84 resultados para Medicalização
Resumo:
Os benzodiazepínicos (BZDS) são psicofármacos classicamente usados para tratar ansiedade e distúrbios do sono. Tornaram-se disponíveis a partir da década de 1960 e, desde então, estão entre os mais prescritos no mundo. Estima-se que 50 milhões de pessoas façam uso contínuo. no Brasil é a terceira classe de drogas mais prescritas, sendo utilizada por aproximadamente 4% da população. Estima-se que seu consumo dobra a cada cinco anos. Esses dados confirmam o consumo crescente de BZDS como resultado de uma menor tolerância ao estresse, da introdução profusa de novas drogas e da pressão da indústria farmacêutica ou, ainda, dos hábitos de prescrição médica inadequada. Automedicação e o uso abusivo dos BZDS pelos usuários é um aspecto que permeia esse cenário, sendo comumente substituídos, assim como indicados a familiares, amigos ou vizinhos. Outros pacientes informam o uso casual da medicação ou apenas nos períodos "sintomáticos". Essas atitudes demonstram uma falta de conhecimento sobre a ação dos BZDS, seus efeitos colaterais e a importância de um diagnóstico correto para se recomendar e manter o uso. Este trabalho teve como objetivo propor um plano de ação para redirecionar a assistência na saúde mental na comunidade da área de abrangência da Equipe Branca da Unidade Básica de Saúde Pedro Guerra. Foi realizada uma revisão bibliográfica com a finalidade de buscar as evidências já existentes sobre as abordagens de enfrentamento do uso abusivo de benzodiazepínicos. Considerando-se a atual necessidade de redução/contenção do uso de BZDS, a abordagem dos pacientes em grupos de autoajuda apresenta-se como uma estratégia promissora. Os grupos de autoajuda conferem promoção de saúde e capacitação do autocuidado entre a comunidade com sofrimento mental, podendo refletir em uma redução da demanda por consultas médicas relacionadas a queixas psicossomáticas e da medicalização desses pacientes, além de garantir maior sucesso do tratamento e da estabilização dos mesmos. Espera-se que que esta proposta venha contribuir para a redução do uso abusivo de benzodiazepínicos na comunidade de atuação da Equipe Branca da Unidade Básica de Saúde Pedro Guerra.
Resumo:
A Organização Mundial de Saúde estabelece que o uso racional de medicamentos deve ser entendido como a dispensação apropriada de medicamentos, em doses e períodos adequados, ao menor custo para os pacientes e para a comunidade. Contudo, observa-se que a realidade está distante desse preceito - dados revelam alta taxa de intoxicações por automedicação ou por uso incorreto dos fármacos. Além disso, renovação de receitas sem a presença do paciente, e sem a realização de novos exames, é um problema atual que aflige todo o país. Diante desse contexto, devem ser propostas estratégias para o uso indiscriminado de medicamentos, que contem com a participação de diferentes atores sociais: pacientes, profissionais de saúde, legisladores, indústria, comércio e governo. Na UBS Anna Florência, em Ponte Nova, Minas Gerais, a maioria dos usuários do serviço possui tendência excessiva à medicalização, principalmente aqueles do sexo feminino, acima de 18 a 25 anos e tendo o diagnóstico de transtornos psiquiátricos (uso de psicofármacos, principalmente antidepressivos). Por essa razão, propõe-se, nessa unidade de saúde, a realização de esforços para assegurar o controle e o acompanhamento dos pacientes portadores de patologias crônicas, investigando-se os pretextos de cada situação. A proposta de intervenção teve como meta oferecer suporte e estreitar o relacionamento entre os profissionais de saúde e o paciente, tornando o tratamento mais eficaz e aumentando a qualidade de vida dos usuários atendidos.
