1000 resultados para Infecções Sistémicas e Zoonoses
Resumo:
Há muito tempo é sabido serem as aves refratárias ao "T. (S.) cruzi". Em trabalhos anteriores verificou-se que nas galinhas pode-se obter infecções "in ovo" diagnosticáveis até o 21º de incubação, porém, logo após o nascimento os pintos mostram-se refratários ao parasito, que é destruído no ponto de inoculação. Neste trabalho verificou-se que tripomastigotas injetados diretamente no sangue, podem ser esporadicamente encontrados até 1h depois. Verificou-se também que galinhas bursectomizadas, com associação de testosterona "in ovo" e ciclofosfamida nos 4 primeiros dias de vida permanecem refratárias. Entretanto, o soro dessas aves perde a capacidade lítica que o soro das aves normais possui para os epimastigotas do "T. (S.) cruzi", pela qual são responsáveis as gama-globulinas séricas, conforme foi verificado após o fracionamento do soro em coluna de DEAE-Sefádex A50. A dissociação dos 2 fenômenos, mostra que a capacidade lítica pode ser atribuída a um "anticorpo natural" - uma vez que é eliminada ou grandemente diminuída com a supressão do sistema imunitário bursa- dependente - porém, o mesmo não se pode concluir quanto à refratariedade. Esta, provavelmente, deve estar relacionada ao próprio metabolismo celular após o nascimento.
Resumo:
Os resultados dos trabalhos acumulados a partir do início do século permitem concluir que, apesar de numerosos progressos e estudos dos pontos de vista químico, imunoquímico, genético e biológico, o (s) antígeno (s) responsável (is) pela imunidade nas salmoneloses sistêmicas ainda não está (ao) definido (s). As mais diversas preparações têm sido propostas como possiveis imunogenos, bem como uma ampla variedade de modelos experimentais e de métodos de avaliação da resposta imune. Em relacao ao primeiro aspecto, sendo a Salmonella typhi, em condições naturais, um patógeno exclusivo do homem, os resultados obtidos em animais de laboratório frequentemente não se correlacionaram com os obtidos em seres humanos. Salienta-se que a pesquisa da resposta imune tem sido limitada na maioria das vezes a avaliação do titulo de aglutininas para os antigenos O, H e Vi; ou a testes de proteção passiva ou ativa em camundongos. A imunidade celular tem sido definida, principalmente por testes cutâneos, com preparações de natureza proteica, de composição variável e estrutura quimica mal-definida. Todos os dados revistos levam a conclusão de que até o presente, ignora-se o, ou os mecanismos de imunoproteção nas salmoneloses sistemicas.
Resumo:
Uma análise de 232 necrópsias completas realizadas em portadores de esquistossomose hepática avançada evidenciou em todos a lesão constante e característica de fibrose periportal com alterações destrutivas e obstrutivas de ramos intra-hepáticos da veia porta. Geralmente esta lesão estava associada a sinais de hipertensão porta (esplenomegalia e varizes do esôfago), constitutindo-se na forma hépato-esplênica mas em 12 casos estes sinais não existiam (a forma hepática avançada). Ao passar para a fase descompensada da esquistossomose hépato-esplênica, o fígado geralmente exibia uma acentuação da fibrose ao lado de sinais de inflamação crônica ativa, mas não mostrava uma evolução para a cirrose difusa. A esplenomegalia se acompanhou de lesões congestivas crônicas e de evidências de hiperplasia celular, especialmente no setor fagocítico mononucelar. Excepecionalmente se superajuntou a tais lesões um linfoma tipo nodular, o qual tende a ocorrer em mulheres após os 45 anos de idade. O envolvimento intestinal foi muito menor do que se poderia esperar. As lesões mais salientes foram a fibrose peri-intestinal, qua não parece ter maior repercussão clínica, e, raramente, as lesões pseudoneoplásicas e os polipos. Uma complicação freqüente foi o cor pulmonale secundário às elsões de arterite pulmonar esquistossomótica, que apareceu em 44 casos (18,9%). O aparecimento de doença renal associada se deu em 15% dos casos e foi geralmente representada por glomerulonefrite crônica, o que se presume seja devido a um processo mediado por complexos imunes na esquistossomose. Muitos dos casos exibiam infecções intercorrentes, com algumas delas, como a salmonelose e a hepatite viral, tendendo a ter um curso mais prolongado. Assim a esquistossomose avançada se apresentou um processo que atinge fundamentalmente of fígado, mas que repercute em vários outros órgãos através uma patogenia variada, complexa, ainda não bem entendida em toda a sua extensão.
