1000 resultados para Política de saúde - São Paulo (Estado)
Resumo:
Apresentam-se os resultados obtidos na coleta dos culicídeos nos ecótopos, domiciliar e peridomiciliar, de duas localidades do Vale do Ribeira, Estado de São Paulo, Brasil, onde o ambiente se apresenta acentuadamente alterado pelas atividades agropecuárias. Em se tratando de comunidades tropicamente relacionadas, os índices de diversidade e o quociente de similaridade podem fornecer esclarecimentos sobre a relação entre os recursos alimentares e sua distribuição, considerados como importantes na avaliação de possível endofilia. Os dados obtidos sugerem a possível existência de comportamento endófilo em evolução, por parte de Ae. scapularis, Cx. ribeirensis e Cx. sacchettae. Todavia as evidências indicam a influência exercida pela presença de hospedeiros domésticos de grande porte e do comportamento humano nos ambientes domiciliar e alterado. Conclui-se pela possível existência de variações desse comportamento nas três citadas espécies.
Resumo:
Dentro de estudo populacional sobre condições de saúde na infância, uma amostra representativa das crianças menores de cinco anos do Município de São Paulo, Brasil (n = 912) foi estudada quanto à prevalência e distribuição da anemia. A freqüência de crianças anêmicas (concentração de hemoglobina < 11g/dl) foi de 35,6%, sendo de 14,7% a freqüência de casos severos (hemoglobina < 9,5g/dl). As maiores prevalências de anemia se concentraram na faixa etária de 6 a 24 meses de idade, onde mais da metade das crianças se mostraram anêmicas e cerca de metade dos casos corresponderam a formas severas da deficiência. Embora a prevalência da anemia tenda a diminuir com a melhoria do nível socioeconômico da população, não se detectaram estratos da população imunes à deficiência. Em comparação à situação observada no Município há cerca de dez anos, verifica-se elevação expressiva da prevalência da anemia: mais de 50% para o total de casos e mais de 100% para as formas severas da deficiência. O conjunto das informações geradas pelo estudo epidemiológico realizado em 1984/85 sugere que a anemia na infância no Município de São Paulo esteja relacionada basicamente a características desfavoráveis da alimentação infantil, sendo menos relevante o papel que poderia ser atribuído às parasitoses intestinais.
Resumo:
Como parte de pesquisa sobre condições de saúde de menores de cinco anos, uma amostra probabilística de crianças residentes no Município de São Paulo (Brasil) (n = 1.016) foi estudada quanto à freqüência e à distribuição de episódios de doença respiratória. Através de anamnese e exame físico aplicados em dias aleatórios nos domicílios das crianças sorteadas, foram apuradas a prevalência de doença respiratória no dia do exame e a incidência de episódios que demandaram internação hospitalar nos últimos doze meses. No dia do exame, 29,0% das crianças mostraram-se acometidas por episódios de doença respiratória, sendo os episódios altos (até laringe, inclusive) três vezes mais comuns do que os episódios baixos. A incidência apurada para as internações por doença respiratória foi de 6,5 internações por 100 crianças-ano, sendo de 3,5 e de 2,8, respectivamente, as taxas correspondentes a pneumonias e a afecções respiratórias com componente obstrutivo. Comparadas à literatura, as freqüências encontradas foram muito elevadas, igualando ou mesmo superando freqüências registradas em países muito pobres do Terceiro Mundo. A faixa de idade da criança revelou ser importante condicionador da presença da doença respiratória, sendo as crianças mais jovens as mais atingidas. Forte influência da condição socioeconômica foi constatada no caso das internações por pneumonias, entretanto com relação aos demais indicadores pouca ou nenhuma influência foi identificada. Este último fato sugere que parte considerável da excessiva morbidade respiratória observada em São Paulo possa ser atribuída a elementos adversos que afetam de forma relativamente homogênea os diversos estratos sociais da população.
