999 resultados para Fetal Death
Resumo:
OBJETIVO: avaliar a concordncia entre o peso fetal estimado (PFE) por ultra-sonografia e o neonatal, o desempenho da curva normal de PFE por idade gestacional no diagnstico de desvios do peso fetal/neonatal e fatores associados. MTODOS: participaram do estudo 186 grvidas atendidas de novembro de 1998 a janeiro de 2000, com avaliao ultra-sonogrfica at 3 dias antes do parto, determinao do PFE e do ndice de lquido amnitico e parto na instituio. O PFE foi calculado e classificado de acordo com a curva de valores normais de PFE em: pequeno para a idade gestacional (PIG), adequado para a idade gestacional (AIG) e grande para a idade gestacional (GIG). A mesma classificao foi feita para o peso neonatal. A variabilidade das medidas e o grau de correlao linear entre o PFE e o peso neonatal foram calculados, bem como a sensibilidade, especificidade e valores preditivos para o uso da curva de valores normais de PFE para o diagnstico dos desvios do peso neonatal. RESULTADOS: diferena entre o PFE e o peso neonatal variou entre -540 e +594 g, com mdia de +47,1 g, e as duas medidas apresentaram um coeficiente de correlao linear de 0,94. A curva normal de PFE teve sensibilidade de 100% e especificidade de 90,5% em detectar PIG ao nascimento, e de 94,4 e 92,8%, respectivamente, em detectar GIG, porm os valores preditivos positivos foram baixos para ambos. CONCLUSES: a estimativa ultra-sonogrfica do peso fetal foi concordante com o peso neonatal, superestimando-o em apenas cerca de 47 g e a curva do PFE teve bom desempenho no rastreamento diagnstico de recm-nascidos PIG e GIG.
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OBJETIVOS: estudar as causas e fatores associados ao bito fetal. MTODOS: estudo epidemiolgico descritivo, que incluiu 190 casos de perdas fetais entre 11.825 gestantes que parturiram nos dois nicos hospitais (Casa de Sade Divino Esprito Santo e Hospital Nossa Senhora Auxiliadora) de Caratinga, MG, no perodo de 1 de janeiro de 1995 a 30 de abril de 2000. As variveis investigadas foram: o nmero de gestaes, a idade gestacional no momento da internao hospitalar, a poca de ocorrncia do decesso fetal em relao ao parto e a causa do bito fetal. No havendo grupo controle comparativo, utilizou-se estatstica descritiva com tabelas, porcentagens e mdias aritmticas. RESULTADOS: dentre as 189 gestantes com morte fetal, 77 eram primigestas e 76 tinham entre 2 e 5 gestaes. A idade gestacional variou de 20 a 37 semanas. Em relao ao parto, a perda fetal ocorreu no perodo anteparto em 164 dos 190 casos. As causas mais freqentes encontradas para a morte foram: DPP em 35, anomalia fetal em 12 e sndrome hipertensiva em 8 casos. Todavia, em 117 conceptos no foi possvel esclarecer a etiologia do bito. CONCLUSES: a morte fetal esteve presente notadamente nas primigestas (40,74%) internadas no pr-termo (59,79%), e ocorreram no perodo anteparto (86,31%). Dentre as causas de morte fetal, a mais encontradia foi o DPP (18,42%) e em 61,57% dos casos ela no pde ser determinada.
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OBJETIVO: avaliar um novo mtodo de determinao do sexo fetal pela anlise de DNA obtido do plasma materno. MTODOS: sangue perifrico (10 mL) foi coletado de mulheres grvidas em diferentes idades gestacionais. O plasma foi separado e o DNA isolado do mesmo foi submetido reao em cadeia da polimerase (PCR) com oligonucleotdeos iniciadores derivados do gene DYS14 especfico do cromossomo Y. RESULTADOS: foram analisadas amostras de 212 pacientes. O resultado da PCR foi comparado ao sexo determinado pela ultra-sonografia e/ou do nascimento. Houve concordncia em 209 das 212 pacientes. Nos 3 casos discordantes a PCR apontou resultado feminino, sendo as trs amostras coletadas antes da 8 semana de gravidez. CONCLUSO: o mtodo de PCR desenvolvido para a determinao do sexo fetal possui excelente sensibilidade e especificidade, permitindo seu uso rotineiro. O resultado de sexo masculino possui maior confiabilidade que o feminino, principalmente em idade gestacional precoce. Novas aplicaes para o DNA fetal no plasma materno esto sendo pesquisadas, permitindo no futuro o diagnstico no invasivo de uma srie de doenas.
