1000 resultados para Prematuros de muito baixo peso
Resumo:
OBJETIVO: determinar a validade da dopplervelocimetria das artérias uterinas na predição de complicações da gestação em população de nulíparas de baixo risco. MÉTODOS: foi conduzido estudo prospectivo que incluiu 45 pacientes primigestas, sem história de doenças crônicas. A dopplervelocimetria das artérias uterinas foi realizada entre 24 e 26 semanas, com determinação do índice de resistência (IR), índice de pulsatilidade (IP), relação S/D e a presença ou ausência de incisura na onda de velocidade de fluxo. Na análise estatística foi utilizado o teste de Mann-Whitney para amostras não paramétricas e o teste exato de Fisher foi utilizado na avaliação dos parâmentros qualitativos. RESULTADOS: complicações da gravidez foram observadas em 12 pacientes, com quatro casos de pré-eclâmpsia, um caso de recém-nascido pequeno para a idade gestacional (PIG), um caso de PIG e parto pré-termo (PPT), três casos de PPT, um caso de centralização fetal e dois casos de mecônio espesso no líquido amniótico no momento da resolução da gestação. Notamos que o IR (mediana 0,56 x 0,68), IP (mediana 0,98 x 1,29) e a relação S/D (mediana 2,2 x 2,9) estavam mais elevados no exame realizado entre a 24 e a 26ª semana nas pacientes que apresentaram qualquer complicação da gestação e não mostrou diferença nos casos de pré-eclâmpsia ou PIG. A presença de incisura bilateral apresentou sensibilidade de 100 e 90%, especificidade de 60,6 e 62,5%, valor preditivo positivo (VPP) de 29,4 e 42,9%, valor preditivo negativo (VPN) de 100 e 95,2% para a detecção de pré-eclâmpsia ou PIG e qualquer complicação da gestação, respectivamente. A dopplervelocimetria alterada apresentou sensibilidade de 83,3 e 83,3%, especificidade de 69,7 e 69,7%, VPP de 33,3 e 50,0%, VPN de 95,8 e 92,0% para a detecção de pré-eclâmpsia ou PIG e qualquer complicação da gestação, respectivamente. CONCLUSÃO: índices de alta impedância e a presença de incisura bilateral nas artérias uterinas entre a 24ª e a 26ª semana de gestação podem ser bons indicadores de complicações gestacionais e perinatais.
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OBJETIVOS: analisar o efeito do tabagismo sobre o ganho ponderal e o consumo alimentar de ratas durante a gestação, e o peso e comprimento dos filhotes ao nascimento. MÉTODOS: foram estudadas 51 ratas (Wistar) do 2º dia até o final da gestação, divididas em três grupos: Grupo F: 15 ratas expostas à fumaça de dois cigarros/animal/dia + ar comprimido (10 L/min); Grupo Ar: 18 ratas expostas ao ar comprimido (10 L/min); Grupo C: 18 ratas não manipuladas e não expostas. Os parâmetros aferidos foram: peso das ratas e seu consumo alimentar e comprimento e peso dos filhotes ao nascer. Foi aplicado o teste de Lavene para verificação do comportamento da distribuição das variáveis numéricas, e para análises paramétricas utilizou-se o ANOVA ou teste t de Student, conforme o caso. O nível de significância adotado foi p<0,05. RESULTADOS: as ratas expostas ao tabaco consumiram menos alimentos por dia [Grupo F=18,9 (±1,2) vs Grupo Ar=21,7 (±1,6) vs Grupo C=24,2 (±1,7); (p<0,05)] e apresentaram menor ganho ponderal ao final da gestação em relação às ratas expostas ao ar comprimido e ao grupo controle: peso no vigésimo dia de gestação: Grupo F=338,9 g (±13,8) vs Grupo Ar=352,3g (±15,9) vs Grupo C=366,3 g (±13,1); p<0,001). O peso dos filhotes ao nascimento [(Grupo F=5,5 g (±0,3); Grupo Ar=5,9 g (±0,5); Grupo C=5,9 g (±0,4) p<0,01] e o comprimento ao nascer [Grupo F=6,8 cm (±0,2); Grupo Ar=6,9 cm (±0,2); Grupo C=6,9 cm (±0,1) p<0,05] foram significativamente menores no grupo de ratas expostas ao tabaco em relação aos outros dois grupos, que não diferiram entre si. CONCLUSÕES: a exposição ao tabaco reduziu o ganho ponderal e o consumo alimentar das ratas durante a gestação e produziu redução do peso e do comprimento dos filhotes ao nascimento.
