1000 resultados para Terpenos - Aplicações em medicina
Resumo:
OBJETIVO: avaliar os acidentes com material biológico entre estudantes de medicina estagiando em um pronto-socorro de trauma e identificar as principais situações relacionadas, causas atribuídas e prevenção. MÉTODOS: estudo com abordagem quantitativa. Os dados foram coletados através de um questionário, aplicado via internet, contendo perguntas fechadas de escolha múltipla, referentes a acidentes com material biológico. A amostra obtida foi 100 estudantes. RESULTADOS: trinta e dois se acidentaram com materiais biológicos. As atividades de maior risco foram anestesia local (39,47%), sutura (18,42%) e recapeamento de agulha (15,79%). As principais vias de exposição ao material biológico foram contato com olho ou mucosa, com 34%, através de seringa com agulha com 45%. Após a contaminação, apenas 52% notificaram o acidente ao setor responsável. CONCLUSÃO: as principais causas de acidente encontradas e vias de exposição podem ser atribuídas a diversos fatores, como falta de treinamento e ao não uso de equipamentos de proteção individual. Ações preventivas e educativas são de extrema importância para diminuir a incidência dos acidentes com materiais biológicos e melhorar a conduta pós-exposição. É preciso entender as principais causas atribuídas e situações relacionadas a fim de implantar medidas gerais e eficazes.
Resumo:
O artigo em questão aborda os motivos pelos quais a Medicina Defensiva é largamente utilizada no Brasil e no Mundo. A Medicina Defensiva, na prática, se caracteriza pela utilização exagerada de exames complementares, pelo uso de procedimentos terapêuticos supostamente mais seguros, pelo encaminhamento frequente de pacientes a outros especialistas e pela recusa ao atendimento de pacientes graves e com maior potencial de complicações. Trata-se de uma prática que tem como objetivo principal defender o médico de eventuais processos, principalmente na área judicial. A maneira como são conduzidos os processos pelo poder judiciário certamente contribui para a consolidação desta prática insensata. A morosidade da justiça, em nosso meio, associado ao despreparo dos juízes e peritos judiciais na análise dos casos, leva a um desgaste emocional das partes. Alem disso, a formação precária do médico em nosso país faz com que se utilize de meios requintados de diagnóstico e tratamento em detrimento a um exame clínico pormenorizado e uma adequada comunicação com o paciente. Além de ineficiente em proteger o médico, a Medicina Defensiva traz consequências graves ao paciente e à sociedade, já que gera um custo adicional incalculável ao exercício da Medicina, determina um maior sofrimento ao doente e faz com que haja uma deteriorização na relação médico-paciente, que sempre foi pautada pela confiança, respeito e pessoalidade.
Resumo:
Objetivos: avaliar o nível de conhecimento de noções básicas do diagnóstico do câncer de mama entre os alunos de medicina; promover a discussão entre eles e avaliar o aproveitamento dos alunos do 5º ano médico, após cursar a Disciplina de Ginecologia. Métodos: por meio de questionários aplicados a 348 alunos do total de 550 alunos, do 1º ao 5º ano do curso médico, buscaram-se informações a respeito do conhecimento básico do diagnóstico do câncer de mama. Dos 348 questionários aplicados, 55 (16%) foram respondidos por estudantes do 5º ano que haviam cursado a Disciplina de Ginecologia. Destes, 43% eram mulheres, 62% tinham familiares médicos e 17% história familiar de câncer de mama. Resultados: em relação ao conhecimento dos métodos diagnósticos, 84% dos alunos acertaram o sinal mais freqüente do câncer de mama; 34%, o melhor método de rastreio; 49%, quando indicar a mamografia em mulheres assintomáticas; 37%, a periodicidade preconizada da mamografia após 50 anos e 24%, quando associar o ultra-som à mamografia para detecção do câncer de mama. Os alunos do 5º ano apresentaram um índice de acerto para todas as perguntas significativamente maior que os demais. O sexo só apresentou diferença em relação ao maior conhecimento pelas mulheres quanto ao melhor período para o auto-exame e quando indicar a associação do ultra-som à mamografia. A presença de familiares médicos e a história familiar de câncer de mama não influenciaram as respostas. Conclusão: mesmo entre acadêmicos de medicina ainda é grande a desinformação a respeito do diagnóstico do câncer de mama. Não obstante, após cursar a disciplina, esse conhecimento aumenta significativamente.
