943 resultados para Navegação autónoma
Resumo:
Longe das premissas de objectividade e cientificidade positivistas, que promoviam a Arquivstica como cincia auxiliar da Histria, os arquivistas como guardies passivos 2 da documentao ao ser- vio dos historiadores e os arquivos como resduos naturais e orgnicos da actividade humana 3 virginal- mente conservados ao longo dos sculos, as ltimas dcadas trouxeram novos pressupostos lanados por uma, tambm ela, Nova Arquivstica, progressivamente sintonizada com os desafios ps-modernistas com as exigncias da Era da Informao. Autónoma, metamorfoseada e ao abrigo de um novo paradigma, esta cincia arquivstica renovada depressa contaminou a sua antiga disciplina-me ao chamar particular ateno para a necessidade de rever algumas das tendncias - ou resduos txicos 5 para usar uma expresso de Patrick Geary de herana positivista. Dessa contaminao resultaram dois movimentos essenciais que marcam o compasso de diversas das principais discusses hoje tecidas acerca da metodologia e da teoria da Histria: o archival turn (viragem arquivstica), sobretudo animado pela produo cientfica ligada aos EUA, Inglaterra e Canda; e o tournant documentaire (viragem documental), propagado por autores oriundos de Frana, Blgica, Espanha, Itlia e, em menor medida, Portugal. Apesar de cada uma destas viragens apresentar caractersticas especficas ambas partilham, no entanto, uma mesma essncia que aponta precisamente para a concepo dos arquivos (tanto os conjuntos documentais como as instituies) no s como place of study, isto , como espaos e repositrios de informao passvel de ser recolhida para a anlise de dado objecto de estudo mas tambm como objectos de estudo em si mesmos, per se merecedores de um esforo problematizante. Esta centralidade ocupada pelos conjuntos documentais, pelos arquivos-instituio e, consequentemente, pelo trabalho desenvolvido pelos arquivistas provocou, por seu turno, um intenso questionamento de algumas das mais enraizadas evidncias cultivadas no seio da Historiografia.
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O presente trabalho procura enquadrar a participao portuguesa na Grande Guerra luz das variaes da poltica interna. A entrada de Portugal na Grande Guerra foi sempre polmica e no mereceu o unanimismo que se verificou na maioria dos pases beligerantes. Desde muito cedo, a sociedade portuguesa dividiu-se entre os que eram a favor da participao portuguesa na guerra e os que eram contra. A acrescer a estas divises polticas juntamos as dificuldades de um pas pobre e atrasado em participar na guerra mais desenvolvida e mortfera de sempre: nomeadamente as questes logsticas do treino, transporte e manuteno de um contingente militar a combater num pas estrangeiro. A situao do nosso contingente enviado para a Frana (C.E.P.) foi piorando gradualmente, pois a falta de apoio poltico traduziu-se na incapacidade de substituir as tropas em combate. Chegados a Abril de 1918, o C.E.P. foi atacado e vencido pelo exrcito alemo, tendo, para todos os efeitos acabado enquanto fora autónoma de combate. A derrota de La Lys, foi, contudo, transformada numa grande jornada de valor e coragem do soldado portugus. Na criao, ampliao e divulgao do mito de La Lys, que atravessou trs regimes polticos (I Repblica, Ditadura Militar e Estado Novo), a imprensa teve um papel crucial, em particular nos anos que medeiam entre o final da guerra e o incio da dcada de 40 do sculo XX.