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OBJETIVO: avaliar, em gestaes de risco, a acurcia da medida do dimetro transverso do cerebelo (DTC) e da relao dimetro transverso do cerebelo/circunferncia abdominal (DTC/CA) para deteco de restrio de crescimento fetal (RCF). MTODO: foi realizado um estudo prospectivo transversal envolvendo 260 pacientes com idade gestacional entre a 28ª e a 40ª semana. Os fetos foram avaliados por meio da ultra-sonografia, obtendo-se o DTC e CA. Fetos com DTC menor que o percentil 10 para idade gestacional ou com relao DTC/CA acima do percentil 90 (>14,6) foram classificados como suspeitos para RCF. Aps o parto, avaliou-se a acurcia da medida do DTC e da relao DTC/CA para a predio da RCF, utilizando-se como critrio diagnstico o peso do recm-nascido menor que o percentil 10 para idade gestacional. RESULTADOS: aps o parto, foram identificados 79 recm-nascidos com RCF (30,4%). O DTC foi adequado para a idade gestacional em 74 desses fetos (93,7%), e compatvel com pequeno para a idade gestacional em apenas 5 (6,3%). A sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo, valor preditivo negativo e acurcia do DTC na predio de RCF foi de 6,3, 93,4, 29,4, 69,5 e 67%, respectivamente. A relao DTC/CA maior que 14,6 identificou 59 dos 79 fetos com RCF, com 27 falso-positivos e 20 falso-negativos, apresentando, portanto, sensibilidade de 74,5%, especificidade de 85,1%, valor preditivo positivo de 68,6%, valor preditivo negativo de 88,5% e acurcia de 81,9%. CONCLUSES: a medida isolada do DTC no bom parmetro para rastrear RCF, porm a relao DTC/CA acima do percentil 90 mostrou-se eficaz para detectar fetos com restrio de crescimento.
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OBJETIVO: avaliar o emprego da medida da altura uterina para o diagnstico da restrio do crescimento fetal (RCF), empregando como padro curvas conhecidas de evoluo da altura uterina do prprio servio. MTODOS: entre julho de 2000 e fevereiro de 2003, 238 gestantes de alto risco foram submetidas a medidas de altura uterina, da 20 42 semana de gestao. Todas possuam idade gestacional confirmada por ultra-sonografia precoce. Cinqenta (21,0%) gestantes tiveram recm-nascidos pequenos para a idade gestacional. O mesmo observador realizou 1617 medidas de altura uterina, com fita mtrica, da borda superior da snfise pbica ao fundo uterino. A confirmao do diagnstico de RCF foi dada aps o nascimento pela curva de Ramos. Para a anlise estatstica, as gestantes foram comparadas segundo o peso dos recm-nascidos, por meio do teste exato de Fisher ou teste no paramtrico de Kruskal-Wallis, quando aplicvel. Foram calculados: sensibilidade (S), especificidade (E), valor preditivo positivo (VPP) e negativo (VPN) para o diagnstico de RCF. Para a anlise dos valores contnuos foi utilizado o teste para duas propores com aproximao normal. RESULTADOS: para a ocorrncia de RCF, considerando-se uma medida de altura uterina abaixo do percentil 10 para a idade gestacional, S foi de 78%, E de 77,1%, VPP de 47,6% e VPN de 92,9%. Utilizando como limite o percentil 5, foram obtidos S = 64%, E = 89,9%, VPP = 62,7% e VPN = 90,4%, para o diagnstico da RCF. CONCLUSO: medida de altura uterina abaixo do percentil 10 para a idade gestacional, pela curva local, mostra-se como bom teste para o rastreamento da RCF.
