948 resultados para Ulster, Unionism, Protestantism, Covenant


Relevância:

10.00% 10.00%

Publicador:

Resumo:

As mulheres protestantes da cidade de Cali-Colômbia, ao reproduzir nos seus corpos os princípios da tradição religiosa, se deparam hoje com discursos e exigências que não conseguem ou aceitam articular na sua prática cotidiana. Assistimos na atualidade a uma tensão evidente entre a ortodoxia cristã e o imaginário e prática das mulheres cristãs a respeito da corporeidade. Nas últimas décadas a forma de assumir o corpo por parte das mulheres reflete incongruências em relação à matriz doutrinaria do sistema religioso protestante, o que é decorrente, por um lado, da influência cultural e midiática na promoção de uma nova representação do corpo feminino, baseada na beleza e na juventude, e por outro lado a cada vez maior relativização do poder religioso numa sociedade secularizada. As mulheres cristãs acham-se em meio aos ideais do corpo puro e regrado da sua instituição religiosa assim como às cobranças midiáticas, valores e padrões estabelecidos pela sociedade moderna. Neste sentido, a dissertação analisa as interfaces desta tensão discursiva que tem lugar nos corpos, através do próprio discurso das mulheres protestantes assim como das suas práticas cotidianas em relação à corporeidade.

Relevância:

10.00% 10.00%

Publicador:

Resumo:

A dissertação elabora considerações reflexivas a respeito do canto coral como prática cultural social no protestantismo brasileiro. O texto direciona sua atenção para o canto coral e suas idiossincrasias a partir das bases da sociologia de Pierre Bourdieu e de sua aplicação às discussões sociológicas sobre o gosto como realidade social definida por tensões criadas no meio cultural, as quais se aplicam os conceitos de campo, habitus e capital. A prática cultural do canto coral é apresentada e um histórico é traçado desde suas origens até os dias atuais. O foco recai sobre os usos do canto coral pelas mais diferentes vertentes do protestantismo a fim de acompanhar os aspectos que se mostraram preponderantes quando da chegada dessa prática cultural ao Brasil e compreender fatos e personagens que fizeram com que o canto coral evangélico brasileiro tomasse os rumos históricos que o levaram a ocupar um posto de alto valor cultural dentro da cultura protestante no Brasil. Posteriormente, verificam-se os abalos ao canto coral causados por mudanças sociais que recaracterizaram profundamente o gosto musical no protestantismo pátrio. A discussão se encaminha para a análise das lutas que essas novas configurações estão estabelecendo dentro do campo religioso e às expressões dessas batalhas dentro de um mercado de bens simbólicos que as comporta e orienta. Visando determinar os sujeitos envolvidos, são apresentados os principais adversários do canto coral no campo evangélico brasileiro e, por fim, são delineados três projetos que, nas últimas décadas, têm alcançado impacto dentro do meio protestante como defensores do canto coral.

Relevância:

10.00% 10.00%

Publicador:

Resumo:

A ideia de um protestantismo rural é caracterizada pela relação dos crentes com o lúdico e a familiaridade com o sagrado. Este tipo protestante tupiniquim, genuinamente brasileiro, se desenvolveu em locais de pouca ou nenhuma resistência por parte do catolicismo, religião hegemônica no contexto brasileiro, fator que possibilitou arranjos e rearranjos que o diferenciam do protestantismo dito oficial. Esta pesquisa procura, pois, identificar algumas características deste protestantismo rural, principalmente sua interação com as culturas populares tradicionais no contexto fundante da Igreja Presbiteriana de Cabeceira Grande-MG. Através da metodologia de pesquisa em história oral e micro-história, o foco do estudo será aproximado à vida de duas importantes figuras que se destacaram neste contexto: o lavrador Manoel Moises e a parteira Mãe Bela. Manoel Moises, pioneiro protestante, chega à região em 1947, trazendo a sua mudança em um carro de bois. A origem da Igreja Presbiteriana em Cabeceira Grande deve-se às atividades deste pregador leigo e autônomo. Posteriormente, a comunidade já formada recebe a visita de pastores vinculados às Agências Missionárias estrangeiras atuantes na região. Assim como Manoel Moises é referência constante nas memórias locais, Mãe Bela, uma das primeiras convertidas ao protestantismo naquele lugar, é também lembrada por sua atuação como parteira e pelos seus conhecimentos da medicina tradicional, articulados com o imaginário religioso local. Mãe Bela também foi a doadora do terreno em que foi construído o templo da Igreja Presbiteriana, inaugurado em 1970.

