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Resumo:
No intuito de contribuir para a problematizao da Educao, numa perspectiva inclusiva, esta dissertao procura conhecer e analisar a prtica pedaggica inclusiva experimentada pelos professores de Educao Fsica na escola, por meio de suas narrativas, em uma ao de formao continuada. O projeto de extenso intitulado Formao Continuada de Professores de Educao Fsica para a Educao Inclusiva foi a estratgia utilizada para a criao de um grupo de estudos, denominado Grupo Operativo de Formao (GOF). A ao de formao continuada foi realizada durante o perodo de julho a dezembro de 2011, em um encontro presencial semanal, totalizando dezesseis encontros, com uma carga horria final de 90h. Participaram da ao de formao quatro professores da Secretaria Municipal de Educao de Vitria-ES. A pesquisa baseia-se em elementos da pesquisa-ao, utilizando como instrumentos e procedimentos para a produo dos dados a narrativa, o dirio de campo, o memorial e a entrevista. Da anlise dos dados produzidos identifica trs categorias norteadoras das discusses: a) o trabalho coletivo como possibilidade para incluso; b) trilhando caminhos para o desenvolvimento de prticas inclusivas: o autismo como foco do percurso; c) o olhar dos professores sobre a ao de formao experimentada no GOF. As anlises realizadas revelam que essa ao de formao traz resultados que sinalizam positivamente para sua efetivao como instrumento ativo no processo de formao de professores para a educao bsica, na perspectiva da incluso. Portanto, essa uma interessante ferramenta a ser utilizada pelas redes de ensino como alternativa metodolgica em programas de formao continuada. Alm disso, a proposta promove momentos para a prtica reflexiva dos professores, representando uma rica oportunidade, capaz de fazer com que eles se apropriem de teorias educacionais que podero contribuir na elaborao de suas aulas.
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Este estudo teve por objetivo descrever a assistncia grupal prestada pelos profissionais de nvel superior nos Centros de Ateno Psicossocial lcool e Drogas (CAPSad) do Estado do Esprito Santo. Para tanto, foi realizado uma pesquisa exploratrio-descritiva, do tipo qualitativo, que adotou, como tcnica de coleta de dados, a entrevista semiestruturada. Os cenrios da pesquisa foram os trs CAPSad do Estado do Esprito Santo. Foram entrevistados 17 profissionais de nvel superior de diversas categorias. As entrevistas foram transcritas e todo o material qualitativo foi submetido anlise de contedo, que resultou em quatro categorias de anlise: concepes de grupo; metodologias adotadas nos grupos; dificuldades encontradas nos grupos; e formao e preparao profissional para o trabalho com grupos. Os resultados desta pesquisa mostram que os grupos so estratgias muito utilizadas nos CAPSads. Recebem diferentes denominaes, dependendo de sua finalidade e contexto, e so coordenados por profissionais de vrias reas. O funcionamento dos grupos se d por meio de metodologias diversas, a depender do tipo de grupo, dos recursos disponveis e do referencial terico adotado pelo profissional que coordena. As principais dificuldades encontradas nos grupos estiveram associadas aos usurios, ao profissional, falta de recursos e ao processo grupal. Em relao formao e preparao do profissional, constatou que a experincia do trabalho grupal com os usurios de substncias psicoativas coloca os profissionais diante de inmeros desafios que, muitas vezes, esses profissionais no esto preparados para enfrentar e isso influencia fortemente sua prtica. Diante disso, conclui que os grupos constituem importantes estratgias no atendimento aos usurios de substncias psicoativas, sendo prticas ainda pouco sistematizadas nesses contextos.
