mart. ex Spreng. (Arecaceae) e Aspidosperma australe Müll. Arg. (Apocynaceae). Nas duas áreas de floresta estacional decidual de terras baixas, foram amostradas 47 e 25 espécies, respectivamente, sendo Sebastiania discolor (Spreng.) Müll. Arg. (Euphorbiaceae) e Phyllostylon rhamnoides (J. Poiss.) Taub. (Ulmaceae) as mais importantes em ambas. No remanescente de floresta estacional decidual submontana foram amostradas 24 espécies, sobressaindo-se Acosmium cardenasii H.S. Irwin & Arroyo (Fabaceae) como a mais importante. A família mais rica nas áreas estudadas foi Fabaceae, com 16 espécies, seguida por Euphorbiaceae, com seis espécies, e por Apocynaceae, Rubiaceae e Sapindaceae, com três espécies cada. As duas áreas de florestas de terras baixas mostraram-se muito similares, tanto na composição florística, como na estrutura. A floresta aluvial apresentou composição florística e estrutura mais distintas das demais áreas. Estes remanescentes de florestas estacionais deciduais apresentaram estrutura e composição florística peculiares, com elementos do chaco e da caatinga, merecendo a intensificação de estudos botânicos e ecológicos.
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Two adjacent tracts of tropical secondary forest, situated in Itambé do Mato Dentro, south-eastern Brazil, which had been regenerating for 15 and 40 years after clearing, were compared with the purpose of detecting differences in species diversity and composition, species guild composition (regeneration, stratification and dispersion), and stand structure. Four and three 1,125 m² plots laid on the 15- and 40-year-old stands, respectively, sampled 2,430 trees with diameter at the base of the stem > 5 cm. The number of species (S = 199) was high for this forest type and significantly higher for the older stand. Tree density was significantly higher in the younger stand, particularly for smaller trees, whereas the two stands did not differ in both basal area and volume per hectare. Trees of shade-tolerant and understory species were significantly more abundant in the older stand. Though sharing a large proportion of species (49%), the two stands differed significantly in the abundance of many species. Live stumps probably contributed to the relatively quick restoration of some forest characteristics, particularly species diversity, basal area and volume.
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The dynamics of forests subject to inundation appears to be strongly influenced by the frequency and intensity of natural disturbances such as flooding. In a late successional tidal floodplain forest near the Amazon port of Belém, Brazil, we tested this prediction by measuring seasonal patterns of phenology and litterfall in relation to two key variables: rainfall and tide levels. In addition, we estimated the root biomass and the annual growth of the forest community by measuring stem increments over time. Our results showed high correlations between phenological events (flowering and fruiting) and rainfall and tide levels, while correlations between litterfall and these variations were generally weaker. Contrary to our prediction, root biomass to 1 m depth showed no significant differences along the topographic gradient, and the root biomass at all topographic levels was low to intermediate compared with other neotropical forests. Both litterfall and total stem increment were high compared to other tropical forest, indicating the high productivity of this ecosystem.
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Devido à ampla distribuição geográfica, a Floresta Atlântica e os ecossistemas associados estão sujeitos a condicionantes ambientais que variam de acordo com a latitude e que devem influenciar nos processos dinâmicos das comunidades. Para avaliar se a fenologia de florestas da região atlântica pode ser determinada por tais variações, plantas do dossel e do subbosque (total 55 espécies) de duas Florestas de Restinga (Floresta não inundável e Floresta inundável) foram acompanhadas por dois anos na Ilha do Mel, localizada em região meridional da distribuição da Floresta Atlântica e com pouca diferença climática entre o período superúmido (setembro a maio) e úmido (junho a agosto). Apesar das diferenças florísticas e estruturais, as duas florestas apresentaram padrões semelhantes, com pico de queda de folhas (outubro a dezembro), brotação (dezembro a janeiro), floração (dezembro a janeiro) e frutificação (março a abril) ocorrendo sucessivamente ao longo da estação superúmida, o que esteve correlacionado principalmente com as variações do comprimento do dia e da temperatura. Dossel e sub-bosque apresentaram padrões fenológicos distintos, sendo que no primeiro houve maior sincronia interespecífica. Os resultados mostraram que mesmo localizadas na situação marginal de distribuição do clima tropical, as Florestas de Restinga da Ilha do Mel apresentam semelhanças fenológicas com outros ecossistemas da região atlântica, o que deve refletir a similaridade florística entre estas áreas.
