994 resultados para RESPOSTA IMUNE
Resumo:
OBJETIVO: examinar a hipótese de que o nível sérico do hormônio antimülleriano (AMH) reflete a resposta dos folículos antrais à administração do FSH. MÉTODOS: estudo prospectivo, no qual foram incluídas 116 pacientes normo-ovulatórias inférteis submetidas à hiperestimulação ovariana controlada com agonista de GnRH e FSH. Depois de atingir a supressão pituitária e antes da administração de FSH (dia basal), o nível sérico de AMH foi mensurado. O número de folículos antrais foi determinado pela ultrassonografia no dia basal (folículos antrais precoces; 2 a 8 mm) e no dia da administração do hCG (dhCG; folículos pré-ovulatórios; >16 mm). A resposta folicular ao FSH foi determinada pela percentagem de folículos antrais precoces que atingiram os estágios pré-ovulatórios em resposta ao FSH (taxa de maturação). Foram estudadas as correlações do AMH com a idade das pacientes, número total de folículos antrais precoces e pré-ovulatórios, oócitos coletados, dose total de FSH na estimulação ovariana controlada e a taxa de maturação folicular. Para análise estatística, foram usados a regressão simples e o teste de Spearman's, com nível de significância de 5%. RESULTADOS: o nível sérico de AMH foi positivamente correlacionado com o número de folículos antrais precoces no dia basal (r=0,64; p<0,0001) e folículos pré-ovulatórios em dhCG (r=0,23; p=0,01). Excepcionalmente, o nível sérico de AMH foi negativamente correlacionado com a taxa de maturação (r=-0,24; p<0,008). CONCLUSÕES: o AMH atenua o desenvolvimento folicular em resposta à administração do FSH.
Resumo:
OBJETIVO: estudar o efeito da estimulação sônica na resposta cardíaca fetal de acordo com os parâmetros fornecidos pela cardiotocografia computadorizada em gestações de baixo risco. MÉTODOS: foram incluídas 20 gestantes de baixo risco com os seguintes critérios de inclusão: idade materna superior a 18 anos; gestação única, feto vivo; idade gestacional entre 36 e 40 semanas; índice de líquido amniótico superior a 8,0 cm e ausência de malformações fetais. Foram excluídos os casos com diagnóstico pós-natal de anomalia fetal. A cardiotocografia computadorizada foi realizada por 20 minutos antes e depois da estimulação sônica fetal. Os resultados foram analisados pelo teste t para amostras dependentes, adotando-se o nível de significância de p<0,05. RESULTADOS: a estimulação sônica foi efetuada com sucesso em todos os casos analisados. Pela análise dos parâmetros cardiotocográficos, não foi constatada diferença significativa quando se comparou os parâmetros pré e pós-estimulação, respectivamente: número médio de movimentos fetais por hora (55,6 versus 71,9, p=0,1); frequência cardíaca fetal (FCF) basal média (135,2 versus 137,5 bpm, p=0,3); média de acelerações da FCF>10 bpm (6,5 versus 6,8, p=0,7); média de acelerações da FCF>15 bpm (3,8 versus 4,3, p=0,5); média da duração dos episódios de alta variação da FCF (11,4 versus 10,9 minutos, p=0,7); média da duração dos episódios de baixa variação da FCF (2,5 versus 1,1 minutos, p=0,2) e média da variação de curto prazo (10,6 versus 10,9 ms, p=0,6). CONCLUSÕES: em gestação de baixo risco, no termo, a cardiotocografia computadorizada não evidenciou diferenças nos parâmetros da FCF após a estimulação sônica fetal.
