999 resultados para Hábito alimentares


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Este estudo teve por objetivo avaliar a dieta e abundância de Moenkhausia dichroura Kner, 1858 após a formação do reservatório de Manso, Estado de Mato Grosso. A dieta foi comparada espacial (montante, reservatório e jusante) e temporalmente (fase I, primeiro ano do represamento e fase II, quarto ano do represamento). Conteúdos estomacais de 392 indivíduos foram analisados e a dieta foi descrita através da representação volumétrica dos recursos alimentares. A montante a espécie mostrou tendência à insetivoria (V% = 51,46 de insetos aquáticos na fase I e V% = 56,07 de insetos terrestres na fase II), no reservatório à zooplanctivoria (V% = 77,11 e V% = 64,73 de microcrustáceos, nas fases I e II, respectivamente) e a jusante à herbivoria (V% = 56,02 e V% = 62,84 de vegetais, nas fases I e II, respectivamente). Constatou-se diferença espacial significativa na dieta (Kruskal-Wallis; H = 197,11, p < 0,05), sendo também observada diferença temporal significativa entre as dietas dos indivíduos das estações montante I e montante II (teste a posteriori de comparação múltipla; p < 0,05). Houve um aumento abrupto na abundância de M. dichroura durante o período de estudos, principalmente no quarto ano do represamento, no corpo principal do reservatório. Este fato parece estar estreitamente relacionado com a alta abundância e disponibilidade do zooplâncton no ambiente represado e também com a habilidade da espécie em explorar este recurso.

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A gaivota Larus dominicanus (Lichtenstein, 1823) é uma das aves marinhas costeiras mais comuns do litoral brasileiro, sendo capaz de utilizar vários hábitats e explorar diferentes fontes alimentares. O estuário do Saco da Fazenda é uma importante área de forrageamento e descanso para a espécie. O objetivo deste trabalho foi o de avaliar a estrutura populacional de L. dominicanus no estuário. Durante o período de fevereiro/2004 a janeiro/2005, as gaivotas foram monitoradas mensalmente, com intervalos de duas horas entre os censos, das 6 h às 20 h. As oscilações observadas na população ao longo do ano foram significativas, sendo as maiores contagens registradas em março (181,6 ± 35,1) e as menores em outubro (21,0 ± 4,9). A ocupação do estuário foi gradativa a partir das primeiras horas do dia, culminando com as maiores abundâncias às 14 h (72,4 ± 14,2). Ao final do dia, o número de aves reduziu-se significativamente, com as menores abundâncias às 20 h (3,8 ± 3,0). Através da Análise de Componentes Principais (ACP), foi possível estabelecer correlação positiva entre a abundância de gaivotas e a temperatura do ar. As oscilações encontradas na abundância de L. dominicanus durante o estudo podem ser atribuídas a eventos do ciclo de vida da espécie e as diferenças observadas no número de gaivotas ao longo do dia ao período de atividade da frota pesqueira.

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Este estudo teve como objetivo avaliar a influência do ciclo hidrológico sobre a dieta e estrutura trófica da ictiofauna no Pantanal. Foram realizadas amostragens mensais entre março de 2000 e fevereiro de 2001, no rio Cuiabá e na lagoa Chacororé. A análise dos conteúdos estomacais de 58 espécies permitiu o reconhecimento de oito categorias tróficas. Peixes das categorias piscívora, detritívora e lepidófaga foram os que apresentaram menor variação na composição da dieta em ambos os ambientes, independente do período hidrológico. Os efeitos do pulso de inundação foram pronunciados na abundância numérica e na biomassa das categorias detritívora e omnívora, enquanto variações nestes parâmetros apresentaram-se relacionadas ao tipo de ambiente para as categorias piscívora, invertívora e insetívora. Os resultados sugeriram que tanto a especialização por alguns itens alimentares quanto a provável elevada disponibilidade de recursos alimentares nos ambientes investigados contribuíram para o fraco efeito do ciclo hidrológico na organização trófica da ictiofauna. Através do aumento da conectividade hidrológica, o pulso de inundação do rio Cuiabá possibilita o deslocamento dos organismos pelo sistema, que deve determinar a variabilidade na estrutura das categorias tróficas.

