964 resultados para Mobilidade social Portugal Séc. XIX


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Em Portugal tem-se legislado sobre a incluso social quer das pessoas consideradas com Necessidades Educativas Especiais [NEE] quer da recente heterogeneidade scio-cultural proveniente da imigrao. Mas, para existir incluso, legislar no o suficiente. preciso haver uma outra forma de pensar e sentir por parte do pblico em geral. Esta reflexo sobre os modelos de incluso no pode ficar circunscrita aos pensadores e aos acadmicos. A diferena no pode ser vista como um problema, assimilada e anulada. Pelo contrrio, esta dever ser mbil para o dilogo entre culturas. Precisamos sair do multiculturalismo e entrar num cosmopolitismo aberto a novos valores, outras identidades e diferena fsica, cognitiva, cultural, lingustica e religiosa, no sentido de se conseguir uma sociedade mais coesa e humana. S quando existir uma sria sensibilizao para a mutao de prticas (porque no basta pensar) que incluam a colaborao multidisciplinar, a famlia e a comunidade, que as pessoas em situao de deficincia vo alcanar a sua independncia e crescer pessoal, social e at mesmo profissionalmente. Com os estrangeiros acontece exactamente o mesmo. E, concretamente em relao a estes, para alm da tolerncia, abertura e dilogo social, saber Portugus condio sine qua non para que a sua integrao seja plena. Por isso que o curso de Portugus Para Todos [PPT] constitui uma iniciativa de elevado relevo, no sentido em que garante ao Utilizador Elementar Falante de Outras Lnguas [UEFOL] a possibilidade de comunicar nas vrias situaes da vida quotidiana, permitir a sua incluso social e profissional no pas de acolhimento e criar uma interculturalidade dinmica caracterizada pelo estreito relacionamento entre diferentes culturas e valores. No sentido de se conhecer mais sucintamente os motivos que levaram criao do curso de PPT, em que consiste, a sua organizao, a caracterizao dos formandos e da entidade formadora, foram aplicados alguns mtodos de pesquisa de informaes, a saber: pesquisa documental, observao naturalista, entrevista, inqurito e testes de diagnstico. Os dados obtidos permitiram traar um caminho para uma interveno bem sucedida numa escola EB 2,3 do Algarve, divulgando o contributo que o curso de PPT pode dar quer na aprendizagem da Lngua Portuguesa [LP] quer na interculturalidade assentes numa dinmica educativa que ocorra tanto na sala de aula como no seio da comunidade escolar e local.

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Este estudo compara o percurso da educao do sobredotado no Brasil e em Portugal. Para isso descreve-se a trajectria histrica, a legislao e a terminologia adoptada, os programas e servios de atendimento ao sobredotado, a formao dos profissionais e a produo cientfica brasileira e portuguesa na rea. As anlises efectuadas indicam uma maior consistncia da legislao e das medidas educativas no Brasil em ateno aos alunos sobredotados, havendo uma maior consistncia histrica e um maior reconhecimento social desta rea. O desenvolvimento da rea no Brasil assenta em trs pilares: estruturas governativas da educao, associaes e instituies de ensino superior, sendo que em Portugal o contributo por parte das entidades governativas ao desenvolvimento da rea inexistente. Face proximidade lingustica e cultural, e ao significativo intercmbio acadmico entre os dois pases, apontam-se algumas iniciativas para os prximos anos em prol do desenvolvimento da educao do aluno sobredotado. Essa aposta passa pela realizao de estudos e publicaes conjuntas ou pelo intercmbio de estudantes e profissionais interessados na rea.

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As ideias de promover o desenvolvimento do turismo em Portugal surgem, essencialmente, pela necessidade de resolver os problemas financeiros com que o Pas se defrontava nos finais do século XIX e inicio do século XX. Em alguns pases europeus as visitas de estrangeiros contribuam positivamente para o respectivo saldo comercial e alguns polticos portugueses vem a um exemplo a ser seguido. , no entanto, a sociedade civil que toma a iniciativa de promover aces concretas para atrair estrangeiros a Portugal a que se segue, pouco depois, a criao da Organizao Oficial do Turismo Portugus (1911). Portugal torna-se pioneiro da organizao turstica nacional e internacional e inicia um caminho que conduz a que, em 1927, disponha de uma organizao que abrange todas as reas do turismo e que est na origem da actual. O presente trabalho procura analisar o processo que conduziu a esta organizao assim como as dificuldades atravessadas e os sucessos alcanados.

