Dois exercícios de política monetária e fiscal com atuação ótima do Banco Central

O objetivo da tese é analisar questões relativas à coordenação entre as políticas monetária e fiscal no Brasil após a adoção do regime de metas de inflação. Utiliza-se de um modelo de metas de inflação para uma economia pequena e aberta para a incorporação um bloco de equações que descrevem a dinâmica das variáveis fiscais. Tendo por base os conceitos de Leeper (1991), ambas as entidades, Banco Central e Tesouro Nacional, podem agir de forma ativa ou passiva, e será este comportamento estratégico que determinará a eficiência da política monetária. Foram estimados os parâmetros que calibram o modelo e feitas as simulações para alguns dos choques que abalaram a economia brasileira nos últimos anos. Os resultados mostraram que nos arranjos em que a autoridade fiscal reage a aumentos de dívida pública com alterações no superávit primário, a trajetória de ajuste das variáveis frente a choques tende a ser, na maioria dos casos, menos volátil propiciando uma atuação mais eficiente do Banco Central. Nestes arranjos, o Banco Central não precisa tomar para si funções que são inerentes ao Tesouro. Também são analisadas as variações no comportamento do Banco Central e do Tesouro Nacional em função de diferentes composições da dívida pública. Os resultados mostram que a estrutura do endividamento público será benéfica, ou não, à condução das políticas monetária e fiscal, dependendo do tipo de choque enfrentado. O primeiro capítulo, introdutório, procura contextualizar o regime de metas de inflação brasileiro e descrever, sucintamente, a evolução da economia brasileira desde sua implantação. No segundo capítulo são analisados os fundamentos teóricos do regime de metas de inflação, sua origem e principais componentes; em seguida, são apresentados, as regras de política fiscal necessárias à estabilidade de preços e o problema da dominância fiscal no âmbito da economia brasileira. O terceiro capítulo apresenta a incorporação do bloco de equações fiscais no modelo de metas de inflação para economia aberta proposto por Svensson (2000), e as estimações e calibrações dos seus parâmetros para a economia brasileira. O quarto capítulo discute as diferentes formas de coordenação entre as autoridades monetária e fiscal e a atuação ótima do Banco Central. O quinto capítulo tem como base a mais eficiente forma de coordenação obtida no capítulo anterior para analisar as mudanças no comportamento da autoridade monetária e fiscal frente a diferentes estruturas de prazos e indexadores da dívida pública que afetam suas elasticidades, juros, inflação e câmbio.

Banco Central e a administração de crises bancárias

Crises bancárias podem implicar uma alta redistribuição de recursos em uma sociedade. O interesse público em manter os bancos em funcionamento demanda o desenho de regimes eficazes de resolução, pois a falência desordenada desses intermediários pode ser uma fonte de risco sistêmico. O Banco Central, autoridade responsável por zelar pela higidez do sistema financeiro, pode se valer de diversos instrumentos para reestruturar ou liquidar um banco em dificuldade financeira. De modo a prevenir a propagação do risco sistêmico, as regras jurídicas conferem ao Banco Central uma ampla margem de discricionariedade no julgamento de quais bancos merecem receber assistência financeira e na escolha dos métodos de resolução bancária. O caráter globalizado das finanças exige uma maior coordenação entre autoridades domésticas na resolução de bancos que operam em múltiplas jurisdições. Algumas iniciativas de órgãos internacionais no período pós-crise de 2007-2008 têm buscado instituir, em nível global, um marco normativo para gerenciamento de crises bancárias, através da harmonização de regimes domésticos de resolução. O histórico de crises do sistema financeiro brasileiro levou ao desenvolvimento de uma rede de proteção bancária em momentos anteriores à crise financeira global de 2007-2008. Assim, o sistema financeiro brasileiro apresentou bom funcionamento mesmo nas fases mais agudas. Não tendo experimentado uma crise sistêmica no período recente, o Brasil não está passando por reformas profundas na estrutura institucional do seu sistema financeiro, a exemplo de países como Estados Unidos e Reino Unido. No entanto, desafios impostos pela crescente globalização das finanças e peculiaridades locais motivam reformas e mudanças discretas nos padrões de governança da rede de proteção brasileira. Através da reconstituição da atuação do Banco Central em três momentos de crise no Brasil, o presente trabalho busca analisar criticamente a rede de proteção bancária brasileira e os mecanismos jurídicos de accountability da autoridade financeira no exercício da supervisão e administração de crises bancárias.