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Estudamos a dieta dos juvenis de Trachinotus carolinus (Linnaeus, 1766) em praias da Baía de Sepetiba (Rio de Janeiro, Brasil) entre janeiro de 2000 e abril de 2001. Procuramos avaliar a plasticidade trófica de peixes desta espécie ao longo de um gradiente espacial com diferentes níveis de exposição às ondas, sazonalidade, além de avaliar mudanças ontogenéticas na dieta. Os itens alimentares foram analisados através do índice de importância relativa (IIR), determinado pelos valores das frequências de ocorrência, de número e de peso. Os itens de maior importância foram do subfilo Crustacea, ordens Mysidacea, e o representante da ordem Decapoda Emerita brasiliensis (Schmitt, 1935), além de Cefalochordata, representado por Branchiostoma platae (Fitzinger, 1862). Na zona de maior exposição às ondas (praia de Barra de Guaratiba) e com substrato predominantemente arenoso, a dieta foi constituída principalmente por Emerita brasiliensis e Cirripedia, este último presente nos costões rochosos que limitam a praia; na zona de exposição intermediária (praia de Muriqui), houve um predomínio de Mysidacea e Branchiostoma platae; na zona mais protegida (praia de Itacuruçá), os itens de maior abundância foram Polychaeta, Mysidacea e Branchiostoma platae. Sazonalmente não ocorreu variação no uso de Mysidacea, enquanto Branchiostoma platae foi mais consumido durante o inverno, Polychaeta na primavera e Cirripedia e Emerita brasiliensis, no verão. Mysidacea foi o alimento predominante em todas as classes de tamanho, enquanto Polychaeta foi utilizado predominantemente por peixes menores que 20 mm de comprimento padrão e Emerita brasiliensis e Cirripedia foram consumidos principalmente por indivíduos maiores que 40 mm, somente na praia de maior exposição. O sucesso no uso de praias desprotegidas e zonas de arrebentação por esta espécie de peixe pode ser em parte devido à estratégia trófica oportunista, que utiliza uma ampla variedade de recursos disponíveis no ambiente.

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Estudos recentes têm evidenciado a importância de flores como recurso alimentar de diversas espécies de aves neotropicais. Este estudo teve o objetivo de listar espécies e descrever o comportamento das aves que se alimentaram de recursos florais de Erythrina fusca (Fabaceae) no Pantanal Mato-Grossense. Para isso, foram acompanhadas aves que se alimentaram em 14 árvores floridas dessa espécie em um total de cerca de 25 horas de observação. Como resultados, 20 espécies de aves pertencentes a sete famílias taxonômicas foram observadas alimentando-se de recursos florais de E. fusca. Apesar de várias espécies de aves terem apresentado comportamentos destrutivos em maior proporção, algumas espécies, sobretudo das famílias Trochilidae e Icteridae, apresentaram estratégias alimentares compatíveis com o transporte de pólen. O cruzamento dos dados obtidos neste estudo com os da literatura indicam que a família Icteridae pode ter relevante papel na polinização dessa espécie vegetal.

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Analisamos a estrutura dos grupos funcionais alimentares de Ephemeroptera em cinco tipos de substratos (folhiço em corredeira, folhiço em remanso, madeira, pedras e raízes) de trechos de primeira a quinta ordens da bacia do rio Pindaíba, estado do Mato Grosso, Brasil. Verificamos, ainda, a preferência de táxons por substratos específicos através da especificidade e frequência dos organismos, e se a abordagem funcional reflete as variações dentro da comunidade. Nossos resultados agregam informações a respeito da classificação funcional dos efemerópteros e mostram que os raspadores foram os mais abundantes e os coletores-apanhadores comportam uma maior riqueza de táxons. Os córregos de terceira ordem foram os mais ricos e abundantes enquanto que as distribuições dos grupos funcionais alimentares corroboram as predições do Conceito do Continuum fluvial. Além disso, as comunidades estudadas foram muito mais estruturadas taxonomicamente do que funcionalmente. Esse fato atesta a importância da biologia dos organismos para a seleção dos substratos. A preferência de alguns gêneros por substrato específico corrobora esta importância.

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A fauna de Scarabaeinae (Coleoptera: Scarabaeidae) foi amostrada através de armadilhas de queda iscadas com excremento humano e peixe apodrecido em fragmentos florestais de Silveira Martins, Rio Grande do Sul, Brasil, de novembro de 2010 a janeiro de 2011. Foi coletado um total de 1.611 indivíduos, pertencentes a seis tribos, 11 gêneros e 28 espécies. As espécies mais abundantes foram Canthon latipes Blanchard, 1845 (49,9%), C. chalybaeus Blanchard, 1845 (13,9%), Deltochilum sculpturatum Felsche, 1907 (4,9%) e Eurysternus caribaeus (Herbst, 1789) (4,3%), que juntas representaram 73% do total de indivíduos capturados. As armadilhas iscadas com excremento humano capturaram maior número de espécies do que as iscadas com peixe apodrecido. Não houve diferença estatística significativa entre os tipos de iscas utilizados em relação à abundância de Scarabaeinae. A maior parte da comunidade de Scarabaeinae capturada foi representada por espécies de hábito alimentar generalista e comportamento escavador. A comunidade amostrada segue os padrões gerais de estrutura trófica e comportamental de Scarabaeinae encontrados por toda a região Neotropical.