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O texto objetiva explicitar as convergncias e possveis divergncias das polticas de acesso ao ensino superior Brasil/Portugal e evidencia as influncias do neoliberalismo e da globalizao na constituio de uma agenda global que passa a estruturar caminhos reguladores ao nvel das polticas e das aes educacionais. O argumento parte do princpio de que a educao se constitui uma estratgica poltica para o alcance da hegemonia econmica, poltica, cultural e ideolgica da lgica mercantilista. No contexto brasileiro aborda-se a anlise da expanso do ensino superior a partir dos dados do Censo da Educao Superior e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios (PNDA) que evidenciam a expanso do setor privado. No caso portugus, corrobora o gerenciamento da Unio Europia e demonstra a centralidade das matrculas no setor pblico/estatal e a diminuio do nmero de matrcula no sistema de ensino superior, exigindo polticas que gerem novas oportunidades de estudo. Por exemplo, o programa Maior de 23 anos, destinado a adultos, cujo percurso acadmico, social e profissional pode ser objecto de validao e certificao, considerando a promoo de igualdade de oportunidades no acesso a este grau de ensino, atraindo novos pblicos, numa lgica de aprendizagem ao longo de toda a vida.

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A histria social de Macau constitui um campo de estudo largamente por cultivar, mais ainda quando se procura reconstruir e interpretar a circulao de crianas, jovens e mulheres que, de origem fundamentalmente chinesa e asitica, em profunda situao de subalternidade e explorao sociais, foram concorrendo quase paradoxalmente para a sobrevivncia de uma presena poltica, econmica, cultural e simblica que se reivindicava portuguesa. No territrio macaense, distinguindo-se do que se passava em outros espaos coloniais, como Goa ou o Brasil, a presena de mulheres europeias praticamente inexistente ou fragmentria at quase finais do século XIX, quando o estado central comea sistematicamente a funcionalizar e a assalariar as longnquas administraes, contingentes militares e burocracias coloniais. Em rigor, de forma generalizada, a presena social portuguesa nos diferentes enclaves asiticos que se organizavam sob a tutela poltico-institucional do chamado Estado da ndia, da frica Oriental a Timor, no mobilizava mulheres de origens europeias, descontados alguns exemplos, aventuras e esforos de circulao de orfs, maioritariamente limitados ao enclave gos,2 mas quase sem expresso no devir social de Macau.

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Sobre o caos urbanstico em que o Pas se vem afundando desde h cerca de 30 anos, ainda nem tudo foi dito, mas a conscincia da sua gravidade tem-se progressivamente sedimentado na sociedade portuguesa, tanto no plano formal como no social. O caos urbanstico em Portugal um facto generalizado e indesmentvel. Tem razes profundas em causas culturais antigas e na histria recente, na ausncia de uma poltica de solos eficaz, nas lacunas, no incumprimento ou no defeituoso cumprimento da legislao. E no se trata s de clandestinos ou de bairros de lata mas tambm, e infelizmente, de loteamentos e obras, administrativa, jurdica e tecnicamente suportadas. Bairros e mais bairros promovidos, construdos e adquiridos muitas das vezes com recurso a financiamento que representa uma parte substancial da actividade bancria em Portugal

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Defender a necessidade de regulamentar a profisso de urbanista pode parecer um assunto relativamente menor e rido se comparado com o estado urbanstico em que o Pas se encontra. Mas se este problema for equacionado no seu verdadeiro lugar, talvez esta situao adquira a importncia que julgamos merecer. Duas perspectivas nos permitiro entender melhor a complexidade do problema: A da necessidade de alterar a situao actual do urbanismo, A da ausncia de qualidade urbanstica. Sobre a primeira, o caos urbanstico em que o Pas se vem afundando desde h cerca de 30 anos, ainda nem tudo foi dito, mas a conscincia da sua gravidade tem-se progressivamente sedimentado na sociedade portuguesa, tanto no plano formal como no social. O caos urbanstico em Portugal um facto generalizado e indesmentvel. Tem razes profundas em causas culturais antigas e na histria recente, na ausncia de uma poltica de solos eficaz, nas lacunas, no incumprimento ou no defeituoso cumprimento da legislao.