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OBJETIVO: descrever os resultados maternos e perinatais das gestações com amadurecimento precoce da placenta detectado pela ultra-sonografia. MÉTODOS: realizou-se estudo retrospectivo, descritivo, tipo série de casos, com comparação de grupos. Foram incluídas 146 gestantes, internadas entre janeiro de 2000 e dezembro de 2002 e em cujo prontuário constavam diagnóstico de amadurecimento precoce da placenta (presença de placenta grau II antes da 32ª semana de gestação ou grau III, antes da 35ª semana de gestação) e descrição das condições materno-fetais. Foram excluídas gestantes com diagnóstico de: amniorrexe prematura, gravidez múltipla, forma aguda de descolamento prematuro de placenta normoinserida e malformação fetal. As complicações clínico-obstétricas foram: doenças hipertensivas, redução do crescimento intra-uterino, alterações do volume de líquido amniótico, infecções, diabete materno, anemia falciforme, soropositividade para HIV, drogadição, litíase renal, epilepsia e asma brônquica. Pelos prontuários, foram identificadas 106 gestantes com complicações clínico-obstétricas (Gcom) e 40, sem essas complicações (Gsem). Para comparação entre os grupos, empregaram-se os testes de chi2 e exato de Fisher, ao nível de significância de 0,05. RESULTADOS: o grupo Gcom apresentou maior freqüência de oligoâmnio (27,3%), restrição de crescimento intra-uterino (44,3%) e cesárea antecedente ao trabalho de parto (36,8%). Comparado ao grupo Gsem, o Gcom caracterizou-se por maior incidência de óbitos fetais, prematuros (58,8 versus 40%), menor índice de Apgar de 5º minuto, peso ao nascer <2.500 g (67,9 versus 40%), recém-nascidos pequenos para a idade gestacional (39,2 versus 10%) e intercorrências mais graves. CONCLUSÕES: o prognóstico perinatal não dependeu do amadurecimento precoce da placenta, mas sim da presença de complicações clínico-obstétricas maternas.
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OBJETIVO: avaliar a associação da relação sístole ventricular/atrial (S/A) do ducto venoso (DV) com resultados perinatais em fetos prematuros com centralização de fluxo à dopplervelocimetria. MÉTODOS: o estudo foi delineado como um estudo observacional, transversal, com os dados colhidos de forma prospectiva. A relação S/A do DV foi estudada em 41 fetos centralizados com idade gestacional (IG) entre 25 e 33ª semana completa, no período de novembro de 2002 a julho de 2005. Os recém-nascidos foram acompanhados até o 28º dia pós-parto na UTI da Clínica Perinatal Laranjeiras, buscando-se complicações neonatais. A população de estudo foi dividida em dois grupos a partir do resultado do DV. Foram incluídos no grupo normal os fetos com relação S/A menor ou igual a 3,6 e no grupo alterado aqueles com valores de S/A maiores que 3,6. A comparação entre os grupos foi realizada com os testes estatísticos de Mann-Whitney, chi2 e exato de Fisher. Todos os resultados foram considerados estatisticamente significativos se p<0,05. Foram avaliados a IG ao nascimento, peso ao nascer e índice de Apgar menor que 7 no 5º minuto. Os parâmetros perinatais avaliados foram: natimortalidade, neomortalidade, convulsão, hemorragia intraventricular, necessidade de surfactante, uso de respirador, disfunção miocárdica, enterocolite necrotizante e permanência na UTI após o período neonatal. RESULTADOS: dos 41 fetos incluídos, 26 (63,4%) não apresentaram alteração da relação S/A do DV, ao passo que 15 (36,6%) fetos cursaram com a relação S/A do DV alteradas (>3,6). Não houve diferença significativa entre os grupos quanto à IG ao nascimento e Apgar <7. Encontrou-se associação significante entre o grupo com DV alterado e mortalidade neonatal (p=0,049; teste exato de Fisher). Quanto às demais variáveis estudadas não foi observada diferença entre os dois grupos. CONCLUSÃO: os nossos resultados sugerem que a anormalidade do fluxo no DV detectada pela dopplervelocimetria não está associada a resultados perinatais adversos, além da mortalidade neonatal. Esta associação pode ser considerada estatisticamente significante, porém com valor próximo ao limite (p=0,049). Quando excluídos os fetos com peso de nascimento inferior a 400 gramas, não é mais observada a associação entre o DV e neomortalidade (p=0,37). A alteração da relação S/A do DV não apresentou, em nossa amostra, associação com mortalidade perinatal em fetos prematuros viáveis.
