882 resultados para Foundational myth
Resumo:
Como estudar uma cultura ou uma comunidade perdida nos tempos bíblicos? Esta é um questão motriz para o autor. Foi dessa maneira que surgiu o seu interesse em discutir a possibilidade do uso do mito cosmogônico para o entendimento da comunidade dos cativos judaítas em Babilônia. É uma iniciativa, que precisava ser trilhada pelos pesquisadores que se dispusessem ao estudo das culturas do mundo bíblico. Assim se elegeu o tema Mito Cosmogônico no Primeiro Testamento como instrumento de aprofundamento da pesquisa bíblica. O mito é uma escolha mais ou menos óbvia, pela sua capacidade de funcionar como paradigma, pragmática e traditiva contra-hegemônica dentro de um contexto social interétnico. Estas eram ponderações vindas de matrizes como a do fenomenólogo Mircea Eliade, do Antropólogo Roger Bastide e do teólogo e fenomenólogo José Severino Croatto. É por isto que um paralelo é traçado entre o mito de Marduk e o texto de Isaías 51, 9-11, que fala de Javé como sendo criador do mundo e que luta contra as forças do caos. Isto é feito, com vistas à percepção da profecia do Isaías do exílio, como parentesco e sua justaposição com a mitologia babilônica, e ambos se aproximam bastante de forma sintagmática e histórico-social. Coube ainda saber se a profecia do Dêutero-Isaías atuava da mesma maneira que o poema Enuma elish funcionava para os babilônicos. Ou seja, fazia-se surgir modelos sociais às comunidades de escravos dentro do Império Neobabilônico; se com base nestes cânticos, os cativos conseguiam construir um ordenamento para as suas comunidades, que gozavam de uma relativa autonomia, tais como colônias e guetos ; se de posse dessa ousada profecia, os judeus da golah eram capazes de elaborar uma desobediência cívil nos termos de um nutrir nos corações, uma utopia que rompesse com o status quo do passado, comprometendo-os com a esperança no Javé criador.(AU)
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As análises desta tese, baseadas numa hermenêutica feminista libertadora, têm como centro a figura de Inana, a deusa mais importante e mais popular da Suméria, que predominou, sob o nome de I tar, também nos panteões mesopotâmicos posteriores. O Capítulo 1 oferece uma reconstrução da vida na Suméria, desde os tempos neolíticos até os inícios do Período Babilônico Antigo (aproximadamente de 5000 a 2000 aEC), com especial atenção para dados sobre mulheres e para aspectos de gênero. O Capítulo 2 apresenta documentos pré-sargônicos, iconográficos e filológicos, relacionados com a figura e o culto de Inana, oferecendo as primeiras reflexões sobre aspectos particulares e conflitos que mostram sua posição especial na religião na Suméria e na sua crescente patriarcalização. No Capítulo 3, esses aspectos e conflitos são discutidos enfocando tradições de Inana como Senhora da Eana, dos Me e de Kur, com especial atenção para os mitos Inana e a Eana , Inana e os Me e Inana e o Inframundo (ETCSL 1.3.5; 1.3.1; 1.4.1). É mostrado que o mito Inana e a Eana é o resultado de manipulações para legitimar o culto de An nesse templo de Inana, que Inana e os Me reflete atitudes de resistência contra tentativas de seu desapoderamento, e que Inana e o Inframundo é composto de mitos diferentes que evidenciam vários conflitos relacionados com funções e poderes de Inana. Desse modo mostra-se que os conflitos em torno de Inana refletem repressões e resistências humanas no âmbito de uma sociedade quiriarcal e da crescente patriarcalização de sua religião. Embora a atuação política e religiosa de mulheres em sociedades de hoje não necessite de legitimações a partir de exemplos provenientes de religiões antigas, a reconstrução e memória feministas de tais exemplos podem servir de estímulo para tal atuação quando busca construir uma outra imagem do divino e quando luta por um mundo de igualdade em direitos e dignidade para todas as pessoas.(AU)