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OBJETIVO: testar a validade da relao dimetro transverso do cerebelo (DTC)/circunferncia abdominal (CA) no diagnstico da restrio de crescimento fetal (RCF), determinando seu melhor ponto de corte e acurcia nas restries simtrica e assimtrica. MTODOS: estudo prospectivo, transversal, envolvendo 250 gestantes com gravidez nica, idade gestacional entre a 20 e a 42 semana, confirmada por ultra-sonografia. A medida do DTC foi obtida colocando-se os calipers nas margens externas do cerebelo, aps sua localizao na fossa posterior, com suave rotao do transdutor abaixo do plano do tlamo. A circunferncia abdominal foi medida na juno das veias porta esquerda e umbilical. O melhor ponto de corte da relao DTC/CA foi obtido pela curva ROC (receiver operator characteristic). Os neonatos cujas relaes DTC/CA foram maiores do que o ponto de corte selecionado foram considerados com RCF. Consideraram-se padro-ouro para o diagnstico de RCF recm-nascidos cujos pesos situaram-se abaixo do percentil 10. Neonatos com RCF e ndice ponderal de Rohrer entre 2,2 e 3 foram considerados simtricos e abaixo de 2,2, assimtricos. RESULTADOS: o ponto de corte da relao DTC/CA, obtido pela curva ROC foi 16,1. A sensibilidade, especificidade, acurcia, valores preditivos positivo e negativo e razes de verossimilhana positiva e negativa foram de 77,4; 82,6; 38,7; 96,3; 82; 4,5 e 3,7%, respectivamente. Na RCF simtrica a sensibilidade e especificidade foram de 80,8 e 81,7%, respectivamente. Na assimtrica, a sensibilidade e especificidade foram de 60 e 75%, respectivamente. CONCLUSO: a relao DTC/CA mostrou-se eficaz no diagnstico da RCF simtrica e assimtrica.
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OBJETIVOS: investigar a possibilidade da predio da acidemia no nascimento, em gestaes com insuficincia placentria, com o emprego de ndices veno-arteriais avaliados pela dopplervelocimetria, definindo seus pontos de corte para esta predio. MTODOS: trata-se de estudo transversal prospectivo no qual foram includas 47 gestaes nicas com insuficincia placentria (presena de ndice de resistncia e ndice de pulsatilidade (IP) na artria umbilical (AU) superiores ao percentil 95), aps a 26ª semana. Foram excludos os casos com fetos apresentando anomalias estruturais ou cromossmicas. O Doppler foi realizado a menos de 24 horas do parto. Amostra de sangue arterial umbilical para anlise da acidemia foi coletada imediatamente aps o nascimento. Diagnosticou-se acidemia quando o pH encontrava-se abaixo de 7,20 na ausncia de trabalho de parto e abaixo de 7,15 quando parto vaginal. Foram consideradas patolgicas as acidemias metablicas ou mistas. Construiu-se curva ROC para os ndices veno-arteriais: IP para veias do ducto venoso (IPV DV)/IP/AU e IPV DV/IP artria cerebral mdia (ACM). Determinaram-se os pontos de corte e posteriormente foram calculados a sensibilidade, especificidade, VPP, VPN e acurcia. RESULTADOS: o IPV DV/IP AU no mostrou ser bom parmetro para a predio da acidemia. A anlise do IPV DV/IP ACM mostrou uma rea sob a curva ROC de 0,785 com p = 0,004, e, para o ponto de corte de 0,582, encontraram-se sensibilidade de 66,7%, especificidade de 77,1% e acurcia de 74,5%. CONCLUSES: o IPV DV/IP ACM mostrou-se adequado na predio da acidemia no nascimento em gestaes com insuficincia placentria. O ponto de corte para esse ndice que demonstrou melhores valores de predio foi 0,582.