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A presente pesquisa, desenvolvida na linha Cultura, Currculo e Formao de Educadores, pelo Programa de Ps-Graduao da Universidade Federal do Esprito Santo, tem como objetivo investigar prticas docentes consideradas pelas professoras do 4 e 5 anos do EF como promotoras de leitura e escrita em escolas do Sistema Municipal de Educao Vitria(ES). Apoiamo-nos, para isso, na base terica da perspectiva histrico-cultural a partir de Bakhtin (2003, 2010); Freitas (2007, 2012) e Fichtner (2012). Levamos em considerao os conceitos de sujeito, linguagem e texto desenvolvidos por Bakhtin (2003, 2010); de educao e dialogicidade em Freire (1967, 1987, 1997, 2010); e de parceria em Foerste (2005); dentre outros, no sentido de buscar respostas para as perguntas: que prticas docentes esto sendo consideradas pelas professoras desses dois anos de escolarizao como promotoras de leitura e escrita? Que polticas tm promovido tais prticas? Quem so os beneficiados/prejudicados por tais formas de ensinar? A pesquisa se deu por meio de um estudo de caso realizado durante o ano letivo de 2013 com docentes que atuam junto s turmas em questo, em duas escolas do EF. Utilizamos como procedimentos para a produo de dados a observao participante, o questionrio, a entrevista, o acompanhamento de atividades desenvolvidas nos cadernos de alunos e a anlise documental. A anlise dos dados foi organizada a partir das categorias sujeito, linguagem e texto. Os resultados evidenciam que, conforme a concepo bakhtiniana de linguagem e a freireana de educao, as prticas docentes observadas ainda no sinalizam a promoo da leitura e da escrita junto aos alunos do 4 e 5 anos EF, sendo necessrio para isso que se repensem as polticas pblicas, em especial as voltadas para a formao de professores, com o intuito de beneficiar os estudantes oferecendo-lhes uma formao que lhes permita ter a conscincia de que o centro de gravidade da linguagem no reside nas normas, mas na significao que essa forma adquire no contexto, na interao com outros sujeitos.
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Angola, jeje e ketu: Memrias e identidades em casas e naes de candombl na Regio Metropolitana da Grande Vitria (ES), que o tema desta dissertao, requer adentrar em anlises de categorias nativas do povo de santo, e, em seguida, passar a questes tericas sobre esses temas. Na cidade de Serra encontram-se as quatro casas de santo onde a pesquisa de campo foi realizada com trs iyalorixs e um babalorix, que dividem suas memrias e experincias religiosas compondo um exerccio terico sobre a histria e a formao do candombl no Esprito Santo. Nesse estado, que no referncia dessa religio, a mesma encontra-se em ascenso. A preocupao dos integrantes das comunidades de terreiros transformar parte das tradies orais em produo escrita. Tendo em vista os processos polticos de reconhecimento legal da diversidade cultural, o debate se deu em torno de hibridizao e mltiplas formas de identidade. O universo encantador e mgico do candombl composto pelos toques dos atabaques, danas rituais e f em foras da natureza. Os filhos da dispora africana trazidos para o Brasil eram de vrias regies da frica, o que nos permite entender a diversidade cultural que marca esses grupos. Em funo do sincretismo entre as prprias religies de matriz africana e delas com o catolicismo e as doutrinas espiritualistas, essas religies encontram-se de norte a sul do pas. Este encontro de crenas e rituais to evidente que j no dizemos religies africanas e sim religies afro-brasileiras. O candombl, desde o seu surgimento, vem sendo criado e recriado pela transmisso de suas tradies e ritos. A tradio oral nas comunidades de terreiro um dos elementos demarcadores da construo da sua identidade, a partir de uma organizao interna e do aprendizado hierarquicamente transmitido pelos depositrios do saber, seguindo uma ordem de senioridade de iniciao, os antigos so detentores dos saberes e segredos. Por ser uma religio inicitica, o aprendizado ocorre permanentemente, em especial o da lngua ritual, onde o exerccio e o contato levam a transmisso cultural. O povo de santo reconstri uma ligao com uma comunidade imaginada que remonta a frica e desenvolve relaes de parentesco ficcional entre os membros das comunidades de terreiro e forma uma famlia de santo e de ax.
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Analisa as representaes de estudantes da Universidade Federal do Esprito Santo (Ufes) sobre o sistema de reserva de vagas (cotas) e sobre os estudantes cotistas. Desenvolve a anlise a partir dos seguintes objetivos especficos: identificar os fatores que contribuem para a formao e a reformulao das representaes sociais no que diz respeito ao ser estudante universitrio; verificar se existem discrepncias nas representaes de cada grupo em relao aos itens abordados; caracterizar os componentes que constituem o sentimento de pertena ao grupo estudantes universitrios e compreender como se desenvolvem as relaes intra e inter grupos entre os estudantes cotistas e no cotistas da Ufes. Utiliza como metodologia estudo de caso nico, com mltiplas unidades de anlise, posto que participaram estudantes de diferentes cursos e centros de ensino. Realiza a coleta de dados por meio de entrevista em profundidade por ser consagrada para este tipo de pesquisa. O nmero de entrevistados baseou-se no critrio de saturao. A sistematizao dos dados se deu a partir da anlise de contedo das entrevistas utilizando a Teoria das Representaes Sociais. As categorias de anlise foram criadas a partir de dois aspectos, os objetivos da pesquisa e as falas dos estudantes. Observa que o acolhimento dos estudantes cotistas bem como, do sistema de reserva de vagas, se deu inicialmente por meio da comparao entre as condies de concorrncia no vestibular entre estudantes oriundos de escolas pblicas e particulares; que o sentimento de pertena ao grupo estudantes universitrios se concretiza mais em relao aos fazeres prprios da universidade do que em relao a qualquer outra condio vivida pelos estudantes, inclusive o ser ou no cotista. Aponta para novos temas a serem discutidos e modos de esclarecer os estudantes de escolas secundrias pblicas sobre seus direitos em relao ao cumprimento da Lei n 12.711, de 2012 que estabeleceu a reserva de vagas nas Instituies de Ensino Superior pblicas no Brasil.