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Poucos estudos avaliaram em longo prazo a variação no tamanho populacional das espécies de aves em fragmentos florestais. Para avaliar a riqueza e a abundância específica da comunidade de aves de um remanescente de mata semidecidual do interior do Estado de São Paulo, sudeste do Brasil, foi conduzido o censo da avifauna florestal utilizando-se a metodologia de contagem em transecção. Estes resultados foram comparados com levantamento realizado na mesma localidade 30 anos antes, e as aves foram classificadas de acordo com suas categorias alimentares com a finalidade de associá-las à tendência ao aumento/diminuição de suas abundâncias após este intervalo de tempo. Embora tenha havido predominância de espécies com diminuição populacional, todas as categorias tróficas analisadas apresentaram também espécies com aumento em suas abundâncias. A maioria das espécies com propensão a deslocarem-se entre fragmentos apresentou diminuição em suas abundâncias. Sugerimos que, em relação a suas abundâncias específicas, as categorias tróficas são igualmente afetadas pelos processos da fragmentação, e que a regeneração florestal sofrida pelo remanescente pode ter resultado na perda de espécies de bordas. Espécies cujas abundâncias tenham reduzido neste intervalo de tempo podem sofrer extinção local futuramente.

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Characidium rachovii (Regan, 1913) é uma espécie frequente em riachos da planície costeira do estado do Rio Grande do Sul, sul do Brasil. Entretanto, seu nicho trófico é ainda desconhecido. O presente trabalho teve como objetivos: (i) descrever a dieta de C. rachovii de três riachos costeiros do RS; (ii) avaliar a influência de um ecótono (mar-riacho) na dieta, comparando dois locais, um próximo do mar e outro distante, e (iii) avaliar o efeito do número de indivíduos analisados na riqueza da dieta. A análise do conteúdo estomacal de 139 indivíduos revelou que a espécie é especializada no consumo de Diptera (estágio aquático) e Amphipoda. Ao mesmo tempo, pode-se considerar que C. rachovii apresentou hábito alimentar oportunista, já que, apesar de tal preferência, consumiu grande riqueza de recursos (24 itens), vários deles em baixa frequência e alta abundância. Não houve diferenças na composição da dieta entre os riachos e locais. A riqueza esperada (rarefação) mostrou que o número de indivíduos analisados altera a estimativa de riqueza da dieta em espécies que consomem itens raros.

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A endozoocoria é um dos processos mais importantes na dispersão de sementes em florestas tropicais, dependente em grande parte de aves e mamíferos, onde a passagem dos frutos pelo sistema digestório permite a escarificação química das sementes e sua germinação. Entre as diversas espécies consumidas por animais está Rapanea ferruginea Ruiz et Pav. (Myrsinaceae), uma árvore perenifólia, heliófila, higrófila e pioneira, cujos frutos são ingeridos pelo marsupial Didelphis albiventris Lund, um pequeno mamífero onívoro de hábito noturno. Levando-se em consideração a importância do conhecimento sobre os processos de mutualismo dispersivo, o objetivo neste experimento foi avaliar a germinação de sementes de R. ferruginea que passaram pelo sistema digestório de D. albiventris. As sementes foram submetidas a seis tratamentos: (1) Grupo-Controle - sementes sem tratamento; (2) Grupo Lixa - sementes escarificadas; (3) Grupo Sistema Digestório - sementes que passaram pelo sistema digestório dos animais; (4) Grupo pH 2; (5) Grupo pH 3; (6) Grupo pH4. Os resultados indicaram que o processo de escarificação foi necessário para a obtenção de maiores taxas e velocidades de germinação da espécie estudada. O tratamento com lixa alcançou resultados significativamente diferentes do Grupo Controle, porém inferiores aos demais tratamentos. O tratamento Grupo Sistema Digestório apresentou a maior taxa e velocidade de germinação. Estes resultados indicam que D. albiventris pode ser considerado um frugívoro indutor da taxa e velocidade de germinação de R. ferruginea.