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Esta pesquisa propõe-se a tematizar a ontologia em Mircea Eliade. Constata que a ontologia é o centro do pensamento e do trabalho do autor. Ao analisar a forma mais elementar do ser, Eliade diz que o sujeito religioso funda o mundo ontologicamente a partir da experiência com o sagrado e a vivência dos mitos. A ontologia arcaica ritualiza eventos primordiais e confere sentido para a vida, enquanto a ontologia moderna nega qualquer tipo de transcendência e sacralidade. Eliade sugere uma ontologia religiosa que aponta para um novo humanismo a fim de solucionar as crises existenciais modernas. Esta análise da ontologia em Eliade é feita com base no método fenomenológico e hermenêutico. Este estudo é realizado em três etapas: primeiramente, buscam-se os eventos que inauguraram a ontologia na vida e obra de Eliade, analisando seu método de pesquisa e introduzindo a ontologia; em segundo lugar, formula-se uma abordagem geral dos assuntos trabalhados por Eliade e.g., mito, símbolo, existência e ser apresentando a ontologia arcaica e moderna; e, por último, a partir dos conteúdos apresentados, procede-se a uma análise do mundo constituído pela manifestação do sagrado e as possibilidades de uma ontologia religiosa para a pós-modernidade. Espera-se que o resultado seja uma reflexão que permita uma melhor compreensão da pesquisa de Eliade, bem como que sirva de referencial e fundamento para futuros estudos acerca de Eliade, da nova hermenêutica e da questão do ser religioso.
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A obra compósita conhecida como I Enoque, formada por cinco livros, logrou muita importância para os Judaísmos do segundo templo, como também para os Cristianismos dos primeiros quatro séculos. Por isso, a intenção dessa pesquisa foi testar a contribuição do Mito dos Vigilantes (I Enoque 6-11) para o imaginário do demoníaco nos sinóticos, em especial enquanto espírito imundo. Para esse intento, primeiramente apresentamos as influencias do Mito dos Vigilantes na tradição enoquita e judaica em geral, para depois analisarmos suas contribuições para o imaginário do demoníaco. Depois, mostramos a presença de temas e idéias desse mito em alguns textos neotestamentários. Comprovada a presença do mito nas comunidades cristãs, analisamos as características e expressões simbólicas que pintam o quadro demonológico nos sinóticos, perguntando pela possível relação com os demônios das tradições judaicas. Com o acúmulo de imagens dos seres malignos dessas tradições no período do segundo templo, e a sua próxima relação com o Mito dos Vigilantes, concluímos ser possível a hipótese de que o demoníaco ao ser chamado de espírito impuro trás indícios e ecos do desenvolvimento, nas tradições de Enoque e na apocalíptica, do Mito dos Vigilantes. Possivelmente, podemos afirmar que as imagens e idéias geradas pelas releituras desse mito permeavam o imaginário das comunidades cristãs que geraram os sinóticos, em especial na concepção dos demônios. Assim, a influência do Mito dos Vigilantes não se resume a utilização literária, mas está no âmbito do imaginário, apropriado de maneira muito mais sutil e dinâmica.
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O estudo propõe uma reflexão teórica sobre a produção de imagens na era do espetáculo e sua relação com a comunicação. A sistematização da pesquisa bibliográfica sobre a teoria da Sociedade do Espetáculo em Guy Debord leva em conta as questões que decorrem do excesso de luz na produção de imagens, tratada por esta pesquisa por meio do termo luzes da comunicação e apontada como uma das bases da incomunicação. O trabalho pontua a evolução das teorias da comunicação em uma releitura da noção de Sociedade do Espetáculo à luz das novas interações midiáticas. A pesquisa explora as relações sociais e a imagem na dimensão do imaginário e estuda o mito no contexto comunicacional. O esforço da pesquisa trata o mito do espetáculo como o inverso do mito da caverna de Platão onde a caverna seria o próprio espetáculo, lugar das muitas luzes, lugar da incomunicabilidade. A reflexão se depara com novos desafios no mapeamento teórico e na análise dessas novas formas de cultura do espetáculo e de sociedade e de como elas podem conter outras formas de poder nessa relação entre comunicação e suas conexões midiáticas. Por fim, a pesquisa trabalha a possibilidade da prática de alteridade nas relações humanas pela luz da comunicação.
