1000 resultados para Moraes, Vinicius, 1913-1980 Crítica e interpretação
Resumo:
Aps longo perodo de desinteresse por questes sociais ou polticas e devido aos recentes escndalos protagonizados por grandes corporaes, observamos nos ltimos 10 anos a aproximao da rea de estratgia, em especial nos EUA, do tema responsabilidade social empresarial (RSE). Fenmeno similar comea a ser observado no Brasil. Este artigo argumenta que essa aproximao deve ser desafiada. Baseando-se na anlise crítica da rea de estratgia feita recentemente por pesquisadores europeus, os autores mostram que a no-neutralidade da rea de estratgia, vista como um campo organizacional, ajuda a explicar o escndalo da Enron, por exemplo. O desinteresse da literatura dominante por esse tipo de crítica pode esclarecer por que importantes abordagens tericas em RSE vm sendo negligenciadas pela literatura de estratgia na era da globalizao. Por meio de uma anlise histrica interdisciplinar este artigo mostra que a abordagem contempornea mais conhecida de RSE e a rea de estratgia dividem uma mesma diretriz problemtica: a legitimao das grandes empresas e o desprezo pela dimenso pblica e pelo Estado. Ao final, os autores argumentam que a aproximao da rea de estratgia do tema RSE deve contemplar a dimenso pblica para que questes sociais no se transformem em meros recursos estratgicos e polticos de grandes corporaes.
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Este artigo prope uma leitura crítica da prtica da democracia em tempos atuais. Para tanto, empreende uma reflexo sobre a democracia na modernidade, em que os limites impostos pelo Estado burocrtico apontam para a possibilidade do desenvolvimento mais profcuo da democracia deliberativa. Os autores observam teoricamente a prtica discursiva e seu potencial democratizante, para ento desvelar em que medida a orientao estratgica da ao em espaos discursivos pretensamente democrticos compromete o sentido de igualdade participativa. Para ilustrar a abordagem terica, analisam empiricamente o caso do Conselho de Desenvolvimento Econmico e Social (CDES), um frum de debates entre representantes da sociedade civil e do governo, criado no incio da gesto Lula no intuito de fomentar a participao da sociedade em questes do Estado. A despeito do avano obtido na adoo de tal modelo, quando o contexto democrtico analisado luz da teoria do discurso, surgem novas referncias de anlise das contradies nas quais se estabelece a prtica democrtica nesses tipos de fruns. O caso do CDES revela um paradoxo: apesar de certos procedimentos da democracia deliberativa, recorrente a orientao estratgica.
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Revista Lusfona de Lnguas, Culturas e Traduo
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Revista Lusfona de Lnguas, Culturas e Traduo
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Este artigo analisa uma experincia de mudana e modernizao da gesto administrativa universitria, observando a relao entre iniciativas, proposies e efetivao de projetos, considerando o padro dos valores culturais que facilitam ou no um processo de mudana na gesto. Para tanto, pesquisou-se duas propostas de modernizao para a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, elaboradas entre 1999 e 2001. O estudo de caso se apoiou em anlise documental e entrevistas com os gestores envolvidos nos projetos. A interpretação das informaes obtidas revela que valores culturais e padres de conduta dos atores influenciam de forma relevante as estruturas conservadoras organizacionais e viabilizam mudanas. O modo como os atores percebem o sentido da mudana e os valores arraigados determinam os limites e o nvel de consecuo de iniciativas modernizadoras da gesto.
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Este artigo analisa as transformaes das ltimas dcadas nos tribunais de contas no Brasil, luz da discusso da temtica do desenvolvimento institucional. Essa perspectiva analtica permite olhar os processos de mudanas nas arenas polticas, no longo prazo, enfatizando no s a resistncia dos atores institucionais ou sociais com poder de veto e os mecanismos de path dependence, mas igualmente as conjunturas críticas que permitem levar adiante as transformaes, mesmo que de forma incremental. No caso em estudo, a conjuntura crítica da democratizao e da Constituio de 1988 trouxe mudanas, mas estas foram neutralizadas pela capacidade de veto da elite dirigente especialmente em alguns tribunais. Por outro lado, a nova conjuntura crítica representada pela Lei de Responsabilidade Fiscal, de 2000, alterou a dinmica poltica e institucional, permitindo que, at muito recentemente, as mudanas que permaneciam bloqueadas comeassem, a partir de ento, a ser efetivadas diante da menor capacidade de exerccio de tais vetos.