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Estruturado sob a influncia dos modelos de vida e obra prprios da narrativa biogrfica, este trabalho assume uma abordagem metodolgica de compromisso entre a fixao da cronologia do percurso de Jos de Figueiredo e o desenvolvimento de uma reflexo sobre o seu papel nas reas em que se destacou. Numa primeira parte so contextualizados e analisados as suas origens familiares, o seu percurso formativo em Coimbra, os anos de formao artstica informal que teve em Paris no final de oitocentos e o seu processo de integrao na sociedade erudita lisboeta do incio do sculo XX. De seguida apresentada uma anlise das vrias reas da sua atuao no panorama cultural portugus: a sua integrao na Academia Real de Belas- Artes de Lisboa, num perodo de afirmao do seu nome enquanto especialista em assuntos de arte; o seu papel na campanha de estudo, restauro e divulgao dos painis de S. Vicente; as suas ideias e contribuies na definio da legislao artstica e patrimonial portuguesa, nos diversos contextos poltico-sociais que integrou; a sua atividade como crtico e historiador de arte, num perodo marcado pelas narrativas nacionalistas e pelo desenvolvimento da Histria da Arte enquanto rea disciplinar autónoma; o seu papel na divulgao da arte portuguesa, dentro e fora do pas; e a sua ao no mbito da museologia da arte em Portugal, destacando-se a identificao das suas ideias e influncias no contexto europeu e a leitura descritiva e crtica da atividade desenvolvida ao longo dos 26 anos em que dirigiu o Museu Nacional de Arte Antiga. Prope-se assim um balano crtico das aes e contribuies desta personalidade no panorama cultural portugus, bem como do seu enquadramento na cultura Europeia. ainda apresentada uma reflexo sobre a criao do mito Jos de Figueiredo, que se verifica ser fruto de trs fatores que se interrelacionam: a sua ambio pessoal, marcada por uma enrgica vontade de singrar e de deixar uma marca na cultura portuguesa; o seu forte carisma, alimentado estrategicamente atravs da gesto eficaz da sua imagem pblica; e os contextos que o acolheram e que simultaneamente estimularam o seu trabalho, proporcionando-lhe recursos materiais e humanos que geriu com sucesso, dentro e fora das instituies a que pertenceu.
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Esta tese tem como objectivos apresentar uma anlise aprofundada de alguns derivados e afixos derivacionais em Portugus e em Ingls, bem como investigar os processos de aquisio e desenvolvimento desses afixos, em ambas as lnguas, por parte de falantes nativos da lngua portuguesa, nomeadamente estudantes do 1. ciclo do ensino bsico (3. ano de escolaridade). Ser avaliada a conscincia morfolgica desses estudantes1, isto , o conhecimento e a capacidade que os falantes possuem de fazer julgamentos acerca da estrutura interna das palavras de uma determinada lngua, atravs da realizao de diversas actividades morfolgicas. Estas tarefas contribuiro para que se proceda a uma anlise sobre a forma como os jovens aprendentes segmentam e interpretam palavras derivadas, nas quais esto includos os afixos derivacionais em estudo, e de que modo seleccionam formas de base s quais se adicionam esses afixos, tanto na lngua materna (Portugus) como na lngua estrangeira (Ingls). Assim, a especificidade dos morfemas derivacionais, a par da escassez de estudos que contemplem as suas caractersticas particulares, justificam necessariamente uma investigao autónoma. Espero, pois, que esta dissertao possa contribuir para um melhor conhecimento da Morfologia do Portugus e do Ingls, mais concretamente da Morfologia Derivacional, e de como esta compreendida pelas crianas do Ensino Bsico.
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O presente trabalho de investigao estuda a estratgia de poltica externa brasileira enquanto causa para a emergncia internacional do Brasil. Pretendemos compreender em que medida as opes de poltica externa determinaram a emergncia internacional do Brasil durante o perodo dos Governos de Lula da Silva (2003-2006 e 2007-2010). A emergncia internacional aqui entendida enquanto uma atitude de aumento do protagonismo internacional do pas e da influncia das decises e do desenho do sistema internacional. Ao mesmo tempo tentou verificar-se se essa emergncia ocorreu em simultneo com a ascenso do Brasil a um novo estatuto na hierarquia dos Estados no sistema internacional, tendo em conta o seu objectivo de contribuir para uma ordem multipolar. A nossa investigao, sustentada pelas abordagens Realista Neoclssica e Construtivista, partiu da premissa de que as estratgias de poltica externa do Brasil tm sido marcados por uma tendncia para projectar a influncia internacional do Brasil, e que, com Lula da Silva, a recuperao de uma poltica externa assertiva e pragmtica contribuiu para o sucesso dessas tentativas. Por conseguinte, a capacidade do Brasil em criar condies de estabilidade interna (reduo da pobreza e crescimento econmico) e regional tero estado tambm na base da sua projeco internacional. Simultaneamente, a reorganizao do sistema internacional a par da rentabilizao das oportunidades, e uma nova postura na formulao da poltica externa pelos actores responsveis, formam o puzzle que permitiu dar continuidade e consolidar, durante os dois mandatos de Lula, ao percurso de ascenso do Brasil no sistema internacional. A investigao permitiu-nos retirar quatro concluses essenciais: i) indiscutvel o peso da varivel actores na emergncia internacional do Brasil enquanto resultado de poltica externa; ii) a regio no foi determinante na emergncia internacional do pas, mas influenciou, indirectamente, essa aspirao ao permitir que o Brasil se projectasse como um interlocutor vlido e como uma Potncia Regional; iii) a estratgia desenvolvida com as Grandes Potncias no determinou a emergncia internacional do Brasil e iv) as dimenses Sul-Sul e Multilateral da estratgia externa do Brasil tiveram um efeito directo na emergncia internacional do pas ao tornarem possvel a actuao autónoma e independente do pas. Em sntese, o revisionismo que caracterizou a poltica externa do Brasil no foi feito por confrontao com os Estados Unidos (ou com a Unio Europeia), pelo contrrio, com ambos os actores se manteve uma relao assertiva. Foi ainda possvel verificar a existncia no apenas de uma poltica externa assertiva, mas tambm reactiva e personalizada, o que pode ser caracterstico dos Estados que esto no meio, os quais sero provavelmente menos imunes s caractersticas dos contextos e dos actores, do que os que esto no topo da hierarquia.