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Estudo sobre a cobertura pela mídia de assuntos relacionados à personagem Maria Féa, considerada santa não-canônica, no período de 1994 a 2004. O objetivo foi analisar as manifestações (ex-votos) atribuídas ao credo a essa personagem, a divulgação de assuntos sobre a personagem em jornal local, além de fazer um resgate histórico do caso a partir da mídia impressa local. Tanto quanto um meio de comunicação, as manifestações de religiosidade popular podem ser consideradas formas de comunicação e a divulgação destes cultos nãocanônicos (a santos ainda não canonizados) pela mídia contribui para a continuidade destes eventos. A metodologia utilizada engloba uma série de procedimentos relativos a pesquisa bibliográfica e documental, a análise de conteúdo de veículos de mídia impressa, entrevistas semi-estruturadas e observação participante. Conclui-se que a mitificação popular com relação à Maria Fea é resultado de um grupo de fatores como a divulgação pela mídia do histórico do crime, a divulgação pela comunicação oral dos feitos espetaculares atribuídos à personagem pelos devotos, e os objetos deixados como ex-votos que comprovam seu status de santa . No caso da mídia, esta abastece seu público com elementos, como textos e fotos, que validam as várias versões sobre a personagem.(AU)
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Academic and popular studies of South African sport generally reveal a bias towards cricket and rugby and this perpetuates the myth that these games are the most popular in South Africa. This in turn is often viewed through the lens of 'race' in which the simplifications of sport along racial lines occur. This paper argues that football was more important in South Africa among all South Africans in the late 19th and early 20th century than has been previously acknowledged. It reveals that not only was the game important and popular in South Africa but its teams and administrators played a significant role in globalising the game during this period. Tours to and from South Africa were important politically, financially and for sporting reasons. Five ground breaking football tours took place during a ten year period and these serve as the basis of discussion in this paper.
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This paper explores the regulatory process of UK privatised utilities as manifest in the periodic review of prices. Two separate review processes are identified, operating concurrently - a covert dialogue between the regulator and the regulated and an overt dialogue taking place in the public arena. Using a semiotic analysis of the review the authors argue that the overt event is the real review. Furthermore they argue that the unfolding of each review is so similar that it can be likened to a film script which is constantly re-enacted. The purpose of the review as a legitimating vehicle for the regulator and regulated, who exist in a symbiotic relationship, is explored in terms of the semiotics involved and the myth creation role of legitimation in order to explain the significance of the regulatory process.
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This article considers the role of accounting in organisational decision making. It challenges the rational nature of decisions made in organisations through the use of accounting models and the problems of predicting the future through the use of such models. The use of accounting in this manner is evaluated from an epochal postmodern stance. Issues raised by chaos theory and the uncertainty principle are used to demonstrate problems with the predictive ability of accounting models. The authors argue that any consideration of the predictive value of accounting needs to change to incorporate a recognition of the turbulent external environment, if it is to be of use for organisational decision making. Thus it is argued that the role of accounting as a mechanism for knowledge creation regarding the future is fundamentally flawed. We take this as a starting-point to argue for the real purpose of the use of the predictive techniques of accounting, using its ritualistic role in the context of myth creation to argue for the cultural benefits of the use of such flawed techniques.
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Vargo and Lusch propose a very exciting framework that aims in expanding the boundaries of the marketing discipline by moving away from the existing exchange paradigm towards a Service Dominant (S-D) logic. This new S-D logic has the potential to strengthen the theoretical grounds of marketing by establishing links to other disciplines. This commentary attempts to discuss some aspects of the foundational premises of the S-D logic from the perspective of the MC21 group with special emphases on innovation, value creation, and resource allocation.