Relevância:

10.00% 10.00%

Publicador:

Resumo:

A presente tese investiga as manifestações de misticismo no Protestantismo brasileiro, especialmente em seus primórdios, tendo como campo de observação a atividade missionária. Este trabalho registra-se em meio aos estudos que abordam as relações entre cultura, religião e modernidade, principalmente quanto ao campo simbólico. Trata-se de pesquisa exploratória fundamentada no método fenomenológico. Para tanto, utiliza-se a redução fenomenológica e a redução eidética conforme as orientações de Edmund Husserl. Esta tese procura trazer contribuições para esclarecer elementos presentes na construção, transformação e difusão do Protestantismo, considerando a mística protestante como fenômeno religioso. A experiência mística é analisada do ponto de vista individual e coletivo, uma vez que este trabalho privilegia uma perspectiva sociológica em interface com a Psicologia, a Antropologia e, menos centralmente, a Filosofia e a História. Como pesquisa qualitativa e delimitada por seu objeto de estudo, o misticismo pode ser inicialmente apontado como relação direta entre o sagrado e o fiel, reconhecida desta forma individualmente e pelo grupo a que pertence.Tomou-se como referência teórica, entre outros autores, as idéias do sociólogo Roger Bastide, procurando confirmar ou refutar sua hipótese que um dos significados do misticismo pudesse representar a emergência do sagrado selvagem. Esta expressão designa a presença de elementos simbólicos que se manifestam de modo espontâneo ou explosivo nos rituais religiosos. Processos como a secularização e a laicização, decorrentes da institucionalização e modernidade da religião, fazem manifestar o sagrado selvagem, revelando os resíduos das produções sócio -culturais aparentemente ocultas ou mesmo latentes.Os instrumentos utilizados para a realização da pesquisa são trechos de obras literárias características do Protestantismo como A Peregrina e O Peregrino de autoria de John Bunyan, bem como jornais e periódicos evangélicos brasileiros referentes à segunda metade do século XIX: O Estandarte, Puritano e Expositor Cristão, que transmitiam concepções do Puritanismo e do Pietismo. Trechos de diários dos missionários e textos autobiográficos de pastores complementam a análise. O trabalho situa-se historicamente no período antecedente ao da Reforma, seu desenvolvimento e desdobramentos. Priorizaram-se especialmente os movimentos de reavivamento inglês e americano. em suas respectivas influências no imaginário e nas práticas religiosas brasileiras. Após cuidadosa leitura, seleção e organização por unidade de sentido dos dados analisados, firmou-se a hipótese de que a mística protestante é um elemento constitutivo do Protestantismo, representando modalidades de significação social, entre as quais destacam-se as mediações culturais entre: razão/emoção; ingularização/institucionalização; fragmentação/unidade; tradição/inovação; e padronização/automia, expressando relações com as formas de poder, mudança social e divergência de interesses sócio-econômicos.Verificou-se a existência, principalmente nas camadas socialmente menos privilegiadas da população, de indícios relevantes de aproximação cultural entre alguns elementos de práticas religiosas do Pentecostalismo vinculadas ao campo simbólico africano e indígena. Sugere-se que novas pesquisas sejam realizadas, revelando os significados das formas de expressão místicas no Protestantismo brasileiro e suas relações com o Pentecostalismo. Essas investigações podem clarificar os processos de justaposição de elementos culturais distintos nas práticas religiosas brasileiras, como afirmados por Roger Bastide, e corroborados por esta pesquisa.

