1000 resultados para Saúde pública Financiamento
Resumo:
OBJETIVO: Analisar o impacto financeiro da aquisio de medicamentos com a exigncia da apresentao de testes de biodisponibilidade e/ou bioequivalncia para o componente da Assistncia Farmacutica Bsica. MTODOS: Estudo retrospectivo, documental, em atas dos processos licitatrios para aquisio de medicamentos em municpio de mdio porte de Santa Catarina. Foram analisadas licitaes sem (2007) e com (2008) a exigncia de testes de bioequivalncia e/ou de biodisponibilidade. Avaliaram-se o nmero de recursos apresentados pelos fornecedores, o nmero de processos licitatrios anuais necessrios para a aquisio de todos os medicamentos padronizados, o tempo para a finalizao do processo licitatrio, o nmero de itens fracassados, o custo unitrio dos medicamentos e o valor total da aquisio. RESULTADOS: Foram observados 2,6% de itens fracassados em 2007 e 56,9% em 2008. Entre os medicamentos, 60,0% tiveram acrscimo e 29,3,0% decrscimo em 2008 em relao a 2007. Os custos totais de aquisio para 150 medicamentos, considerando valores unitrios praticados e o consumo mdio anual, foram de R$ 2.288.120,00 para 2007 e de R$ 4.270.425,00 para 2008. CONCLUSES: A exigncia dos testes de bioequivalncia e/ou de biodisponibilidade elevou em mais de 100% os custos com o financiamento do Componente da Assistncia Farmacutica Bsica, indicando necessidade de discusso de uma Poltica de Medicamento Genrico em consonncia com a Poltica de Assistncia Farmacutica e com a Relao Nacional de Medicamentos Essenciais.
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OBJETIVO: Estimar valores de referncia e funo de hierarquia de docentes em Saúde Coletiva do Brasil por meio de anlise da distribuio do ndice h. MTODOS: A partir do portal da Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior, 934 docentes foram identificados em 2008, dos quais 819 foram analisados. O ndice h de cada docente foi obtido na Web of Science mediante algoritmos de busca com controle para homonmias e alternativas de grafia de nome. Para cada regio e para o Brasil como um todo ajustou-se funo densidade de probabilidade exponencial aos parmetros mdia e taxa de decrscimo por regio. Foram identificadas medidas de posio e, com o complemento da funo probabilidade acumulada, funo de hierarquia entre autores conforme o ndice h por regio. RESULTADOS: Dos docentes, 29,8% no tinham qualquer registro de citao (h = 0). A mdia de h para o Pas foi 3,1, com maior mdia na regio Sul (4,7). A mediana de h para o Pas foi 2,1, tambm com maior mediana na Sul (3,2). Para uma padronizao de populao de autores em cem, os primeiros colocados para o Pas devem ter h = 16; na estratificao por regio, a primeira posio demanda valores mais altos no Nordeste, Sudeste e Sul, sendo nesta ltima h = 24. CONCLUSES: Avaliados pelos ndices h da Web of Science, a maioria dos autores em Saúde Coletiva no supera h = 5. H diferenas entres as regies, com melhor desempenho para a Sul e valores semelhantes entre Sudeste e Nordeste.
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OBJETIVO: Analisar a associao entre problemas de saúde mental e uso de tabaco em adolescentes. MTODOS: Foram analisados 4.325 adolescentes de 15 anos da coorte de nascimentos de 1993 da cidade de Pelotas, RS. Tabagismo foi definido como fumar um ou mais cigarros nos ltimos 30 dias. Saúde mental foi avaliada de acordo com o escore total do questionrio Strengths and Difficulties Questionnaire e escore maior ou igual a 20 pontos foi considerado como positivo. Os dados foram analisados por regresso de Poisson, com ajuste robusto para varincia. RESULTADOS: A prevalncia de tabagismo foi 6,0% e cerca de 30% dos adolescentes apresentaram algum tipo de problema de saúde mental. Na anlise bruta, a razo de prevalncias para tabagismo foi de 3,3 (IC95% 2,5; 4,2). Aps ajuste (para sexo, idade, cor da pele, renda familiar, escolaridade da me, grupo de amigos fumantes, trabalho no ltimo ano, repetncia escolar, atividade fsica de lazer e uso experimental de bebida alcolica), diminuiu para 1,7 (IC95% 1,2; 2,3) entre aqueles com problemas de saúde mental. CONCLUSES: Problemas de saúde mental na adolescncia podem ter relao com o consumo de tabaco.
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OBJETIVO: Estimar a prevalncia de violncia por parceiro ntimo contra mulheres e identificar fatores associados. MTODOS: Estudo transversal com 504 mulheres de 15 a 49 anos, em cinco unidades bsicas e distritais de saúde em um municpio paulista em 2008. Foram realizadas entrevistas face a face com uso de questionrio com 119 questes, sobre informaes sociodemogrficas, saúde reprodutiva, percepo sobre papis de gnero no relacionamento conjugal e experincia de violncia. Anlises univariada e mltipla por regresso logstica foram realizadas. RESULTADOS: Mais de um tero das mulheres sofreu violncia pelo parceiro ntimo. Na anlise mltipla os fatores positivamente associados violncia foram: morar em casa alugada, ter sofrido abuso sexual na infncia, parceiro agredido fisicamente na infncia, o uso de lcool pela entrevistada e pelo parceiro, uso de drogas e percepo sobre o temperamento do parceiro. CONCLUSES: As variveis identificadas compuseram um modelo preditivo que pode ser utilizado para avaliar o risco de sofrer violncia pelo parceiro ntimo.