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Este relatrio reflete a experincia vivida durante a Prtica de Ensino Supervisionada efetuada no mbito do Mestrado em Ensino da Histria e da Geografia, no 3. Ciclo do Ensino Bsico e no Ensino Secundrio. Descreve as atividades desenvolvidas nas turmas de 2. ano de Instalao e Operao de Sistemas Informticos (Curso de Educao e Formao) e 9.3 da Escola Secundria 2,3 de Alvide e 8.D e 9. C na Escola Secundria da Quinta do Marqus, no ano letivo de 2013/2014. O presente relatrio encontra-se estruturado em trs captulos essenciais. No primeiro so abordados os seguintes temas: i) uma breve contextualizao da temtica; i) uma reflexo acerca da importncia da Educao para o Empreendedorismo para as necessidades de educao e formao do mundo atual; iii) exemplos de prticas no sistema educativo portugus; iv) reflexo acerca dos contributos de um ambiente construtivista de aprendizagem, como uma das vrias estratgias a adotar numa formao orientada para as competncias-chave da Educao para o Empreendedorismo, com nfase no trabalho cooperativo, aplicado durante as prticas letivas. Nos dois captulos seguintes so abordadas as Prticas de Ensino Supervisionadas em Geografia e em Histria, respetivamente. Nestes captulos surgem: i) um breve enquadramento e caracterizao das escolas e turmas onde decorreram as prticas letivas. As referidas caracterizaes foram efetuadas com base em inquritos por questionrio, aplicados aos alunos, orientados para a temtica e que permitiram traar o seu perfil acadmico e familiar e conhecer os seus planos de futuro profissional; ii) Descrio das prticas letivas desenvolvidas, estratgias implementadas orientadas para a Educao para o Empreendedorismo, materiais utilizados e resultados obtidos. A Educao para o Empreendedorismo consiste na prtica pedaggica central aplicada nas referidas turmas, tendo estas, pelas suas caratersticas, contribudo para o desenvolvimento das competncias-chave que esto na sua base, tais como: o trabalho em equipa, o esprito crtico e de iniciativa, a resoluo autónoma de problemas, a responsabilidade e a criatividade.
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Esta tese aborda a Cano de Coimbra no quadro dos estudos etnomusicolgi-cos, tendo como principal objectivo a compreenso deste importante fenmeno en-quanto categoria musical autónoma. A construo dos padres discursivos e performativos da Cano de Coimbra alicerada recorrendo a instrumentos tais como a etnografia da msica e o estudo do dis-curso, exgeno e endgeno, sob o ponto de vista do mtodo fenomenolgico. Fenmeno musical performativo imerso num quadro simblico particular, o ob-jecto de estudo apresenta-se como uma das manifestaes mais ricas e exclusivas das comunidades escolares europeias, seno mundiais, privilegiando-se no ambiente de uma das mais antigas Universidades da Europa, com todos os rituais e simbolismos que o acompanham desde a fundao. O seu desenvolvimento incide fundamentalmente sobre a produo literria, a produo fonogrfica, a participao musical directa, e o resultado de sesses de trabalho e entrevista com intrpretes, compositores e investigadores. O corpus principal do estudo organiza-se na observao do fenmeno Cano de Coimbra, em ligao directa com os seus contextos sociais e culturais, num perodo que decorre sobretudo entre ca. 1850 e a actualidade.