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A alimentação de peixes e os padrões ecomorfológicos estão relacionados com vários fatores como ontogenia. O presente trabalho foi realizado a fim de testar a hipótese de que a dieta e os padrões ecomorfológicos apresentam correlações positivas entre os diferentes estágios de ontogenia de Plagioscion squamosissimus (Heckel, 1840), pois à medida que a espécie passa da fase jovem para adulta altera a sua alimentação e morfologia. A pescada foi escolhida por ser a espécie mais abundante no reservatório da Estação Ecológica de Tapacurá, Estado de Pernambuco. Os padrões ecomorfológicos foram avaliados e relacionados com a alimentação dos indivíduos capturados no reservatório no mês de abril de 2013. As medidas morfométricas foram retiradas de todos os indivíduos capturados e posteriormente recolhidos seus estômagos. Os peixes foram separados de acordo com a fase de desenvolvimento, juvenis e adultos. Também foram tomados seu peso total, comprimento padrão e aferidas onze medidas lineares, utilizadas para obter os índices que representam os atributos ecomorfológicos. Os itens alimentares foram identificados e separados até menor nível taxonômico possível, sendo o mais frequente o camarão Macrobrachium amazonicum (Heller, 1862). Foi possível observar que nos juvenis os itens ingeridos apresentavam maior amplitude no tamanho em comparação com os adultos. Dos dados morfométricos observa-se que os valores de largura da cabeça são maiores nos juvenis e os valores da altura do corpo são mais elevados nos adultos, sendo estes fatores importantes para determinar o tamanho da presa ingerida pelo peixe. Conclui-se que a espécie Plagioscion squamosissimus mostrou relação positiva entre a morfologia e alimentação ao longo do desenvolvimento ontogenético evidenciado pela variação de comprimento dos itens ingeridos entre juvenis e adultos, porém não houve distinção em relação ao alimento ingerido entre eles.

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Este estudo teve como objetivo caracterizar e comparar a alimentação de 13 espécies de peixes em três zonas (zona de influência fluvial, zona de transição e zona lacustre) do reservatório de Itupararanga. Foram analisados 436 estômagos, sendo encontrados 17 recursos alimentares, todos de origem autóctone. As dietas predominantes das espécies foram: peixe, inseto, material vegetal e detritos na zona de influência fluvial, peixe, sedimento e material vegetal na zona de transição e inseto, escama e peixe na zona lacustre. Através do Índice Alimentar, as espécies foram categorizadas nas guildas: piscívora, insetívora, detritívora e carcinófaga. O Cluster indicou separação da guilda insetívora em espécies generalistas (insetos diversos) e especialista (Chironomidae) o que aumenta para cinco guildas. Na zona fluvial foram verificadas quatro guildas; na zona de transição três guildas e na zona lacustre duas guildas. Observou-se ainda uma dominância de espécies piscívoras que pode estar relacionada à idade do reservatório. Este estudo ampliou o conhecimento dos hábitos alimentares dos peixes em reservatórios antigos e suas diferenças, comparando as zonas existentes.

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RESUMO Este estudo teve por objetivo caracterizar a diversidade carcinológica de dois manguezais (igarapés Buenos Aires e Tronco) da Baía de São Marcos, na costa amazônica maranhense, Brasil. Foram realizadas quatro coletas trimestrais entre setembro de 2011 a junho de 2012. Em cada coleta foram analisados três pontos por área (zona 1, zona 2 e zona 3), totalizando 24 amostras. O material biológico foi coletado por meio de arrastos com rede do tipo puçá, catação manual e técnica de braceamento. Paralelamente à coleta do material biológico, foram verificados a salinidade, temperatura e oxigênio dissolvido de cada área analisada. Para avaliar a similaridade de agrupamento entre as zonas dos manguezais foi aplicada a análise de cluster e consecutiva elaboração de dendrogramas. Foi coletado um total de 873 indivíduos, representando nove famílias e 21 espécies, das quais Ocypodidae e Penaeidae foram as mais abundantes. Em relação à distribuição espacial, percebe-se que Clibanarius vittatus (Bosc, 1802), Clibanarius tricolor (Gibbes, 1850), Clibanarius foresti Holthuis, 1959 e Uca maracoani (Latreille, 1802) se restringiram à primeira zona dos dois manguezais, enquanto outras dez espécies foram observadas por todo o manguezal, o que pode estar intimamente relacionado ao seu hábito de vida. De um modo geral, o igarapé Buenos Aires apresentou maior número de espécies em relação ao igarapé Tronco, no entanto, existe grande similaridade faunística de crustáceos decápodes entre as duas áreas amostradas.