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Dentre as actividades urbanas como habitao, trabalho, estudo, lazer, compras, amobilidade inclui-se como uma actividade intermdia, sem a qual se torna impossvel odesempenho das demais. A deslocao de pessoas e mercadorias, influencia fortemente osaspectos sociais e econmicos do desenvolvimento urbano. Por outro lado, a maior oumenor necessidade de viagens definida pela localizao das actividades na rea urbana.Assim, a mobilidade urbana ao mesmo tempo causa e consequncia do desenvolvimentoeconmico-social, da expanso urbana e da distribuio espacial das actividades.Outra dimenso nem sempre considerada quando se fala em planeamento urbano e detransportes a ntima relao entre infra-estrutura e transporte motorizado e a questoambiental

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Nas transversalidades das polticas globais de assistncia aos Direitos Humanos com uma educao bsica de qualidade para todos os povos, estabelecido em Abril de 2000, no Frum Mundial de Educao, em Dakar, a meta de uma Educao para Todos para ser alcanada at 2015. Neste cenrio de transposies geo-econmicas, observam-se em paralelo as preocupaes governamentais em Portugal para uma poltica contra-hegemnica. Com responsabilidade pautada em ser uma Sociedade do Conhecimento, emerge a reelaborao e criao de uma nova estrutura no sistema de educao e formao para todos os portugueses, a fim de suprir o dficit escolar e ampliar a educao de qualidade, para desenvolver competncias e promover a profissionalidade. Em aliana com o Ministrio da Educao e o Ministrio do Trabalho e da Solidariedade Social, consolida-se a iniciativa ao Programa Novas Oportunidades para que jovens e adultos obtenham a sua emancipao por meio de uma aprendizagem contextualizada e ajustada coeso social. Valida-se, desta forma, a referida investigao cientfica no seu propsito de analisar os discursos polticos e compreender as reais importncias das estruturas do Programa Novas Oportunidades que consubstanciem respostas eficazes face aos fenmenos da globalizao.

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Este artigo visa analisar o tratamento dado educao elementar na revista Atlantida: Mensario artistico, literario e social para Portugal e Brazil (1915-1920). O principal objetivo da revista era contribuir para a integrao lusobrasileira e, embora a literatura merecesse maior destaque, as questes sociais,polticas, econmicas, culturais e educacionais foram bastante discutidas ao longo de suas pginas. A anlise dos artigos relacionados educao elementar veiculados pela Atlantida evidencia que a revista difundiu algumas das principais preocupaes de sua poca: a necessidade de ampliao desse nvel de ensino e a defesa de ideias escolanovistas. Redigida e divulgada por uma elite intelectual prxima ao poder em ambos os pases, acabou por servir de instrumento de veiculao dos ideais do liberalismo educacional, matriz das principais reformas empreendidas no perodo no mbito da educao, tanto em Portugal quanto no Brasil.

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Neste artigo propomo-nos analisar as representaes sociais sobre os riscos tecnolgicos e naturais na raia galego-portuguesa. O impacto das mudanas ambientais e os diferentes projectos de desenvolvimento assim como o objectivo de eliminao de fronteiras no espao da Unio Europeia interfere com a percepo social das mudanas. Neste estudo conclumos que o desenvolvimento de uma gesto estratgica no mbito de uma emergncia pode depender do conhecimento colectivo, que no necessariamente cientfico aquando da ocorrncia de uma catstrofe. A principal concluso a de que a maioria das pessoas admite a fatalidade. Face imprevisibilidade dos eventos admitem ficar na expectativa seguindo a evoluo dos mesmos com poucas possibilidades de interveno.