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No decurso de actividades martimas na baa de Lagos, foram descobertas diversas ncoras ao longo dos anos. Um estudo aprofundado desses artefactos foi organizado para este ano, como parte do levantamento do patrimnio cultural subaqutico da baa de Lagos, um projecto de investigao arqueolgica em curso desde 2006, responsvel pela descoberta de vrios achados e estaes arqueolgicas. Sendo as ncoras um dos artefactos dissociveis das embarcaes eo primeiro artefacto a ser enquadrado no equipamento dos navios, estas tornaram-se um dos elementos-chave no estudo da navegação. Em Portugal h muitos exemplares destes objectos datados da Antiguidade, que atestam a presena imemorial de navios e embarcaes no nosso litoral. Para aprofundar o nosso conhecimento da cidade de Lagos e o seu papel nacional e internacional, a nvel martimo torna-se necessrio localizar, registrar e analisar esta tipologia existente na baa, na tentativa de compreender as diacronias espcias e temporais da actividade maritima. Este estudo visa apurar possveis locais de ancoragem, pesca, estruturas de apoio navegação e a localizao de locais de pesca especficos datados da Idade Moderna. A descoberta de ncoras de pedra e ferro perto de Porto de Ms, uma das baas do conselho Lagos e onde se encontram a grande maioria dos objectos em estudo, foi um grande passo para a compreenso da histria local. Este grande grupo de ncoras atesta uma prtica de ancoragem previamente desconhecido nesta rea de natureza diacrnica. As ncoras de pedra indicam um uso desta rea possivelmente at tempos pr-clssicos, enquanto que, as ncoras de ferro, na sua maioria de Idade Moderna, falam da sua continuidade at ao sculo XIX.
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Recordings and photographs obtained by private individuals can be two of the most relevant evidences in helping finding the truth; however, they can also conflict with fundamental rights such as privacy, spoken word or image of the targets. It is not enough that only the violation of the right to privacy is withdrawn because rights to spoken word or image, unattached from the first one, show up independently as the main violated rights and are criminally protected in article 199 of the criminal code. Its use as evidence is, on a first moment, dependent on the private's conduct lawfulness, as it is stated in article 167 of the criminal procedure code. In order to consider its lawfulness, and accept its use as evidence, portuguese higher courts have been defending constructions mostly based on legal causes of defense. Although agreeing with a more flexible position of weighing all the interests at stake instead of denying its use as evidence, we believe notwithstanding that some of these solutions are misleading and shall not be spared from critics. Lastly, even if we reach a positive conclusion about the lawfulness of obtaining and using recordings and photogtaphs carried out to court by private individuals, they must not be however automatically admitted as evidence, still being necessary to proceed to a separate weighting, within the criminal procedure and its own legal rules, about their real purposes in the case.
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This paper is the authors Masters Thesis. It aims to study the content of lexarbitri, i.e. the relevant law regarding international arbitration. Under both Portuguese law and UNCITRAL model law, the seats legal provisions shall be applied at all times. Contrarily, French and Swiss legislations allow parties and arbitrators to apply any arbitration law to international arbitration, whether the seat law or a foreign arbitration law. There is not a sole understanding towards the criteria to determine the legal provisions that shall govern international arbitration. Traditionally, the lexarbitri would correspond to the arbitration law of the seat of the arbitration. The territorialist criteria remains in force under the majority of arbitration laws that the author has consulted. However, it has been criticized by several authorities in international arbitration, who suggest that the arbitration shall be governed by the law of the seat or of the place in which the award is to be enforcement, whichever better grants its enforcement the cumulative doctrine; or the arbitration shall be governed by a set of provisions that make up the autonomous transnational legal, regardless of the legal provisions of the law of the seat the transnational doctrine. The author intends to debate the three mentioned understandings regarding the lexarbitriand further explains why the territorialist criteria is the most adequate to the characteristics and demands of international arbitration, to the governing instruments in force and to the need for a useful award.
