963 resultados para Peixe


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A viabilidade da infecção experimental com larvas do nematóide Camallanus sp. em Notodiaptomus sp., crustáceo com potencial para hospedeiro intermediário foi avaliada. Fêmeas adultas do nematóide foram extraídas de Xiphophorus maculatus (Osteichthyes: Poeciliidae), provenientes de piscicultura de peixes ornamentais no estado de São Paulo. As fêmeas foram ligeiramente pressionadas para liberar as larvas, coletadas com pipeta Pasteur e separadas em placas de Petri contendo 9ml de água filtrada a 28,1ºC do próprio cultivo de zooplâncton. Os tratamentos consistiram de placas contendo 60 e 105 copépodes onde se adicionou 120, 150 e 210 larvas de nematóides em quatro repetições. Nos tempos de 24 e 36h após a exposição às larvas, os copépodes foram fixados em álcool 70% para quantificação de larvas. Após 24h de exposição, o grupo com 60 copépodes na presença de 120 larvas apresentou maior prevalência (46,5%) do que 105 copépodes com 120 larvas (33,2%). Sugere-se que 120 larvas foram suficientes para o sucesso da infecção. A infecção experimental mostrou-se viável, servindo de modelo para o estudo do ciclo de vida de camalanídeos e testes de susceptibilidade de hospedeiros.

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Este estudo avaliou a resposta inflamatória aguda induzida por injeções de 0,5 mL de solução salina (controle), 500 µg de carragenina e 0,5 mL de tioglicolato a 3% na bexiga natatória de juvenis do híbrido tambacu. Os peixes foram distribuídos em três tratamentos, três repetições e aclimatados durante 10 dias antes do ensaio. A caracterização das células do exsudato inflamatório foi feita após coloração com Giemsa e PAS. Peixes injetados com carragenina apresentaram maior número de células no exsudato inflamatório do que com salina e tioglicolato. A porcentagem de trombócitos no exsudato foi maior nos injetados com carragenina quando comparada com a dos injetados com tioglicolato. Por outro lado, o percentual de granulócitos foi maior em animais injetados com tioglicolato do que em animais injetados com carragenina. A carragenina provocou maior migração de macrófagos para o foco inflamatório. O método de PAS confirmou a presença de três tipos de granulócitos: célula granular eosinofílica (CGE) tipo 1 com as características da célula granulocítica especial encontrada no sangue, CGE tipo 2, menor do que esta última, e de neutrófilos. Este estudo contribui para o melhor entendimento da resposta inflamatória e dos processos infecciosos em peixes nativos.

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Uma espécie nova de Serrasalmidae, Tometes camunani, é descrita para as drenagens superiores da bacia do rio Trombetas, estado do Pará, Brasil. A espécie nova distingue-se dos congêneres pela presença de uma ligeira concavidade no neurocrânio na altura do frontal (vs. concavidade ausente, perfil dorsal do neurocrânio reto). Também pode ser adicionalmente distinguido dos seus congêneres por possuir dentes com a cúspide central mais alta e cume agudo (vs. cúspide central mais baixa e com cume arredondado em T. trilobatus), a boca terminal (vs. boca orientada para cima em T. lebaili), e 12-26 espinhos pré-pélvicos (vs. 0-9 em T. makue). A espécie nova é estritamente reofílica, como as demais espécies de Tometes, e ocorre exclusivamente nas zonas encachoeiradas dos rios de escudo, biótopos complexos, frágeis e ameaçados por ações antropogênicas. Uma chave de identificação para as espécies do grupo Myleus é apresentada.