Resumo:
O Projeto de Intervenção teve por finalidade atender a comunidade do território da UBSF do Jardim Antártica, com a orientação de forma correta e racional no uso de fármacos e a inutilização de forma adequada conforme as normas vigentes em relação a produtos com data de validade expirada ou que foram suspensos pelo médico, sendo essa uma parte importantíssima no projeto pelo fato de haver muitos medicamentos com data de validade já vencida ou que não estão mais sendo utilizados e ficam estocados nos domicílios. Outro fator relevante na orientação aos medicamentos está relacionado com a questão do usuário não ter o conhecimento básico do medicamento que faz uso, evitar que a diferenciação de embalagens ou produtos seja causa do uso inadequado como a superdosagem, situação que ocorre com muita frequência em determinados casos pelo fato de alguns medicamentos mudarem modelo de caixa ou coloração do produto por motivos diversos. O manuseio e armazenamento correto também faz parte na orientação de forma que o paciente faça uso do produto com sua qualidade e eficácia inalterada. Outrossim, é importante ressaltar que as questões ligadas á posologia no uso de medicamentos deverá atentar-se nas condições criteriosas para se obter um resultado melhor e com mais precisão correspondente ao produto no organismo, principalmente no que se refere ao tempo de tratamento em casos específicos, esta atenção é determinante na orientação direta e indireta com ações em educação em saúde na comunidade. O Projeto de Intervenção foi efetivado dentro dos métodos legais de orientação profissional, ou seja, com a participação da equipe de saúde da UBSF do Jardim Antártica, com efetiva ação do Médico da Família e equipe de enfermagem nas reuniões mensais na comunidade, abordando o assunto e fazendo as orientações, porem é importante enfatizar que esse trabalho constituiu-se principalmente nas visitas domiciliares para uma melhor atuação junto à população e com busca ativa para identificar e intervir nas situações de risco que possa comprometer a saúde do indivíduo ou grupo familiar, com uma maior prioridade nas situações onde fosse identificado algum grau de risco determinado por algum fator condicionante.
Resumo:
No Brasil e no mundo a utilização de medicamentos psicotrópicos é considerada exacerbada e indiscriminada. O consumo destes teve um aumento significativo nos últimos 10 anos. O aumento de transtornos mentais tratados com psicotrópicos tem sido atribuído à ocorrência de eventos estressantes relacionados principalmente a questões socioeconômicas e questões familiares. Pela grande demanda de procedimentos, as unidades de saúde na atenção primária possuem um papel relevante quanto ao acesso e uso racional de medicamentos. É ressaltado que este uso racional de medicamentos psicotrópicos ultrapassa a área clínica e tornou-se uma questão de saúde pública. A literatura cita que a Estratégia de Saúde da Família através de seus valores, conceito ampliado de saúde, determinação social do processo saúde-doença, empoderamento, apontam um caminho para a superação da cultura medicalizante. Observa-se na prática diária das equipes em Saúde da Família o crescente número de pacientes que utilizam psicotrópicos, e então a importância da discussão sobre o uso indiscriminado de psicotrópicos na Atenção primária. Portanto, partindo destas considerações, o projeto de intervenção na equipe 022 do PSF Vila Jurandir, município de São João de Meriti-RJ - Rio de Janeiro buscou então identificar as dificuldades e construir o conhecimento para melhor abordagem dos casos pelos membros da equipe através das discussões sobre a correta indicação, efeitos colaterais, o enfoque também na medicalização da vida cotidiana e a possibilidade de desmedicalização.
Resumo:
A Ansiedade Generalizada é um distúrbio muito frequente na prática clínica, com o potencial real de gerar outras comorbidades psiquiátricas, agravando a situação do paciente. O objetivo deste estudo é demonstrar como a prática de acolhimento e abordagem centrada na pessoa em simples consultas podem ter um forte impacto a longo prazo na saúde mental do paciente que sofre de Ansiedade Generalizada. A metodologia utilizada foi a revisão de estudos selecionados, dentro dos próximos a realidade brasileira, a respeito do tema, e a tentativa de por em prática as orientações de consultas focadas em acolhimento, escuta e auxílio na resolução de problemas dos pacientes. Espera-se, dessa maneira, diminuir a medicalização desnecessária com medicações com potencial de abuso, tolerância e dependência, criando um canal para evitar a consolidação dos sintomas e ao mesmo tempo diminuir a angústia e o sofrimento do paciente.
Resumo:
Um terço da população atendida para renovação de prescrição na ESF Altinópolis III consome vários medicamentos simultaneamente. Tal prática denomina-se polifarmácia e é influenciada fortemente pelo fenômeno da medicalização. O uso irracional de medicamentos se traduz em consumo excessivo de produtos supérfluos, contraindicados e subutilização de outros que seriam essenciais para o controle de doenças agudas e crônicas. O uso de múltiplos produtos e a prescrição de medicamentos contraindicados, principalmente para os idosos, favorecem o aparecimento dos efeitos adversos e das interações medicamentosas. Muitos estudos epidemiológicos demonstram aumento significativo do uso de medicamentos com o avanço da idade, com maior prevalência de polifarmácia na faixa etária de 75 a 79 anos. Assim, este trabalho propõe uma intervenção na prescrição daqueles pacientes identificados com polifarmácia, a fim de educá-los para o uso correto de medicamentos. A partir da coleta de dados na população adscrita na ESF Altinópolis III, no Município de Governador Valadares, foi feito um diagnóstico situacional da área de abrangência e realizado planejamento para buscar soluções para o problema. Os benefícios de uma prescrição criteriosa para o paciente são inquestionáveis. É papel fundamental da equipe de saúde monitorar, alertar, educar e orientar os pacientes que possuem prescrições que podem comprometer a segurança deles.