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OBJETIVO: descrever as alterações estruturais e/ou funcionais fetais à ultra-sonografia e à ecocardiografia fetais e os resultados perinatais em gestantes soropositivas para o vírus da imunodeficiência humana (HIV) em relação a um grupo controle de pacientes atendidas pelo pré-natal de baixo risco. MÉTODOS: foram avaliadas, prospectivamente, 109 gestantes soropositivas para o HIV em uso de anti-retrovirais (Grupo de Estudo, GE) e 200 gestantes controles (GC), sendo realizado acompanhamento ultra-sonográfico obstétrico mensal e ecocardiografia fetal e pós-natal com a avaliação do volume de líquido amniótico, da adequação do peso fetal, da presença de alterações estruturais fetais e dos resultados perinatais. RESULTADOS: foram observados oito casos de alterações estruturais fetais (7,3%) contra dois (1%) no GC (p=0,61). Observamos quatro casos de cardiopatia congênita e quatro de hidronefrose no GE, com diferença estatística para as cardiopatias (p=0,015). Foram diagnosticados, no GE, oito (7,3%) casos de oligoidrâmnio e 11 (10%) casos de polidrâmnio contra dois casos (1%) de oligoidrâminio e nenhum de polidrâmnio (p de 0,004 e p<0,001, respectivamente). Onze recém-nascidos (10%) foram pequenos para a idade gestacional no GE contra três (2,7%) no GC (p=0,002). A incidência de prematuridade foi de 8,7 e 2,5% nos grupos de estudo e controle, respectivamente (p=0,041). A taxa de óbito fetal foi de 5,5% (seis casos) no GE, contra nenhum no GC (p=0,002). CONCLUSÕES: observamos maior prevalência de cardiopatia fetal e de alterações da quantidade de líquido amniótico no grupo estudado em relação ao GC. A taxa de óbito fetal no GE provavelmente está vinculada à presença de malformações fetais; já a incidência de neonatos pequenos para a idade gestacional e de prematuridade, está associada à terapia anti-retroviral e ao uso do tabaco e de drogas ilícitas.
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OBJETIVO: determinar a acurácia do volume do braço fetal aferido pela ultra-sonografia tridimensional (USG3D) na predição de peso ao nascimento. MÉTODOS: realizou-se um estudo prospectivo, do tipo corte transversal, com 25 gestantes sem anormalidades estruturais ou cromossomopatias. Os parâmetros bidimensionais (diâmetro biparietal, circunferência abdominal e comprimento do fêmur) e o volume do braço fetal pela USG3D foram avaliados em até 48 horas antes do parto. Para o cálculo do volume do braço fetal, utilizou-se o método multiplanar, por meio de múltiplos planos seqüenciais com intervalos de 5,0 mm. Realizaram-se regressões polinomiais para se determinar a melhor equação de predição de peso fetal. A acurácia desta nova fórmula foi comparada com as fórmulas bidimensionais de Shepard e Hadlock. RESULTADOS: o volume do braço fetal foi altamente correlacionado com o peso ao nascimento (r=0,83; p<0,005). Por regressão linear, obteve-se a melhor equação [peso ao nascimento=681,59 + 43,23 x volume do braço fetal]. O erro médio (0 g), o erro médio absoluto (196,6 g) e o erro percentual médio absoluto (6,5%) do volume do braço fetal foram menores que a fórmula de Shepard, mas não mostraram diferença estatisticamente significativa (p>0,05). Em relação à fórmula de Hadlock, apenas o erro médio foi menor, mas não estatisticamente significante (p>0,05). CONCLUSÕES: o volume do braço fetal aferido pela USG3D mostrou acurácia similar às fórmulas bidimensionais na predição do peso ao nascimento. Há necessidade de estudos com maiores casuísticas para se comprovar esses achados.