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O design possui um papel central nos negcios, participando de forma crucial no intercambio cultural e econmico da sociedade. Uma das competncias do profissional de design grfico o desenvolvimento da Identidade Visual Corporativa (IVC). Ela tem como funo definir visualmente o perfil de uma empresa, configurando-se, assim, como um composto mercadolgico de fundamental importncia para diferenciao das organizaes, possuindo um importante papel para o crescimento das micro e pequenas empresas (MPEs). O objetivo desta pesquisa verificar de que forma os gestores de MPEs percebem a atuao do design grfico sobre a performance do seu negcio, avaliada a partir da sua experincia com a IVC desenvolvida por um profissional de design e aplicada pela empresa em suas atividades. A pesquisa aplicada, em relao a sua finalidade, e exploratria, quanto ao seu objetivo. Sua conduo se deu a partir de pesquisa bibliogrfica, entrevista semiestruturada com os gestores das MPEs investigadas e pesquisa documental em materiais fornecidos pelos sujeitos da pesquisa, realizando-se, desta forma, uma triangulao metodolgica a fim de contribuir para o exame do fenmeno. Como estratgia de investigao foi utilizado o estudo de casos mltiplos, realizado com 7 (sete) MPEs que haviam incorporado sua IVC h pelo menos 2 (dois) anos, dos setores de comrcio e servio, localizadas nos municpios de Vitria, Vila Velha, Serra ou Cariacica. Os dados coletados foram analisados por meio da Anlise de Contedo, com base nas etapas descritas por Bardin (1977) e Laville (1999), distribuindo as unidades de anlise (frases e pargrafos) nas categorias desenvolvidas: Motivao, Integrao da IVC, Gesto da IVC, Relevncia da IVC, IVC e Performance e Expresso Visual. A anlise utilizou a abordagem quantitativa, realizada por meio da tcnica de percentagem, e qualitativa, com maior nfase na ltima, onde foram analisadas as categorias e seus elementos, assim como as relaes entre elas, buscando extrair os significados construdos. Desta forma, foi possvel verificar que a maior parte dos gestores das MPEs investigadas identificam que o design grfico, por meio da IVC, contribui de forma positiva para a performance do seu negcio, proporcionando diferentes tipos de benefcios, dentre os mais citados foram: Identificao/Reconhecimento, Fortalecimento (solidez, estabilidade, profissionalismo), Novos Clientes, Imagem, Receptividade, Agregao de Valor para a Marca e Diferenciao.