Resumo:
Como parte de estudo populacional sobre condições de saúde na infância, uma amostra representativa das crianças menores de cinco anos residentes no Município de São Paulo, SP (Brasil) (n=695) foi submetida a exames parasitológicos de fezes. Os exames foram realizados através da técnica de sedimentação e, quando as fezes tinham consistência amolecida ou liquefeita, também pela técnica do exame direto. A prevalência de enteroparasitoses em geral foi de 30,9%, sendo de 16,4%, 14,5% e 12,5% as prevalências específicas da ascaridíase, giardíase e tricuríase. Prevalências inferiores foram assinaladas para os enteroparasitas E. histolytica, H. nana e S. stercoralis, respectivamente 2,0%, 0,9% e 0,3%. Em apenas uma criança foram encontrados ovos de ancilostomídeos e em nenhuma delas ovos de Schistosoma mansoni. Das crianças examinadas, 13,1% apresentaram duas ou mais espécies de enteroparasitas e 4,8% três ou mais. As prevalências atuais, comparadas às prevalências encontradas em 1973/74 por outro inquérito populacional realizado no município, indicam queda expressiva da ascaridíase e tricuríase, mas não da giardíase. A estratificação das prevalências segundo faixa etária revelou aumento significativo com a idade da criança, chamando atenção o aumento que ocorre do primeiro para o segundo ano de vida. As enteroparasitoses aumentam também significativamente sua freqüência à medida que piora o nível socioeconômico, chegando a ser de nove vezes a diferença de prevalência existente entre os estratos socioeconômicos extremos da população. No caso específico da giardíase o gradiente socioeconômico foi consideravelmente menor do que o encontrado para as demais enteroparasitoses, o que confirma a maior complexidade epidemiológica do problema.
Resumo:
Através de estudo domiciliar de amostra probabilística de crianças menores de cinco anos (n = 1.016) foram analisadas características dos programas infantis de suplementação alimentar desenvolvidos no Município de S. Paulo, SP (Brasil). A cobertura da suplementação no conjunto da amostra foi de 11,4%. Em todos os casos a suplementação foi fornecida por Centros de Saúde como parte de um conjunto de ações de saúde. O alimento doado às crianças foi sempre leite integral em pó e em 94% das vezes a quantidade entregue foi de 2 quilos por criança por mês. A suplementação se restringiu praticamente apenas a crianças menores de dois anos, ocorrendo a maior cobertura na faixa de seis a doze meses (61,5%). A estratificação social da amostra revelou acentuado direcionamento socioeconômico da suplementação, privilegiando as crianças mais expostas à desnutrição. Observou-se também que as crianças com déficits ponderais apresentavam maior freqüência de suplementação. O impacto resultante da suplementação foi analisado comparando-se o consumo de leite nas últimas 24 h. de crianças beneficiárias e não beneficiárias do programa, controlando-se na comparação faixa etária e nível socioeconômico. Tanto no primeiro quanto no segundo ano de vida o consumo das crianças suplementadas foi cerca de 25% superior ao das demais crianças. Em todos os estratos socioeconômicos, o consumo de crianças suplementadas foi superior, sendo de 33% a vantagem conferida às crianças de pior nível. Um importante achado do estudo foi a constatação de que o volume médio de leite consumido pelas crianças suplementadas se aproximou da quantidade fornecida pelo programa, fato que descarta a possibilidade de haver diluição intra-familiar expressiva do alimento doado. Considerando os achados deste estudo e o conjunto de informações reveladas pela pesquisa "Estudo das condições de saúde das crianças do Município de S. Paulo", foram feitas recomendações para o aperfeiçoamento dos programas infantis de suplementação, destacando-se entre elas a ampliação da cobertura no segundo ano de vida e a necessidade de correção do exíguo aporte de ferro proporcionado pela suplementação.