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OBJETIVO: determinar a variação de peso de mulheres com diferentes Índices de Massa Corporal (IMC), usuárias do injetável trimestral de acetato de medroxiprogesterona de depósito (AMPD) e compará-la à de mulheres em uso de método não hormonal. MÉTODOS: Estudo retrospectivo com revisão de prontuários de 226 usuárias de AMPD e 603 controles usuárias de DIU TCu380A. As mulheres foram distribuídas conforme o IMC inicial nas categorias de peso normal (<25 kg/m²), sobrepeso (25 a 29,9 kg/m²) e obesas (>30 kg/m²) e seguidas anualmente durante seis anos com medidas de peso e IMC. Aplicou-se o teste estatístico ANOVA para medir a variação de peso entre os grupos em cada categoria de IMC a cada ano. RESULTADOS: a média de idade no início do uso do método foi maior no grupo de estudo do que no controle em todas as categorias de IMC 31,6 ± DP 7,1 X 27,4 ± DP 5,5 na categoria peso normal (p<0,0001); 37,3 ± DP 6,8 X 29,2± DP 6,0 na categoria sobrepeso (p<0,0001); e 35,3 ± DP 6,4 X 29,7 ± DP 5,8 na categoria obesas (p<0,0001). As usuárias de AMPD tiveram elevação de peso em relação às controles na categoria de sobrepeso (p=0,0082); e o aumento de peso em relação ao tempo também foi maior no grupo de usuárias de AMPD do que nas controles para as categorias de peso normal (p<0,0001) e sobrepeso (p=0,0008). No grupo de obesas não houve variação do IMC entre os grupos nem em relação ao tempo de uso do método. CONCLUSÕES: não houve variação de ganho de peso em mulheres obesas usuárias de AMPD. Estudos prospectivos deverão ser realizados com testes metabólicos para determinar os fatores desencadeadores do ganho de peso em mulheres com peso normal e sobrepeso.
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OBJETIVO: avaliar a correlação entre o peso fetal estimado (PFE) por ultrassonografia e o peso neonatal (PN), bem como a capacidade do PFE predizer as alterações do PN entre gestantes de João Pessoa (PB). MÉTODOS: estudo de validação diagnóstica incluindo 122 gestantes que tiveram o PFE calculado por ultrassonografia até sete dias antes do parto e o PN determinado imediatamente após o nascimento, com balança específica para recém-nascidos. A correlação entre o PFE e o PN foi avaliada pelo coeficiente de correlação de Pearson entre as duas medidas e pela média das diferenças entre elas. O PFE e o PN foram classificados em: pequeno para idade gestacional (PIG), adequado para a idade gestacional (AIG) e grande para a idade gestacional (GIG), de acordo com os percentis 10 e 90 das respectivas curvas de referência. O diagnóstico de desvios do PFE foi validado utilizando a curva de valores de referência de peso neonatal de Alexander como padrão-ouro, estimando-se a sensibilidade, especificidade, valores preditivos positivo e negativo. RESULTADOS: houve uma elevada correlação linear entre o PFE e o PN (R=0,96) e a diferença entre eles variou entre -474 g e +480 g, com média de +3 g. A maioria das máximas variações percentuais da estimativa de peso esteve entre 10 e 15%. O PFE teve sensibilidade de 85,7% e especificidade de 100% para detecção de PIG, e de 100 e 77,2%, respectivamente, para GIG. CONCLUSÕES: o PFE é capaz de predizer adequadamente o PN, e a curva de PFE de referência testada teve bom desempenho no rastreamento dos desvios do crescimento fetal, quando utilizada nessa população.