Abordagens metodolgicas para avaliar risco de extino de espcies de Brachyteles (Primates : Atelidae)
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A distribuio geogrfica de um txon limitada por aspectos ecolgicos e histricos. Muitas atividades humanas tm causado modificaes na cobertura vegetal, o que leva fragmentao e perda do habitat. Isso tem levado extino local de populaes de vrias espcies, alterando sua distribuio geogrfica. Entre elas esto as duas espcies do gnero Brachyteles (os muriquis), que so primatas endmicos de um dos biomas mais afetados por esses processos, a Mata Atlntica. A Unio Internacional para a Conservao da Natureza (UICN) uma organizao que busca conservar a biodiversidade. Entre outros critrios, utiliza o conhecimento sobre as distribuies geogrficas restritas das espcies para classific-las em categorias de ameaa de extino, nas chamadas listas vermelhas. Para isso, utiliza parmetros espaciais, cujos resultados indicam o risco de extino de determinado txon em relao sua distribuio geogrfica. Muitas vezes os clculos desses parmetros so realizados de maneira subjetiva, de maneira que importante a busca de mtodos que tornem as classificaes mais objetivas, precisas e replicveis. Nesse contexto, o presente trabalho testou diferentes mtodos de clculos de trs parmetros relacionados distribuio geogrfica de B. hypoxanthus e B. arachnoides. Tratam-se de espcies ameaadas de extino, com localidades de ocorrncia bem conhecidas, que foram profundamente afetadas pela degradao da Mata Atlntica. Assim, podem ser consideradas bons modelos para essas anlises. Foi construdo um banco de dados de localidades de ocorrncia atuais das duas espcies. Por meio de abordagens de Sistemas de Informao Geogrfica (SIG), foram estimadas a Extenso de Ocorrncia (EOO) atravs de Mnimo Polgono Convexo e -hull e rea de Ocupao (AOO) e Subpopulaes por meio de mtodos de grids, buffers circulares e -hull, em diferentes escalas espaciais. Os resultados dos clculos desses parmetros foram comparados para identificar as abordagens e escalas mais adequadas para a avaliao de risco de extino. Esses resultados indicam que as listas de localidades e os mapas de distribuio disponibilizados pela UICN precisam ser atualizados. Alm disso, sugerem que -hull uma abordagem vantajosa para EOO e o mtodo de buffers mais adequado para os parmetros de AOO e Subpopulaes, quando utiliza escalas espaciais menores. Tambm foi utilizada a ferramenta GeoCAT, para as duas espcies. Essa ferramenta, por realizar anlises de EOO e AOO instantneas e por seus resultados serem semelhantes aos de outras anlises, serve como uma abordagem preliminar de risco de extino baseado no critrio de distribuio geogrfica.
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A pesquisa desta tese investiga as mediaes das categorias de raa e de classe social no processo de implementao do modelo de cotas sociais da Ufes para ingresso nos cursos de graduao, entre 2006 a 2012, como parte das aes afirmativas dessa universidade. Tal modelo, para incluir a populao afro-brasileira no ensino superior do Esprito Santo, respeitou estritamente os critrios de renda e de origem escolar pblica, no adotando o critrio tnico-racial que contemplaria especificamente os negros e os indgenas. Diante disso, o autor busca sustentar a tese de que, considerando o padro das relaes raciais brasileiras produtor de assimetrias entre grupos com marcas raciais distintas, no caso de negros e brancos, as desigualdades raciais tm na operacionalizao do racismo seu mote ofensivo e poderoso, ao mesmo tempo em que a classe social isolada insuficiente na compreenso e superao do problema racial do Brasil. Portanto, na adoo de polticas de combate s desigualdades raciais no ensino superior, caberia tambm a utilizao de medidas etnicamente referenciadas. Autores como Hall (2008) e Fraser (2006), ao trazerem a dimenso articulada e bifocal das injustias simblicas e das injustias econmicas, permitem entender a complementaridade e as dinmicas entre ambas, deslocando-se de determinismos classistas que invisibilizam o racismo como instrumento opressor nas relaes sociais. Como objetivos especficos, considera: compreender o processo de construo do modelo de cotas da Ufes, para ingresso nos cursos de graduao implementado em 2008, sob a perspectiva do debate da relao entre raa e classe; examinar as polticas de aes afirmativas como respostas s demandas histricas dos afro-brasileiros no contexto da sociedade brasileira; avaliar a posio de professores e alunos de cursos de graduao da Ufes diante do ingresso de alunos cotistas, sobretudo afro-brasileiros e pobres; e investigar a relao das polticas classistas, no caso especfico das cotas sociais, na superao das assimetrias raciais. Adota como procedimentos metodolgicos a metodologia dialtica de pesquisa considerando todas as contradies entre raa e classe no processo de implementao de aes afirmativas na Ufes. Como instrumentos de pesquisa, utiliza entrevistas de professores e alunos cotistas e no cotistas de cursos variados da universidade, assim como documentos referentes temtica. Os resultados apontam para uma oxigenao da universidade depois de uma entrada maior de negros e pobres, principalmente nos cursos mais elitizados, pois as cotas operam uma dimenso pedaggica de ampliar a diversidade social na academia, trazendo outras demandas, outras 10 afetividades, outras lgicas de mundo e concepes de sociedade para a nica universidade pblica do Esprito Santo. Indica que os mecanismos discriminatrios e estigmatizantes interpessoais e institucionais, vividos no contexto das cotas sociais e explcitos na pesquisa, no inviabilizam a importncia das aes afirmativas, pois apontam para a universidade repensar e ressignificar seus currculos e aes pedaggicas homogeneizantes no sentido de ampliar a ideia de incluso e de democratizao de seus espaos. Reitera que a raa, em seu vis poltico e cultural, operante de forma relacional e independente com a classe social no contexto da produo das assimetrias raciais brasileiras, de maneira que a ao de uma no nega a ao da outra, mesmo na relao entre ambas. Enfatiza a importncia do entendimento e da materialidade das aes afirmativas como polticas de reconhecimento que combateriam as desigualdades simblicas na Ufes. Aponta a relevncia das polticas de assistncia estudantil, conjugadas s cotas, como polticas de redistribuio econmica, que lidariam com as dificuldades ou ausncias materiais dos discentes, principalmente dos cotistas. Conclui que as cotas tnico-raciais nas universidades brasileiras so instrumentos legtimos de luta pela educao, um direito social de oportunidade dos grupos historicamente apartados de princpios constituidores da emancipao, da cidadania, dos direitos humanos, da justia social, da igualdade e da diferena.