Resumo:
As lesões vasculares da placenta constituem um grupo de entidades distintas, mas inter-relacionadas, em que se incluem os corioangiomas e a corangiomatose multifocal difusa. O corioangioma é uma lesão nodular expansiva com incidência de cerca de 1%. A corangiomatose multifocal difusa é rara (0,2%) e predominante em placentas em idade gestacional inferior a 32 semanas. Os autores apresentam um caso de gestação gemelar monocoriônica/biamniótica, no qual um dos fetos, à 26ª semana de gestação, apresentou quadro de restrição de crescimento intrauterino, hidropisia e anemia associado à formação tumoral da placenta com vascularização aumentada verificada pela doplervelocimetria. O estudo anatomopatológico da placenta permitiu o diagnóstico de corangiomatose multifocal difusa. Este raro caso de corioangiomatose multifocal difusa com forma de apresentação pré-natal mimetizando a de um corioangioma comprova que a detecção ultrassonográfica de um tumor da placenta com vascularização aumentada deve suscitar outras hipótese diagnóstica, além do corioangioma.
Resumo:
OBJETIVO: Identificar a etiologia da hidropisia fetal não imune em gestantes diagnosticadas e encaminhadas para acompanhamento pré-natal. MÉTODOS: Estudo retrospectivo com análise dos casos de hidropisia fetal não imune que foram acompanhados entre março de 1992 e dezembro de 2011. Os casos tiveram confirmação diagnóstica pela presença de edema de subcutâneo fetal (≥5 mm) com derrame em pelo menos uma cavidade serosa por meio da ultrassonografia obstétrica, e a investigação etiológica foi realizada com pesquisa citogenética (cariótipo), infecciosa (sífilis, parvovírus B19, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, adenovírus e herpes simples), hematológica e metabólica (erros inatos), além de com ecocardiografia fetal. Foram excluídas as gestações gemelares. A análise estatística foi efetuada pelo teste do χ² para aderência (software R 2.11.1). RESULTADOS: Foram incluídas 116 pacientes com hidropisia fetal não imune, sendo que 91 casos (78,5%) tiveram a etiologia elucidada e 25 casos (21,5%) foram classificados como causa idiopática. A etiologia cromossômica foi a que apresentou maior número de casos, totalizando 26 (22,4%), seguida da etiologia linfática com 15 casos (12,9%, sendo 11 casos de higroma cístico), da etiologia cardiovascular e da infecciosa com 14 casos cada (12,1%). Os demais casos tiveram etiologia torácica em 6,9% (oito casos), síndromes malformativas em 4,3% (cinco casos), tumores extratorácicos em 3,4% (quatro casos), metabólica em 1,7% (dois casos), hematológica, gastrintestinal e geniturinária em 0,9% cada (um caso cada). No período pós-natal, foram seguidos 104 casos por até 40 dias de vida, 12 casos tiveram morte fetal intrauterina. A sobrevida desses 104 recém-nascidos foi de 23,1% (24 sobreviveram). CONCLUSÃO: a etiologia da hidropisia diagnosticada na gestação deve tentar ser esclarecida, uma vez que está associada a um amplo espectro de doenças. É especialmente importante para determinar se uma condição potencialmente tratável está presente e para identificar doenças com risco de recorrência em futuras gestações para aconselhamento pré-concepcional adequado.