Relevância:

10.00% 10.00%

Publicador:

Resumo:

A inauguração de um olhar humano do índio tupinambá, eis o que encontramos em Jean de Léry (1534-1611), um teólogo e missionário huguenote que aporta em terras brasileiras no século XVI com o propósito de auxiliar na implantação de uma colônia francesa e de pregar o evangelho, tanto aos franceses que aqui estavam, quanto aos índios tupinambás. O viajante em sua obra História de uma Viagem feita à Terra do Brasil, também chamada América apresenta um olhar humano do Outro que, além disto, também se apresenta como uma possibilidade de compreensão do mesmo. Os motivos que constroem esta perspectiva é o que analisamos neste trabalho, a partir do conceito de heterologia proposto por Michel de Certeau. Nossa tese afirma que esta hermenêutica do Outro em Jean de Léry é determinada pelo sistema de pensamento teológico calvinista. A circularidade hermenêutica do viajante francês está condicionada a Escritura Sagrada, dela parte, a ela retorna. A heterologia proposta por Jean de Léry se constitui em uma ciência do Outro construída a partir do sistema de pensamento teológico calvinista.

Relevância:

10.00% 10.00%

Publicador:

Resumo:

A presente pesquisa tem como propósito maior identificar as consequências sócioreligiosas que se dão no encontro entre a prédica protestante de missão e os principais marcos de referência da identidade brasileira. Para tanto, num primeiro momento, analisa os movimentos religiosos que fomentaram a matriz teológica do protestantismo de missão responsável pela caracterização de sua prédica por meio de revisão bibliográfica e estudo dos sermões de alguns dos primeiros missionários americanos e pregadores nacionais. Num segundo momento, por meio de pesquisa de campo e análise de sermões contemporâneos, a pesquisa identifica as variações da matriz teológica do protestantismo de missão e os reflexos consequentes em sua prédica atual. Ao definir, num terceiro momento, os principais aspectos da identidade nacional, confronta-os com as principais características da prédica protestante de missão brasileira, identificando algumas das consequências sócio-religiosas provenientes dos encontros e desencontros que se dão entre os dois fenômenos. Por fim, baseado nos resultados da pesquisa e no que se tem escrito sobre o tema, aponta-se alguns caminhos para uma ciência homilética que considera a identidade brasileira como elemento basilar de sua reflexão e práxis.

Relevância:

10.00% 10.00%

Publicador:

Resumo:

Este trabalho faz um estudo analítico do fenômeno da conversão religiosa. Particularmente, dos fatores que motivam o trânsito de fiéis de uma religião qualquer para o Espiritismo, no Brasil. Os grupos em estudo, dos quais são provenientes os novos espíritas foram divididos em sete blocos: Catolicismo, Protestantismo, afro-brasileiras, Umbanda, orientais, outras e, nenhuma. Essa análise privilegia os fatores sociais e psicológicos que levam um indivíduo a mudar de religião. Ao explorar o caso brasileiro, este trabalho aborda também, a multiplicidade de religiões, seitas, crenças e movimentos religiosos presentes no cenário brasileiro, dentro da dinâmica de forças que envolvem esse campo religioso. Para isso, é apresentado um resumo da história dos principais movimentos religiosos no caso brasileiro. Dá-se ênfase ao Espiritismo no Brasil e no mundo, como forma de caracterizar os processos de evolução da Doutrina Espírita e os argumentos com que a essa Doutrina compete nesse mosaico de convicções religiosas. A pesquisa se apoia em um questionário distribuído em todo território nacional, que coleta dos respondentes, dados que permitem qualificá-los sob diversos aspectos: renda, educação, localização regional, conhecimento e prática da Doutrina Espírita, etc. Dentro dos quesitos de consulta estão sugeridas 18 opções, como razões da mudança da religião para o Espiritismo e, em outros vinte quesitos, um aprofundamento da opção que, no conjunto anterior se apresentou como a mais frequente. As opções iniciais se distribuem entre as razões mais frequentes da mudança de religião observadas pelo autor em sua experiência pessoal e na literatura. Os dados estatísticos foram coletados de mais de 2.300 depoentes, em mais de 400 municípios, em todos os Estados do Brasil.

