921 resultados para Arte moderna - Séc. XX


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Este trabalho se dedica ao estudo dos movimentos de libertao que atuaram na frica do Sul ao longo do século XX em oposio ao regime de segregao racial do apartheid. O objetivo central refletir sobre os processos de construo simblica pelos quais passaram esses movimentos, no intuito de compreend-los como produtores de suas prprias identidades coletivas. Destarte, prope-se que essa constituio identitria girou em torno de trs eixos principais. Primeiro, o multirracialismo, tendo origem na parceria entre diferentes organizaes polticas, provenientes de distintos grupos raciais, que buscaram construir uma solidariedade em comum a partir de sua experincia de luta em conjunto na dcada de 1950. Em segundo lugar h a volorizao da negritude enquanto identidade racial, elemento enfatizado pelos movimentos africanistas a partir da dcada de 1940. Por sua vez, a classe esteve presente desde a formao dos primeiros sindicatos negros na dcada de 1920, mas assumiu um tom mais poltico trinta anos depois, no momento de ascenso da luta por libertao. Afirma-se tambm que a dimenso interativa desses grupos enquanto subjetividades coletivas foi crucial para a delineao de suas identidades nessas bases, atravs de um complexo e relacional processo de intercmbio simblico entre si e o Estado.

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Arte como Religio um convite reflexo sobre religio por meio de trabalhos artsticos. A pesquisa artstica, potica e filosfica sobre a relao fronteiria entre arte e religio teve seu ponto de partida na minha histria pessoal e foi desenvolvida relacionando as ideias de separao e alteridade como essenciais para a religio, e as ideias de transgresso e linguagem como essenciais para a observao da arte. O conceito potico foi delimitado pelos trabalhos artsticos Relicrios de Santos Vivos e Canonizador AcSeita Coletivo, que partindo da ideia da separao busca isolar a figura dos santos como os seres autorizados busca religiosa e prtica de lidar com o sagrado, passando-se a observar, por meio dos objetos utilizados pelos mesmos, as mudanas de valores sociais

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A partir do final da dcada de 1960, no mundo e no Brasil, o fenmeno de crtica sociopoltica com arte tem se desenvolvido expressivamente e apresentado um considervel conjunto em termos de quantidade, mas tambm de qualidade de produes. De meados da dcada de 1990 at a presente data, esse fenmeno se apresenta de maneira mais acelerada, e em torno de coletivizaes artsticas. Tais coletivizaes caracterizam-se por desenvolver ainda mais as aproximaes entre a arte, o sociopoltico e o cultural, e tambm por revelar lugares outros para o desenvolvimento de expresses artsticas e de formas variadas de atuao artstica no e sobre o espao pblico no sentido de subverso e de crtica sobre os sistemas sociais. A presente dissertao observa o desenvolvimento do fenmeno em suas diferentes nuances ao longo do tempo, bem como faz uma anlise apreciativa e investigativa sobre algumas obras individuais e de coletivos. Visa apontar e percorrer as diferentes produes artsticas presente e passado aqui elencadas, dado que incorporam uma visada de crtica sociopoltica com arte, o que nos possibilita observar a potncia da arte para tratar questes que emergem dos ambientes sociopoltico e cultural; sua reincidncia, variedade, conexes e diferenas

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O presente trabalho visa demonstrar de que maneira os grafites se enquadram nos modos de narrao e construo de laos de sociabilidade da sociedade ps-moderna. Segue-se o pensamento de Gianni Vattimo que questiona a ideia outrora dominante de uma histria universal e linear, caracterstica do pensamento moderno. O filsofo prope que pensemos na figura fragmentada de mosaicos de narrativas onde prevalecem histrias locais de grupos antes vistos como subculturas. Com a difuso e acessibilidade aos diversos meios de comunicao, vislumbra-se a emergncia de vozes outrora silenciadas pelo status quo, permitindo a materializao das vrias weltanschauung (vises de mundo) dos grupos sociais na contemporaneidade. A disseminao dessas vozes no procura mais apresentar a histria por meio de fatos concretos de um saber legtimo, mas atravs de fbulas que permitam a visualizao e despertem o imaginrio desses grupos sufocados. Na sociedade ps-moderna existem tantas narrativas locais quanto tribos urbanas. Ademais so abordadas as tenses existentes entre grafite e pichao e da comercializao e institucionalizao do grafite sob a alcunha de "arte urbana". Tambm destacado o papel dos museus na formao de identidades e de patrimnios locais e de como essas instituies culturais exercem influncia na constituio de novos imaginrios sociais ou na manuteno destes, que esto presentes na sociedade contempornea. As cidades, bairros e territrios, e o sentimento de pertencimento, so essenciais para que as intervenes urbanas possam ocorrer. Assim, explicitada a relao das diversas tribos urbanas com os espaos das cidades, os desdobramentos da globalizao sobre esses grupos e a constituio de memrias subterrneas, que podem se constituir em foras de resistncia aos movimentos culturais miditicos