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RESUMO: A Marca de um Pas tambm vende. A imagem de um Pas nos dias de hoje um activo muito importante para a sua economia. Uma marca uma promessa feita ao consumidor, o ponto de referncia de todas as impresses, positivas e negativas adquiridas ao longo do tempo. O Marketing a ferramenta que dever percepcionar, estudar e apresentar factores de diferenciao, mostrar e convencer os consumidores das qualidades de um produto ou servio. A realidade impe uma ateno especial ao tema e a Marca Portugal teve um boom de programas de desenvolvimento e de promoo a partir dos anos 90 do séc. XX. O responsvel pela gesto da Marca Portugal o Governo, atravs da AICEP, Agncia para o Investimento e Comrcio Externo de Portugal, que tem como misso aumentar a notoriedade de Portugal, dinamizando o investimento estruturante e a internacionalizao das empresas, criando condies competitivas e estimulando a exportao no Mercado Global, diversificando a oferta dos produtos e os Pases de Destino. A falta de estratgia e os planos mal sucedidos, so alguns dos erros apontados gesto da Marca Portugal, mas determinante assumir claramente que a assumpo da Marca e o seu Reposicionamento um vector estratgico para o desenvolvimento do Pas. Portugal tem boas referncias, na indstria, nos servios, tem produto, que podem ajudar a promover a imagem global de Portugal e contribuir para o aumento das receitas, seja das exportaes, do Turismo ou do Investimento Estrangeiro. Portugal precisa de um Plano de Marketing e de uma entidade gestora de Marca, que garanta uma gesto eficaz da Marca Portugal, integrada e articulada com todos os produtos e servios estratgicos para a exportao ou para o consumo interno. Esta dissertao apresenta um Modelo de Reposicionamento da Marca Portugal que agrega todos os pontos positivos que Portugal possui, como, a sua capacidade de vendas, o seu potencial para se investir, o que h para ser visitado, e desenvolve um programa srio e transversal que promova Portugal no estrangeiro e que atraia investidores e visitantes. ABSTRACT: The Brand of a Nation also sells. The image of a country is, nowadays, an important asset for its economy. A brand is a promise made to the consumer; it is the reference point for all impressions, positive and negative acquired over time. Marketing is the tool that must perceive, study and present differentiation factors, must show and convince consumers about the qualities of a product or service. Reality demands a special attention to this topic and the Portugal Brand experienced a development and promotion program boom since the 20th Century 90s. Currently, the figure in charge of the management of the Portugal Brand is the Government, through AICEP, whose mission is to increase the notoriety of Portugal, captivating structural investment and the internationalization of enterprises, mainly small and medium businesses, creating competitive conditions and stimulating exports to the Global Market, diversifying product offer and Destination Countries. Some errors have been pointed out in the management of the Portugal Brand, such as lack of strategy and unsuccessful plans, but it is imperative to irrevocably understand that Brand assumption and its Repositioning is a strategic vector for the development of the Country. Portugal has good references, either in industry, or services, has product, that help promoting Portugals global image and contributing to an increase in revenues, either in exports, Tourism or Direct Investment. Portugal needs a Marketing Plan and a Brand management entity, such as a Brand strategic executive council, to ensure an effective management of the Portugal Brand, integrated and articulated with all the products and services flagged as strategic assets for exportation or domestic use. This thesis presents a Repositioning Model of the Portugal Brand that aggregates all positive aspects that Portugal has, such as sale capacity, potential for investment, lots of places to visit, and develops a serious and transversal program to promote Portugal abroad and to attract investors and visitors alike.