Hormônio anti-Mülleriano sérico para predição da resposta ovariana em ciclos de reprodução assistida
Resumo:
OBJETIVOS: Comparar as concentrações séricas do hormônio anti- Mülleriano (AMH) no sétimo dia de estimulação ovariana em pacientes boas e más respondedoras. MÉTODOS: Foram incluídas 19 mulheres com idade ≥35 anos, ciclos menstruais regulares e que foram submetidas à estimulação ovariana para reprodução assistida. Foram excluídas mulheres portadoras de endometriose ou síndrome dos ovários policísticos ou aquelas submetidas previamente à cirurgia ovariana. Foram coletadas amostras de sangue periférico no dia basal e no sétimo dia de estimulação para dosagens de AMH, hormônio folículo estimulante (FSH) e estradiol. Os níveis de AMH foram avaliados pelo método de enzimoimunoensaio (ELISA) e os níveis de FSH e estradiol foram avaliados por imunoquimioluminescência. Ao final do ciclo, as pacientes foram classificadas como normo (obtenção de quatro ou mais oócitos durante a captação) ou más respondedoras (obtenção de menos de quatro oócitos ou cancelamento do ciclo por má resposta) e analisadas comparativamente em relação aos níveis hormonais, duração da estimulação ovariana, número de folículos recrutados, embriões produzidos e transferidos através do teste t. A associação entre os níveis de AMH e os parâmetros acima também foi avaliada pelo teste de correlação de Spearman. RESULTADOS: Não houve diferença significativa entre os grupos para os níveis de AMH, FSH e estradiol no dia basal e no sétimo dia de estimulação ovariana, sendo observada correlação significativa entre os níveis de AMH do sétimo dia e a quantidade total de FSH exógeno utilizada (p=0,02). CONCLUSÕES: Os níveis de AMH obtidos no sétimo dia do ciclo de estimulação ovariana não parecem predizer o padrão de resposta ovariana, não sendo recomendadas as suas dosagens para esta finalidade.
Resumo:
Os lentivírus de pequenos ruminantes (SRLV), cujos protótipos são os vírus da Artrite-Encefalite Caprina (CAEV) e Maedi-Visna, são patógenos amplamente distribuidos, os quais causam doenças degenerativas progressivas lentas em caprinos e ovinos, determinando importantes perdas econômicas. Estes vírus causam infecções persistentes com período de incubação longo e causam inflamatórias e degenerativas. As lesões são induzidas em tecidos específicos do hospedeiro como articulações, pulmões, CNS e glandulas mamárias devido à replicação viral em células da linhagem monocítico-fagocitária que são as principais células-alvo. A infecção ocorre principalmente durante os primeiros meses de vida, através da ingestão de vírus no leite ou colostro de cabras ou ovelhas infectadas. A indução da resposta imunológica é variável e não protege contra a infecção. O diagnóstico é baseado primariamente na detecção de anticorpos para SRLV, geralmente por imunodifusão em gel de agar (AGID) e enzyme linked immunosorbent assay (ELISA). O diagnóstico e separação ou descarte dos animais soropositivos associado ao uso de certas práticas de manejo, especialmente das crias, são os principais meios implementados para prevenir a disseminação de SRLV, uma vez que ainda não existe vacina contra o vírus. As estratégias adotadas pelos SRLV para enfrentar o sistema imune dificultam o diagnóstico da infecção, controle ou prevenção da disseminação de SRLV. Esta revisão apresenta alguns aspectos das lentivíroses de pequenos ruminantes baseadas em estudos filogenéticos de amostras isoladas, aspectos clínicos e imunopatológicos.
Resumo:
A criação de serpentes peçonhentas em cativeiro para produção de soros antipeçonhas possui crescente importância para a saúde pública devido ao aumento do número de notificações de acidentes ofídicos a cada ano no Brasil. Iniciado no século XX, ainda hoje essa atividade apresenta alguns desafios como a instalação de doenças no plantel. O hemograma é um exame de triagem clínica que auxilia no diagnóstico de diversas moléstias que acometem diferentes espécies de animais, no entanto ainda pouco estudado em serpentes. A caracterização das alterações hematológicas em cascavéis inoculadas experimentalmente com BCG pode servir de base na utilização deste exame no auxílio ao diagnóstico de infecções bacterianas na espécie. Dessa forma, foram realizados exames hematológicos em 10 serpentes da espécie Crotalus durissus pertencentes ao plantel da Divisão de Herpetologia do Instituto Vital Brazil. Os animais foram divididos em dois grupos (Grupos 1 e 2), homogêneos entre si em relação ao peso e proporção sexual. Os dois grupos foram inoculados com BCG e submetidos à coleta de sangue antes da inoculação e em três momentos pós-inoculação (3º, 5º, e 7º dias para o Grupo 1 e 11º, 17º e 21º dias para o Grupo 2). O hemograma foi realizado por método semidireto pela utilização de líquido de Natt e Herrick e as lâminas foram coradas pelo Giemsa. Observou-se anemia discreta, com redução dos valores de concentração de hemoglobina corpuscular média e da hemoglobina globular média no Grupo 1 que foi relacionada à doença inflamatória. A trombocitopenia observada no Grupo 2 sugeriu a atuação deste tipo celular em processos inflamatórios. Um único animal do Grupo 1 apresentou granulocitose e alguns animais apresentaram discreta azurofilia. Observaram-se alterações morfológicas nos leucócitos. Os granulócitos apresentaram granulações grosseiras e os azurófilos apresentaram aumento de tamanho e grandes vacúolos. De forma geral, a inoculação de BCG em cascavéis desencadeia respostas inflamatórias hematológicas caracterizadas pela participação de trombócitos, granulócitos e azurófilos.