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Criada em agosto de 2008, a revista em quadrinhos Turma da Mnica Jovem, ou TMJ, como conhecida por seus leitores, tem estilo mang e traz os mesmos personagens moradores do bairro Limoeiro, agora, adolescentes e com caractersticas bem distintas da turma tradicional. A presente pesquisa procurou desenvolver uma anlise crtica de TMJ, dentro dos pressupostos tericos e metodolgicos da semitica discursiva, buscando responder as questes: como a problemtica do consumo apropriada pela revista? Que estratgias enunciativas so utilizadas para inscrever o pblico infantojuvenil em seu discurso? A reviso de literatura faz uma triangulao dos conceitos norteadores do estudo: Quadrinhos, Consumo Infantil e Semitica, trazendo, no centro do tringulo, a Educao, rea de conhecimento principal da pesquisa e conectora dos trs outros campos. Realizamos uma anlise semitica de um corpus composto por sete edies de TMJ que trouxeram como tema principal problemtica relacionada sociedade de consumo contempornea, a partir de um universo de revistas publicadas, no perodo de 2012 a 2014. Dentre as categorias de consumo pr-estabelecidas ou que emergiram do discurso de TMJ, contemplamos: o consumo consciente, o consumo conspcuo, o consumo moralista e o consumo de cultura miditica. Por meio da tcnica do grupo focal, desenvolvemos uma conversa com os leitores de TMJ, buscando entender como se d a apreenso da problemtica do consumo por eles, bem como que impactos essa apreenso tem para uma maior atratividade da publicao, dentre outros objetivos especficos investigados, nesse encontro. Durante a realizao de trs grupos, intitulados Leitores Iniciantes, Leitores Assduos e Leitores Espordicos, os agrupamos em duas categorias relacionadas ao campo do consumo e, tambm, da semitica. O grupo do Pertencimento conhece e interage com a revista, em profundidade, promovendo um ajuste de sensibilidade entre o enunciatrio (leitor) e o enunciador (revista), com caractersticas do parecer ser e ser. O grupo da Emulao deseja pertencer ao grupo dos leitores assduos, mas como no possui as caractersticas para tal, as busca por meio da imitao, dentro de um regime do parecer ser, mas no ser. Os resultados da pesquisa apontam que o consumo est muito presente em TMJ, tendo aparecido como temtica principal, em mais da metade das revistas analisadas. Ainda, ele pode ser considerado como tema central das histrias da turma, principalmente, no momento em que a revista utiliza sua plasticidade, na figurativizao dos personagens e ambientes das histrias, para difundir um mundo de consumo a essas crianas e adolescentes leitores. Embora as revistas que se enquadraram nas categorias de consumo consciente e consumo moralista busquem passar alguns conselhos e ensinamentos para seus leitores, so as categorias de consumo conspcuo e consumo de cultura miditica, tratadas de forma pouco crtica e, por vezes, irresponsvel que possuem maior grau de apreenso por parte do leitor, conferindo atratividade revista. Entre outras concluses, podemos afirmar que o discurso de TMJ se utiliza de narrativas simples (lineares e pouco complexas), bem como de uma figuratividade e de temticas repetitivas, oferecendo a seus leitores pouco debate e reflexo, sendo um discurso da reproduo, sem aprofundamento, do dia-a-dia dessas crianas e adolescentes que, apesar de falar delas e para elas, no inclui muitas temticas relevantes ao seu universo.