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There would seem to be no greater field for observing the effects of neo-liberal reforms in higher education than the former Soviet university, where attempts to legitimize neo-liberal philosophy over Soviet ideology plays out in everyday practices of educational reform. However, ethnographic research about higher education in post-Soviet Central Asia suggests that its “liberalization” is both an ideological myth and a complicated reality. This chapter focuses on how and why neo-liberal agendas have “travelled” to the Central Asian republic of Kyrgyzstan, what happens when educators encounter and resist them, and why these spaces of resistance are important starting points for the development of alternative visions of educational possibility in this recently “Third-worlded” society.
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The Genius of Erasmus Darwin provides insight into the full extent of Erasmus Darwin's exceptional intellect. He is shown to be a major creative thinker and innovator, one of the minds behind the late eighteenth-century industrial revolution, and one of the first, if not the first, to perceive the living world (including humans) as part of a unified evolutionary scenario. The contributions here provide contextual understandings of Erasmus Darwin's thought, as well as studies of particular works and accounts of the later reception of his writings. In this way it is possible to see why the young Samuel Taylor Coleridge was moved to describe Darwin as 'the first literary character in Europe, and the most original-minded man'. Erasmus Darwin, Charles Darwin's grandfather, was one of the leading intellectuals of eighteenth-century England. He was a man with an extraordinary range of interests and activities: he was a doctor, biologist, inventor, poet, linguist, and botanist. He was also a founding member of the Lunar Society, an intellectual community that included such eminent men as James Watt and Josiah Wedgwood. Contents: Introduction; Setting the scene, Jonathan Powers; Prologue 'Catching up with Erasmus Darwin in the New Century', Desmond King-Hele. Section 1: Medicine: Physicians and physic in 17th and 18th century Lichfield, Dennis Gibbs; Dr Erasmus Darwin MD FRS (1731–1802): England's greatest physician?, Gordon Cook; William Pale (1743–1805) and James Parkinson (1755–1824): two peri-Erasmatic thinkers (and several others), Christopher Gardner-Thorpe; The vertiginous philosophers: Erasmus Darwin and William Charles Wells on vertigo, Nicholas Wade. Section 2: Biology: The Antipodes and Erasmus Darwin: the place of Erasmus Darwin in the heritage of Australian literature and biology, John Pearn; Erasmus Darwin on human reproductive generation: placing heredity within historical and Zoonomian contexts, Philip Wilson; All from fibres: Erasmus Darwin's evolutionary psychobiology, C.U.M. Smith; Two special doctors: Erasmus Darwin and Luigi Galvani, Rafaella Simili. Section 3: Education: But what about the women? The lunar society's attitude to women and science and to the education of girls, Jenny Uglow; The Derbyshire 'Darwinians': the persistence of Erasmus Darwin's influence on a British provincial literary and scientific community, c.1780–1850, Paul Elliot. Section 4: Technology: Designing better steering for carriages (and cars); with a glance at other inventions, Desmond King-Hele; Mama and papa: the ancestors of modern-day speech science, Philip Jackson; Negative and positive images: Erasmus Darwin, Tom Wedgwood and the origins of photography, Alan Barnes; Section 5: Environment: Erasmus Darwin's contributions to the geological sciences, Hugh Torrens; The air man, Desmond King-Hele; Erasmus Darwin, work and health, Tim Carter; Section 6: Literature: The progress of society: Darwin's early drafts for the temple of nature, Martin Priestman; The poet as pathologist: myth and medicine in Erasmus Darwin's epic poetry, Stuart Harris; 'Another and the same': nature and human beings in Erasmus Darwin's doctrines of love and imagination, Maurizio Valsania. Epilogue: 'One great slaughter-house the warring world': living in revolutionary times, David Knight; Coda: Midlands memorabilia, Nick Redman; Appendix: The Creation of the Erasmus Darwin Foundation and Erasmus Darwin House, Tony Barnard; Index.