Resumo:
O trabalho teve por objetivo avaliar a resposta tecidual à implantação de discos de poliuretana derivada do óleo de mamona confeccionados de duas formas distintas, na forma pré-moldada fornecida pela indústria e em biomassa moldada no momento da aplicação, de forma a observar se haveria algum tipo de reação local tardia associada à possível continuidade do processo de endurecimento final do biomaterial. Foram utilizados 20 ratos, linhagem Wistar, fêmeas, com peso de 300-350g, nos quais foi inserido o disco pré-moldado no tecido subcutâneo do flanco direito e o de biomassa moldada no flanco esquerdo. Ambos os discos tinham 0,8cm de diâmetro por 0,5cm de espessura. Para o procedimento histológico, cinco ratos foram submetidos à eutanásia aos 3, 7, 15 e 30 dias de pós-cirúrgico. Os implantes e tecidos circundantes foram colhidos, processados e corados pela técnica de hematoxilina-eosina. Foi observada inicialmente uma reação inflamatória moderada, composta especialmente por células polimorfonucleares e macrófagos. Os linfócitos variaram de ausentes a discretos. A reação inflamatória diminui de intensidade à medida que se intensificou a formação de tecido conjuntivo fibroso ao redor dos implantes, porém sem modificação dos números de macrófagos. Sendo assim, conclui-se que ambos os discos de poliuretana induzem uma reação inflamatória similar, que varia de moderada a discreta na dependência do momento de avaliação.
Resumo:
As Leptospiroses são zoonoses graves de distribuição mundial que afetam o homem e outros animais. A infecção em animais, geralmente, é inaparente, ou os sintomas quando presentes são similares a outras infecções. Neste estudo foram colhidos soros de 119 ovinos e seus respectivos rins durante abate em feiras livres no município de Teresina-Piauí. Pela técnica de soroaglutinação microscópica (SAM) obtiveram-se 34 amostras sorológicas positivas para um ou mais sorovares de Leptospira spp., com taxa de ocorrência de 28,6% de anticorpos anti-leptospiras, sendo 23 casos de infecção para um único sorovar e 11 com coaglutinações para dois ou mais sorovares. Dentre os sorovares patogênicos, o de maior ocorrência foi o Autumnalis (29,4%). A análise histopatológica de 36 fragmentos de rins revelou alterações túbulo intersticiais em 33 (91,7%) animais soro-reagentes. Lesões tubulares foram observadas em 20 (55,5%) animais soro-reagentes. A presença de leptospiras, pela técnica de Warthin Starry, foi observada em 8 (22,20%) amostras positivas. Pela técnica de imunoperixidase, de 20 casos analisados, foi verificada a presença de leptospira em 12 (60%) de 20 amostras positivas. Nos animais soro-reagentes, o infiltrado inflamatório foi significantemente mais evidente na região córtico-medular e cortical do que na região medular (p=0,000), mas não houve diferença entre animais soro-reagentes e soro não-reagentes. Cilindros hialinos nos túbulos proximais estavam presentes em quantidade significantemente maior nos animais soro-reagentes comparados aos não-reagentes (p=0,0001). Em glomérulos, foi observada lesão discreta. Os resultados deste estudo mostram que ovinos soro-reagentes para leptospiras apresentam lesões renais túbulo intersticiais, com presença de leptospiras nos túbulos, o que confere a esses animais a condição de disseminadores da infecção.