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A maternidade em meninas de 10 a 14 anos um fenmeno que desafia as polticas pblicas de sade e a academia cientfica, visto que, sua ocorrncia aumenta a cada ano, mesmo com a taxa de fecundidade decrescendo cada vez mais no Brasil. Procurando se aproximar dessa temtica para contribuir com o aprofundamento do assunto nessa faixa etria, o presente estudo teve como objetivo compreender o significado da maternidade para mes de 10 a 14 anos de idade a partir de seus relatos de experincia. Parte-se de uma investigao epidemiolgica realizada em uma regio interiorana do Esprito Santo, no perodo de Julho de 2012 a Fevereiro de 2013, em que se avaliou a assistncia pr-natal de 742 purperas, atravs de informaes registradas em formulrio e contidas no Carto da Gestante e no pronturio do recm-nascido. Aprofunda-se o estudo dos dez casos relativos s mes que possuam entre 10 e 14 anos no momento do parto, mediante uma abordagem qualitativa que utilizou entrevistas individuais com roteiro semiestruturado. As falas foram gravadas, transcritas e analisadas atravs da tcnica de anlise de contedo, com enfoque na anlise temtica. Os resultados evidenciaram dois temas e cada um deles definiu quatro categorias de anlise: 1) A experincia da maternidade: a) A vida familiar e conjugal; b) O que ser me?; c) O apoio recebido aps a maternidade e d) Reflexes sobre ser me adolescente e 2) A perspectiva aps a maternidade: a) A escolaridade; b) A insero no mercado de trabalho; c) Conselhos para jovens da mesma faixa etria e d) Os planos para o futuro. O estudo considera que o comportamento da maternidade poder ter caractersticas e significados distintos de acordo com o contexto social em que vivem essas meninas. O arcabouo sexual, reprodutivo e familiar possui faces e formas estruturais que diferem dentro de cada grupo e a raiz desse assunto pode estar sendo baseada em uma relao que no depende da idade cronolgica das mes.
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Este estudo prope-se a analisar o discurso poltico de voz feminina, pela pers-pectiva da Anlise do Discurso (AD) de linha francesa, a partir da escolha de quatro discursos proferidos pela presidente brasileira Dilma Rousseff, utilizan-do-se das contribuies trazidas por Dominique Maingueneau e Patrick Charaudeau. O eixo dessa pesquisa est no exame do ethos discursivo segundo as noes apresentadas pelos dois estudiosos, para a identificao das caractersticas de discurso poltico proferido por enunciador de voz feminina. Dos estudos de Maingueneau, alm da categoria de ethos discursivo, so utilizadas as categorias de interdiscurso e de cenas de enunciao, especialmente as cenografias constitudas nos discursos polticos escolhidos. Das pesquisas semiolingusticas de Charaudeau, privilegiamos as noes de ethos, de carisma e de pathos aplicadas ao discurso poltico, buscando caracterizar a maneira de ser e de dizer do sujeito enunciador, revelada pela patemizao discursiva. Embora os dois pesquisadores tenham propostas terico-metodolgicas basilares diferentes, busca-se encontrar os pontos de complementao de abordagens para a caracterizao do ethos discursivo de voz feminina. Os procedimentos de anlises so precedidos por breve histrico do percurso, da participao e da presena da mulher na poltica nacional e internacional, principalmente nos sculos XX e XXI, a fim de compor o cenrio histrico-social atual, uma vez que h o fato indito e relevante de uma mulher tornar-se a primeira presidente do Brasil. As principais discusses realizadas neste estudo giram em torno aos macrotemas e microtemas dos discursos selecionados, suas cenografias ali constitudas, destacando as marcas, que influem na caracterizao de ethos, incluindo aquelas propostas por Charaudeau, tais como, de autoridade, de credibilidade, de seriedade e de co-ragem. Associado a esses aspectos que ajudam a caracterizar o ethos, so analisados tambm os elementos constituintes da memria discursiva, articulando-os com as formaes discursivas inerentes aos campos discursivos aos quais pertencem. Por fim, realiza-se uma sntese das anlises empreendidas e conclui-se com o detalhamento da repercusso observada na imagem da mulher na poltica, discorrendo-se sobre ethos de enunciador de voz feminina em discurso poltico.