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Salientando os diversos aspectos a atender, para a solução racional do problema da alimentação na Amazônia, aliás já fixados em 1941 pela Comissão que traçou as linhas gerais de um plano de saneamento dessa vasta região, aludem os A.A. às realizações já empreendidas dentro do programa traçado, e que versaram apenas sôbre os hábitos alimentares de um grande núcleo de população e sôbre o valor nutritivo de alguns elementos pouco conhecidos da fauna e da flora locais. Abordam, à guisa de ensaio, neste trabalho, o ponto concernente ao planejamento de regimes adequados, que se adaptem tanto às exigências, como as possibilidades regionais. Frisam, então, de início, as bases racionais a que devem eles obedecer respeito não só à redução do total de calorias, fornecidas, nos seus 2/3, por hidratos de carbono e ao qual se subordinam as cotas das três principais vitaminas do complexo B,* como também a restrição, igualmente indicada, da taxa de proteínas; respeito, ainda, as cotas recomendáveis das vitaminas A e C e de cálcio, dando aí especial atenção ao detalhe da sua aproveitabilidade. Referem, de passagem, à conveniência de não se descurar do problema do ferro alimentar, em face das endemias reinantes na região e das dificuldades para fazer, artificialmente, o enriquecimento marcial dos regimes, já que, para instituí-los, partem do principio de ser vantajoso lançar mão de recursos de produção local, sem ficar em marcada dependência de grandes centres distribuidores regionais. Mostrando as dificuldades para a utilização, na escala desejada, da carne e leite de vaca, como artigos básicos de regime — e apontam, entre os percalços, os inerentes ao transporte e conservação desses alimentos — apresentam uma tabela básica, para o adulto em trabalho moderado, a qual lhe fornece 2.600 calorias diárias e obedece aos pontos fundamentais já aludidos. Nela figuram: os peixes, cujas variedades de pequeno porte poderão, com vantagem, ser consumidas fritas ou torradas, com espinhas; o amendoim; as verduras de produção econômica na Amazônia, incluídas na lista as ramas de batata doce, da mandioca e do inhame; essas raízes e tubérculos feculentos, de parceria com o cara; a farinha de mandioca, de grande uso na região; frutas, em que e, alias, rica a flora local; melado ou rapadura, como boa fonte de açucarados, cálcio e ferro; gorduras de origem animal e vegetal. Detêm-se, a propósito de cada um desses alimentos, sôbre o seu valor nutritivo e as possibilidades reais de produção local ou regional. Enumeram, por fim, vários outros, a que, similarmente, será possível recorrer, em maior ou menor escala — criação de animais domésticos, caças, carne e ovos de tartaruga, arroz, raízes, brotos de palmeiras, feijão de vara, castanhas de sapucaia, do caju e do Para — numa demonstração de ser possível a Amazônia valer-se, de muito, a si própria, no tocante à alimentação das suas populações.

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Os A. A., prosseguindo na serie de estudos,que vêm realizando, como contribuição para a solução racional do problema da alimentação das populações brasileiras, cuidam neste trabalho do Maranhão e do Piaui, considerados englobadamente, como área de transição entre as três Grandes Regiões, do Norte, do Nordeste e do Centro-oeste do país. Dando os caracteristicos principais e revistando, em face de informes estatisticos e de outros dados, as possibilidades presentes e futuras, de pesca, criação e agricultura, para as 19 zonas geograficas, discriminadas, dentro do conjunto dos dois Estados, pelo conselho nacional de Geografia, mostram ser na verdade realizavel dispo-las em três áreas distintas de abastecimento: isto dentro do proposito em vista de planejar regimes alimentares que, atendendo aos preceitos da ciencia da nutrição, se adaptem ás possíveis disponibilidades regionais. Facilidades, maiores ou menores, para provisão de leite e de pescado representam, afinal, os fatores dominantes nesta diferenciação de áreas de abastecimento. Em função de tais variações e recorrendo, ademais, a outros alimentos, cujo cultivo e produção são objeto de exame, organizaram os A. A., à guisa de exemplos, três regimes, um para cada área, e que atendem, satisfatoriamente, aos pontos basicos acima referidos. Mostram, em suma, como é possivel, aos dois Estados, valerem-se a si próprios em materia de alimentação.