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The horizontal and vertical tree community structure in a lowland Atlantic Rain Forest was investigated through a phytosociological survey in two 0.99 ha plots in the Intervales State Park, São Paulo State. All trees > 5 cm diameter at breast height were recorded. 3,078 individuals belonging to 172 species were identified and recorded. The Shannon diversity index was H' = 3.85 nat.ind.-1. The Myrtaceae family showed the greatest floristic richness (38 species) and the highest density (745 individuals) in the stand. Euterpe edulis Mart. had the highest importance value (33.98%) accounting for 21.8% of all individuals recorded. The quantitative similarity index was higher than the qualitative index, showing little structural variation between plots. However, the large number of uncommon species resulted in pronounced floristic differences. A detrended correspondence analysis (DCA) generated three arbitrary vertical strata. Stratum A (> 26 m), where Sloanea guianensis (Aubl.) Benth. and Virola bicuhyba (Schott. ex A.DC.) Warb. were predominant showed the lowest density. Stratum B (8 m < h < 26 m) had the greatest richness and diversity, and stratum C (< 8 m) showed the highest density. Euterpe edulis, Guapira opposita (Vell.) Reitz, Garcinia gardneriana (Planch. & Triana) Zappi, and Eugenia mosenii (Kausel) Sobral were abundant in strata B and C. The occurrence of strata in tropical forests is discussed and we recommend the use of DCA for others studies of the vertical distribution of tropical forest tree communities.
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One dune habitat in the semi-arid Caatinga Biome, rich in endemisms, is described based on plant species composition, woody plant density, mean height and phenology and a multivariate analysis of the micro-habitats generated by variables associated to plants and topography. The local flora is composed mainly by typically sand-dweller species of Caatinga, suggesting the existence of a phytogeographic unity related to the sandy areas in the Caatinga biome, which seems to be corroborated by faunal distribution. Moreover, some species are probably endemic from the dunes, a pattern also found in vertebrates. The plant distribution is patchy, there is no conspicuous herbaceous layer and almost 50% of the ground represents exposed sand. Phenology is not synchronized among species, occurring leaves budding and shedding, flowers development and anthesis, fruits production and dispersion both in rainy and dry seasons. Leaf shedding is low compared to the level usually observed in Caatinga areas and about 50% of the woody individuals were producing leaves in both seasons. Spectrum of dispersal syndromes shows an unexpected higher proportion of zoochorous species among the phanerophytes, accounting for 31.3% of the species, 78.7% of the total frequency and 78.6% of the total density. The habitat of the dunes is very simple and homogeneous in structure and most of environmental variance in the area is explained by one gradient of woody plants density and another of increase of Bromelia antiacantha Bertol. (Bromeliaceae) and Tacinga inamoena (K. Schum.) N.P. Taylor & Stuppy (Cactaceae) toward valleys, which seem to determine two kinds of protected micro-habitats for the small cursorial fauna.
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A biologia da polinização de Saranthe klotzschiana (Koer.) Eichl. foi estudada em uma Mata Serrana (brejo de altitude) no Parque Ecológico João Vasconcelos Sobrinho, Caruaru-PE (8º18'36"S e 36º00'00"W). Saranthe klotzschiana apresenta inflorescências com 2,5-5,5 cm de comprimento, com ca. 10-30 flores, as quais medem 6-10 mm de comprimento. A antese é diurna, as flores abrem à partir das 4:00 h e fecham por volta das 14:30 h, abrindo cerca de 4-12 flores por inflorescência/dia. É produzido 1-3 µL de néctar por flor, com concentração de açúcares entre 27% e 32%. Ao amanhecer, foram observadas visitas freqüentes de mariposas e de abelhas, das famílias Anthophoridae (Centris aenea, Epicharis (Epicharoides) sp., Mesoplia similis, Rhathymus acutiventris e R. bicolor nigripes), Apidae (Euglossa truncata, E. carinilabris, Eulaema bombiformis, E. cingulata, E. nigrita e Melipona scutellaris) e Colletidae (Ptiloglossa sp.). As abelhas visitaram as flores ao longo de todo o período de antese, sendo o pico de visitas das 6:00 h às 11:00 h. A partir das 8:00 h iniciavam as visitas dos beija-flores Amazilia fimbriata, Chlorostilbon aureoventris e Phaethornis ruber. Antes das visitas o estilete encontra-se em posição vertical em relação ao ovário, preso por tensão pelo estaminódio. Ao toque do visitante floral, o estilete se enrola, havendo deposição de pólen na probóscide (mariposa), língua (abelhas) ou no bico (beija-flores). As abelhas grandes e os beija-flores foram considerados os principais polinizadores devido à eficiência no desencadeamento do mecanismo de polinização.