Relevância:

10.00% 10.00%

Publicador:

Resumo:

A pesquisa tem por finalidade estudar a prática social das Igrejas Batistas de Campo Grande MS, à luz da relação histórica dos batistas com a ação social e a partir dos conceitos da práxis transformadora. Objetiva-se estudar as ações sociais das igrejas batistas na cidade de Campo Grande, em análise e perspectiva da teologia prática, e perceber os critérios e ideologias que estão por trás destas ações. Para este fim, uma pesquisa bibliográfica sobre a história dos batistas desde sua origem, e a história dos batistas no Mato Grosso do Sul foi realizada, esperando assim ver raízes da prática social batista e suas ideologias teológicas. O início da pesquisa remete-se à origem dos batistas nos primórdios do protestantismo e suas (possíveis) relações com práticas sociais de transformação de realidades, suas ideologias e princípios teológicos. Em um segundo momento, buscou-se a história dos batistas em Mato Grosso do Sul e na cidade de Campo Grande. Por fim, procurou-se teorizar, à luz da teologia prática, uma ação social que fosse transformadora e libertadora mesmo em situações complexas como é a realidade urbana, apontando possíveis caminhos por meio de uma pastoral cidadã. As considerações finais a que chega esta pesquisa é que as igrejas não têm se envolvido com a realidade social das cidades, e quando o faz, realiza de maneira simplista, sem o devido cuidado e preparação, sem um engajamento na transformação de realidades com ações coesas. A partir do instituto conseguiu-se perceber a possibilidade de existência de uma prática social relevante, com apoios governamentais e privados, porém, não se percebe uma interação e um envolvimento por parte da igreja. Espera-se então um despertamento das igrejas com relação a sua missão e possibilidades de realização de ações no campo social.

Relevância:

10.00% 10.00%

Publicador:

Resumo:

Este trabalho teve como escopo analisar o sincretismo característico das igrejas evangélicas neopentecostais, abordando suas especificidades e algumas de suas consequências para o campo religioso brasileiro. Optou-se por enfatizar a relação do sincretismo neopentecostal com a cultura brasileira, com destaque para as religiões de matriz africana. A hipótese central é a de que o neopentecostalismo, devido ao seu perfil sincrético, apresenta-se como uma atraente opção entre protestantismo clássico e os cultos afro-brasileiros e a religiosidade popular brasileira. Esta hipótese foi testada tendo como foco principal a Igreja Universal do Reino de Deus. Para tanto, trabalhou-se com as obras de pesquisadores de referência sobre o tema, com bibliografia produzida por alguns líderes desse movimento e também com material videográfico disponível na internet, contendo discursos e práticas neopentecostais relevantes para esta pesquisa. Desse esforço, considerou-se que o neopentecostalismo constitui uma via intermediária entre a tradição protestante e a religiosidade afro e popular brasileira, havendo marcantes rupturas em relação à sua matriz de origem bem como muitas continuidades; o que faz desse movimento a expressão do protestantismo que mais se adequou à realidade brasileira.

Relevância:

10.00% 10.00%

Publicador:

Resumo:

Na contemporaneidade, a família tradicional (pai, mãe, filhos) passou por mudanças de paradigmas, gerando novas configurações familiares, mais flexíveis e plurais. Nas novas configurações, o elemento de constituição não é só a partir dos laços de parentesco de nature-za biológica e civil, mas, principalmente, o da afetividade. Nesta dissertação, analisamos as rupturas e/ou continuidades dos discursos institucionais religiosos no protestantismo histórico, mais especificamente nas Igrejas Metodista e Luterana, acerca dos divórcios e novos casa-mentos. O objetivo da pesquisa foi o de identificar em que medida o posicionamento institu-cional religioso e a prática das comunidades de fé são coerentes e/ou dissonantes em relação às transformações experimentadas pela instituição família na contemporaneidade. Os docu-mentos utilizados para as análises foram: pastorais, jornais oficiais, atas, e demais documentos que foram pesquisados nos acervos da biblioteca da UMESP e no Portal Luteranos. A pesqui-sa de campo foi realizada através da aplicação de questionários e entrevistas aos sujeitos reli-giosos no município de Ferraz de Vasconcelos, nas Igrejas Metodista e Luterana. Através da análise documental e da pesquisa de campo, buscamos identificar o impacto que as novas con-figurações familiares causaram sobre o discurso institucional e sobre a prática eclesial.

