885 resultados para História da educação de infância
Resumo:
Desde muito cedo, os pais têm a difícil tarefa de disciplinar os comportamentos dos seus filhos. Na polémica questão sobre a disciplina parental há os que defendem uma maior permissividade e outros que defendem um controlo adulto mais autoritário. Neste sentido, a melhor estratégia é “trabalhar com os pais para a promoção do bem estar e desenvolvimento da criança, dada a relação de maior intimidade e envolvimento com as mesmas e conhecimento da individualidade e história de cada uma” (Portugal, 1998, p.127). No decorrer desta investigação pretendemos analisar e refletir acerca deste assunto, incluindo uma parte mais teórica e outra empírica. Na parte teórica começamos por abordar o contexto e conceito de educação parental e alguns dos estilos parentais existentes. Seguimos com a evolução do conceito de criança desde a antiguidade até aos dias de hoje, tendo em conta o desenvolvimento e aparecimento de algumas organizações como, a UNICEF. Neste sentido, é inevitável falar sobre as famílias e a escola que possuem um papel indispensável ao desenvolvimento e bem-estar das crianças. Por último, é abordada a educação e intervenção parental a nível internacional e nacional, com exemplos de programas de formação parental. Na parte teórica, tendo em conta o principal objectivo de perceber se os pais procuram orientação para lidar com os filhos e facilitar as suas práticas educativas, salientando a importância da formação parental, caracterizamos a amostra, 20 pais de crianças com 4 e 5 anos que se encontram a frequentar o infantário, 10 pais pertencentes ao grupo experimental e os outros 10 pertencentes ao grupo de comparação. Segue-se a descrição dos instrumentos utilizados (AAPI, Questionário de Expetativas de Desenvolvimento, Sentido de Competência parental e Rede de Suporte Social) e a descrição dos procedimentos de investigação. No que respeita aos resultados obtidos existem algumas diferenças, ainda que não sejam estatisticamente significativas no grupo experimental, comparando os dois momentos de avaliação, e entre o grupo experimental e o grupo de comparação pelo que os resultados quantitativos parecem apontar para uma tendência de eficácia em alguns aspetos do programa Crescer Felizes. Os dados alcançados através da avaliação qualitativa revelam-se, também, positivos no que respeita à aplicação do programa, às sessões e à sua eficácia Para finalizar apontamos algumas limitações encontradas ao longo da investigação, assim como sugestões para investigações futuras.
Resumo:
As actuais noções e práticas da intervenção precoce enquadram-se numa abordagem ecossistémica e transaccional do desenvolvimento. De acordo com este modelo, a criança é parte de uma rede complexa de interrelações onde o desenvolvimento se processa (Almeida, 2000). Constata-se que o enfoque das práticas de intervenção precoce deixou, progressivamente, de estar exclusivamente centrado na criança para se passar a enfatizar o papel da família e da comunidade no seu desenvolvimento. Deste modo, as evidências actuais apontam que para que a intervenção possa ser eficaz, tem de ser consistente com a ecologia dos sistemas a que a criança e a família pertencem (Almeida, 1997). Neste sentido, o objectivo principal desta investigação foi fazer um levantamento das percepções dos educadores de infância sobre o serviço de intervenção precoce e compreender o impacto da intervenção precoce nas suas práticas educativas. A amostra desta investigação foi constituída por 53 educadores de infância a exercer as suas funções em estabelecimentos públicos de educação (creches e infantários) do Concelho do Funchal, que colaboram com o serviço de intervenção precoce. Para a consecução desta investigação foi construído um questionário que contempla a caracterização sócio-demográfica dos sujeitos, questões relacionadas com a formação em intervenção precoce, com o conhecimento e articulação com o serviço, e com a importância da intervenção precoce. Os principais resultados mostram que a maioria dos educadores têm conhecimento do serviço de intervenção precoce e sabem como entrar em contacto com a equipa; que ao nível da articulação com outros parceiros, mostram uma forte consciência da importância da articulação com outros profissionais e outros parceiros do contexto educativo; que é ao nível do trabalho individual com a criança que estes consideram que a intervenção precoce pode oferecer mais apoio e que a maioria dos educadores possuem formação em intervenção precoce, quer inicial, quer contínua.