Credibilidade e função de reação do Banco Central do Brasil

Recentemente as expectativas de inflação de mais longo prazo passaram a ficar desancoradas da meta. A fim de testar a perda de credibilidade no compromisso do Banco Central do Brasil de trazer a inflação para o centro da meta, inicialmente, recriamos indicadores de credibilidade para essa instituição e encontramos que esses índices estão em patamares relativamente baixos em termos históricos. Em seguida, calculamos a função de reação do Banco Central utilizando uma Regra de Taylor em janelas moveis de cinco anos no período 2005-2014 como uma tentativa de justificar essa queda da credibilidade nos últimos anos. Os resultados apontaram uma mudança mais acentuada na função de reação do Banco Central do Brasil a partir de 2013, em que a variável hiato do produto ganhou maior importância e o desvio da inflação em relação à meta perdeu significância. Essa mudança pode ter sido um dos principais geradores para a queda recente de credibilidade.

Reading without central vision:effects of text spacing on reading in patients with macular disease

Abstract: Loss of central vision caused by age-related macular degeneration (AMD) is a problem affecting increasingly large numbers of people within the ageing population. AMD is the leading cause of blindness in the developed world, with estimates of over 600,000 people affected in the UK . Central vision loss can be devastating for the sufferer, with vision loss impacting on the ability to carry out daily activities. In particular, inability to read is linked to higher rates of depression in AMD sufferers compared to age-matched controls. Methods to improve reading ability in the presence of central vision loss will help maintain independence and quality of life for those affected. Various attempts to improve reading with central vision loss have been made. Most textual manipulations, including font size, have led to only modest gains in reading speed. Previous experimental work and theoretical arguments on spatial integrative properties of the peripheral retina suggest that ‘visual crowding’ may be a major factor contributing to inefficient reading. Crowding refers to the phenomena in which juxtaposed targets viewed eccentrically may be difficult to identify. Manipulating text spacing of reading material may be a simple method that reduces crowding and benefits reading ability in macular disease patients. In this thesis the effect of textual manipulation on reading speed was investigated, firstly for normally sighted observers using eccentric viewing, and secondly for observers with central vision loss. Test stimuli mimicked normal reading conditions by using whole sentences that required normal saccadic eye movements and observer comprehension. Preliminary measures on normally-sighted observers (n = 2) used forced-choice procedures in conjunction with the method of constant stimuli. Psychometric functions relating the proportion of correct responses to exposure time were determined for text size, font type (Lucida Sans and Times New Roman) and text spacing, with threshold exposure time (75% correct responses) used as a measure of reading performance. The results of these initial measures were used to derive an appropriate search space, in terms of text spacing, for assessing reading performance in AMD patients. The main clinical measures were completed on a group of macular disease sufferers (n=24). Firstly, high and low contrast reading acuity and critical print size were measured using modified MNREAD test charts, and secondly, the effect of word and line spacing was investigated using a new test, designed specifically for this study, called the Equal Readability Passages (ERP) test. The results from normally-sighted observers were in close agreement with those from the group of macular disease sufferers. Results show that: (i) optimum reading performance was achieved when using both double line and double word spacing; (ii) the effect of line spacing was greater than the effect of word spacing (iii) a text size of approximately 0.85o is sufficiently large for reading at 5o eccentricity. In conclusion, the results suggest that crowding is detrimental to reading with peripheral vision, and its effects can be minimized with a modest increase in text spacing.

The value of tablets as reading aids for individuals with central visual field loss:an evaluation of eccentric reading with static and scrolling text

Purpose: Technological devices such as smartphones and tablets are widely available and increasingly used as visual aids. This study evaluated the use of a novel app for tablets (MD_evReader) developed as a reading aid for individuals with a central field loss resulting from macular degeneration. The MD_evReader app scrolls text as single lines (similar to a news ticker) and is intended to enhance reading performance using the eccentric viewing technique by both reducing the demands on the eye movement system and minimising the deleterious effects of perceptual crowding. Reading performance with scrolling text was compared with reading static sentences, also presented on a tablet computer. Methods: Twenty-six people with low vision (diagnosis of macular degeneration) read static or dynamic text (scrolled from right to left), presented as a single line at high contrast on a tablet device. Reading error rates and comprehension were recorded for both text formats, and the participant’s subjective experience of reading with the app was assessed using a simple questionnaire. Results: The average reading speed for static and dynamic text was not significantly different and equal to or greater than 85 words per minute. The comprehension scores for both text formats were also similar, equal to approximately 95% correct. However, reading error rates were significantly (p=0.02) less for dynamic text than for static text. The participants’ questionnaire ratings of their reading experience with the MD_evReader were highly positive and indicated a preference for reading with this app compared with their usual method. Conclusions: Our data show that reading performance with scrolling text is at least equal to that achieved with static text and in some respects (reading error rate) is better than static text. Bespoke apps informed by an understanding of the underlying sensorimotor processes involved in a cognitive task such as reading have excellent potential as aids for people with visual impairments.

Interaction Between Fiscal And Monetary Policy In A Dynamic Nonlinear Model.