Resumo:
Objetivo: avaliar o nível de conhecimento e prática do auto-exame da mama entre os estudantes do curso médico e determinar possíveis fatores associados a esta prática. Métodos: foi utilizado um questionário que continha informações sobre os alunos e o seu conhecimento a respeito do auto-exame, permitindo ainda, verificar entre as alunas a prática do mesmo. Utilizaram-se os testes do qui quadrado e "t" de Student, quando aplicáveis, para verificar a associação de alguns fatores com o auto-exame. Resultados: dos 348 questionários respondidos, 55 (16%) pertenciam aos alunos do 5º ano (estudantes que haviam cursado a Disciplina de Ginecologia da Universidade Federal de Goiás), 43% eram mulheres, 62% tinham familiares médicos e 17% apresentavam história familiar de câncer de mama. Em relação ao conhecimento do auto-exame, 95% conheciam o método. Das 149 estudantes, apenas 64% o praticavam. Os motivos para não fazê-lo eram: por ser muito jovem (24%), por não acreditar que pudesse acontecer com ela (4%), por medo (9%) e por preguiça (19%), sendo que 44% das alunas não souberam explicar o motivo. Tanto o conhecimento quanto a prática do auto-exame não estiveram associados ao ano do curso médico, história familiar de câncer de mama ou à presença de familiar médico. Conclusão: o auto-exame é conhecido por praticamente todos os estudantes de medicina mesmo assim, um terço das estudantes não o praticam. Com isso ressalta-se a importância do auto-exame no curso médico, a fim de que os alunos possam levar mais informações à população, não limitando esta tarefa aos meios de comunicação.
Resumo:
OBJETIVO: avaliar a eficácia, a segurança e os benefícios do uso do cateter de derivação vésico-amniótico no tratamento intra-uterino das uropatias obstrutivas. MÉTODOS: análise retrospectiva dos registros de 35 fetos portadores de uropatia obstrutiva, acompanhados em um centro de Medicina Fetal, no período compreendido entre 1990 e 2004, tratados pela insersão do cateter de derivação vésico-amniótica. As pacientes consentiram em submeter-se ao procedimento. Os casos selecionados seguiram os seguintes critérios de inclusão: gestação única; idade gestacional até 32 semanas; ausência de outras malformações; cariótipo normal; ultra-sonografia mostrando lesão obstrutiva no trato urinário, bilateral ou unilateral com comprometimento do rim contralateral, caracterizando hidronefrose (diâmetro ântero-posterior da pelve maior que 10 mm), associada ou não a megaureter e megabexiga; oligoâmnio, dado por índice de líquido amniótico menor que 8; função renal normal, dada por critério ecográfico (aspecto dos rins à ecografia) e por estudo bioquímico da urina fetal (osmolaridade). Considerou-se normal a osmolaridade de até 210 mOsm como indicativo de função renal preservada. Após o nascimento foram acompanhados pelo setor de Nefrologia Pediátrica do Hospital das Clínicas da UFMG. Os neomortos ou natimortos foram encaminhados para o setor de Anatomia Patológica. Foi realizada análise descritiva dos seguintes parâmetros: diagnóstico pré-natal da uropatia, idade gestacional à insersão do cateter, tempo de permanência do cateter, complicações pós-procedimento, mortalidade perinatal e sobrevida neonatal. RESULTADOS: a válvula de uretra posterior foi a uropatia mais freqüente (62,8%). A idade gestacional média da insersão do cateter foi 26,1 semanas. O tempo médio de permanência do cateter após a colocação até o parto foi de 46 dias (variando entre um e 119 dias). Ocorreram 4 mortes fetais e 17 mortes neonatais (mortalidade perinatal de 60%). A principal causa dos óbitos foi a hipoplasia pulmonar. O oligoidrâmnio esteve presente em 33 dos 35 fetos acompanhados (94,3%), tendo sido revertido em 23 casos (70%), dos quais 14 sobreviveram ao período neonatal. Há 4 crianças em acompanhamento no setor de Nefrologia Pediátrica do Hospital das Clínicas da UFMG. Duas estão em diálise peritoneal, com expectativa de transplante renal, e duas apresentam-se com função renal preservada, com idades variando entre 2 meses e 4 anos. CONCLUSÃO: a derivação vésico-amniótica apresenta-se como uma alternativa viável de tratamento intra-uterino das uropatias graves, apresentando índice de sobrevida neonatal de 40% entre fetos que provavelmente evoluiriam para o óbito. Entretanto, o sucesso do procedimento esteve diretamente relacionado com a adequada seleção dos fetos e a precocidade da intervenção intrauterina, isto é, restringindo o procedimento àqueles fetos com menos de 32 semanas, com obstrução bilateral, sem malformações associadas e com função renal ainda preservada. A reversão do oligoidrâmnio não garantiu melhor prognóstico neonatal. Permanece controverso se a derivação vésico-amniótica é capaz de garantir a função renal preservada a longo prazo.