Resumo:
Este estudo visa contribuir para a ampliação do conhecimento sobre o Desenvolvimento Vocacional na Infância, através da construção de uma escala teórica que seja capaz de avaliar a consciência de Carreira dos alunos do 1º Ciclo do Ensino Básico. As bases conceptuais para a construção do instrumento assentam nas nove dimensões do modelo teórico do Desenvolvimento de Carreira na Infância de Super (1990): curiosidade, exploração, informação, figuras de referência, interesses, locus de controlo, perspectiva de tempo, autoconceito e capacidade de planeamento. O objectivo principal desta investigação consiste na construção e validação da escala. A construção inicial da escala, incluindo a geração e o exame dos itens envolveu três peritos vocacionais da área da Psicologia, um pertencente ao Departamento de Psicologia da Universidade da Madeira e os outros, à Direcção Regional de Educação. Este estudo pressupôs uma revisão da literatura acerca do desenvolvimento vocacional na infância, procurando fazer uma análise aos modelos conceptuais com maior representatividade neste campo. Pretende dar sustentação à importância da integração progressiva desta orientação, no contexto educativo e fomentar a discussão e reflexão acerca da importância da educação para a carreira a partir da infância, nomeadamente a partir do primeiro ciclo do ensino básico, através da realização de actividades de exploração vocacional, desenvolvidas de forma transversal ao currículo escolar. Estas visam o desenvolvimento de competências de responsabilidade, autonomia, auto-estima, sociabilidade, hábitos de trabalho, planeamento do futuro e tomada de decisão, indispensáveis às escolhas conscientes e realistas.
Resumo:
O presente estudo tem como objetivo analisar a vulnerabilidade ao stress bem como as estratégias de coping mais utilizadas e o nível de burnout dos educadores de infância em exercício de funções nas escolas da ilha da Madeira. Pretende-se ainda determinar a vulnerabilidade ao stress e os níveis de burnout dos educadores de infância bem como identificar as estratégias de coping utilizadas pelos mesmos. A metodologia utilizada foi por amostragem, de cariz quantitativo, correlacional e inferencial e teve como procedimento a aplicação de instrumentos validados para a população portuguesa. Os instrumentos utilizados foram: questionário de dados sóciodemográficos e profissionais, questionário de vulnerabilidade ao stress (23 QVS), Coping Job Scale (CJS) e Maslach Burnout Inventory (MBI). Este estudo contou com a participação de 119 educadores de infância, do sexo feminino em exercício de funções nos estabelecimentos de infância da ilha, pertencentes à Secretaria Regional de Educação da Região Autónoma da Madeira. Os resultados sugerem que a vulnerabilidade ao stress está negativamente relacionada com as estratégias de gestão de sintomas. As educadoras de infância tendem a utilizar mais estratégias de coping de confronto, seguidas de estratégias de evitamento ou fuga e finalmente as de gestão de sintomas. Concluímos que a maioria das educadoras apresenta baixos níveis de exaustão emocional e de despersonalização e uma boa realização pessoal. Os resultados da regressão múltipla indicam também que, nesta amostra, o nível de vulnerabilidade ao stress é um melhor preditor dos sintomas de burnout do que as estratégias de coping utilizadas.
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O presente relatório de estágio foi realizado para a obtenção do grau de Mestre em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico. O mesmo representa o culminar de toda a prática pedagógica, realizada numa sala de Pré-Escolar na Escola Básica do 1º Ciclo com Pré-Escolar da Lombada, São Martinho, onde foi possível enriquecer e fortalecer a experiência profissional e pessoal através da aprendizagem e de vivências próprias do contexto de Educação Pré-Escolar. Ao longo do relatório podemos encontrar uma componente mais teórica e científica, que constitui um corpus teórico onde consta um enquadramento teórico, um enquadramento metodológico, em que se privilegia a metodologia de investigação-ação, e os pressupostos teóricos que sustentaram toda a prática. Posteriormente, e porque as crianças foram o foco de toda a intervenção, é reservada uma componente destinada a abordar a praxis pedagógica, com vista a expor o desenrolar da mesma com o grupo de crianças da Sala Laranja, descrevendo, refletindo e avaliando formativamente o processo da prática profissional para que se possa entender o trabalho desenvolvido. Finalmente, e em jeito de conclusão, é realizada uma reflexão crítica que compreende toda a prática pedagógica, e são também tecidas as considerações finais, onde é enaltecida a importância deste estágio em prol da evolução e desenvolvimento da prática profissional docente, mais especificamente do Educador de Infância.