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Nós examinamos 308 espécimes do blenídeo Omobranchus punctatus, de origem Indo-Pacífica, depositados em coleções de quatro museus. Os dados de distribuição foram analisados com o objetivo de avaliar a invasão das águas costeiras do Oceano Atlântico nas Américas do Sul e Central. Em sua área de distribuição original, O. punctatus ocorre em ambientes marinhos e estuarinos. Amostragens datadas de 1930 e de 2004 produziram 20 registros da espécie no Atlântico Oeste tropical, incluindo amostras do Panamá, Colômbia, Venezuela, Trinidade e Brasil. Neste trabalho nós apresentamos 17 novos registros em áreas da Venezuela e nordeste do Brasil. O padrão temporal dos dados (1930-2009) e a proximidade da maioria das áreas de amostragem a regiões portuárias indicam que a espécie foi inicialmente introduzida no Atlântico pela água de lastro de navios navegando na rota India-Trinidade. No Brasil, a introdução parece estar associada ao movimento de navios em torno das plataformas de petróleo. No Maranhão e no Pará, a introdução está associada ao movimento de navios entre os portos próximos à foz do rio Amazonas. Alternativamente, a expansão de área desta espécie ao longo da costa da América pode ter acontecido através de dispersão larval, acompanhando as correntes em direção ao norte. Nós recomendamos o monitoramento desta espécie, bem como o desenvolvimento de estudos sobre sua ecologia em ambientes do Atlântico ocidental agora ocupados por ela.

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Com o objetivo de examinar padrões temporais em recrutamento de uma ictiofauna tropical, pescarias experimentais foram realizadas entre setembro 2003 e Julio 2004 em canais de maré com vegetação de mangue no estuário do rio Curuçá, Pará, Norte do Brasil. Juvenis ocorreram durante todo o ano, entretanto com maior intensidade no período de recrutamento, durante a transição da estação chuvosa para a seca (Anchovia clupeoides, Cetengraulis edentulus, Rhinosardinia amazonica, Mugil sp.). O recrutamento foi continuo para Colomesus psittacus e Anchoa hepsetus. Sciades herzbergii apresentou dois picos de recrutamento (estação chuvosa e seca), entretanto Cathorops sp. teve somente um (estação chuvosa). A presença contínua de juvenis nos manguezais sugere que o manejo da pesca em regiões tropicais com vegetação de mangue deveria se direcionar em definir grandes áreas de proteção ao lugar de épocas de defeso.

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Um método quantitativo para se estimar o consumo alimentar e o aporte energético das diferentes categorias alimentares é apresentado através da reconstrução das presas ingeridas com base em estruturas corporais não digeríveis. Para tal, o presente estudo estabelece, através do exame dos conteúdos estomacais de 1.086 exemplares dissecados de Macrodon ancylodon (Bloch & Schneider, 1801), Stellifer rastrifer (Jordan, 1889) e Stellifer naso (Jordan, 1889), as equações das relações funcionais entre o peso das presas e estruturas corporais. Com as categorias reconstruídas foi possível quantificar o alimento ingerido pelos espécimes. Os resultados indicaram que existe uma marcada diferença, tanto na composição das categorias alimentares, bem como no aporte energético acompanhando o desenvolvimento ontogênico do predador.

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A dieta e a ecologia alimentar de juvenis de Lutjanus jocu foram verificadas em 92 espécimes coletados em quatro canais de maré do estuário do rio Curuçá, Norte do Brasil, entre setembro de 2003 e julho de 2004. O comprimento total dos peixes coletados não apresentou diferenças significativas entre os meses amostrados. A intensidade alimentar foi elevada conforme indicado pelos altos valores do índice de repleção estomacal e os baixos valores do índice de vacuidade. A presa mais importante foi Penaeidae, seguida por Grapsidae e Porcellanidae. A dieta de juvenis de L. jocu apresentou diferenças sazonais evidentes. Os espécimes da estação seca (setembro e novembro) e transição seca/chuvosa (janeiro) foram considerados especialistas alimentando-se exclusivamente de Penaeidae. No entanto, os espécimes da estação chuvosa (março e maio) e da transição chuvosa/seca (julho), que alimentaram-se principalmente de Grapsidae, Penaeidae e Porcellanidae, foram considerados generalistas. Esta mudança sazonal na dieta poderia estar relacionada com a disponibilidade do alimento.