Relevância:

10.00% 10.00%

Publicador:

Resumo:

Este texto é o resultado de uma pesquisa empreendida sobre a origem histórica e características da Igreja Metodista Wesleyana, uma dissidência pentecostalizante da Igreja Metodista do Brasil, iniciada no Rio de Janeiro, no final dos anos 1960. Objetivou-se com essa investigação analisar as causas intracampo e extracampo religioso, que estimularam tal acontecimento. Enfatizamos os conflitos pastorais, administrativos e teológicos que fizeram da 1ª Região Eclesiástica da Igreja Metodista do Brasil um campo de batalha, onde pastores, leigos e bispo se envolveram em lutas que geraram a referida cisão. Diferente do pentecostalismo, que encontrou uma maior identificação com a cultura brasileira, o protestantismo, inclusive metodista, não conseguiram ganhar as camadas pobres da população, ficando com a classe média. Daí o aparecimento de processos de pentecostalização em várias denominações brasileiras como entre os presbiterianos, batistas, congregacionais, luteranos, metodistas e outros. A Igreja Metodista Wesleyana já surgiu institucionalizada, seguindo os modelos da Igreja Metodista do Brasil, de onde o grupo saiu. A seguir ela foi assumindo uma identidade pentecostal se perpetuando no campo religioso por meio de criação de seus próprios mecanismos institucionais e burocráticos.

Relevância:

10.00% 10.00%

Publicador:

Resumo:

Os missionários protestantes presbiterianos que vieram para o Brasil no início da segunda metade do século XIX trouxeram uma interpretação calvinista da bíblia, pois permaneceram fieis à formação princetoniana que efetivou uma síntese entre ortodoxia calvinista e pietismo. Estes pricetonianos tinham como base epistemológica a filosofia de Thomas Reid, conhecida como o Realismo do Senso Comum. Essa filosofia é utilizada como uma epistemologia reformada, ou calvinista. Ela é compreendida em sua formação escocesa e consequentemente americana, via Princeton, como a Epistemologia Providencial. Desta forma, quando ela é assimilada pelos brasileiros por meio da pregação e da formação teológica, a mesma se torna parte do perfil presbiteriano brasileiro como doutrina filosófica. A Filosofia do Senso Comum se gesta como crítica à filosofia empirista de David Hume que, para Reid, convergiria para um possível aniquilamento da religião e para uma visão pessimista da ciência, afetando o empirismo, por conseguinte, causando uma nova formulação mais próxima do ceticismo. Por isso, Reid formulou a filosofia que para ele contrapõe-se a Locke e Berkeley e depois a David Hume, afirmando que a realidade é independente de nossa apreensão. Ou seja, na percepção do mundo exterior não há interferência do sujeito cognoscente sobre o objeto do conhecimento. A nossa relação com os objetos é direta e não deve ser desvirtuada por intermediações. Na implantação do protestantismo no Brasil, via missionários de Princeton, não houve uma defesa intransigente dos princípios calvinistas por parte de missionários como Fletcher e Simonton e sim uma continuidade da leitura das escrituras sagradas pelo viés calvinista, como era feito no Seminário de Princeton. Não havia uma ênfase acentuada na defesa da ortodoxia porque o tema do liberalismo teológico, ou do conflito entre modernismo e fundamentalismo não se fazia necessário na conjuntura local, onde predominava a preocupação pela evangelização em termos práticos. O conceitos da Filosofia do Senso Comum eram próximos do empirismo mitigado de Silvestre Pinheiro e do Ecletismo de Victor Cousin. Por isso, no Brasil, o local em que mais se vê a utilização da filosofia do Senso Comum é nos debates entre intelectuais, em três pontos interessantes: 1ª) O Senso Comum ficou restrito ao espaço acadêmico, na formação de novos pastores, sendo que as obras de Charles Hodge e A. A. Hodge são as principais fontes de implantação desta mentalidade ratificadora da experiência religiosa e, desta forma, delineiam o rosto do protestantismo entre presbiterianos, uma das principais denominações protestantes do final do século XIX; 2ª) Nos debates entre clérigos católicos e protestantes em polêmicas teológicas;. 3º) No aproveitamento utilitarista da assimilação cultural estrangeira pelos protestantes nacionais, não por último, facilitada pela simpatia dos liberais brasileiros pelo protestantismo, ao mesmo tempo que mantinham uma linha filosófica mais próxima do empirismo mitigado e do ecletismo. Assim, nossa hipótese pretende demonstrar que os protestantes trouxeram em seu bojo as formulações epistemológicas que foram passadas para um grupo de intelectuais, que formaram o quadro dos primeiros pastores presbiterianos da história desta denominação. Eles foram convertidos e assimilaram melhor as novas doutrinas por meio de mais do que simples pregações, mas pela sua forma filosófica de encarar os objetos estudados, e que tais informações vêm por meio da base epistemológica do Realismo do Senso Comum, que encontra espaço nos ideais republicanos brasileiros do século XIX.