Resumo:
Neste trabalho, está relatada a metodologia sobre a criação e manejo de uma cepa de Calomys callosus Rengger, 1830 (Rodentia-Cricetidae) chamada Canabrava, em condicoes de cativeiro. Os resultados mostram que este roedor pode se constituir em mais uma opção como animal de laboratório. No cativeiro C. callosus apresenta varias vantagens tais como: fácil manuseio, produtividade alta, reprodução durante todo ano, aparente resistência as infecções comuns a ratos (Rattus norvegicus), camundongos (Mus musculus) e cobaias (Cavia aperea). Por ser roedor de pequeno porte, a criação de C. callosus não requer grandes espaços e custos altos.
Resumo:
A ocorrência de toxoplasmose aguda em três membros de uma mesma família foi relacionada à ingestão de leite de cabra, não pasteurizado e nem fervido. As cabras eram criadas soltas no peridomicílio para fornecimento de leite. Anticorpos fluorescentes anti-Toxoplasma foram detectados nos quinze animais examinados, sendo que oito caprinos apresentaram títulos superiores a 1:1024 e nas cinco cabras lactantes estes títulos variaram de 1:1024 a 1:32.768. Taquizoitos foram isolados, por inovulação em camundongos, do leite de uma destas cabras. Os cães criados na mesma casa não apresentaram sintomas de toxoplasmose apesar de ter ocorrido perda de ninhada de uma cadela; em todos os cães foram detectados baixos níveis de anticorpos. Foi considerada menos provável a possibilidade de que as infecções humanas pudessem ser devido à ingestão de alimentos contaminados com oocistos.
Resumo:
Para a utilização em infecções experimentais e xenodiagnósticos de infecções naturais por leishmânias dermotrópicas do Rio de Janeiro, estabelecemos, em laboratório, uma colônia de Lutzomyia intermedia apresentando aqui a metodologia seguida, juntamente com dados relativos ao rendimento e duração de cada fase evolutiva nas quatro primeiras gerações.
Resumo:
Uma análise retrospectiva de 63 casos de Leishmaniose visceral (L.V.) revelou a presença, em 33 deles, de infecção bacteriana associada. Infecções do trato respiratório foram observadas em 13 (39,3%) pacientes, comprometimento de pele em 4 (12%), do trato urinário em 4 (12%), do ouvido em 3 (9%), e de orofaringe em 2 (6%). Sete (21%) pacientes apresentaram infecção concomitante em múltiplos sítios. Documentação bacteriológica através de isolamneto do agente etiológico foi obtida em 10, não havendo predominância estatisticamente significante de bactérias Gram positivas ou negativas. Houve 9 casos de óbito nestes 63 pacientes, sendo que em 8 deles a infecção bacteriana fazia parte do quadro clínico final. A análise das taxas de globulinas séricas revelou que infecção esteve presente de modo significativo (p < 0.05) em 15/20 (75%) dos pacientes com níveis de globulina sérica [menor ou igual a] 4,0g%. Não houve diferença significativa (p > 0.05) com relação ao número de neutrófilos entre os grupos com e sem infecção bacteriana. Concluiu-se, portanto, que infecção bacteriana é um achado freqüente em pacientes com L.V. e se constitui num sinal de mau prognóstico da doença.
