886 resultados para Drogas Toxicologia - Teses
Resumo:
O consumo de tabaco est freqentemente associado ao consumo de lcool e a maioria dos usurios inicia o uso e abuso destas drogas na adolescncia. Como a ansiedade pode ser um fator de risco para a etiologia do uso e da retirada destas drogas, no presente estudo investigamos os efeitos da fumaa do cigarro e/ou exposio ao etanol durante a adolescncia nos nveis de ansiedade ao final do perodo de exposio e em perodo curto e longo aps retirada. Do 30 ao 45 dia de vida ps-natal (PN30-PN45), camundongos Suos de ambos os sexos foram expostos a fumaa do cigarro gerada a partir da queima de cigarros para pesquisa contendo 1,7mg de nicotina 8 h/dia e/ou ao etanol (2g/kg, 25%, v/v) atravs de injeo intraperitoneal em dias alternados. Assim foram utilizados 4 grupos experimentais: 1) SMK+ETOH (exposio a fumaa de cigarro e injeo i.p. de etanol); 2) SMK (exposio a fumaa de cigarro e a salina i.p.); 3) ETOH (exposio a ar e injeo i.p. de etanol); 4) VEH (exposio a ar e injeo i.p. salina). Ao final do perodo de exposio (PN44-45) e durante a retirada de curta (PN49-50) e longa durao (PN74-75) utilizamos o Labirinto em Cruz Elevado (LCE) para avaliar os nveis de ansiedade e o Teste de Campo Aberto (CA) para avaliar os nveis de ansiedade e a atividade locomotora. Ao final do perodo de exposio, as fmeas do grupo SMK apresentaram uma resposta ansioltica no LCE. Esta resposta foi intensificada pela co-exposio ao etanol. A retirada de curto prazo da fumaa do cigarro provocou um efeito ansiognico. Os machos do grupo ETOH apresentaram um efeito ansiognico no LCE ao final do perodo de exposio, no entanto, este efeito no persistiu em um perodo curto de retirada. Embora nem os efeitos da fumaa de cigarro, nem os efeitos do etanol tenham persistido aps um perodo longo de retirada, os animais do grupo SMK+ETOH apresentaram uma resposta ansiognica no CA. Assim, nossos resultados sugerem que fmeas adolescentes so mais susceptveis aos efeitos ansiolticos do fumo do tabaco. O efeito mais intenso no grupo SMK+ETOH sugere que as fmeas co-usam estas drogas para chegar a nveis mais baixos de ansiedade. Alm disso, um aumento da ansiedade aps um perodo longo da retirada conjunta do cigarro e do etanol, pode facilitar as recadas ao uso destas drogas.
Resumo:
O cncer colo-retal (CCR) representa o quarto tipo de cncer mais freqente no Brasil entre homens e mulheres e a sobrevida para esse tipo de neoplasia considerada boa, se a doena for diagnosticada em estdio inicial. Neste tipo de cncer a progresso do adenoma (tumor benigno) para o adenocarcinoma (tumor maligno) dependente do acmulo de mutaes em diversos oncogenes e genes supressores de tumor. Estas mutaes podem levar a alteraes de importantes vias de sinalizao que controlam estes eventos como, por exemplo, as vias Wnt e EGFR. No entanto, os mecanismos moleculares e celulares mediados por estas vias durante a progresso do CCR permanecem por serem definidos. Neste trabalho foi avaliada a participao da via Wnt e do EGFR durante a progresso do CCR usando clulas Caco-2, uma linhagem celular derivada de adenocarcinoma de clon humano como modelo. As clulas foram tratadas com EGF, ativador da via EGFR, e cloreto de ltio (LiCl), um conhecido inibidor da enzima GSK-3β e conseqentemente, ativador da via Wnt, ou alternativamente com a combinao de ambas drogas. Aps os tratamentos, foi avaliada a morfologia celular, localizao e expresso de protenas juncionais, os padres proliferativos e do ciclo celular e o potencial tumorignico (migrao e formao de colnias). Nossos resultados mostram que a localizao subcelular das protenas juncionais claudina-1 e β-catenina foi alterada aps tratamento com EGF e LiCl, porm a expresso no foi afetada. A localizao nuclear de β-catenina, um marcador da ativao da via Wnt, foi observada aps tratamento com ambos os compostos, no entanto estes agentes modularam a enzima GSK-3β de forma diferencial. Alm disso, tratamento com EGF aumentou a capacidade proliferativa e migratria da clula, mas no alterou a formao de colnias. LiCl, apesar de ser um conhecido ativador da via Wnt, inibiu o aumento da proliferao e migrao causado pelo EGF, como visto pelo tratamento das clulas com EGF+LiCl, e reduziu a formao de colnias. Nossos resultados revelaram que LiCl possui uma atividade supressora de tumor o que pode representar um novo papel para este composto como um possvel agente teraputico para o tratamento do CCR.