Resumo:
A Salmonelose é uma importante zoonose, considerada a principal causa de infecções bacterianas, sendo associada ao consumo de produtos avícolas. Como alternativa de controle, ácidos orgânicos têm sido amplamente usados. No entanto, pouco se conhece sobre o estado imunológico de aves de produção, e uma avaliação deste status é necessária para proteger frente a enfermidades e para garantir à aplicação segura de agentes terapêuticos ou imunização profilática. Este trabalho teve como objetivo verificar o comportamento do sistema imunológico das aves previamente infectadas com Salmonella Enteritidis (SE) tratadas com um composto de ácidos orgânicos em diferentes concentrações administrado via água e ração comparando com as aves infectadas e não tratadas. Foram inoculados 120 frangos de corte com 1mL de SE, via oral, na concentração de 1,0 x 108 UFC/mL, no 1º e 2º dia de idade, divididos em seis tratamentos com duas repetições, utilizando 200, 400, 500 e 1000ppm do ácido orgânico. Aos 35 dias de vida das aves, foram coletados, de todos os grupos, alíquotas de sangue de 3mL em tubo contendo EDTA para a avaliação das células imunes através de citometria de fluxo. Foram analisadas as porcentagens circulantes de células CD4+, CD8β+, MHC I+, MHC II+, TCRVβ1+, TCRVβ2+ e CD28+. Para análise microbiológica foram coletadas tonsilas cecais destas aves. Observou-se com esse estudo que os ácidos orgânicos nas dosagens 1000ppm na água e 500ppm na ração durante, dois e sete dias respectivamente antes do abate, foram eficazes na redução da infecção por SE em frangos de corte, comprovadas pelo método microbiológico e demonstradas através do comportamento das células do sistema imune. No presente estudo as aves infectadas apresentaram uma proporção menor de células T auxiliares circulantes quando comparadas às aves infectadas, mas tratadas com o AO ou com o grupo não infectado. A mesma tendência pode ser observada para as células CD28+, TCRVβ1+ e MHC IIbright+, e, com menor resolução, para CD8β+.
Resumo:
As broncopneumonias são afecções importantes na pecuária mundial, representando uma das principais causas de mortalidade de bezerros nos primeiros meses de vida. As medidas preventivas e terapêuticas adotadas geralmente são baseadas em resultados de estudos internacionais, não se conhecendo as bactérias implicadas nos quadros pneumônicos em animais criados no Brasil. Aliado a isso, no primeiro mês de vida, os bezerros demonstram imaturidade do sistema imune, o que tem sido pouco estudado em quadros pneumônicos. Desta maneira, objetivou-se estudar as broncopneumonias em bezerros neonatos, identificando bactérias do trato respiratório posterior de bezerros sadios e com pneumonias naturalmente adquiridas, bem como analisar citologicamente a resposta pulmonar frente a estes patógenos. Para isso amostras de lavado do trato respiratório foram colhidas por traqueocentese durante o primeiro mês de vida dos animais. Verificou-se que não houve diferença na microbiota traqueobrônquica de bezerros sadios em relação aos doentes, discordando dos relatos da literatura internacional, sendo constituída principalmente por: Staphylococcus sp., Bacillus sp., Streptococcus sp., Pseudomonas aeruginosa e enterobactérias, permitindo inferir que as medidas profiláticas e terapêuticas adotadas internacionalmente possam não ser tão efetivas para as criações brasileiras. Observou-se também que bezerros neonatos têm uma proporção aproximada de 1:1 de macrófagos e neutrófilos na região traqueobrônquica quando saudáveis, atingindo uma relação aproximada de 1:3 durante os quadros de broncopneumonias, sendo estes perfis provavelmente característicos da idade, período conhecido pela imaturidade do sistema imune e agravado por fatores de manejo que favoreçam uma maior inalação de agentes bacterianos.