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In order to conduct a successful transition from analogue terrestrial television to full digital terrestrial television it is essential to identify what are the most significant drivers and barriers for adoption among the impacted population. Also importantly, it is to segment the population according with their attitudes towards digital TV, their awareness about the switchover process and intention of adopting digital TV, among other relevant topics. The tradition of profiles definition based on the adoption and rejection of innovations can be traced back to Beal & Bohlen, who proposed five categories of innovation adopters based on the time of adoption, with significant differences in selected personal and social characteristics: the innovators, the early adopters, the early majority, the majority and non-adopters. Later, Rogers would propose similar categories of adopters that became the standard for years to come: the innovators, the early adopters, the early majority, the late majority and the laggards. While helpful, these traditional innovation adopters profiles do not totally grasp the complexities of the adoption of an innovation such as digital TV, particularly in mandatory settings. In this paper we will propose a classification of adopters of digital TV in Portugal, based on the results of one of the four empirical studies of the research project ADOPT-DTV, namely, the quantitative inquiry administered to a representative sample of the Portuguese population. The paper will be concluded with a brief discussion of results and the enumeration of the next steps of the research project.

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O objectivo principal desta dissertao estudar qual o impacto do contexto cultural e do local de trabalho sob os valores sociais. Pretende-se averiguar se a herana cultural portuguesa em Macau gera, ou no, consenso nos valores de portugueses a viver e trabalhar em Macau e em Portugal. Vai-se verificar se as atitudes sociais dos portugueses a viver em Macau variam das dos portugueses a viver em Portugal. Por outro lado, deseja-se perceber se a cultura chinesa influencia os valores dos portugueses a viver em Macau. Realizou-se um estudo comparativo com 119 participantes portugueses, dos quais 61 viviam em Macau e 58 a viviam em Portugal, os quais responderam a um questionrio que apresentava primeiro a medida de valores e de seguida as questes scio demogrficas. A medida usada foi a verso portuguesa da verso reduzida do PVQ (Portrait Values Questionaire; Schwartz, 2001 in Ramos, 2006). Os resultados mostram que h um conjunto de valores e atitudes partilhados por Portugueses em Macau e em Portugal, no entanto, o local de trabalho e o contexto scio-cultural no tiveram efeito significativo sob os valores.

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Qualidade de Vida um conceito muito complexo que, basicamente, define a percepo que um indivduo tem acerca da sua situao na vida, de acordo com o contexto cultural e com os sistemas de valores nos quais vive, sendo essa percepo o resultado da interaco entre os objectivos e expectativas individuais e os indicadores objectivos disponveis para o ambiente scio-cultural em que o indivduo est inserido. Sendo um perodo de crescimento, de desenvolvimento e de novas oportunidades, mas, simultaneamente, de desafios e incertezas, a adolescncia traz consigo tenses e ansiedades que interferem, necessariamente, com o bem-estar dos jovens. Para alm das tenses inerentes a este perodo de grandes transformaes, os adolescentes portadores de cegueira congnita ou precoce tm ainda de gerir as tenses provocadas pelo confronto dirio - necessariamente desgastante - com as barreiras de carcter acadmico, social e afectivo que, decorrentes das concepes altamente depreciativas da sociedade - nomeadamente da sociedade portuguesa - relativamente cegueira, condicionam fortemente a incluso social destes jovens. Foram entrevistados trs adolescentes cegos: dois do sexo feminino - com 19 e 16 anos, respectivamente, e frequentando, data da entrevista, uma o Ensino Superior, e a outra o Ensino Secundrio - e um do sexo masculino, com 15 anos, que, quando foi entrevistado, frequentava o Ensino Bsico. Foram colocadas aos participantes na pesquisa questes que visaram o conhecimento dos aspectos mais relevantes da vida de cada um deles ao nvel das vrias dimenses a considerar, de modo a podermos, em cada caso, realizar uma avaliao da qualidade de vida e do impacto nela provocado pelas circunstncias directa e indirectamente associadas cegueira. Embora constituam acima de tudo pistas para futuras investigaes na medida em que so referentes ao estudo de alguns casos, os resultados obtidos indiciam muito claramente que, em Portugal, a qualidade de vida dos adolescentes portadores de cegueira congnita ou precoce fortemente afectada, quer pelas concepes muito penalizantes detidas pela nossa sociedade relativamente cegueira, quer pelas barreiras fsicas, logsticas, acadmicas, sociais e afectivas delas decorrentes.