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Esta tese argumenta que aquilo que Alba Zaluar chamou de tica do provedor, quer dizer, a prtica em torno da qual o trabalhador pobre urbano e favelado construa a sua identidade em relao do bandido, sofreu uma metamorfose, cujo resultado foi a emergncia de uma ordem de interao sui generis inscrita nas redes de sociabilidade da violncia urbana. A tica do provedor metamorfoseou-se em uma lealdade instrumental e isso deu origem a uma espcie de vnculo social armado e impulsionado internamente como uma forma de convvio capaz de forar as relaes de rotina em dois movimentos concomitantes, de aproximao e de separao de quem vive e circula nessas redes de sociabilidade da violncia urbana. O estudo da forma de convvio feito a partir da construo de uma coleo de relatos baseada em entrevistas com um grupo heterogneo de tipos sociais por exemplo, trabalhador favelado, ex-traficante, familiar de bandido, policial militar, policial civil, militar das Foras Armadas, jornalista, fotgrafo, professor da rede pblica, pesquisador, militante de Direitos Humanos, advogado etc. , e, tambm, da observao flutuante em trs favelas, uma delas com trfico de drogas a varejo armado e ostensivo e as outras duas com Unidades de Polcia Pacificadora (UPPs). Assim, a coleo de relatos e a observao flutuante so articuladas num recorte transversal e no linear orientado para a abordagem dessa ordem de interao emergida por contiguidade entre a ordem social convencional e a violenta, visando capturar a dimenso intersubjetiva e emprica da forma de convvio que junta e separa, simultaneamente, as pessoas que vivem sob ameaa da violncia fsica, do assdio moral e da corrupo do dinheiro, fatores altamente coercitivos e que produzem os deslizamentos de sentido entre as categorias crime, trabalho e consumo.
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Ao longo do sculo XX o Rio passou por amplas reformas urbanas, sempre focadas em pontos estratgicos da cidade. Hoje, mais uma vez, vivenciamos um profundo reordenamento espacial, notadamente na Zona Oeste. No mbito poltico da segurana pblica, o governo estadual implanta as Unidades de Polcia Pacificadora (UPPs), em comunidades consideradas perigosas pelo poder do trfico de drogas ali presente. O programa que comeou em 2008 com 2 comunidades ocupadas, hoje j atinge 24. A partir da uma rpida mudana da abordagem do jornal O Globo sobre os problemas da cidade tem acontecido. A violncia, que antes era destaque nas pginas desse peridico, de 2009 pra c vem ocupando um plano secundrio. Essa dissertao dedica-se a analisar, atravs do rveillon carioca, a mudana de enfoque de O Globo sobre o Rio aps a eleio da cidade para sediar dois megaeventos de amplitude mundial: a Copa do Mundo de Futebol de 2014, e os Jogos Olmpicos de 2016.
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O tema desta tese compreender trajetrias de indivduos que atuaram no trfico de drogas e de armas na regio metropolitana do Rio de Janeiro. Discuto as motivaes que ensejaram a entrada destes indivduos na atividade criminosa e os efeitos que a passagem pelo sistema prisional causou na constituio de suas identidades pessoais. O objetivo principal examinar as condies que propiciaram o abandono do trfico e detectar as mediaes que serviram de suporte na tentativa de reinsero no mundo formal e lega. Procurei analisar as atividades do trfico de drogas a partir das diversas interaes entre seus participantes, reconstitudas por entrevistas com indivduos que exerceram tal atividade. As formas sociais de conexo entre o lcito e o ilcito examinada neste trabalho a partir das motivaes individuais face foras estruturais que induzem a produo de um jogo de identidades que no toma o indivduo como um "locus " emprico dotado de encerramento da anlise sociolgica.