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O objetivo desta tese , por um lado, abordar a relao entre o corpo e a linguagem a partir das perspectivas da poesia, do teatro e da performance. Por outro lado, propomos que a compreenso de tal campo relacional pode esclarecer pontos em comum entre essas diferentes artes, trazendo uma nova percepo do fenmeno potico. Para tal, fez-se necessrio operar um desvio com relao concepo moderna que entende o corpo enquanto substncia material extensa e a linguagem como algo associado substncia subjetiva ideal do pensamento. Pelo contrrio, procuramos trabalhar com a hiptese de que corpo e linguagem se encontram em estado de relao seno necessria ao menos constante, valendo-nos da ideia do corpo-em-vida, e da linguagem enquanto ao e enquanto discurso. A anlise opera um recorte contemporneo entre obras que vo das poetas Anglica Freitas e Marlia Garcia at a da atriz e encenadora Cristina Flores, e da performer norte-americana Laurie Anderson. A escrita da tese nos levou a uma combinao entre aspectos formais do ensaio e do drama, numa costura de mltiplas vozes, de modo a concretizar o entrelaamento entre as ideias vividas ao longo da pesquisa e a experincia fsica da produo do texto

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O estudo do nacionalismo como conceito e como prtica poltica mostra que no se pode atribuir ao termo um significado unvoco. De fato, alguns autores procuraram ressaltar que o nacionalismo potencialmente cumpria um papel muito diferente nas periferias do Sistema Mundial, quando no oposto, ao que se verificava com maior frequncia nos pases centrais. Na Amrica Latina e no Brasil, o nacionalismo s foi articulado de modo coerente nas primeiras dcadas do século XX. Antes disso, em sua notao moderna, no se observou nenhuma tentativa de articulao desse tipo em sociedades que reproduziam, em larga medida, os esquemas herdados do colonialismo. O nacionalismo foi articulado de modo coerente na regio quando esteve terica ou politicamente ligado a um programa que visava integrar as parcelas majoritrias da populao, historicamente excludas, ao pas. Essa tarefa foi vista como o passo essencial para, de fato, criar a nao e, por essa via, se observava uma forte articulao do nacionalismo com o anti-imperialismo. Por outro lado, o nacionalismo de matriz conservadora demonstrava pouca capacidade de sustentar de modo consequente os elementos que caracterizavam o que o nacionalismo poderia ser em pases coloniais e ex-coloniais ou perifricos. Essa incapacidade se dava geralmente porque tais foras sociais conservadoras no podiam assumir compromissos mais amplos de integrao, em funo de seu carter eminentemente antipopular. Assim, o nacionalismo assumia com frequncia a face do ufanismo vazio e patrioteiro, ou o melindre com questes pontuais irrelevantes, ou ainda a mera utilizao poltica de um conceito com ampla repercusso popular. Politicamente, a Amrica Latina viveu seus ciclos nacionalistas por meio de governos policlassistas, com grande relevncia de lideranas carismticas que realizaram parcialmente as tarefas de integrao e construo nacional em seus pases. A tentativa de desqualificar essa experincia pela via do populismo parte de pressuposies tericas esquemticas e inadequadas que empobrecem a compreenso do processo histrico e poltico desses pases. A atualidade, a relevncia e o resgate contemporneos do nacionalismo como teoria e como prtica poltica passam pela busca de uma reviso profunda da ortodoxia epistemolgica que se consolidou atravs de uma tica eurocntrica, cientificista e esquemtica constituda no século XIX. Nos dias de hoje, o laboratrio latino-americano do nacionalismo pode potencialmente assumir uma nova face, ao realizar sua mais antiga tradio e vocao, aquela que remete a um nacionalismo integracionista, de cunho regional, isto , um nacionalismo internacionalista.