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OBJETIVO: Comparar taxas de internaes por condies sensveis em municpios-sede de coordenadorias de saúde. MTODOS: Estudo ecolgico com indivduos de ambos os sexos de 20 a 59 anos nos municpios-sede das coordenadorias regionais de saúde do Rio Grande do Sul de 1995 a 2007. Os dados sobre internaes foram obtidos do Datasus. Foram analisadas as taxas mediante regresso de Poisson com variao robusta. As taxas dos municpios foram comparadas com as do restante do estado do Rio Grande do Sul, excludos os municpios-sede. RESULTADOS: Os municpios, exceto Porto Alegre (1,01) e Osrio (1,02), apresentaram reduo das taxas de internaes por condies sensveis. Entre os municpios grandes, as maiores quedas foram observadas em Santa Maria (0,92) e Pelotas (0,93). Os municpios mdios apresentaram taxas inferiores no final do perodo. Nos pequenos, apenas Lajeado e Frederico Westphalen apresentaram taxas inferiores s do estado em 2007. As maiores taxas foram observadas nos municpios pequenos. CONCLUSES: Houve tendncia de diminuio das internaes em quase todos os municpios, possivelmente pela ampliao da ateno primria antes mesmo do Programa Saúde da Famlia e das modificaes de gesto. As elevadas taxas de hospitalizaes em municpios pequenos sugerem ocupao de leitos por condies sensveis para justificar oferta ociosa.
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O objetivo do estudo foi estimar como a populao adulta (20 a 59 anos) de Joaaba, SC, avalia sua condio de saúde. Realizou-se um estudo transversal em 2006 envolvendo amostra representativa (n = 707). O questionrio levantou condies sociodemogrficas, restrio das atividades dirias, realizao de consulta mdica, internao hospitalar e auto-percepo de saúde. Procedeu-se a anlise de regresso logstica mltipla hierarquizada. Constatou-se que 74,7% dos indivduos percebia sua saúde como boa e 3,9% a percebia como ruim/muito ruim. No estar trabalhando no momento da entrevista e deixar de realizar atividades habituais por problemas de saúde aumentaram significativamente a chance de uma auto-avaliao da condio de saúde como ruim/muito ruim.
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OBJETIVO: Analisar a aplicao direta de recursos financeiros pelos entes federados para a aquisio de medicamentos no Sistema nico de Saúde. MTODOS: Foram levantados os valores alocados em aplicaes diretas para a aquisio de medicamentos no ano de 2009 em dois sistemas de informao: Siga Brasil do Senado Federal (para a Unio) e Sistema de Informaes sobre Oramentos Pblicos em Saúde (para estados, Distrito Federal e municpios). Calculou-se o gasto per capita com medicamentos, alm da mdia e mediana do gasto de municpios por regio e por categoria de tamanho de populao. O coeficiente de Spearman foi calculado para algumas variveis definidas. A anlise estatstica incluiu testes de normalidade para os dados e de comparao mltipla para diferenas entre grupos. RESULTADOS: Em 2009 o valor total liquidado para a aquisio de medicamentos pelas trs esferas de governo foi de R$ 8,9 bilhes. Estados e o Distrito Federal foram os principais executores, sendo responsveis por 47,1% do valor total liquidado no Sistema nico de Saúde. Alguns estados tiveram gasto per capita muito acima da mdia (R$ 22,00 hab/ano) e da mediana (R$ 17,00 hab/ano). Houve diferena no gasto de municpios por regio e observou-se que a mdia do gasto per capita dos que tm at 5 mil habitantes foi 3,9 vezes maior que dos municpios com mais de 500 mil habitantes. Municpios com at 10 mil habitantes tiveram gasto per capita maior que os demais municpios. CONCLUSES: Aspectos econmicos, tais como escala da aquisio de medicamentos e poder de negociao, podem explicar as diferenas de gasto per capita entre os entes federados, especialmente os municpios. O estudo sinaliza para ineficincias nas aplicaes de recursos financeiros para a aquisio de medicamentos no Sistema nico de Saúde.