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A tuberculose (TB) uma doena que foi declarada pela Organizao Mundial de Sade como emergncia mundial em 1993. As ferramentas disponveis hoje para controle da TB so: o diagnstico precoce e o tratamento eficiente. Porm, o abandono do tratamento de TB um problema enfrentado mundialmente em propores que podem variar entre 3% a 80%. Por isso, a identificao dos fatores que so preditores do abandono do tratamento de TB pode ajudar a desenvolver melhores estratgias para o seu controle. O objetivo deste trabalho , atravs de uma metanlise, fazer uma estimativa sumria da medida de associao entre cada um dos fatores (a) relacionados ao servio de sade, (b) relacionado ao quadro clnico e terapia da TB e (c) relacionados aos indivduos e o abandono do tratamento de TB. A estratgia de busca eletrnica remota para a recuperao de publicaes relevantes foi desenvolvida de forma especfica para as diferentes bases consideradas relevantes (MEDLINE [Pubmed] e LILCS). Buscas por referncias cruzadas, alm da consulta base de revises sistemticas COCHRANE, tambm foram realizadas. Investigaes foram includas se fossem trabalhos observacionais ou experimentais que estudem fatores de risco ou preditores do desfecho de interesse (abandono do tratamento de tuberculose) atravs de comparaes de dois ou mais grupos e se seus dados pudessem ser extrados. Dois revisores classificaram os trabalhos e extraram dados de forma mascarada e as discordncias resolvidas. Mais de 190 textos completos foram aptos combinao de dados. Destes, foi possvel extrair dados para combinao de 40 exposies. Destas, 19 foram demonstradas nesta investigao. Das 19 demonstradas, 13 exposies estudadas apresentaram associao e poderiam ser considerados preditores (sexo masculino, alcoolismo, infeco pelo HIV/SIDA, uso de drogas ilcitas, nacionalidade estrangeira, analfabetismo, retratamento, baciloscopia positiva, abandono prvio, tratamento de curta durao, acesso fcil unidade de sade, treinamento para adeso, tuberculose extrapulmonar) e seis no apresentaram associao (desemprego, efeitos adversos, tuberculose resistente, necessidade de hospitalizao, demora para o incio do tratamento, espera longa para a consulta). Porm, essas associaes devem ser consideradas de forma conservadora devido elevada heterogeneidade encontrada em todas as exposies. Apenas cinco exposies apresentaram explicao parcial e uma apresentou explicao total para a heterogeneidade. O vis de publicao foi detectado em apenas duas das 19 exposies.
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Esta tese analisa o fenmeno do consumo de bebidas alcolicas desde quando o seu uso abusivo se tornou um problema de sade - a ponto de ser reconhecido como doena (alcoolismo) - at a atualidade em que os seus consumidores, influenciados pela propaganda ou por uma opo de estilo de vida, acabam correndo riscos de contrair, alm do alcoolismo, outras doenas (ex.: Cardiovasculares) ou de sofrer leses (ex.: Acidentes de trnsito) em funo desse ato de beber, mesmo, que socialmente. Na prtica, essa situao acaba se refletindo na rede da sade pblica em que o SUS, junto com as operadoras de planos de sade e as Organizaes Sociais que atuam na rea da sade, no conseguem dar um atendimento condigno s pessoas com problemas decorrentes do uso de lcool. Soma-se a isso a ineficcia das Politicas Pblicas voltadas para esse tipo de problemas sobre as quais tecemos alguns comentrios, a saber: Poltica de Ateno Integral aos Usurios de lcool e outras Drogas; Poltica Nacional de Promoo da Sade; e Poltica Nacional sobre o lcool. Dessa forma, de acordo com o objetivo geral dessa tese, analisamos o ltimo estudo sobre a carga de doenas (Global Burden of Disease GBD) com a finalidade de mostrarmos essa associao entre doenas e leses e o uso de lcool, como fator de risco, tanto no nvel global quanto no Brasil. No complemento dessa anlise foram analisados os bitos decorrentes do alcoolismo no Brasil, bem como, os casos dessa doena cadastrados no Programa Sade Famlia PSF.