Resumo:
Na mulher, a principal fonte de inibina B são as células da granulosa de folículos em crescimento, enquanto a inibina A é secretada principalmente pelo corpo lúteo e pela placenta. Em mulheres inférteis submetidas a terapias de reprodução assistida, a inibina B se mostrou útil para predizer má resposta ovulatória, embora não tenha superado o desempenho de outros marcadores. No rastreamento pré-natal da síndrome de Down, a utilidade da inibina A foi repetidamente confirmada no segundo trimestre e começa a ser considerada também na bateria de testes do primeiro trimestre. Além das duas aplicações acima, a dosagem de inibina total pode contribuir para a identificação de casos de insuficiência ovariana autoimune. A inibina total também pode ser um marcador auxiliar no diagnóstico de tumores epiteliais do ovário, enquanto a dosagem de inibina B auxilia no diagnóstico de tumores de células da granulosa. O uso da inibina A pode se estender à avaliação de gestantes com ameaça de abortamento, com história de abortamento de repetição, com risco aumentado de pré-eclâmpsia, ou ainda nos primeiros dias de seguimento pós-esvaziamento de mola hidatiforme. Todas essas aplicações continuam em estudo, mas com possibilidade real de virem a ampliar o espectro diagnóstico das dosagens de inibinas em Ginecologia e Obstetrícia.
Resumo:
OBJETIVO: descrever as complicações maternas decorrentes dos procedimentos endoscópicos terapêuticos em Medicina fetal, realizados em um centro universitário no Brasil. MÉTODOS: estudo observacional retrospectivo que incluiu gestantes atendidas no período de Abril de 2007 a Maio de 2010. Esses casos foram submetidos aos seguintes procedimentos: ablação vascular placentária com laser (AVPL) por síndrome de transfusão feto-fetal (STFF) grave; oclusão traqueal fetal (OTF) e retirada de balão traqueal por via endoscópica por hérnia diafragmática congênita (HDC) grave e AVPL, com ou sem cauterização bipolar do cordão umbilical, por síndrome da perfusão arterial reversa (SPAR) em gêmeo acárdico. As principais variáveis descritas para cada condição clínica/tipo de cirurgia foram as complicações maternas e a sobrevida (alta do berçário) do neonato/lactente. RESULTADOS: cinquenta e seis gestantes foram submetidas a 70 procedimentos: STFF grave (34 pacientes; 34 cirurgias); HDC grave (16 pacientes; 30 cirurgias) e SPAR (6 pacientes; 6 cirurgias). Entre as 34 gestantes tratadas com AVPL por STFF, duas (2/34=5,9%) apresentaram perda de líquido amniótico para a cavidade peritoneal e sete (7/34=20,6%) tiveram abortamento após os procedimentos. A sobrevida de pelo menos um gêmeo foi de 64,7% (22/34). Entre as 30 intervenções realizadas para HDC, houve perda de líquido amniótico para a cavidade peritoneal materna em um caso (1/30=3,3%) e rotura prematura pré-termo de membranas após três (3/30=30%) fetoscopias para retirada do balão traqueal. A sobrevida com alta do berçário foi de 43,8% (7/16). Entre os seis casos de SPAR, houve sangramento materno para a cavidade peritoneal após uma cirurgia (1/6=16,7%) e a sobrevida com alta do berçário foi de 50% (3/6). CONCLUSÕES: em concordância com os dados disponíveis na literatura, em nosso centro, os benefícios relacionados às intervenções endoscópicas terapêuticas em casos de STFF, HDC e SPAR parecem superar os riscos de complicações maternas que, raramente, foram consideradas graves.