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OBJETIVO: avaliar o efeito do uso prolongado de alta dose de tibolona na variação do peso corporal e no perfil lipídico de ratas ooforectomizadas. MÉTODOS: foram utilizadas 15 ratas Wistar, pesando 250 g, que foram divididas aleatoriamente em dois grupos. O Grupo Experimental (n=9) recebeu diariamente 1 mg/dia de tibolona via oral. O Grupo Controle (n=6) recebeu diariamente solução de carboximetilcelulose a 0,5%, por gavagem, em volume de 0,5 mL/rata. Foi realizada ooforectomia bilateral 30 dias antes do início do experimento. No dia 0 do experimento, os animais começaram a receber os respectivos tratamentos por 20 semanas. O peso corporal foi controlado semanalmente e o consumo de ração foi medido a cada três a quatro dias ao longo do experimento, estabelecendo o consumo médio/dia por animal. Os resultados foram comparados pelo teste t de Student, com nível de significância de p<0,05. RESULTADOS: o Grupo Tibolona teve consumo de ração diário significativamente (p<0,001) menor (12,7±1,2 g), quando comparado ao Grupo Controle (14,5±1,4 g). Essa diferença também foi significativa em relação ao peso dos animais, uma vez que o Grupo Tibolona teve peso corporal inferior (p<0,001) ao longo do experimento, alcançando peso médio final de 215,6±9,3 versus 243,6±6,4 g no Grupo Controle. Com relação ao perfil lipídico, o Grupo Tibolona apresentou valores inferiores de colesterol total em comparação ao Grupo Controle (30,3 versus 78,6 mg/dL) mostrando diferença significativa (p<0,001). A dosagem de HDL-c também mostrou diferença significativa (p<0,001), com o Grupo Tibolona apresentando níveis inferiores ao Controle (9,0 versus 52,0 mg/dL). Quanto aos demais parâmetros bioquímicos analisados (LDL-c, VLDL-c e triglicerídeos), não houve diferença entre os grupos. CONCLUSÕES: A tibolona causa redução de HDL-c e colesterol total e tem efeito deletério sobre o peso corporal de ratas ooforectomizadas, que pode estar relacionado ao menor consumo de ração por esses animais.
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OBJETIVO: avaliar a frequência de resultados gestacionais e neonatais desfavoráveis em mulheres com rastreamento positivo e diagnóstico negativo para diabetes mellitus gestacional. MÉTODOS: trata-se de um estudo de corte transversal, retrospectivo e descritivo realizado entre 2000 e 2009. Foram incluídas no estudo 409 gestantes com rastreamento positivo para diabetes mellitus. As variáveis estudadas foram: maternas (idade, índice de massa corpórea, antecedente de cesárea, macrossomia ou diabetes mellitus em gestação anterior, antecedente pessoal e familiar de diabetes mellitus e hipertensão arterial crônica) e neonatais (poli-hidrâmnio, idade gestacional por ocasião do parto, prematuridade, cesárea, recém-nascido (RN) grande para idade gestacional (GIG), macrossomia, índice de Apgar, síndrome do desconforto respiratório, hipoglicemia e hiperbilirrubinemia). Inicialmente foi realizada análise descrita uni e multivariada para a ocorrência de fatores de risco e desfechos neonatais. Foram descritas as prevalências e respectivos intervalos de confiança a 95%. RESULTADOS: em 255 (62,3%) das gestantes a via de parto foi cesárea. Quanto aos resultados perinatais, 14,2% dos RN foram classificados como prematuros e 19,3% dos RN como GIG. Os fatores de risco correlacionados com RN GIG foram sobrepeso ou obesidade, idade materna e antecedente de macrossomia em gestação anterior. CONCLUSÕES: na população com fatores de risco positivos ou glicemia de jejum alterada na primeira consulta do pré-natal, mesmo com curva glicêmica normal observa-se taxa de RN GIG elevada assim como índice de cesárea acima dos valores habitualmente presentes nas populações consideradas de baixo risco. As grávidas com tais características constituem um grupo diferenciado.