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O objetivo dessa pesquisa discutir o cenrio de uso de crack no municpio do Rio de Janeiro contextualizado com a condio de vulnerabilidade e risco social, atravs do mapeamento das controvrsias entre os atores dessa rede. As percepes e experincias relatadas neste trabalho dizem respeito aos diferentes espaos profissionais voltados ao atendimento e prestao de servio a este pblico. Inicialmente, trazida a trajetria terica e prtica que levaram a construo desta dissertao. Foram relatadas experincias vividas nas aes conjuntas de abordagem com a SMDS (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social) e a prtica como entrevistadora de usurios de crack na Pesquisa Nacional do Crack pela FIOCRUZ. No segundo momento, feito um breve histrico da origem do crack e suas marcas pelo mundo. So trazidos tambm, dados sobre a droga no Brasil, em particular sua histria no Rio de Janeiro. Ainda nesta sequncia, apresentada a poltica de Reduo de Danos, mostrando de que maneira o sujeito significado a partir dessa perspectiva, e suas principais contribuies pelo mundo e tambm no pas. A dissertao construda pela perspectiva das prticas profissionais do psiclogo SMDS pensada atravs da Teoria Ator-rede. Foi importante destacar as principais aes de poltica pblica voltadas para essa temtica, considerando os avanos na discusso da temtica. Foram mapeadas e exploradas as relaes entre os atores envolvidos nesta temtica (usurios de crack, SMDS, SMS Secretaria Municipal de Sade, Segurana Pblica, Mdia, Sociedade), colocando em evidencia as controvrsias existentes nessas relaes, como recolhimento compulsrio. De maneira conclusiva, so trazidas as impresses tiradas ao final deste percurso, problematizando os papis do poder pblico e daqueles que atuam para garantir a populao que faz uso abusivo de crack e outras drogas o direito de acessar e exercia sua cidadania.
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Cncer de esfago (CE) um dos tipos de cncer mais frequentes e agressivos, estando entre os dez tipos de cncer mais incidentes e letais no mundo. Entre as regies mais incidentes do CE esto os pases em desenvolvimento, como o Brasil. Apesar de recentes avanos em terapias anticncer, menos de 10% dos pacientes acometidos por esta doena possuem uma sobrevida maior que cinco anos aps seu diagnstico e este fato consequncia do diagnstico tardio, uma vez que os sintomas s aparecem em estdios bem avanados. Devido a este panorama h uma grande busca por mtodos e, principalmente, biomarcadores de diagnstico que possam detectar a doena em estdios iniciais e assim aumentar a sobrevida dos pacientes. A discriminao entre tumor e mucosa normal possvel ser feita endoscopicamente, porm, para deteco precoce de tumores esofgico seria importante discriminar mucosa saudvel de leso precursora, como displasia. Uma diferena tpica entre tecido normal e displasia a perda de diferenciao celular, sugerindo que protenas de diferenciao possam ser um potencial alvo para serem usadas como biomarcadores de deteco precoce em cncer. Citoqueratinas (CKs) e esofagina (SPRR3) so importantes protenas envolvidas na diferenciao das clulas no epitlio escamoso. A protena (SPRR3) vem sendo estudada como um possvel biomarcador de deteco de tumores em estdios iniciais de desenvolvimento. Em CE tem sido descrito perda da expresso de SPRR3 quando comparada com a mucosa saudvel. Alm disso, j foi mostrado que a anlise combinada da expresso das duas variantes de SPRR3 (SPRR3-v1 e SPRR3-v2) capaz de discriminar a mucosa esofgica de indivduos saudveis da mucosa adjacente e do tumor com alta sensibilidade e especificidade. Porm, uma associao significativa foi encontrada entre uma menor expresso de SPRR3-v2 e o consumo de lcool. Este dado gerou a hiptese de que o lcool pode levar a carcinognese por estimular a proliferao e/ou perda de diferenciao do epitlio escamoso e desta forma contribuir para o surgimento do tumor. Para testar esta hiptese, foi realizado um modelo experimental utilizando camundongos BABL/c que receberam diariamente etanol em diferentes concentraes por diferentes intervalos de tempo. Foram analisados critrios de toxicidade dos animais e critrios para avaliao histoptolgica no tecido esofgico. Alm disso, foi analisado o perfil de expresso de protenas envolvidas em diferenciao e proliferao celular que pudessem sugerir alteraes no epitlio esofgico induzidas pelo etanol, sendo estas SPRR3, CK5/8 e CK14 e Ki67. Inflamao foi a nica alterao histolgica encontrada, porm ocorreu de forma aleatria, no podendo, portanto, ser associada ao etanol. Alterao no padro de expresso das protenas analisadas foi encontrada em regies inflamadas. Porm, a maioria das amostras no apresentou alteraes histopatolgicas, nem tampouco alterao de expresso das protenas, sugerindo que em epitlio esofgico de camundongos BALB/c o etanol no capaz de induzir isoladamente alterao na proliferao e perda de diferenciao celular.