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O presente estudo pretende clarificar o perfil ideal do supervisor pedagógico na avaliação de desempenho docente dos educadores de infância da Região Autónoma da Madeira. Uma vez que a avaliação de desempenho com observação de aulas foi implementada no ano letivo 2013/2014, esta investigação torna-se pertinente, no sentido de conhecer as vantagens e desvantagens deste modelo de avaliação. Nesta investigação, analisam-se as opiniões de alguns dos educadores de infância, nomeadamente avaliados e avaliadores, no sentido de aferir o papel e a atuação dos supervisores pedagógicos/avaliadores na observação e avaliação da prática dos mesmos. Optou-se por uma metodologia de natureza predominantemente qualitativa, utilizando como técnicas de pesquisa as entrevistas, a análise documental e os inquéritos, possibilitando a triangulação dos dados. Privilegiando-se a análise de conteúdo para a obtenção dos resultados, pôde-se concluir que o papel de supervisor pedagógico/avaliador é muito subjetivo e complexo. Precisa de ser pautado pelo bom senso e ter em conta os diferentes contextos em que ocorre, num espírito de colaboração e diálogo com os avaliados, acompanhado por um forte sentido ético. A sua principal função baseia-se na orientação, na observação e na reflexão conjunta. O supervisor deverá ter em conta todas as áreas de conteúdo, quando observa e avalia a prática de um educador de infância, nomeadamente nas dimensões científica e pedagógica. Apesar da maioria dos educadores não admitir que os objetivos propostos para este modelo de avaliação sejam alcançados, a verdade é que se aferiu que apresenta mais vantagens do que desvantagens. Começa a emergir uma cultura avaliativa de natureza supervisiva e colaborativa, de inovação das práticas e a avaliação externa contribuiu para que tal aconteça. Sendo este o iniciar de um processo que gera muitas controvérsias, limando as arestas, seguimos o caminho certo… rumo à valorização/desenvolvimento profissional da classe docente.
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A presente tese no âmbito do Curso de Mestrado em Psicologia da Educação da Universidade da Madeira, pretende analisar a perceção dos educadores de infância de algumas unidades de préescolar da Região Autónoma da Madeira sobre a relação escola-família. Esta relação recíproca, que cada docente estabelece com as famílias das suas crianças, é o pilar de todo um processo comunicacional entre dois sistemas (familiar e educativo), que não só se complementam como são interdependentes. Partindo deste pressuposto, surgiu a nossa questão de investigação na medida em que a relação escola-família apresenta ainda algumas debilidades e os intervenientes parecem não maximizar todas as potencialidades desta colaboração. O presente estudo pretende assim, conhecer e compreender a perceção e as representações dos educadores de infância sobre o modo como é planificada e concretizada a relação família-escola. Tendo em conta a problemática atrás explicitada, consideramos a recolha de crenças e perceções sobre esta temática, junto dos Educadores, fundamental para a aquisição de informação proveitosa e pertinente. Assim, definimos como objetivos basilares deste projeto, recolher, analisar e compreender as perceções das educadoras de infância sobre a relação escola-família assim como identificar a importância da utilização de estratégias adequadas que favoreçam e consolidem as relações entre estas duas instituições.