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O tema deste relatrio de Prtica de Ensino Supervisionada remete para a investigao de um modo especfico de ensino-aprendizagem de conhecimentos culturais e socioculturais: a criao de materiais didticos pelo professor e aluno. Ponderando as finalidades, os objetivos e as competncias fomentadas em currculos elaborados pelo Ministrio da Educao, a preocupao em divulgar os respetivos contedos e em estimular a curiosidade discente tambm se manifestou na considerao de outras orientaes pedaggicas e no recurso a materiais variados, com o intuito de formar uma bagagem cultural necessria para o percurso de vida do aluno, enquanto cidado (trans)nacional, responsvel e autnomo. As atividades expostas neste trabalho foram dinamizadas em duas escolas pblicas de Lisboa, com a colaborao de discentes do 3. Ciclo do Ensino Bsico e do Ensino Secundrio nas disciplinas de Portugus e de Espanhol Lngua Estrangeira. Num primeiro tempo, explorou-se principalmente os materiais criados pela professora. Num segundo, solicitou-se gradualmente a responsabilidade do aluno no processo de ensinoaprendizagem, ao criar os seus prprios materiais. Finalmente, a docente usou e adaptou materiais pertencentes ao quotidiano para fins didticos. A construo autónoma de aprendizagens referentes a saberes culturais revelouse limitada na hora de o discente se posicionar em qualidade de agente cultural, dentro e fora da sala de aula. Constatou-se a necessidade de realar e desenvolver a participao discente recorrendo aos seus interesses e conhecimentos, interligados aos contedos programticos a respeitar. Alm disso, chegou-se concluso da importncia da cooperao docente para fomentar e enriquecer o ensino-aprendizagem de saberes culturais, atravs de iniciativas como a articulao curricular, a partilha de materiais e a realizao de reunies para a discusso, reflexo e seleo de contedos a desenvolver com os alunos. Sugere-se, por conseguinte, uma maior coproduo entre docentes e discentes, bem como uma maior coatividade entre professores, nomeadamente para um ensino-aprendizagem eficiente de conhecimentos culturais e socioculturais no mbito das disciplinas de Portugus e de Espanhol Lngua Estrangeira.
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Presentemente, a Comunidade para o Desenvolvimento da frica Austral (SADC) apresenta-se como uma das mais desenvolvidas tentativas de integrao do continente africano. Esta organizao passou a revestir-se, em 1992, de um carter permanente, tornando-se produto de um esforo de institucionalizao que se tem vindo a materializar no estabelecimento de metas e estgios para um ambicioso projeto de integrao econmica. As suas instituies, frequentemente percecionadas como sendo regidas por uma lgica intergovernamental, sero a unidade focal desta anlise. Esta tem como principal objetivo a verificao do seu impacto no processo de integrao econmica desta organizao, particularmente o estabelecimento de uma relao de causalidade entre a estrutura institucional e o atual estado da vertente econmica do processo integrativo. Procura-se assim inferir se o quadro institucional da organizao capaz de gerar uma dinmica autónoma em prol da integrao ou se sucumbe perante o voluntarismo estatal dos seus membros. A concluso a que se chegar, como se pretende advogar, no implica dimenses mutuamente exclusivas, podendo traduzir-se numa conceo hbrida acerca do papel institucional no curso evolutivo da SADC, porventura mais fiel complexidade deste bloco regional. A hiptese explicativa para o atual estado integrativo (econmico) da SADC que se testar nesta anlise ser a de que a relativa fragilidade institucional desta organizao - caso tal se verifique - no a impede de se desenvolver num curto a mdio-prazo e, pelo contrrio, constitui um dos incentivos participao dos Estados Membros. Argumentar-se- adicionalmente que os interesses integrativos dos Estados que a compem no derivam de um qualquer esprito ps ou antinacional, mas antes de um condicionamento histrico favorvel cooperao intra-africana e de um clculo de interesses que redunda na aceo de que a ao concertada entre Estados lhes confere vantagens estratgicas. Por isso mesmo, os modelos tericos que substanciaro a anlise, ainda que recorram por vezes aos moldes seminais derivados do estudo da experincia integrativa europeia, abarcaro tambm um conjunto de escolhas plsticas e maleveis realidade regional. Dentro do leque de estudos disponveis, primar-se- igualmente pela flexibilidade e abrangncia. A difcil conciliao entre profundidade e abrangncia redundar numa escolha de relevantes e teis correntes tericas, na qual se destacam o institucionalismo histrico e o institucionalismo da escolha racional, bem como o intergovernamentalismo liberal, o neofuncionalismo e a teoria do domin aplicada aos blocos regionais.
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Quando tomados no seu todo, os livros de viagens medievais formam um gnero multifacetado. So obras de carcter diverso, que tm na sua base propsitos igualmente diferenciados. No entanto, ainda que de forma varivel e sem qualquer padro estabelecido, o recurso comum a um conjunto de procedimentos narrativos garante aos textos que compem este gnero diversificado uma forma literria autónoma no panorama da prosa medieva. Uma forma literria que, na essncia, oferece uma viso bastante clara da concepo do mundo e da realidade na Idade Mdia, ao mesmo tempo que constitui uma fonte incontornvel para compreender aspectos muito diversos da cultura medieval.