Resumo:
Como parte de investigação epidemiológica sobre condições de saúde na infância, foram estudadas a cobertura e a qualidade da assistência materno-infantil prestada à população do Município de São Paulo. Todas as estimativas do estudo baseiam-se em dados obtidos através de inquérito recordatório aplicado a uma amostra representativa de crianças menores de cinco anos residentes no Município (n = 1.016). A cobertura da assistência pré-natal foi estimada em 92,9%, sendo que em cerca de 70% dos casos a assistência foi iniciada no primeiro trimestre de gestação e o número de consultas realizadas foi de seis ou mais. A cobertura da assistência hospitalar ao parto foi estimada em 99,0%, observando-se que 47,1% das crianças nasceram através de cesareanas. A cobertura da assistência de puericultura foi estimada em 98,0%, sendo que em dois terços das vezes a assistência foi iniciada nos primeiros dois meses de vida. Ainda com relação à puericultura, pôde-se observar: grande concentração de consultas no primeiro ano de vida (em média 7,7 consultas), percentagem relativamente alta de crianças vacinadas (Sabin = 86,7%, Tríplice = 85,1%, BCG = 89,0%, Anti-sarampo = 85,9%), decréscimo expressivo de consultas após a idade de doze meses e pequena proporção de crianças com assistência odontológica (19,5%). A estratificação social da população revelou diferenciais sócio-econômicos mínimos quanto à cobertura geral da assistência materno-infantil, observando-se, entretanto, diferenças expressivas quanto a aspectos qualitativos da assistência. Comparando-se o presente inquérito com outros realizados no país, observa-se que a situação de São Paulo apresenta-se mais favorável do que a observada no conjunto das áreas urbanas brasileiras. Verifica-se também que tem sido positiva a evolução recente da assistência materno-infantil no Município. As principais deficiências ainda encontradas dizem respeito a características relacionadas à qualidade da assistência, sendo imprescindível, sobretudo nos estratos populacionais de pior nível sócio-econômico, elevar a cobertura da assistência pré-natal precoce e a cobertura de puericultura após o primeiro ano de vida. Um item especialmente preocupante relacionado à assistência ao parto foi a alta incidência de cesareanas, uma das maiores já registrada em uma população.
Resumo:
Subfamília ANOPHELINAE: Gênero Anopheles Meigen, 1818; Subfamília CULICINAE: Tribo AEDEOMYIINI: Gênero Aedeomyia Theobald, 1901; Tribo AEDINI: Gênero Aedes Meigen, 1818; Gênero Haemagogus Williston, 1896; Gênero Psorophora Robineau-Desvoidy, 1827; Tribo CULICINI: Gênero Culex Linnaeus, 1758; Gênero Deinocerites Theobald, 1901; Tribo MANSONIINI: Gênero Coquillettidia Dyar, 1905; Gênero Mansonia Blanchard, 1901; Tribo ORTHO-PODOMYIINI: Gênero Orthopodomyia Theobald, 1904; Tribo SABETHINI: Gênero Limatus Theobald, 1901; Gênero Phoniomyia Theobald, 1903; Gênero Runchomyia Theobald, 1903; Gênero Sabethes Robineau-Desvoidy, 1827; Gênero Shannoniana Lane e Cerqueira, 1942; Gênero Trichoprosopon Theobald, 1901; Gênero Wyeomyia Theobald, 1901; Tribo URANOTAENIINI: Gênero Uranotaenia Lynch Arribalzaga, 1891.
Resumo:
Apresentam-se novos dados sobre a identificação do sangue ingerido por culicídeos ingurgitados e coletados em quatro localidades do Vale do Ribeira, Estado de São Paulo (Brasil), no período de fevereiro a novembro de 1986, e que já tinham sido sede de observações anteriores. São fornecidos dados sobre a distribuição de algumas espécies relacionadas ao tipo de ambiente. Focalizam-se Ae. scapularis e representantes de Culex (Melanoconion), principalmente Cx. ribeirensis e Cx. sacchettae. Foi possível a identificação de 651 repastos sangüíneos. Confirmou-se a preferência de Ae. scapularis por mamíferos de grande porte representados por bovinos, eqüinos e o próprio homem, tendo reagido a todos os anti-soros testados, com exceção do correspondente a animais de sangue frio representados por anfíbio. Cx. ribeirensis revelou resultados que sugerem possível preferência por mamíferos. As duas espécies supracitadas mostram tendência nítida para adaptação ao ambiente modificado pelo homem e capacidade de evolução de seus hábitos de possível domiciliação. Quanto aos outros culicídeos, as coletas de An. bellator, An. cruzii e Cq. chrysonotum limitaram-se à isca humana que a segunda dessas espécies rendeu 31,6% do total de fêmeas capturadas.
Resumo:
No estudo de população constituída de 3.792 indivíduos, procurou-se caracterizar o estado dos níveis lipêmicos, segundo sexo, idade e a presença ou ausência de fatores de risco de doenças cardiovasculares, expressos pelo hábito de fumar, obesidade, antecedentes diabéticos e uso de contraceptivos orais. Os indivíduos que não apresentaram nenhuma patologia e qualquer dos fatores de risco considerados foram denominados "isentos". Os dados foram submetidos à análise de variância constatando-se que a obesidade apresentou-se como o fator de risco mais relevante, para todos os grupos etários de ambos os sexos. Entretanto, para as mulheres encontraram-se diferenças menores, embora significantes, ao se comparar as médias dos níveis séricos lipêmicos, entre "isentas" e portadoras de fatores de risco. Para o grupo etário acima de 50 anos, sexo feminino, os níveis lipêmicos foram altos independentemente dos fatores de risco abordados.