Resumo:
O presente estudo insere-se no domínio da investigação sobre a liderança na educação pré-escolar, a compreensão emocional e que características estes líderes infantis possuem para que sejam encarados desta forma. No pré-escolar, a investigação sobre liderança é bastante escassa (Morda & Waniganayake, 2010, citados por Mawson, 2010). A liderança é um construto que se desenvolve a partir da infância, em crianças em idade pré-escolar e que é influenciado através das relações que cada criança tem com os pares. Através deste estudo, pretendemos estudar a liderança em crianças da educação pré-escolar. Realizámos dois estudos, sendo o primeiro sobre a perceção das crianças das características da liderança infanti,l onde obtivemos uma visão do líder diferenciada pelo género e o segundo estudo sobre quais as variáveis que caracterizam a liderança em crianças do pré-escolar, ou seja, pretendíamos saber o que as crianças valorizam nos pares. Participaram nestes estudos crianças da educação pré-escolar, com idades compreendidas entre os 3 e os 6 anos, provenientes quer do meio rural, quer do meio urbano. Com estas crianças, foram realizados três testes: a Classificação Dirigida (Roazzi, Federicci e Wilson, 2001), um Teste Sociométrico e o Test of Emotion Comprehension (TEC) (Pons, Harris, & de Rosnay, 2004), na sua versão portuguesa Teste de Compreensão das Emoções (Roazzi, Dias, Minervino, Roazzi e Pons, 2008). Para além destes três, os encarregados de educação das crianças participantes preencheram um Questionário Sociodemográfico. Descobrimos que existem diferenças na forma de pensar e de escolher o líder, consoante o género da criança, que o facto de as crianças terem irmãos ou não influencia na escolha para líder, que a regulação emocional é importante na escolha para líder e existem correlações importantes entre a preferência social, o impacto social, o estatuto social, as notas T da escolha, rejeição e chefe.
Resumo:
O presente relatório pretende partilhar e refletir sobre as vivências das crianças da Pré-3 da Escola Básica do 1.º Ciclo com Pré-Escolar do Tanque de Santo António, durante o período de estágio pedagógico final. A aprendizagem em contexto de jardim de infância, e não só, não pode ser realizada de forma “formal”, onde o educador-professor transmite simplesmente os conteúdos de forma desligada da realidade da criança. A verdade é que o educador/professor deve proporcionar às crianças espaço e liberdade de expressão para que estas desenvolvam as suas ideias. Na presente investigação, o robô Roamer foi utilizado exatamente com este objetivo: servir de apoio à aprendizagem, à espontaneidade e à criatividade das crianças. Perspetivado como algo superior a uma simples coleção de memórias e artefactos, este relatório foi encarado como um instrumento facilitador do pensamento reflexivo e, como tal, apresenta-se assumidamente como o reflexo de um ciclo contínuo e dinâmico entre a planificação, a ação, a observação e a reflexão crítica e autocrítica, próprio de uma postura de investigação-ação. Na base deste ciclo estão presentes e reunidos neste relatório algumas impressões sobre os pressupostos teóricos e metodológicos que dão suporte a uma pedagogia participativa, construcionista e democrática.
Resumo:
Este relatório incide sobre o desenvolvimento do estágio pedagógico realizado numa turma de 3.º ano de escolaridade, na Escola Básica do 1.ºCiclo com Pré-Escolar (EB1/PE) da Lombada, e numa sala de Pré-Escolar, com um grupo de crianças com idades compreendidas entre os dois e os quatro anos, no Jardim de Infância O Girassol, sendo que as referidas instituições se situam no concelho do Funchal. O mesmo espelha a prática desenvolvida em ambas as valências e tem como objetivo descrever a intervenção pedagógica, refletindo e fundamentando as metodologias utilizadas durante o estágio. Importa referir que a prática pedagógica, recorrendo à metodologia de investigação-ação, incide essencialmente na resolução de questõesproblemas sinalizadas durante o decorrer do estágio. No que concerne ao Pré-Escolar, a investigação teve como ponto de partida a seguinte questão: Como promover a motricidade fina na Sala dos 4 anos, nomeadamente em cinco crianças que apresentam algumas lacunas nesta habilidade? Relativamente ao 1ºciclo, foram, três as questões sinalizadas: Será que a diferenciação pedagógica conduz o aluno à construção de aprendizagens significativas? Como promover uma aprendizagem cooperativa entre alunos de níveis de ensino diferentes? Todo este processo de investigação-ação contribuiu para que durante a intervenção pedagógica fossem adoptadas estratégias e desenvolvidas atividades, o que permitiu a verificação duma evolução na habilidade motora da motricidade fina, por parte do grupo de crianças da Sala dos Quatro Anos, bem como a obtenção de resultados positivos no que se refere à cooperação entre os alunos da Sala do 3º ano, de forma a serem eles próprios a construírem o seu conhecimento, conseguindo, no final, alcançar o sucesso em conjunto.