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A doena heptica gordurosa no alcolica (DHGNA) tornou-se a hepatopatia crnica mais comum no mundo, afetando principalmente alguns grupos de pacientes, como os diabticos tipo II. A bipsia heptica permanece como mtodo padro ouro para o seu diagnstico. A prevalncia da DHGNA e seus subtipos, em especial a esteatohepatite (EH), pode estar subestimada por mtodos no invasivos de diagnstico ou superestimada pela realizao da bipsia em pacientes selecionados por alteraes na ultrassonografia (US) ou nas aminotransferases. Os objetivos deste estudo foram: determinar a prevalncia da DHGNA (esteatose, EH e cirrose) em uma amostra de pacientes diabticos tipo II, com base na bipsia heptica; quantificar a esteatose, inflamao e fibrose quando presentes; identificar fatores preditivos de DHGNA, EH e fibrose significativa (≥ estgio 2) e avaliar o valor das aminotransferases e da US de abdome para o diagnstico de EH e fibrose significativa. Todos os diabticos tipo II, entre 18 e 70 anos, consecutivamente atendidos no ambulatrio de Diabetes do Hospital Universitrio Pedro Ernesto, eram candidatos a participar do estudo. Foram excludos pacientes com sorologias positivas para hepatite B ou C, outras doenas hepticas crnicas, uso de drogas hepatotxicas ou esteatognicas, etilismo (≥20g/dia), obesidade grau III, comorbidades graves, gravidez ou por recusa em participar do estudo. Dos 396 pacientes triados com critrios de incluso, 85 foram includos. Todos os pacientes foram submetidos avaliao clnica, exames laboratoriais, US de abdome e bipsia heptica. As lminas foram analisadas por dois patologistas independentes e a DHGNA foi graduada pelo NASH Clinical Research Network Scoring System. A concordncia entre os patologistas foi medida pelo coeficiente Kappa (k) e foi realizada anlise multivariada por regresso logstica para avaliao dos fatores associados de forma independente DHGNA, EH e fibrose significativa. A prevalncia de DHGNA na amostra foi de 92%, sendo 50% esteatose simples, 40% EH e 2% cirrose. A concordncia (k) entre os patologistas foi 0,78. A esteatose foi leve na maior parte dos pacientes com esteatose simples e predominantemente acentuada nos pacientes com EH (p<0,001). A fibrose foi verificada em 76% dos pacientes com EH, sendo significativa em 41% deles. A presena de sndrome metablica foi associada de forma independente DHGNA, o ndice de massa corporal e a circunferncia abdominal aumentada EH e a dosagem de alanina aminotransferase (ALT) EH e fibrose significativa. Apenas um de 21 pacientes (5%) com US e ALT normais apresentou EH. A prevalncia da EH aumentou progressivamente com o aumento do grau de esteatose na US e com o aumento da ALT. Concluso: A prevalncia da DHGNA estimada pela bipsia heptica sem vieses de seleo foi muito elevada. Apesar de alto, o percentual de EH e fibrose significativa foi inferior ao dos estudos com bipsias em diabticos selecionados por alteraes na US e aminotransferases. EH foi associada a esteatose acentuada na histologia. A obesidade foi um cofator importante no diagnstico de EH. O melhor desempenho da ALT e da US foi o de excluir as formas graves de DHGNA quando normais.
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Estudo de natureza qualitativa utilizou o Mtodo de Narrativa de Vida, cujo objeto foi a motivao da mulher alcoolista para iniciar e aderir ao tratamento no Centro de Ateno Psicossocial de lcool e outras Drogas (CAPS ad). Os objetivos foram: a) conhecer os motivos que levam a mulher alcoolista a iniciar e aderir ao tratamento; b) descrever o itinerrio teraputico percorrido pela mulher alcoolista; c) identificar os fatores que favorecem a adeso da mulher alcoolista ao tratamento; d) discutir a contribuio das narrativas das mulheres alcoolistas para a prtica da enfermeira no CAPS ad. Foram entrevistadas 26 mulheres usurias de lcool em tratamento no CAPS ad, oriundas de dois cenrios distintos no Estado do Rio de Janeiro: um CAPS ad de uma cidade do interior do Estado na regio Sul Fluminense no Mdio Paraba e um CAPS ad na cidade do Rio de Janeiro. O arcabouo terico de sustentao do estudo baseou-se em dois pontos: A Reforma Psiquitrica no Mundo e no Brasil, a evoluo da Poltica Pblica, a Legislao Brasileira para atendimento de usurios de lcool e outras drogas, incluindo Itinerrios Teraputicos, a atuao da Equipe Interdisciplinar no CAPS ad e o papel da Enfermeira e da enfermagem na Sade Mental e no CAPS ad. O alcoolismo feminino, retratando a evoluo do papel da mulher contempornea na sociedade, questes