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OBJETIVO: Identificar fatores associados qualidade de vida relacionada saúde de pacientes idosos em hemodilise. MTODOS: Estudo transversal com 223 pacientes com idade > 60 anos em hemodilise nas unidades de dilise do municpio de Belo Horizonte, MG, em 2008. A qualidade de vida foi avaliada utilizando o Kidney Disease and Quality of Life - Short Form (KDQOL-SF) e o Medical Outcome Survey - Short Form 36 (SF-36). Os trs escores do KDQOL-SF medidos foram: componente da doena renal sumarizado (11 subescalas), componente fsico sumarizado (quatro subescalas) e componente mental sumarizado (quatro subescalas). RESULTADOS: Foram observadas associaes negativas significativas e independentes do componente da doena renal e mental com nmero de doenas crnicas e tempo de tratamento (ambas). O componente fsico foi menor entre os mais velhos, as mulheres, aqueles com maior nmero de internaes e com trs ou mais doenas crnicas. CONCLUSES: A associao consistente com presena de doenas crnicas mostra a importncia do perfil de morbidade para a qualidade de vida dessa populao. A identificao dos fatores associados, como aumento da idade, sexo feminino, nmero de internaes e tempo de tratamento, pode favorecer o planejamento adequado das aes de saúde para melhor atender a esse grupo.
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OBJETIVO: Descrever a autopercepo de saúde bucal em idosos e analisar fatores sociodemogrficos e clnicos associados. MTODOS: Estudo transversal com 876 participantes em amostra representativa de idosos (65 anos ou mais) de Campinas, SP, em 2008-2009. Os exames odontolgicos seguiram critrios padronizados pela Organizao Mundial da Saúde para levantamentos epidemiolgicos de saúde bucal. A autopercepo da saúde bucal foi avaliada pelo ndice Geriatric Oral Health Assessment Index (GOHAI). Os indivduos foram classificados segundo caractersticas sociodemogrficas, odontolgicas e prevalncia de fragilidade biolgica. O estudo de associaes utilizou anlise de regresso de Poisson; a anlise considerou os pesos amostrais e a estrutura complexa da amostra por conglomerados. RESULTADOS: A mdia de idade dos indivduos foi de 72,8 anos; 70,1% eram mulheres. A proporo de indivduos com mais de 20 dentes presentes foi 17,2%; 38,2% usavam prtese dentria total em ambos os arcos; 8,5% necessitavam desse recurso em ao menos um arco dentrio. Em mdia, o ndice GOHAI foi elevado: 33,9 (mximo possvel 36,0). Manter 20 dentes ou mais, usar prtese total nos dois arcos, no necessitar desse tratamento, no apresentar alteraes de mucosa oral e no apresentar fragilidade biolgica foram os fatores significantemente associados com melhor autopercepo de saúde bucal (p < 0,05). CONCLUSES: A avaliao de autopercepo em saúde bucal permitiu identificar os principais fatores associados a esse desfecho. Esse instrumento pode contribuir para o planejamento de servios odontolgicos, orientando estratgias de promoo em saúde voltadas melhora da qualidade de vida das pessoas desse grupo etrio.
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OBJETIVO: Analisar como se estabelece a comunicao sazonal nos grupos socioeducativos das equipes de Saúde da Famlia para preveno e controle da dengue. PROCEDIMENTOS METODOLGICOS: Estudo qualitativo, descritivo e exploratrio com 25 coordenadores de grupos socioeducativos, distribudos em oito unidades bsicas de saúde de Belo Horizonte, MG. A coleta de dados ocorreu de maro a julho de 2009, por meio de observao no participante e entrevista semi-estruturada com os coordenadores. Na interpretao dos dados, empregaram-se a anlise de contedo e os referenciais tericos sobre comunicao e saúde. ANLISE DOS RESULTADOS: Foram encontrados trs ncleos temticos: comunicao sazonal; contedos discutidos e canais veiculadores de informaes sobre a dengue; e informao versus comunicao para a ao. As aes de preveno e controle da dengue nos grupos eram abordadas principalmente em pocas de surto, baseando-se em aes previamente programadas pelo Ministrio da Saúde. Os temas abordados referiam-se a epidemiologia, ciclo de vida, modos de transmisso, sintomatologia, preveno, visita domiciliar da equipe de zoonose e vacinao contra a dengue. CONCLUSES: A prtica comunicativa predominante o repasse de informaes pelo coordenador, centrado no discurso comportamentalista e prescritivo. Recomendam-se prticas comunicativas pautadas no dilogo, permitindo ao coordenador e membros da equipe a liberdade em relao s situaes emergentes do grupo e que aprendam a reconhec-la e problematiz-la reflexivamente em seu contexto.
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O artigo analisa elementos nucleares no debate nacional e internacional acerca da necessria integrao entre cincia, poltica e prticas em Saúde Coletiva e apresenta subsdios para essa integrao. So assinalados alguns obstculos situados tanto no plano conceitual como aqueles presentes nas relaes que se processam em outras esferas e se interpem pretendida integrao. Dentre os elementos assinalados, evidencia-se que cincia, poltica e o mbito das prticas no setor no so campos homogneos nem tampouco contnuos, implicando relaes situadas em diferentes planos e envolvendo diferentes atores. Tais processos desenvolvem-se em arenas distintas, sustentados igualmente por distintas aes, paradigmas e interesses, no isentos de conflitos. Portanto, tal integrao um desafio de grande magnitude, dada sua complexidade e diversidade, objetiva e subjetiva.