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O design possui um papel central nos negcios, participando de forma crucial no intercambio cultural e econmico da sociedade. Uma das competncias do profissional de design grfico o desenvolvimento da Identidade Visual Corporativa (IVC). Ela tem como funo definir visualmente o perfil de uma empresa, configurando-se, assim, como um composto mercadolgico de fundamental importncia para diferenciao das organizaes, possuindo um importante papel para o crescimento das micro e pequenas empresas (MPEs). O objetivo desta pesquisa verificar de que forma os gestores de MPEs percebem a atuao do design grfico sobre a performance do seu negcio, avaliada a partir da sua experincia com a IVC desenvolvida por um profissional de design e aplicada pela empresa em suas atividades. A pesquisa aplicada, em relao a sua finalidade, e exploratria, quanto ao seu objetivo. Sua conduo se deu a partir de pesquisa bibliogrfica, entrevista semiestruturada com os gestores das MPEs investigadas e pesquisa documental em materiais fornecidos pelos sujeitos da pesquisa, realizando-se, desta forma, uma triangulao metodolgica a fim de contribuir para o exame do fenmeno. Como estratgia de investigao foi utilizado o estudo de casos mltiplos, realizado com 7 (sete) MPEs que haviam incorporado sua IVC h pelo menos 2 (dois) anos, dos setores de comrcio e servio, localizadas nos municpios de Vitria, Vila Velha, Serra ou Cariacica. Os dados coletados foram analisados por meio da Anlise de Contedo, com base nas etapas descritas por Bardin (1977) e Laville (1999), distribuindo as unidades de anlise (frases e pargrafos) nas categorias desenvolvidas: Motivao, Integrao da IVC, Gesto da IVC, Relevncia da IVC, IVC e Performance e Expresso Visual. A anlise utilizou a abordagem quantitativa, realizada por meio da tcnica de percentagem, e qualitativa, com maior nfase na ltima, onde foram analisadas as categorias e seus elementos, assim como as relaes entre elas, buscando extrair os significados construdos. Desta forma, foi possvel verificar que a maior parte dos gestores das MPEs investigadas identificam que o design grfico, por meio da IVC, contribui de forma positiva para a performance do seu negcio, proporcionando diferentes tipos de benefcios, dentre os mais citados foram: Identificao/Reconhecimento, Fortalecimento (solidez, estabilidade, profissionalismo), Novos Clientes, Imagem, Receptividade, Agregao de Valor para a Marca e Diferenciao.
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O escopo deste trabalho buscou compreender as percepes de mulheres que passaram pela deciso do aborto provocadona Microrregio de So Mateus (norte do estado do Esprito Santo, Brasil), a partir do percurso e das interaes que se sustentaram nesse processo. Foram realizadas entrevistas com roteiro semiestruturado com sete mulheres sobre essa experincia no ambiente domiciliar dos sujeitos do presente estudo. Os dados foram colhidos em entrevistas abertas e foram analisados luz do referencial terico de autores que discorrem acerca do tema e tambm acerca da cincia biotica.O estudo apresenta seis categorias: O aborto na perspectiva da deciso ntima; o aborto como fonte de revelaes de sentimentos; o contemplar peremptrio da atitude;tcnicas empregadas na intencionalidade e no ato de abortar; sustentando a deciso pelas relaes comunitrias; e contedos e confidncias femininas. A experincia das mulheres foi marcada poruma diversidade de sentimentos, como tristeza, culpa, arrependimento, desespero e dor emocional, todavia, tambm, pelo alvio com o fim da gravidez e do risco de morte. Angstia adicional foi condicionadaa partir da percepo de fatores contribuintes da deciso, como falta de condies financeiras, falta de apoio da famlia ou do parceiro e instabilidade no relacionamento com parceiro. Este estudo tambm sinalizou que o carter cultural e histrico da gestao, no sentido da norma social, faz-se presente nas mulheres que vivenciam o aborto provocado; demonstrou que as mulheres do presente estudo encontram-se margem das polticas pblicas e de sade; assinalou que os programas de planejamento familiar ou de sade reprodutiva deveriam ser estruturados de forma a ajudar tambm a lidar com problemas de destituio social, econmica e educacional dessa populao vulnerada, no sentido de que essas mulheres ultrapassem a proteo social bsica e sejam amparadas por servios de sade, que constituam espaos equnimes de escuta, orientao e resoluo.