The objective of this study is to verify the dynamics between fiscal policy, measured by public debt, and monetary policy, measured by a reaction function of a central bank. Changes in monetary policies due to deviations from their targets always generate fiscal impacts. We examine two policy reaction functions: the first related to inflation targets and the second related to economic growth targets. We find that the condition for stable equilibrium is more restrictive in the first case than in the second. We then apply our simulation model to Brazil and United Kingdom and find that the equilibrium is unstable in the Brazilian case but stable in the UK case.

The Limits of Rational Choice: New Institutionalism in the Test Bed of Central Banking Politics in Australia

This paper tests the explanatory capacities of different versions of new institutionalism by examining the Australian case of a general transition in central banking practice and monetary politics: namely, the increased emphasis on low inflation and central bank independence. Standard versions of rational choice institutionalism largely dominate the literature on the politics of central banking, but this approach (here termed RC1) fails to account for Australian empirics. RC1 has a tendency to establish actor preferences exogenously to the analysis; actors' motives are also assumed a priori; actor's preferences are depicted in relatively static, ahistorical terms. And there is the tendency, even a methodological requirement, to assume relatively simple motives and preference sets among actors, in part because of the game theoretic nature of RC1 reasoning. It is possible to build a more accurate rational choice model by re-specifying and essentially updating the context, incentives and choice sets that have driven rational choice in this case. Enter RC2. However, this move subtly introduces methodological shifts and new theoretical challenges. By contrast, historical institutionalism uses an inductive methodology. Compared with deduction, it is arguably better able to deal with complexity and nuance. It also utilises a dynamic, historical approach, and specifies (dynamically) endogenous preference formation by interpretive actors. Historical institutionalism is also able to more easily incorporate a wider set of key explanatory variables and incorporate wider social aggregates. Hence, it is argued that historical institutionalism is the preferred explanatory theory and methodology in this case.

Inércia da taxa de juros : teoria e evidência para a economia brasileira (2005-2013)

No âmbito da condução da política monetária, as funções de reação estimadas em estudos empíricos, tanto para a economia brasileira como para outras economias, têm mostrado uma boa aderência aos dados. Porém, os estudos mostram que o poder explicativo das estimativas aumenta consideravelmente quando se inclui um componente de suavização da taxa de juros, representado pela taxa de juros defasada. Segundo Clarida, et. al. (1998) o coeficiente da taxa de juros defasada (situado ente 0,0 e 1,0) representaria o grau de inércia da política monetária, e quanto maior esse coeficiente, menor e mais lenta é a resposta da taxa de juros ao conjunto de informações relevantes. Por outro lado, a literatura empírica internacional mostra que esse componente assume um peso expressivo nas funções de reação, o que revela que os BCs ajustam o instrumento de modo lento e parcimonioso. No entanto, o caso brasileiro é de particular interesse porque os trabalhos mais recentes têm evidenciado uma elevação no componente inercial, o que sugere que o BCB vem aumentando o grau de suavização da taxa de juros nos últimos anos. Nesse contexto, mais do que estimar uma função de reação forward looking para captar o comportamento global médio do Banco Central do Brasil no período de Janeiro de 2005 a Maio de 2013, o trabalho se propôs a procurar respostas para uma possível relação de causalidade dinâmica entre a trajetória do coeficiente de inércia e as variáveis macroeconômicas relevantes, usando como método a aplicação do filtro de Kalman para extrair a trajetória do coeficiente de inércia e a estimação de um modelo de Vetores Autorregressivos (VAR) que incluirá a trajetória do coeficiente de inércia e as variáveis macroeconômicas relevantes. De modo geral, pelas regressões e pelo filtro de Kalman, os resultados mostraram um coeficiente de inércia extremamente elevado em todo o período analisado, e coeficientes de resposta global muito pequenos, inconsistentes com o que é esperado pela teoria. Pelo método VAR, o resultado de maior interesse foi o de que choques positivos na variável de inércia foram responsáveis por desvios persistentes no hiato do produto e, consequentemente, sobre os desvios de inflação e de expectativas de inflação em relação à meta central.

Macroeconomic effects of monetary policy in the Eurozone

To study the macroeconomic effects of unconventional monetary policy across the different countries of the eurozone, I develop an identification scheme to disentangle conventional from non-conventional policy shocks, using futures contracts on overnight interest rates and the size of the European Central Bank balance sheet. Setting these shocks as endogenous variables in a structural vector autoregressive (SVAR) model, along with the CPI and the employment rate, estimated impulse response functions of policy to macroeconomic variables are studied. I find that unconventional policy shocks generated mixed effects in inflation but had a positive impact on employment, with the exception of Portugal, Spain, Greece and Italy where the employment response is close to zero or negative. The heterogeneity that characterizes the responses shows that the monetary policy measures taken in recent years were not sufficient to stabilize the economies of the eurozone countries under more severe economic conditions.