Resumo:
O presente relatório, com a finalidade de obtenção do grau de Mestre em Educação Pré-Escolar e Ensino no 1º Ciclo do Ensino Básico, é o culminar de toda a prática pedagógica realizada nas valências de Educação Pré-Escolar e 1º Ciclo do Ensino Básico nas Escolas EB1/PE da Achada e EB1/PE da Pena respetivamente. No corpo do relatório depara-se com uma componente mais teórica e científica e outra mais prática e reflexiva. Na componente teórica e científica verifica-se um enquadramento teórico e um enquadramento metodológico, salientando os processos da metodologia da Investigação-Ação e os pressupostos teóricos que apoiaram toda a prática pedagógica. Por outro lado, dando foque ao que realmente é importante no decorrer de toda a prática pedagógica, as crianças, numa componente mais prática e reflexiva é abordada a praxis pedagógica, de forma a transmitir o desenrolar da mesma em ambas as valências através da descrição, reflexão e avaliação das atividades desenvolvidas. A abordagem investigativa reflexiva deu origem a duas questões provenientes das problemáticas encontradas em ambas as valências, nomeadamente “Qual o contributo da diferenciação pedagógica, na adequação de atividades a um grupo de idades heterogéneas?” na Educação Pré-Escolar e “Como promover a autonomia através das atividades propostas em sala de aula?” no 1º Ciclo do Ensino Básico, sendo as respostas encontradas para estas questões não conclusivas, um vez que a prática não decorreu num espaço de tempo suficiente para retirar conclusões válidas e coerentes. Por fim, em mote conclusivo, é realizada uma reflexão final que tem em conta toda a prática desenvolvida, bem como a importância e relevância de todo este percurso na evolução e desenvolvimento da prática profissional docente quer do Educador de Infância quer do Professor do 1º Ciclo do Ensino Básico.
Resumo:
O presente relatório é o culminar do 2ºCiclo de estudos do Mestrado em Educação Pré-escolar e Ensino do 1ºCiclo do Ensino Básico, onde é reportado todo o percurso de estágio profissionalizante na Educação Pré-escolar, mais especificamente na valência de creche. É um testemunho onde está explanada uma constante reflexão do desenvolvimento da prática e respetivas opções metodológicas, fundamentada com teoria atual, de modo a validar a argumentação realizada ao longo do mesmo e efetivar a concordância entre a teoria e a prática. A prática pedagógica foi desenvolvida no Infantário “O Polegarzinho”, na Sala Vermelha com um grupo de crianças com idades compreendidas entre os 7 e os 19 meses. O grupo de crianças é composto por seis meninos e seis meninas, perfazendo um total de 12. De entre estas crianças está uma que usufruía de cuidados educativos especiais integrados numa equipa de intervenção precoce. A pesquisa para a realização deste relatório assentou essencialmente nas necessidades e interesses de todas as crianças e no contexto em que estas estão inseridas. Conclui-se que o caminho do educador é um processo contínuo e gradual, em constante renovação de saberes para que o processo educativo se centre na criança e nas aprendizagens significativas que fará e que, num futuro próximo, serão fundamentais para o desenrolar da sua vida. Estudou-se que o ambiente educativo no que concerne à organização do espaço e à escolha de materiais são promotores do bem-estar físico, intelectual e emocional da criança significando, assim, que na construção de ambientes de aprendizagem importa valorizar o espaço em que a criança está inserida para que o seu desenvolvimento possa ser igualmente valorizado.