de gnero e as implicaes biolgicas, culturais e sociais do alcoolismo onde Edwards e colaboradores discutem as questes biopsicosociais envolvidas na questo. A coleta de dados utilizou a entrevista aberta, com pergunta nica: Fale-me a respeito de sua vida que tenha relao com a sua motivao para iniciar e aderir ao tratamento de dependncia alcolica que realiza no CAPS ad. A anlise evidenciou: que um dos motivos que caracteriza o alcoolismo feminino refere-se ao prazer proporcionado pelo lcool como escape para as mulheres aliviarem o peso de suas vidas. Estas viveram e experimentaram a solido, a dor, o sofrimento, a vergonha, a discriminao, as perdas e os agravos fsicos e psicolgicos decorrentes do uso abusivo de bebida alcolica. Estas mulheres viveram seus conflitos e suas dores sozinhas com rarssimas excees, at chegarem ao fim do poo, quando ento decidiram procurar e aceitar ajuda. Os itinerrios teraputicos apresentados foram: Hospital Geral; Unidade Bsica de Sade; Pr-natal; Alcolicos Annimos (AA); CAPS; CAPS i; Ambulatrio de Psiquiatria; Hospital Psiquitrico e Clnica Especializada de Internao. A motivao para terem iniciado o tratamento foram: desejo de mudarem a realidade que viveram; a perda do poder familiar, ou seja, a perda da guarda dos filhos; a solido que viveram e a imposio de terceiros para iniciarem o tratamento. Como motivao para adeso ao tratamento foi encontrada na totalidade das narrativas a permanncia para conseguir ficar sem uso de bebida alcolica, e o apoio que receberam da equipe interdisciplinar. Na percepo das mulheres em relao atuao da equipe interdisciplinar do CAPS ad foi relatada sobre a ajuda que receberam, a escuta, o acolhimento, a pacincia, o relacionamento interpessoal entre usurios e profissionais, o cuidado, a fora para continuar e a valorizao delas como sujeitos essenciais de suas histrias.
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O objetivo deste estudo foi analisar o comportamento dos nveis plasmticos de grelina, em relao aos fatores de risco cardiometablico, em uma populao multitnica de eutrficos e de obesos..A grelina um peptdeo produzido predominantemente pelas clulas oxnticas gstricas, que desempenha importante papel na homeostase energtica, promovendo estmulo do apetite e aumento do peso corporal, alm de participar do controle do metabolismo lipdico e glicdico, interagindo diretamente com os fatores de risco cardiometablico. Este um estudo transversal. Duzentos indivduos entre 18 e 60 anos com diferentes graus de ndice de massa corporal (IMC) compuseram a amostra, assim dividida: cem eutrficos (IMC < 25 kg/m2) e 100 obesos (IMC ≥ 30 kg/m2). Todos foram avaliados para parmetros antropomtricos, determinao da presso arterial (aferida por mtodo oscilomtrico atravs de monitor automtico) e variveis metablicas (mtodos usuais certificados). A grelina acilada foi mensurada pela tcnica de sanduche ELISA; a leptina, pelo mtodo Milliplex MAP. O marcador inflamatrio protena C reativa ultrassensvel(PCRUS)foi estimado por nefelometria ultrassensvel. A insulina foi determinada por quimioluminescncia e o HOMA-IR calculado pelo produto insulinemia (U/ml) X nveis de glicemia de jejum (mmol/L) / 22.5. Foram excludos do estudo aqueles com histria de comorbidades crnicas, doenas inflamatrias agudas, dependncia de drogas e em uso de medicao nos dez dias anteriores entrada no estudo. As concentraes de grelina acilada mostraram tendncia de reduo ao longo dos graus de adiposidade (P<0,001); a leptina se comportou de maneira oposta (P<0,001). Os nveis de grelina se correlacionaram negativamente com IMC (r = -.36; P<0,001), circunferncia da cintura (CC) (r=-.34; P<0,001), relao cintura/quadril (RCQ) (r=-.22; P=0,001), dimetro abdominal sagital (DAS) (r=-.28; P<0,001), presso arterial sistlica (PAS) (r=-.21; P=0,001), insulina (r=-.27; P<0,001), HOMA-IR (r=-.24; P=0,001) e PCRUS (r=-.29; P<0,001); e positivamente com o HDL-colesterol (r=.30; P<0,001).A PCRUS acompanhou o grau de resistncia insulnica e os nveis de grelina tambm mostraram tendncia de reduo ao longo dos tercis de resistncia insulnica (P=0,001). Em modelo de regresso linear mltipla as principais associaes independentes da grelina acilada foram sexo feminino (P=0,005) e HDL-colesterol (P=0,008), ambos com associao positiva e IMC (P<0,001) (associao negativa). Esses achados apontam para uma associao da grelina acilada com melhor perfil metablico, j que seus nveis se correlacionaram positivamente com HDL-colesterol e negativamente com indicadores de resistncia insulnica e atividade inflamatria.