Resumo:
A produção recombinante de agonistas dos receptores do reconhecimento de padrão do sistema imune inato tem fornecido uma nova ferramenta para a produção de imunoestimulantes para animais. O padrão molecular associado ao patógeno (PAMP), flagelina, codificado pelo gene fljB de Salmonella Typhimurium e o padrão molecular associado ao dano (DAMP) HSP60, codificado pelo gene groEL da S. Typhimurium e S. Enteritidis, são reconhecidos por receptores de reconhecimento de padrões (RRPs) do sistema imune inato das aves. No presente estudo, foi feita a clonagem de fragmentos genéticos dos genes fljB de S. Typhimurium e groEL de S. Typhimurium e S. Enteritidis inseridos no vetor de expressão pET100/D-TOPO e transformados em células de E. coli TOP10. Os clones foram avaliados pela PCR de colônia, PCR de DNA plasmidial e sequenciamento genômico para a confirmação da presença desses genes. Na PCR de colônia, foram identificadas em 80%, 60% e 80% das colônias transformadas, a presença dos genes groEL (S. Enteritidis), groEL (S. Typhimurium) e fljB (S. Typhimurium) respectivamente. O sistema de clonagem adotado possibilitou a produção de clones dos fragmentos genéticos da HSP60 e flagelina das cepas de Salmonella, permitindo a utilização posterior desses clones em ensaios de expressão gênica, com potencial futuro de serem utilizados como imunoestimulante inespecífico das aves.
Resumo:
A composição de ácidos graxos da dieta pode influenciar o desempenho produtivo e o sistema imune de frangos de corte. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do consumo de óleos ricos em ácidos graxos poli-insaturados ômega-6 (PUFAs n-6) e ômega-3 (PUFAs n-3) sobre o desempenho e a resposta imunológica de frangos de corte frente a um desafio antigênico. Foram comparadas dietas formuladas com 7% de óleo de soja (OS), linhaça (OL) ou sardinha (OP), fornecidas a 240 frangos da linhagem Cobb, divididos em 24 grupos de 10 aves cada, num arranjo experimental 3x2 (3 tipos de óleo e aves vacinadas ou não vacinadas) e 4 repetições. O óleo de soja é rico em ácido linoleico, um PUFA n-6, o óleo de linhaça é fonte de ácido alfa-linolênico, um PUFA n-3, e o óleo de sardinha, de outros PUFAs n-3, como os ácidos eicosapentaenoico e docosahexaenoico. O consumo de ração, o ganho de peso e a conversão alimentar foram avaliados aos 21, 35 e 42 dias. Aos 7 e aos 21 dias de idade, metade das aves recebeu vacina contra doença de Newcastle. Quinze dias após a imunização, avaliou-se a produção de anticorpos pelo método de ELISA, expressa pela densidade óptica a 450 nm (D.O. 450nm). Apenas as aves alimentadas com ração contendo OS apresentaram maior imunidade humoral (P<0,05) após a vacinação. A resposta linfoproliferativa das aves, que expressa a imunidade celular, foi maior entre as aves vacinadas, em comparação às aves não vacinadas (P<0,05), independentemente do óleo utilizado. A fonte de óleo da ração ou a vacinação não influenciaram o ganho de peso das aves (P>0,05). Entre as aves que receberam dieta com OS, as aves vacinadas apresentaram pior conversão alimentar (P<0,05). Nos grupos que consumiram ração com OL ou OP, a vacinação não influenciou a conversão alimentar (P>0,05), considerando todo o período experimental. A utilização de óleo rico em PUFA n-6 na dieta de frangos de corte aumentou a resposta humoral, mas não influenciou a resposta celular frente a um desafio antigênico.