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Revista Lusfona de Educao
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Revista Lusfona de Educao
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Este artigo apresenta uma viso crítica acerca da mudana dos camels para os de nominados shoppings populares, implementados pela Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, com a finalidade de cumprir o cdigo de conduta do projeto "Centro Vivo". Argumenta-se que a atitude da prefeitura foi de limpeza da cidade, provocando uma desarticulao do trabalho informal dos camels e "toreros", bem como aumentando a precariedade de suas condies polticas e sociais de trabalho. O argumento baseia-se no discurso da mdia impressa e de algumas atas de reunio da prefeitura concernentes ao tema. Os autores contrastam o discurso com o dos prprios camels, que foram entrevistados, a respeito de como percebiam o processo de mudana para os shoppings e o que isso acarretou em termos do seu trabalho.
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As histrias contadas nas organizaes oferecem aos investigadores e aos especialistas de Desenvolvimento Organizacional um acesso privilegiado compreenso e interveno na(s) cultura(s) de uma organizao. Inspirando-se em perspectivas tericas como o construtivismo social, o simbolismo organizacional e a teoria crítica, esta nossa reviso examina alguns estudos fundamentais sobre as histrias das organizaes (organizational stories) e o processo de contar histrias (storytelling), identifica fundamentos multidisciplinares e lana alguns desafios para que mais aplicaes do trabalho com histrias venham a ter lugar nas organizaes.
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A mudana climtica e o aquecimento global passaram, em curto espao de tempo, para o centro do debate pblico como o maior desafio do sculo XXI. Este artigo busca apresentar uma reviso crítica sobre a temtica das cidades e a mudana climtica baseando-se numa anlise da literatura internacional e nacional disponvel. Ressalta-se que os impactos da mudana climtica so esperados em reas urbanas afetando vrios setores do cotidiano das cidades. A evidncia emprica mostra que governos locais so fundamentais para implementar polticas pblicas relativas mudana climtica. De forma geral, a resposta dada por esses governos concentra-se em aes de mitigao e adaptao. Buscou-se, neste sentido, compreender os processos de urbanizao e industrializao como forma de entender a condio e as origens da vulnerabilidade socioambiental urbana no Brasil, bem como alertar para os enormes dficits socioeconmicos e ambientais das cidades brasileiras que tornam polticas pblicas e respostas mais urgentes e complicadas. Assim, no se trata de vinho velho em garrafa nova, mas sim da oportunidade no s de corrigir erros do passado, como tambm transformar as cidades brasileiras para o futuro de forma mais sustentvel e justa. Para isso torna-se necessrio um maior envolvimento dos estudos em administrao pblica e gesto local nessa discusso.
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No presente estudo foi elaborado um questionrio para avaliar a capacidade de interpretação de electrocardiogramas por mdicos veterinrios. Este posteriormente foi respondido por 3 grupos com diferentes graus de experincia, os estagirios, mdicos veterinrios com menos de 5 anos de experincia, e mdicos veterinrios com mais de 5 anos de experincia, de forma a analisar as diferenas ao nvel da capacidade interpretativa de cada grupo e do total dos inquiridos. As variveis em estudo utilizadas foram o nvel de experincia, o grau acadmico, o interesse em cardiologia, a formao na cardiologia, e o nmero de electrocardiogramas interpretados em mdia semanalmente, para verificar como estas influenciam as capacidades interpretativas dos participantes. Efectua-se tambm uma reviso da fisiologia cardaca, a forma como o electrocardiograma realizado e como este interpretado, e as principais arritmias que podem existir. Verificou-se que o nvel de experincia e o nmero de ECGs interpretados em mdia semanalmente, afectam a capacidade de interpretação de ECG, havendo uma relao directa destes factores nos inquiridos. J em relao a esta mesma capacidade ser afectada pelo grau acadmico, formao e interesse em cardiologia, tal no foi observado, no se tendo observado qualquer relao.O grupo dos estagirios foi aquele onde houve uma maior variao individual, havendo portanto uma menor concordncia dentro deste grupo. Foram tambm estes que demonstraram a maior dificuldade no estabelecimento de um diagnstico para os diversos ECGs apresentados. Os mdicos veterinrios com menos de 5 anos de experincia foram aqueles que obtiveram melhores resultados em todas as anlises realizadas, e onde se registou menor nmero de questes por responder. Nos mdicos veterinrios com mais de 5 anos de experincia, houve muitosquestionrios sem qualquer questo respondida, o que afectou os resultados obtidos por este grupo na anlise dos diversos parmetros variveis.