Resumo:
Este relatório foi elaborado com vista à obtenção de grau mestre em Educação PréEscolar e Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico. Descreve e reflete o processo da minha intervenção junto de um grupo de crianças em idade de creche (12 e 24 meses) que frequentava o Infantário Rainha Santa Isabel. O presente trabalho tem como principal objetivo a congregação de pressupostos teóricos e metodológicos que, nesta etapa de formação, foram o ponto de partida para colocar em prática diversos pressupostos, crenças e valores. Estes, ao longo da minha formação académica foram tendo cada vez mais importância, do ponto de vista do meu desenvolvimento futuro profissional. Um outro objetivo foi pesquisar e repensar os afetos partilhados entre adulto/criança, no contexto educativo da Creche, uma vez que a primeira infância é um processo fulcral e irreversível no desenvolvimento cognitivo, social e emocional da criança. Após todo o processo reflexivo, realizando ao longo da intervenção pedagógica, foi possível verificar que o desenvolvimento e aprendizagem das crianças estão sustentados numa relação de afetos, confiança e empatia. A intervenção dos adultos e a participação das crianças dependem grandemente do ambiente emocional que é criado e recriado.
Resumo:
Este trabalho tem por objetivo identificar uma possível inclinação das ciências naturais em direção ao materialismo dialético. Para tanto, procura-se apresentar a história da dialética a partir da discussão racionalismo/empirismo moderno e seus desdobramentos até as tendências dialéticos contemporâneas. Os autores discutidos são Kant, Hegel, Marx, Engels, Lenin, Horkheimer, Marcuse, Habermas, Bachelard e suas escolas epistemológicas, completadas por Althusser, Lefebvre e Kedrov. Ao lado desses autores discutem-se outros, das duas últimas décadas, procurando extrair-lhes o olhar dialético, oculto em seus discursos acerca da ciência do fim do século. Também se procura encontrar na mecânica quântica, nos fractais, na lógica para-consistente, nos modelos matemáticos e na biologia antideterminista, argumentos para existência de uma forma de abordagem dialética da natureza. Por último, procura-se refletir acerca dos motivos da resistência ao método dialético apresentado pela maioria dos cientistas ocidentais e, sua possível superação.
Resumo:
A concepção filosófica do mundo se inicia com os gregos sintetizados por Platão e Aristóteles. Para o primeiro o mundo físico é aparente e para se chegar à verdade é preciso se lembrar das idéias originais que determinam seu significado. Para o segundo as coisas físicas são dirigidas pelas idéias e para entendê-las é preciso a lógica. Durante o helenismo a escola de Alexandria elabora o neoplatonismo, a base da Patrística. Após a queda de Roma, os filósofos bizantinos guardam a herança clássica. A Igreja constrói uma visão neoplatônica da cristandade, a Escolástica. No oriente os persas também sofreram a influência grega. Entre os árabes do Oriente o pensamento neoplatônico orienta filósofos e religiosos de forma que para eles a razão e a fé não se separam. Aí a ciências se desenvolvem na física, na alquimia, na botânica, na medicina, na matemática e na lógica, até serem subjugadas pela doutrina conservadora dos otomanos. Na Espanha mulçumana sem as restrições da teologia, a filosofia de Aristóteles é mais bem compreendida do que no resto do Islã. Também aí todas as ciências se desenvolvem rápido. Mas a Espanha sucumbe aos cristãos. Os árabes e judeus apresentam Aristóteles à Europa Ocidental que elabora um Aristóteles cristão. A matemática, a física experimental, a alquimia e a medicina dos árabes influenciam intensamente o Ocidente. Os artesãos constroem instrumentos cada vez mais precisos, os navegadores constroem navios e mapas mais eficientes e minuciosos, os armeiros calculam melhor a forma de lançamento e pontaria de suas armas e os agrimensores melhor elaboram a medida de sua área de mapeamento. Os artistas principalmente italianos, a partir dos clássicos gregos e árabes, criam a perspectiva no desenho, possibilitando a matematização do espaço. Os portugueses, junto com cientistas árabes, judeus e italianos, concluem um projeto de expansão naval e ampliam os horizontes do mundo. Os pensadores italianos, como uma reação à Escolástica, constroem um pensamento humanista influenciado pelo pensamento grego clássico original e pelos últimos filósofos bizantinos. Por todas essas mudanças se inicia a construção de um novo universo e de um novo método, que viria décadas mais tarde.