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O objeto de estudo dessa pesquisa a poltica de segurana pblica brasileira visando compreender o seu percurso ideolgico e poltico no contexto de retomada e da consolidao da democracia no Brasil, aps 21 anos de ditadura militar. Considerando o contexto no qual se verifica a existncia de disputa poltica em torno da concepo de segurana pblica, o objetivo geral deste trabalho compreender a matriz estruturante da poltica de segurana pblica no Brasil contemporneo. Seu intuito visa responder pergunta inicial e condutora do interesse que estrutura este trabalho, aqui apresentada nos seguintes termos: a poltica de segurana pblica no Brasil aps o restabelecimento das eleies diretas para a Presidncia da Repblica est em vias de transio, tendendo a assumir carter democrtico ou a fora da tradio autoritria na cultura poltica brasileira tem-se garantido a sua continuidade neste campo da interveno estatal? Ancoramos a nossa reflexo nas categorias tericas de dominao, coero e consenso no pensamento clssico de Hobbes, Marx, Weber e Gramsci, extraindo deles os elementos que nos auxiliam no entendimento da poltica de segurana pblica brasileira. Para o estudo dessa poltica foi fundamental operarmos uma profunda reviso bibliogrfica, especialmente para entender como a manuteno da ordem foi se desenhando no contexto brasileiro e como historicamente tem prevalecido um modelo de segurana pblica marcado pelo autoritarismo. Entretanto, a partir da redemocratizao brasileira h a emergncia de outro paradigma para a poltica de segurana pblica, a segurana cidad, propondo, entre outras coisas, a reforma das instituies de segurana pblica e a formao em direitos humanos nas instituies policiais. Para a anlise do paradigma emergente de segurana, buscamos apoio no Programa Nacional dos Direitos Humanos e no Plano Nacional de Segurana Pblica, documentos federais que representam a construo de uma nova intencionalidade para a segurana pblica no Brasil. Finalmente, reconhecemos que, embora haja significativas reformas na segurana pblica, tal poltica, diante da prevalncia de um paradigma de segurana tradicional com fortes componentes autoritrios, se encontra entre a segurana cidad e a continuidade autoritria.
Resumo:
O presente estudo analisa as relaes entre a sade e o social na Sade Pblica brasileira, especificamente a partir da noo de determinao social da sade, focando-a em dois momentos importantes: a dcada de 70, quando ocorre a construo dessa noo a partir da corrente mdico-social latino-americana, e a retomada dessa discusso no sculo XXI sobre a chancela de determinantes sociais da sade. Possuiu como objetivos: Caracterizar a noo de determinao social a partir do positivismo nas cincias sociais; pesquisar a construo da noo de determinao social da sade na Sade Pblica brasileira; descrever perspectivas de anlises sobre o campo dos determinantes sociais da sade a partir da polaridade entre a sade e o social. Para o alcance dos objetivos, foi realizado um estudo exploratrio, atravs da pesquisa bibliogrfica (livros e bases de dados virtuais) e da pesquisa documental. Inicialmente apresentamos os pressupostos terico-filosficos sobre os quais a cincia moderna se assentou e que construram a base da corrente positivista. Aps, caracterizamos, em linhas gerais, essa corrente de pensamento, para, finalmente, interpretarmos a noo de determinao social a partir de Durkheim uma das principais anlises dentro do campo das cincias sociais. Logo aps, trazemos a construo da noo de determinao social da sade a partir da crtica latino-americana da dcada de 70 ao discurso hegemnico do perodo sobre o processo sade-doena. O pensamento latino-americano teve grande produo terico-poltica brasileira em um lugar de vanguarda quando comparado a todos os pases da Amrica do Sul e Central. Entre outras agendas, a noo de determinao social da sade, oriunda dos movimentos sociais, pautou a reforma sanitria brasileira, colocando-se como cerne do debate. Noo esta que sustentou a bandeira poltica defendida pelo movimento sanitrio na luta por melhores condies de vida e de sade no Brasil. Em seguida, apresentamos a configurao poltico-cientfica mais recente do campo dos determinantes sociais da sade, destacando que ocorre um enfoque predominantemente reducionista sobre o social. Logo aps, trazemos categorias do pensamento da sociologia crtica e da sociologia contempornea, de forma a oferecer elementos de anlise para a crtica forma como hegemonicamente vem se pautando o discurso no interior do campo dos determinantes sociais da sade. Ambas as perspectivas apresentam-se de forma no excludentes, no hierrquicas e no concorrentes. Finalizamos tecendo consideraes que, longe de serem finais, sinalizam para a necessidade de uma nova perspectiva de partida para os estudos atuais no campo dos determinantes sociais da sade.