Interactions between fiscal and monetary policy

Mestrado em Economia Monetária e Financeira

When do central banks prefer to intervene secretly?

Central banks often intervene secretly in the foreign exchange market. This secrecy seems to be at odds with the signalling channel. In this article we will analyse when a central bank intervening in the foreign exchange rate market purely through the signalling channel would prefer to act secretly or publicly. By using a microstructure model, we will show that the consistency of the intervention with fundamentals, the volume of noise trading, the weight given to the effectiveness of intervention and the degree of superior information held by the central bank will influence the decision to intervene secretly or publicly. Keywords: foreign exchange intervention, market microstructure. JEL Classifi…cation: D82, E58, F31, G14.

The past, present and future of central banking

The financial crisis, on the one hand, and the recourse to ‘unconventional’ monetary policy, on the other, have given a sharp jolt to perceptions of the role and status of central banks. In this paper we start with a brief ‘contrarian’ history of central banks since the second world war, which presents the Great Moderation and the restricted focus on inflation targeting as a temporary aberration from the norm. We then discuss how recent developments in fiscal and monetary policy have affected the role and status of central banks, notably their relationships with governments, before considering the environment central banks will face in the near and middle future and how they will have to change to address it.

Bank liquidity, interbank markets and monetary policy

A major lesson of the recent financial crisis is that the interbank lending marketis crucial for banks facing large uncertainty regarding their liquidity needs. Thispaper studies the efficiency of the interbank lending market in allocating funds. Weconsider two different types of liquidity shocks leading to different implications foroptimal policy by the central bank. We show that, when confronted with a distributional liquidity-shock crisis that causes a large disparity in the liquidity held amongbanks, the central bank should lower the interbank rate. This view implies that thetraditional tenet prescribing the separation between prudential regulation and monetary policy should be abandoned. In addition, we show that, during an aggregateliquidity crisis, central banks should manage the aggregate volume of liquidity. Twodifferent instruments, interest rates and liquidity injection, are therefore required tocope with the two different types of liquidity shocks. Finally, we show that failureto cut interest rates during a crisis erodes financial stability by increasing the riskof bank runs.

Independent Central Banks: Low inflation at no cost?: A model with fiscal policy

In this article we extend the rational partisan model of Alesina and Gatti (1995) to include a second policy, fiscal policy, besides monetary policy. It is shown that, with this extension, the politically induced variance of output is not always eliminated nor reduced by delegating monetary policy to an independent and conservative central bank. Further, in flation and output stabilisation will be affected by the degree of conservativeness of the central bank and by the probability of the less in flation averse party gaining power. Keywords: rational partisan theory; fiscal policy; independent central bank JEL Classi fication: E58, E63.

Euroopan keskuspankin julkaisut

Euroopan keskuspankin (perustamisvuosi 1999) tehtävänä on ylläpitää hinta- ja rahoitusjärjestelmän vakautta ja toteuttaa rahapolitiikkaa euroalueella. Euroalueeseen kuuluvat kaikki euron käyttöönsä ottaneet jäsenmaat, joita on 17. Euroopan rahapoliittinen instituutti (EMI) toimi EKP:n edeltäjänä ja sen tehtävänä oli keskuspankkien välisen yhteistyön lujittaminen, rahapolitiikan yhteensovittaminen ja yhteiseen valuuttaan siirtyminen. Kokoelma sisältää Euroopan keskuspankin ja Euroopan rahapoliittisen instituutin (EMI) julkaisuja vuodesta 1994 lähtien. Tutkimusjulkaisuja on mm. EU-maiden hintavakaudesta, rahapolitiikasta, rahoitusmarkkinoista, maksujärjestelmistä, valuuttapolitiikasta, yhdentymisestä ja finanssivalvonnasta. Kokoelmassa on vuosikertomuksia, kuukausikatsauksia (Monthly Bulletin), lehtiä, tilastoja, työpapereita, raportteja ja tutkimusjulkaisuja. Kokoelmassa on n. 1655 nimekettä, ja painettu kokoelma kasvaa Euroopan keskuspankin julkaisuilla. Euroopan rahapoliittisen instituutin julkaisut loppuivat v. 1999. Kokoelman julkaisuista n. 80 % on ilmestynyt v. 2000 - 2009. Valtaosa on englanninkielisiä, mutta julkaisuja on myös suomeksi ja ruotsiksi. Painettu kokoelma on Suomen Pankin kirjaston avokokoelmassa vapaasti käytettävissä ja kopioitavissa maksutta. Suurin osa on saatavana myös verkkojulkaisuina Euroopan keskuspankin sivuilta http://www.ecb.int.