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O objetivo do presente trabalho foi avaliar a fauna parasitária de quatro espécies de peixes ornamentais capturados no rio Chumucuí, no município de Bragança-PA. Foram coletados um total de 307 peixes pertencentes a 4 espécies, sendo elas: Moenkhausia sanctaefilomenae (olho de fogo, n = 23), Carnegiella strigata (borboleta, n = 37), Chilodus punctatus (cabeça-para-baixo, n = 7) e Astyanax bimaculatus (lambari, n = 240) coletados de junho de 2006 a dezembro de 2007. Foram observados 3 taxa parasitando os peixes: monogenéticos nas brânquias, nematóides (larvas de Capillaria sp. e Contracaecum sp.) no trato digestório e fígado e acantocéfalos (Quadrigyrus torquatus, Q. brasiliensis e Q. nickoli) no estômago e intestino. Astyanax bimaculatus apresentou maior prevalência de acantocéfalos na estação chuvosa, menor prevalência de nematóides na estação seca. Discute-se a eventual importância destes parasitas na exportação de peixes ornamentais.

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Analisou–se o crescimento dos peixes, a composição das espécies e a produtividade de quatro policultivos (P75, P78, P87 e P207), visando melhorar o manejo e a produtividade pesqueira dos pequenos açudes (0,1–5,0ha) do Semi–Árido brasileiro. Simulou–se as condições desses açudes em viveiros com 120 e 5.000 m2 de área, sem renovação de água, utilizando moderada quantidade de adubo e fertilizante. A biomassa inicial variou de 75 a 207kg há–1, sendo formada por: tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus), curimatã pacu (Prochilodus argenteus), carpa comum (Cyprinus carpio), tambaqui (Colossoma macropomum) e tucunaré (Cichla ocellaris). Os peixes apresentaram baixo crescimento (< 0,01g g–1d–1) após 75 dias de criação (P78 e 87). O crescimento do tambaqui, da tilápia e da curimatã foi reduzido após 53 dias (P75). Em moderada biomassa, o crescimento do tambaqui foi inferior ao da carpa e da curimatã (P207). A produtividade da tilápia atingiu 720 kg ha–1ano–1 (P78), sendo reduzida para 220 kg ha–1ano–1 devido ao processo reprodutivo (P75 e P207). A produtividade da carpa de 1.600 kg ha–1ano–1 foi superior a dos outros peixes (P87). A biomassa inicial de 75 kg ha–1 (60:30:4:3:3% de tilápia, tambaqui, carpa, curimatã e tucunaré, respectivamente) otimizou o crescimento e a produtividade dos peixes. A utilização de tilápias monossexadas e o fornecimento da alimentação suplementar ao tambaqui tornam–se imprescindíveis ao policultivo.

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The objective of this work was to evaluate the host/parasite relationship of nematodes in Macrodon ancylodon. Ninety seven fishes (50 in wet season and 47 in dry season) were weighed (167.1 ± 109.9g) and measured (28.3 ± 5.2cm). Only twelve specimens were not infected by any parasites and the prevalence of infection was 87.6%. The highest prevalence values were observed in August and September (dry season, 100%). The stomach was the most infected organ during the whole months (prevalence of 64.2%, and mean intensity of 4.6±7.8 parasites/fish), and the medium intestine showed the lowest infection (prevalence 27.3% and mean intensity 2.5±2.1 parasites/fish). The nematodes were identified as Raphidascaris sp., Goezia sp. and Cucullanus sp. Only the male and juvenile fishes could be presented different values of infection according to rainfall, being more infected in August to October. The female hosts presented higher values of abundance and mean intensity of infection (p<0.01) throughout the year.

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O objetivo desse trabalho foi registrar a primeira ocorrência sazonal do acantocefala Quadrigyrus nickoli Schmidt & Hugghins, 1973 (Quadrigyridae) no peixe “Mato Grosso”, Hyphessobrycon eques Steindachner, 1882 (Characidae), capturados no Rio Chumucuí, região Bragantina, Pará, Brasil. Os peixes foram coletados no período de julho∕2006 a junho∕2007 e examinados com técnica padrão para detecção de parasitas. Um total de 75 parasitas foram encontrados no estômago e intestino. Dos 83 peixes capturados (50 na estação seca e 33 na chuvosa), 22 estavam parasitados por cistacantos de Quadrigyrus nickoli. No presente trabalho discute-se a importância do H. eques como hospedeiro paratênico para Quadrigyrus nickoli. Os presentes dados constituem o primeiro estudo sobre a biologia e a infecção de Q. nickoli na Amazônia oriental.