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São relatados quatro casos de micetoma causados por Nocardia brasiliensis, ocorridos no Rio Grande do Sul. É revista a literatura rio-grandense-do-sul.
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A fauna flebotomínica da região de Três Braços, uma área endêmica de leishmaniose cutânea-mucosa localizada no sudeste do Estado da Bahia, na região cacaueira, é muito variada. Foram identificadas 30 espécies de Lutzomyia em 13.535 exemplares coletados entre os anos de 1976 e 1984. Lu. withmani foi a espécie altamente predominante no ambiente peridoméstico e no interior das residências, com percentuais de 99,0 e 97,5, respectivamente. Na floresta, as espécies predominantes foram Lu. ayrozai e Lu. yuilli, aparecendo Lu. whitmani com apenas 1,0% do total de exemplares examinados. Lu. flaviscutellata, vetor comprovado da Leishmania mexicana amazonensis, foi também coletada em baixos índices. Lu. wellcomei, vetor da L. braziliensis braziliensis na Serra dos Carajás, Pará, Brasil, não foi encontrada na região de Três Braços onde o parasito causando infecções humanas é predominantemente L. b. braziliensis. Embora não se tenha encontrado infecção natural por promastigotas em 1.832 fêmeas de diversas espécies examinadas, discute-se a possibilidade de Lu. whitmani ser um vetor da L.b. braziliensis na região, mantendo, provavelmente, a transmissão entre o cão e o homem.
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Hepatitis E is considered an emerging human viral disease in industrialized countries. Studies from Switzerland report a human seroprevalence of hepatitis E virus (HEV) of 2.6-21%, a range lower than in adjacent European countries. The aim of this study was to determine whether HEV seroprevalence in domestic pigs and wild boars is also lower in Switzerland and whether it is increasing and thus indicating that this zoonotic viral infection is emerging. Serum samples collected from 2,001 pigs in 2006 and 2011 and from 303 wild boars from 2008 to 2012 were analysed by ELISA for the presence of HEV-specific antibodies. Overall HEV seroprevalence was 58.1% in domestic pigs and 12.5% in wild boars. Prevalence in domestic pigs was significantly higher in 2006 than in 2011. In conclusion, HEV seroprevalence in domestic pigs and wild boars in Switzerland is comparable with the seroprevalence in other countries and not increasing. Therefore, prevalence of HEV in humans must be related to other factors than prevalence in pigs or wild boars.
Resumo:
Estudamos 59 Escherichia coli uropatogênicas (ECUP) obtidas de pacientes com infecção urinária e 30 E. coli originárias das fezes de indivíduos normais. Cada amostra originou-se de um paciente ou controle. Verificamos que 44% e 3,3% respectivamente eram hemolíticas em meio sólido segundo a origem. Apenas 15% das ECUP hemolíticas produziram alfa-hemolisina, isoladamente ou em associação com ß-hemolisina. A alfa-hemolisina correspondeu a 92% das amostras com atividade hemolítica. Não encontramos correlação entre títulos de alfa-hemolisina e o sítio de origem das ECUP (infecção alta ou baixa). Em 71% das ECUP e 30% das E. coli fecais detectamos a produção de citotoxina com ação citocida para linhagens celulares epitelióides como Vero, He-La e Hep-2 e pouco ativa para fibroblastos de embrião de galinha. A produção desta citotoxina não apresenta correlação com a síntese de hemolisinas. Não verificamos associação entre títulos citotóxicos e origem das ECUP. Certas características biológicas desta citotoxina como a resposta morfológica que determina nas células, o aumento dos títulos citotóxicos com o tempo, sua atividade citocida irreversível e sua termolabilidade sugerem analogia com a Verotoxina (VT) de E. coli. As células afetadas pela citoxina inicialmente mostram aspecto estrelado, tornam-se arredondadas e finalmente desprendem-se do seu suporte. É sugerido que a produção de citotoxina por E. coli aderidas às mucosas do trato urinário possa contribuir para a agressão ao uroepitélio.