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OBJETIVO: avaliar a validade de várias tabelas de peso fetal, habitualmente usadas em Portugal, para classificar a sua população. MÉTODOS: estudo observacional retrospectivo. Foram analisados os registos de nascimentos no período de dois anos (Maio de 2008 a Abril de 2010), decorrentes de gestações unifetais com datação precisa por ecografia entre as 8ª e 14ª semanas de gestação, na mesma instituição. Após validação dos registos, foram analisados os percentis de peso gerados para cada semana de gestação completa, suavizados por uma função polinomial de dois graus, comparando-os com as tabelas mais usadas na instituição e no país, através do uso de Z-scores, valores de percentis, sensibilidade para detecção do percentil 10 (P10) da amostra e comparação de médias de peso. RESULTADOS: um total de 5.378 recém-nascidos (RN) foi registado no período; 2.195 (42%) RN corresponderam aos critérios de inclusão, com idade gestacional (IG) entre as 24ª e 42ª semanas, permitindo uma análise estatística entre as 34ª e as 41ª semanas. Foram detectadas diferenças no peso médio por IG entre tabelas e em relação à amostra, bem como diferenças entre os sexos. O P10 de outros trabalhos mostrou diferenças entre -288g na 37ªs (-11% nos dados de Lubchenco et al.) e +133g na 34ªs (+7,6% nos dados de Carrascosa et al.) em relação ao obtido na amostra. A sensibilidade para detecção de um RN abaixo do P10 na amostra variou, às 39ªs, entre 14,1e 100%, dependendo da tabela usada. DISCUSSÃO: as limitações deste tipo de valores de referência devem ser tidas em consideração, tentando minimizá-las, nomeadamente pela criação de valores locais/regionais ou nacionais, com a contemplação de outras variáveis, sobretudo o sexo do RN, em gravidezes rigorosamente datadas e pela validação in loco dos valores utilizados.
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OBJETIVO: Avaliar a eficácia da estimativa ultrassonográfica na predição do peso fetal e analisar fatores maternos e/ou fetais que interferem no resultado. MÉTODOS: Estudo prospectivo e transversal, que incluiu 106 pacientes, nas quais foram realizadas 212 avaliações pela ultrassonografia, por 2 observadores, no máximo 24 h antes do parto. Foram mensurados os seguintes parâmetros: diâmetro biparietal (DBP), circunferência cefálica (CC), circunferência abdominal (CA) e comprimento do fêmur (CF).O peso fetal foi estimado utilizando-se a fórmula de Hadlock 4 parâmetros, e os resultados foram comparados com o peso no nascimento. Os fatores maternos avaliados foram peso materno, índice de massa corpórea (IMC) e distância entre a pele e o útero na ultrassonografia; e os fatores fetais: apresentação, posição, localização e espessura placentária, peso fetal e índice de líquido amniótico (ILA). RESULTADOS: Foi observada boa correlação entre o peso estimado e o peso no nascimento (R=0,97). Em 79,2% dos casos, a variação do peso fetal estimado, em relação ao peso no nascimento, foi de até 10% e, em 92,4% dos casos, de até 15%. O único fator materno que apresentou correlação positiva com o erro percentual na estimativa do peso fetal foi a distância entre a pele e o útero (R³0,56). A avaliação do peso fetal mostrou correlação negativa com o erro percentual (R=-0,36; p<0,001), com tendência significante em superestimar o peso no grupo abaixo de 1000 g (p<0,05). O ILA mostrou baixa relação negativa com o erro percentual (R=-0,21; p<0,001), sem diferença nos erros percentuais entre os diferentes grupos de ILA (p=0,516). CONCLUSÕES: A estimativa ultrassonográfica do peso fetal apresenta boa acurácia. O erro na estimativa do peso fetal é diretamente proporcional à distância entre a pele e o útero materno e inversamente proporcional ao peso fetal. O volume de líquido amniótico não interferiu significantemente na predição do peso fetal.