Resumo:
O manejo da terapia medicamentosa em unidade de terapia intensiva neonatal complexo e agrega inmeras drogas. Nesse sentido, manter a ateno ao preparar e administrar corretamente os medicamentos fundamental em todo o perodo de assistncia ao recm-nascido. Portanto, faz-se necessrio que os enfermeiros tenham o entendimento acerca do conceito do erro com medicao, para que possa identific-lo, bem como os fatores contribuintes para sua ocorrncia. Diante do exposto, esta pesquisa teve como objetivos: analisar o entendimento dos enfermeiros neonatologistas sobre o conceito do erro de medicao em uma unidade de terapia intensiva neonatal; conhecer na viso destes enfermeiros quais os fatores contribuintes para a ocorrncia desse erro e discutir a partir desta viso como estes fatores podem afetar a segurana do neonato. Metodologia: trata-se de uma pesquisa qualitativa, do tipo descritiva. O cenrio do estudo foi uma unidade de terapia intensiva neonatal de um hospital universitrio, situado no municpio do Rio de Janeiro. Os sujeitos foram 14 enfermeiros entre plantonistas e residentes que atuavam no manejo da terapia medicamentosa. Para a coleta dos dados utilizou-se a entrevista semiestruturada, que foram analisadas atravs da anlise de contedo de Bardin, emergindo 04 categorias: Diversos conceitos sobre erros de medicao; Fatores humanos contribuintes ao erro de medicao; Fatores ambientais contribuintes ao erro de medicao e Conhecendo como os fatores contribuintes ao erro podem afetar a segurana do paciente. Para as enfermeiras o erro de medicao significa errar um dos cinco certos na administrao de medicamentos (paciente, dose, via, horrio e medicamento certo), e este pode acontecer em alguma parte do sistema de medicao. Neste sentido, elas entendem que uma pessoa no pode ser considerada a nica responsvel pela ocorrncia de um erro medicamentoso. Quanto aos fatores contribuintes ao erro de medicao elencaram aqueles relacionados prescrio medicamentosa (letra ilegvel, prescrio da dose e via incorretas), ao prprio profissional de enfermagem (como sobrecarga de trabalho, nmero reduzido de profissionais e os mltiplos vnculos empregatcios) e ao ambiente de trabalho (ambiente inadequado e estressante; conversas paralelas com os colegas e os rudos no setor). Na viso das enfermeiras, os fatores contribuintes ao erro podem afetar a segurana do recm-nascido, levando s situaes de danos a sua sade, podendo trazer consequncias clnicas e risco de bito. O estudo aponta a necessidade de se buscar sistemas de medicao mais confiveis e seguros. Neste sentido, imprescindvel desenvolver e implementar programas de educao centrados nos princpios gerais da segurana do paciente. Alm disso, de suma importncia que as polticas pblicas de sade, direcionem aes para o aprimoramento de medidas na segurana do RN, do sistema de medicao e da cultura de segurana.
Resumo:
As associaes entre obesidade, doena heptica gordurosa no alcolica (NAFLD) e diabetes mellitus tipo 2 (DM2) so bem estabelecidas, e o sistema renina-angiotensina (SRA) pode proporcionar uma ligao entre eles. O bloqueio do SRA em diferentes nveis pode estar relacionado a respostas na resistncia insulina, remodelagem do pncreas e do fgado em um modelo de obesidade induzida por dieta. Camundongos C57BL/6 foram alimentados com uma dieta hiperlipdica (HF) durante oito semanas e depois tratados com alisquireno (50 mg/kg/dia), enalapril (30 mg/kg/dia) ou losartana (10 mg/kg/dia) por um perodo adicional de seis semanas. As drogas foram incorporadas na dieta. Avaliou-se a massa corporal (MC), presso arterial, consumo e gasto energtico (GE), metabolismo da glicose e lipdico, histopatologia pancretica e heptica, anlise hormonal, imunohistoqumica, perfil gnico e/ou proteico do SRA no pncreas, gliconeognese heptica, sinalizao da insulina, oxidao e acmulo lipdico. Todos os inibidores do SRA reduziram significativamente o aumento da presso arterial nos camundongos alimentados com dieta HF. O tratamento com enalapril, mas no alisquireno ou losartana, reduziu o ganho de MC e a ingesto alimentar; aumentou o GE; amenizou a intolerncia glicose e resistncia insulina; melhorou