Resumo:
Coelhos com infecções maciças (20.000 cercárias) pelo Schistosoma mansoni desenvolvendo dentro de três a dez meses intensas e peculiares lesões no sistema porta intrahepático; estas consisten en endoflebite poliposa e endoflebite granulomatosa oclusiva, que evoluem para a cicatrização, com hialinização dos polipos endoteliais e com ectasia vascular, ou com trombose, organização e recanalização. Nos períodos tardios, estas lesões se acompanham de fibrose periportal, septal e de espessamento da trama reticular intra-parenquimal. Embora podendo ser bem intensas, tais lesões têm um caráter focal, pois se relacionam com grupos de vermes alojados em alguns segmentos da veia porta, não determinam hipertensão porta, nem têm semelhanças com as lesões da esquistossomose humana. Os granulomas periovulares quase não aparecem no fígado, mas se formam bem nos intestinos, especialmetne nos dois ou três primeiros meses após a infecção. A patologia da esquistossomose no coelho tem, portanto, aspectos peculiares, os quais merecem ser bem conhecidos, uma vez que este modelo pode se revelar de interesse para estudantes dos imunológicos e imunopatológicos.
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Um total de 4.298 exemplares de Bradybaena similaris foram coletados na zona rural do município do Rio de Janeiro e nos municípios de Paracambi e Itaguai, RJ, entre outubro de 1983 e setembro de 1986. Destes caramujos, 2.005 apresentaram metacercárias livres na cavidade pericádica. As prevalências médias anuais foram de: 42,89% (primeiro ano), 43,42% (segundo ano) e 55,86% (terceiro ano). As metacercárias foram identificadas, através de infecções experimentais em pintos, como sendo de Posttharmostomum gallinum. A pouca variação de tamanho entre as metacercárias de um mesmo hospedeiro indica que não existe um recrutamento contínuo do parasito. Análise estatística mostrou que não existe correlação entre o tamanho do caramujo e o número de metacercárias presentes na cavidade pericárdica, e que a mortalidade dos caramujos, observada em laboratório, era devido à infecção parasitária.
Resumo:
Six species of Leishmania are at present known to cause cutaneous and/or mucocutaneous leishamniasis in Brazil, and they are all to be found in the Amazon region of this country. The eco-epidemiology of each is discussed, with the observation that the Amazonian leishmaniases are all zoonoses, with their source in silvatic mammals and phlebotomine sandfly vectors. With man's destruction of the natural forest in southern Brazil, some sandfly species have survived by adapting to a peridomestic or domiciliary habitat in rural areas. Some domestic animals, such as dogs and equines are seemingly now involved in the epidemiology of the disease. No such process has yet been reported in the Amazon region, but may well take place with the continuing devastation of its forest.
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BACKGROUND/AIMS: Alveolar echinococcosis (AE) is a serious liver disease. The aim of this study was to explore the long-term prognosis of AE patients, the burden of this disease in Switzerland and the cost-effectiveness of treatment. METHODS: Relative survival analysis was undertaken using a national database with 329 patient records. 155 representative cases had sufficient details regarding treatment costs and patient outcome to estimate the financial implications and treatment costs of AE. RESULTS: For an average 54-year-old patient diagnosed with AE in 1970 the life expectancy was estimated to be reduced by 18.2 and 21.3 years for men and women, respectively. By 2005 this was reduced to approximately 3.5 and 2.6 years, respectively. Patients undergoing radical surgery had a better outcome, whereas the older patients had a poorer prognosis than the younger patients. Costs amount to approximately Euro108,762 per patient. Assuming the improved life expectancy of AE patients is due to modern treatment the cost per disability-adjusted life years (DALY) saved is approximately Euro6,032. CONCLUSIONS: Current treatments have substantially improved the prognosis of AE patients compared to the 1970s. The cost per DALY saved is low compared to the average national annual income. Hence, AE treatment is highly cost-effective in Switzerland.