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O objeto deste estudo são as práticas sociais de pescadores artesanais inseridos em Unidades de Conservação, em especial na Reserva Extrativista Marinha de Soure, localizada a leste do município de Soure, no Estado do Pará. Esta RESEX é uma unidade de conservação federal, de uso sustentável, criada através do Decreto s/n de 22 de novembro de 2001, de conformidade ao estabelecido no SNUC e cujos órgãos gestores são o Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade – ICMBio e a Associação dos Usuários da Reserva Extrativista Marinha de Soure – ASSUREMAS. Segundo o ICMBio, a RESEX compreende todas as comunidades e bairros de Soure classificados como usuários da mesma: Araruna; Barra Velha; Bom Futuro; Cajuúna, Centro de Soure, Céu, Macaxeira, Matinha, Bairro Novo, Pacoval, Pedral, Pesqueiro, Pua, São Pedro, Tucumanduba e Umirizal. O trabalho de campo foi realizado nos meses de maio, junho, julho e outubro/2013 em três comunidades: Cajuúna, Céu e Pesqueiro, localizadas dentro dos limites desta UC. A pesquisa empírica objetivou refletir a realidade social da comunidade Cajuúna por meio de abordagem qualitativa e quantitativa, enquanto o Povoado do Céu e a Vila do Pesqueiro por meio de abordagem qualitativa. Para identificar os recursos florestais e hídricos realizou-se levantamento de produtos da economia pesqueira: peixe, camarão, caranguejo e turu; também aquela voltada aos produtos florestais, como o coco, o muruci e as sementes de andiroba, entre outros. Para a coleta destas informações e sobre a saúde foram aplicados, respectivamente, 61 (sessenta e um) e 20 (vinte) questionários e realizadas 55 (cinquenta e cinco) entrevistas. Observou-se que as famílias vivem da pesca na época da safra e, na entressafra, há redirecionamento para outras atividades como a construção civil, a carpintaria, o comércio; valem-se também dos programas governamentais. Na RESEX Marinha de Soure, apesar das potencialidades naturais, conferem-se limitações para garantir a reprodução econômica e social dos extrativistas. Este estudo interdisciplinar fundamenta-se no saber local dos pescadores e propôs a identificação das práticas sociais baseadas nos seus conhecimentos tradicionais, assim como compreender as organizações sociais que contribuem para a reprodução econômica e social dos agentes sociais e para a preservação ambiental deste território. As práticas sociais no território de pescadores são apreendidas como produto das suas atividades de cooperação mutua quanto ao uso dos recursos naturais e suas formas de organizações sociais, assim como, as expressões culturais manifestadas através da religiosidade e das festas, cujos ritos fortalecem as interações sociais “de dentro” e “de fora” das unidades sociais.

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Este estudo teve como objetivo descrever a organização funcional da fauna de peixes de riachos do nordeste do estado do Pará, Brasil, com base em observações comportamentais das táticas alimentares das espécies. Sete igarapés foram amostrados entre junho e novembro de 2010 por técnicas de observações diretas durante sessões de mergulho livre, totalizando 91h 51min de observação, nos períodos diurno, crepuscular vespertino e noturno. Foram observadas 73 espécies distribuídas em seis ordens, 26 famílias e 63 gêneros, com predomínio de Characiformes, seguidos por Siluriformes. A partir de informações coligidas por observações ad libitum, as espécies foram organizadas em 18 grupos tróficos funcionais (GTFs), de acordo com duas características principais: (1) a tática alimentar observada com maior frequência; e (2) sua distribuição espacial no riacho, considerando suas dimensões lateral (margens e canal central) e vertical (coluna d'água). Os GTFs mais frequentes foram Catadores noturnos de invertebrados (9 espécies), Coletores diurnos de canal (8 spp.), Catadores diurnos de superfície (7 spp.), e Predadores de tocaia e emboscada (6 spp.). Os GTFs aqui definidos possibilitam uma análise comparativa da estrutura e composição da ictiofauna, que representa uma abordagem alternativa ao uso da estrutura taxonômica em estudos ecológicos. A classificação da ictiofauna baseada em GTFs proposta neste trabalho é comparada com outras três classificações, propostas por Sazima (1986), Sabino & Zuanon (1998) e Casatti et al. (2001).