a massa de clulas alfa e beta; impediu a reduo da adiponectina plasmtica e restaurou a sensibilidade leptina. Alm disso, o tratamento com enalapril melhorou a expresso proteica nas ilhotas pancreticas de Pdx1, GLUT2, ECA2 e do receptor Mas. O tratamento com losartana apresentou uma elevao na expresso proteica de AT2R no pncreas. No fgado, a administrao de enalapril atenuou a esteatose heptica, o acmulo de triglicerdeos e preveniu o aumento dos nveis de PEPCK, G6Pase e do GLUT2. Do mesmo modo, o enalapril melhorou a transduo dos sinais da insulina atravs da via IRS-1/Akt, bem como reduziu os nveis de expresso gnica e/ou proteica de PPAR-gama, SREBP-1c e FAS. Esses resultados sugerem que a inibio da ECA com enalapril atenuou muitos efeitos deletrios provocados pelo consumo da dieta HF, incluindo: normalizao da morfologia e funo das ilhotas pancreticas, proteo contra a resistncia insulina e acmulo de lipdios no fgado. Estes efeitos protetores do enalapril podem ser atribudos, principalmente, reduo no ganho de MC e ingesto alimentar, aumento do GE, ativao do eixo ECA2/Ang(1-7)/receptor Mas e dos nveis de adiponectina, o que promove uma melhora na ao heptica da insulina e leptina, normalizao da gliconeognese, amenizando a NAFLD.
Resumo:
Os Staphylococcus coagulase-negativos (SCN) so encontrados na pele e mucosas de seres humanos e outros animais, j que algumas espcies so parte constituinte da microbiota normal destes mesmos stios, e podem constituir um reservatrio para SCN. A espcie Staphylococcus epidermidis, reconhecida como grande oportunista e agente de graves infeces nosocomiais e comunitrias, alm de associado com infeces em pacientes submetidos a implantes com dispositivos mdicos, e a espcie Staphyloccus haemolyticus a segunda espcie mais isolada de hemoculturas humanas, sendo uma das espcies que apresenta elevada resistncia aos antimicrobianos. O presente estudo teve como objetivo principal investigar a presena de SCN em fmites (estetoscpios, termmetros e esfigmomanmetros) no ambiente hospitalar, identificar as espcies S. haemolyticus e S. epidermidis e correlacionar seus perfis de resistncia aos antimicrobianos com a capacidade de produo de biofilme. A tcnica de multiplex-mPCR foi empregada na determinao das espcies e a fenotipagem foi realizada pelos testes fenotpicos convencionais. Os perfis de resistncia aos antimicrobianos foram verificados atravs do teste de disco-difuso, determinao da CIM (oxacilina e vancomicina), determinao da CBM e presena do gene mecA. A capacidade de produo de biofilme foi investigada pelos testes do gar Vermelho do Congo e ensaios de aderncia em superfcies abiticas (poliestireno e vidro) na presena e ausncia de oxacilina e vancomicina, alm da PCR para o gene icaAD. Os resultados demonstraram que pelos testes bioqumicos convencionais, a espcie mais encontrada foi S. epidermidis (43,5%). Aps a confirmao pela tcnica de PCR, 29 amostras (82%) foram identificadas como S. epidermidis, e 6 amostras (18%) foram identificadas como S. haemolyticus. Todas as amostras foram multirresistentes, oxacilina resistentes e vancomicina sensveis, sendo que apenas 5 amostras S. epidermidis (17,2%) foram tolerantes a oxacilina. A presena do gene mecA foi detectada em 71,4% das amostras. Apesar da maioria das amostras ter apresentado capacidade de produzir slime e/ou biofilme no foi observada total correlao com a presena do gene icaAD enfatizando a natureza multifatorial da produo de biofilme. As amostras aderiram melhor ao esfigmomanmetro, e tambm, neste fmites, foi encontrado a maior porcentagem de amostras positivas para a produo de slime. Para aderncia ao vidro e aderncia ao poliestireno no foi encontrada correlao com os fmites. Foram isoladas amostras S. epidermidis de todos os stios hospitalares estudados e S. haemolyticus s no foi encontrado em Enfermaria de Clnica Mdica. Em relao aos fmites, S. epidermidis foi encontrado em todos os fmites estudados, e S. haemolyticus, apenas foi encontrado em esfigmomanmetro e em outros fmites. Os fmites esto servindo como fontes de transmisso e disseminao de micro-organismos, sendo necessrio maiores estudos a respeito.