Resumo:
O uso de psicofármacos tem crescido na sociedade em consonância aos transtornos mentais. Porém a medicalização da saúde tornou se um problema com o uso indiscriminado de psicofármacos sem um diagnóstico consolidado. Na cidade de Fortuna de Minas tal problema foi detalhado através do diagnóstico situacional pelo método de estimativa rápida e revisão aleatória de 60 prontuários da ESF Maria da Conceição Resende. Verificou-se um número elevado de prescrições de psicofármacos sem diagnóstico prévio. A revisão de literatura foi feita nas plataformas BIREME, LILACS e GOOGLE com artigos e publicações de até 20 anos. O objetivo do projeto foi o de reduzir o uso indiscriminado de psicotrópicos por meio do plano de ação baseado no método do PES em dois projetos: o "Mais Vida" que contempla a mudança do estilo de vida e terapêutica liderado com pelo NASF e o segundo projeto o "Me Acolhe" que baseia - se na mudança dos processos de trabalho da APS. Os resultados encontrados após a submissão do projeto nos 60 pacientes foi que houve redução maior de usuários de psicofármacos no gênero feminino, cerca de 30% de redução ao passo que os homens foram de 18%. Fatores como baixa adesão aos grupos, menor uso de substâncias psicoativas lícitas corroboraram para a menor redução nos homens. Contudo, para melhor eficiência do projeto, haverá a participação da equipe do ESF e SMS, visando a mudança no paradigma medicamentoso com melhoria da qualidade de vida e promovendo a saúde da população de Fortuna de Minas
Resumo:
O projeto buscou planejar uma nova abordagem do cuidado aos usuários de saúde mental dentro de uma equipe de Atenção Básica. Buscando aperfeiçoar a atenção aos usuários de psicotrópicos, criando uma forma de gestão das medicações, melhorando o fluxo de trabalho e de cuidado oferecido à esta parte da população. Aproveitando, assim, para conhecer a população que faz uso destas drogas, levantar dados para conhecimento deste perfil populacional, e assim, planejar ações de cuidado como revisão do uso das drogas e da saúde geral destes pacientes. Fazendo uma análise das práticas da equipe a fim de modificar a relação tanto desta, como da população sobre o uso indiscriminado destas drogas. Buscando como resultados: tentar retomar o contato destes usuários de forma mais intensa à unidade, com reavaliação periódica, além de programar outras formas de cuidado à estes quando necessário e, se possível, estimular a não medicalização ou ainda diminuir o uso indiscriminado de psicotrópicos.
Resumo:
Os Benzodiazepínicos são um grupo de drogas usadas, primordialmente, como sedativos, relaxantes musculares e antiepilépticos. Os medicamentos psicotrópicos, entre eles os Benzodiazepínicos (BZDs) estão entre os mais prescritos no mundo para essa finalidade. Os BZDs são drogas com efeitos ansiolíticos que começaram a ser utilizadas na década de 60 mundialmente. Nos anos seguintes, na década de 70, foram observados em diversos países os primeiros casos de uso abusivo, além de desenvolvimento de tolerância, de síndrome de abstinência e de dependência pelos usuários crônicos de BZDs. Mesmo quando os BZDs são consumidos em doses terapêuticas, sua interrupção abrupta pode induzir uma síndrome de abstinência em até 50% das pessoas tratadas por seis meses ou mais. O uso de ansiolíticos tornou-se um problema complexo de saúde pública, visto que atinge uma grande parte da população. Estes medicamentos pertencem ao grupo de psicotrópicos mais utilizados de forma indiscriminada em todo o mundo. Possui capacidade de ocasionar mudança comportamental, dependência psíquica / física, resultando muitas vezes, em complicações pessoais e sociais severas. Este trabalho teve como objetivo propor um plano de intervenção a fim de reduzir o uso indiscriminado de antidepressivos pelos usuários da Estratégia de Saúde da Família Centro, do município de Sobrália - MG. Foi realizada uma revisão narrativa com a finalidade de buscar as evidencias já existentes sobre as abordagens do uso indiscriminado de BZDs. Considerando-se a atual necessidade de redução e contenção do uso de BZDs, a abordagem dos pacientes em grupos de saúde mental e palestras ministradas no PSF Centro, apresentam-se como estratégias promissoras. O grupo de saúde mental confere a promoção de saúde e capacitação da autonomia entre os pacientes com sofrimento mental, podendo refletir na redução da demanda por consultas médicas relacionadas a queixas psicossomáticas e da medicalização desses pacientes, além de garantir maior sucesso do tratamento e estabilização dos mesmos. A perspectiva é de que essa proposta contribua para a redução do uso indiscriminado de BZDs na população atendida pelo PSF Centro.