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O trfico de seres humanos, embora tenha origem remota, subsiste em escala global, notadamente em razo de elementos estruturais como a mobilidade forada que o sistema capitalista impe fora de trabalho. Todavia, o enfrentamento ao problema esbarra antes de tudo num impasse de ordem conceitual em razo da pluralidade de definies adotadas pelos pases e organizaes e da diversidade de abordagens e metodologias utilizadas. Esse contexto influencia o fluxo de informaes sobre o trfico de pessoas, questo aqui abordada por meio de pesquisa comparada. A amostra composta por 10 pases e os recursos documentais so os relatrios oficiais referentes implementao das Convenes 29 e 105 sobre trabalho forado encaminhados Organizao Internacional do Trabalho, examinados em sua natureza, explicitando-se suas semelhanas e diferenas.
Resumo:
Esse artigo analisa a trajetria recente da poltica penitenciria em So Paulo, o estado brasileiro com o maior nmero de pessoas encarceradas. A partir de uma abordagem qualitativa, realizou-se pesquisa analisando os diferentes contextos e indicativos das polticas pblicas utilizadas, ressaltando as dificuldades existentes para sua institucionalizao. Os levantamentos revelam que a expanso do sistema marcada por um endurecimento dos regimes de aplicao da pena, encerrando um breve perodo de humanizao nos anos 1980. O recrudescimento das aes da "sociedade dos cativos", a disseminao de controles mais rgidos, como o Regime Disciplinar Diferenciado, o embate poltico e miditico reforaram um ciclo vicioso voltado para o aumento da represso. Conclui-se que foram mantidas as caractersticas paradoxais do sistema prisional, em que de um lado a sociedade assume a custdia de seus agressores e a defesa de sua dignidade humana como obrigao moral, enquanto falha na perspectiva de garantia de suas necessidades bsicas. Assim, o equilbrio entre as estratgias de expanso do sistema carcerrio e outras aes de respeito aos direitos dos presos somente ter efetividade com a firme adoo de processos de incluso social dos encarcerados.
Resumo:
Este artigo visa a ampliar a compreenso do fenmeno da legitimidade das organizaes da sociedade civil (OSC), interpretando-o luz da teoria da capacidade crítica, de Boltanski e Thvenot (2006). Mais especificamente, trata-se de identificar, por meio da anlise do discurso de atores representativos do campo, quais so as justificativas que embasam a atuao e a existncia das OSC, conferindo-lhes legitimidade. Tomando por base a fundamentao terica e a anlise da trajetria do campo no Brasil, algumas hipteses foram formuladas: 1) que diversas lgicas so utilizadas nas justificativas; 2) que o encontro dessas lgicas provoca disputas e conflitos; 3) que possibilita a construo de passarelas; e 4) que existem lgicas predominantes que isolam a existncia das outras. Por meio de anlise de contedo do discurso de 46 atores representativos do campo das OSC na regio Sul do Brasil, as hipteses foram testadas e concluiu-se que as dimenses predominantes da legitimidade nessas OSC so a pragmtica e a moral, as quais estimulam a adaptao das OSC a padres estabelecidos externamente, enfraquecendo a pluralidade e, por conseguinte, a democracia no campo.