Relevância:

10.00% 10.00%

Publicador:

Resumo:

Religião e ciência submetidas à Análise do Discurso Crítica. O fundamentalismo protestante a partir da obra Os fundamentos e a ciência moderna sob a perspectiva da obra de Bertrand Russell Religião e ciência, ambas as obras submetidas a uma análise crítica de seus discursos a partir da concepção faircloughiana para assim delinear seus textos, discursos, intenções e práticas sociais. O advento da modernidade, ao influenciar os diversos segmentos da sociedade e alterar a maneira de o indivíduo se relacionar com Deus, com a natureza e com seu semelhante, consequentemente, também alterou algumas percepções religiosas existentes até a Idade Média. A modernidade se destaca ao propiciar à humanidade outras possibilidades para lidar com seus problemas cotidianos e questões existenciais. Recorrer às técnicas científicas para solucionar problemas da natureza, melhorar a produção agrícola, curar doenças, ou até mesmo prever catástrofes naturais abriu precedente para que o homo religiosus ampliasse seus horizontes rumo ao moderno e questionasse a importância da vida religiosa como apresentada até então. O sagrado e o profano entram em debate acirrado. Enquanto a era da razão conquista seu espaço por meio do racionalismo, o mundo religioso se esforça para se reinventar e enfrentar um novo mundo com suas ideologias atraentes. Religião e ciência se aferram a seus espaços para delinearem seus limites, mas sempre contemplando e considerando um magistério em comum: a ciência moderna.

Relevância:

10.00% 10.00%

Publicador:

Resumo:

Este texto é a apresentação do resultado de uma pesquisa empreendida sobre o recrudescimento de um movimento que convencionamos denominar de Igreja Orgânica (IO). Para este estudo, diante de centenas de grupos encontrados durante o período da pesquisa, escolhemos a análise do Caminho da Graça (CdG), comunidade iniciada em meados de 2004, e que atualmente conta com cerca de 70 grupos no Brasil e no exterior. O grupo foi iniciado pelo (ex) reverendo Caio Fábio de Araújo Filho, ou simplesmente Caio Fábio, sustentados por uma mensagem de contracultura evangélica ou um retorno da Igreja cristã tal como era no Novo Testamento. Embora o CdG categoricamente não se auto declare uma IO, pudemos enquadrá-lo nesta tipologia observando as práticas e discurso das principais lideranças. Vemos na consolidação do Neopentecostalismo, especialmente nos anos de 1990, o início das suspeitas e decepções em massa com o universo evangélico, sobretudo advindas deste segmento do cristianismo; sendo assim estas comunidades alternativas vêm acolher dissidentes decepcionados e feridos por estas expressões religiosas. Fez-se necessário, portanto, compreender a morfologia das igrejas no período do cristianismo original, uma vez que um dos pontos de contestação destes grupos é o retorno às experiências comunitárias dos primeiros cristãos, tais quais narradas no Novo Testamento; evidenciar a biografia das principais lideranças do movimento e; enfatizar os conflitos e as motivações intracampo e extracampo existentes para compreender o êxodo e circulação dos fiéis em direção a uma experiência de fé mais pormenorizada e pós moderna; houve também necessidade de uma observação participativa, de inspiração etnográfica, para a condução de abordagens teóricas.