Resumo:
Apresenta-se proposta para integração das ações de assistência médica individual de caráter curativo com as ações de assistência médico-sanitária. Foram estudados dois serviços de assistência à saúde do Município de São Paulo (Brasil). Partindo-se do pressuposto de que qualquer ação no campo da saúde depende da participação da comunidade, buscou-se conhecer a forma pela qual a população recebe e utiliza os serviços localmente integrados. Assim, foram coletadas junto à clientela de ambos os serviços, informações tais como: motivo de procura, resolutividade, satisfação e outras, obtidas por meio de formulários. A análise das características das queixas, da resolutividade e da satisfação referida pela clientela, do objetivo e do processo de trabalho desses serviços, leva à conclusão de que eles são utilizados de forma seletiva pela clientela, visando, principalmente, ao atendimento de suas necessidades diretamente relacionadas à resolução das manifestações de doença.
Resumo:
Foram estudados todos os casos de tuberculose, referentes a 1984, envolvendo população residente no Município de São Paulo, SP, Brasil, na faixa etária de menores de 15 anos, cujo diagnóstico foi notificado ao Centro de Informações da Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (SP). Foram analisados os prontuários em cada instituição que fez a notificação e realizadas entrevistas com os médicos responsáveis pelos casos. A incidência foi de 21,4/100.000 nos menores de 15 anos, a maior ocorrendo no grupo etário de menores de 5 anos (31,8/100.000 habitantes). Foram encontradas grandes diferenças entre os coeficientes correspondentes às diversas regiões do Município. A forma de tuberculose mais freqüente foi a pulmonar (83,1%-17,8/100.000) enquanto que a extrapulmonar foi de 12,2% (2,5/100.000) e a pulmonar associada a outras localizações extrapulmonares, de 4,7% (1,0/100.000 habitantes). Foram encontrados 46 casos com BK + correspondendo a 37,7% dos exames realizados, em material de origem pulmonar, e 16 casos com BK + (53,3% dos exames realizados), em material extrapulmonar. O coeficiente de incidência de casos com baciloscopia positiva de escarro foi de 0,9/100.000, sendo maior na idade de 10 a 14 anos (2,8/100.000).
Resumo:
Objetivou-se estudar a morbidade referida pela população urbana amostrada, no Município de Botucatu, SP, Brasil, em 1983/84, segundo sexo, idade, escolaridade e renda per capita. O método consistiu em entrevistas domiciliárias, com aplicação de dois formulários pré-codificados. Os entrevistadores eram leigos treinados e supervisionados, e a pessoa entrevistada foi quase sempre a mãe de família. O período recordatório estabelecido em relação aos eventos informados (queixas, sintomas, acidentes comuns e diagnósticos) foi de três semanas. Das 7.075 pessoas amostradas (12% da população), 56% apresentaram episódios mórbidos, totalizando 6.649 episódios. As mulheres, bem como o grupo etário de 50 e mais anos apresentaram maior freqüência de queixas. A escolaridade e a renda per capita não diferenciaram os entrevistados quanto à ocorrência maior ou menor de episódios. A prevalência de episódios mórbidos foi de 939/1.000 entrevistados. Predominaram queixas do aparelho respiratório (20% do total de queixas), principalmente as infecções respiratórias agudas. Em segundo lugar, os sinais e sintomas mal definidos (19%) e, a seguir, as doenças do sistema osteo-muscular, do sistema nervoso e do sistema circulatório, com proporções similares (ao redor de 9%) e, finalmente, as do sistema digestivo e as lesões e envenenamentos (ao redor de 8%). Foram estimados os coeficientes de prevalência por grupos de doença (pela CID), segundo as variáveis estudadas. São comentadas as dificuldades de comparação dos resultados obtidos com os de trabalhos congêneres, face às diferenças nos métodos usados, apontando-se para a necessidade de uma padronização metodológica dos estudos de morbidade referida, cuja importância epidemiológica e para o planejamento em saúde vem sendo amplamente reconhecida.