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OBJETIVO: avaliar se existe associao entre a medida do pico de velocidade sistlica (PVS) na dopplervelocimetria da artria cerebral mdia (ACM) e a concentrao de hemoglobina fetal e determinar a sua capacidade diagnstica. MTODOS: entre janeiro de 2000 e maio de 2003, 44 gestantes isoimunizadas foram submetidas a transfuso intra-uterina. Realizou-se estudo dopplervelocimtrico da ACM antes de cada transfuso fetal, sempre com intervalo inferior a 3 horas, antecedendo o procedimento. O PVS da ACM foi considerado alterado quando seu valor era superior a 1,5 mltiplo da mediana para a respectiva idade gestacional. A concentrao de hemoglobina do cordo foi aferida antes de se iniciar a infuso de sangue, realizada no Hemocue (B-Hemoglobin Photometer Hemocue AB; Angelholm, Sweden). O estudo estatstico foi feito pelo teste do chi2 e tambm foram calculados os valores de sensibilidade, especificidade, valores preditivos positivo e negativo. RESULTADOS: foram realizados 83 procedimentos, sendo que em 33 a hemoglobina fetal era inferior a 10,0 g/dL. Houve associao significativa entre as variveis estudadas, p<0,001. Fetos com hemoglobina menor ou igual a 10 g/dL apresentaram aumento significativo na medida do PVS na ACM, com valores superiores a 1,5 mltiplo da mediana. O PVS na ACM apresentou sensibilidade de 75,7% para a deteco de hemoglobina do cordo menor ou igual a 10 g/dL. CONCLUSO: o pico de velocidade sistlica na artria cerebral mdia pode ser utilizado como mtodo complementar no diagnstico da anemia fetal.
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OBJETIVO: avaliar a importncia da leptina materna e fetal circulantes na gestao saudvel por meio da avaliao de sua associao com variveis antropomtricas materna, placentria e fetal ao nascimento e as relaes entre os compartimentos avaliados. MTODOS: em estudo transversal foi includa amostra de 33 gestaes nicas, a termo, com fetos saudveis. As variveis avaliadas foram idade materna, peso materno, ndice de massa corporal, peso do recm-nascido, peso placentrio e ndice placentrio. Amostras de sangue materno foram obtidas imediatamente antes do parto e em sangue do cordo umbilical ao nascimento. A dosagem da leptina srica foi realizada por meio de radioimunoensaio convencional. As relaes entre as concentraes de leptina srica materna e da artria e veia umbilicais com as variveis de estudo foram verificadas atravs da regresso linear. RESULTADOS: a leptina foi detectada no sangue de todas as 33 gestantes e seus respectivos recm-nascidos, sendo a concentrao no sangue materno (17,1±1,77 ng/ml) superior dos vasos umbilicais (veia 9,0±1,16 ng/mL; artria 8,2±1,02 ng/mL), p<0,0001. As concentraes de leptina no sangue materno correlacionaram-se com as concentraes de leptina no sangue fetal (artria: coef 0,63 p=0,037, veia: coef 0,72, p=0,006). Em relao aos dados antropomtricos, a leptina medida no sangue materno mostrou associao com o ndice de massa corporal materno inicial e final (coef 1,13; p=0,002 e coef 1,18, p=0,001) e os nveis de leptina no sangue de cordo apresentaram correlao com o peso fetal ao nascimento (veia: coef 0,007, p=0,02 e artria: coef 0,006, p=0,02). CONCLUSES: as produes materna e fetal de leptina correlacionaram-se entre si e possivelmente respondem a estmulos semelhantes durante a gestao. A leptina srica associou-se ao peso do compartimento onde circula.
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OBJETIVO: descrever a etiologia, evoluo e prevalncia de hidropisia fetal em coorte de gestantes em 10 anos de acompanhamento (1992 a 2002), em uma maternidade terciria. MTODOS: estudo retrospectivo foi realizado em pacientes referidas para a maternidade do Instituto Fernandes Figueira com o diagnstico de hidropisia fetal, detectado pelo exame de ultra-sonografia, durante o perodo compreendido entre 1992 e 2002. Os casos foram selecionados quanto etiologia (imune ou no-imune), sendo comparados quanto evoluo, procedimentos invasivos realizados e sobrevivncia. A anlise das variveis foi realizada por meio do programa Epi-Info 6.0, sendo considerado valor de significncia estatstica um valor de p<0,05. RESULTADOS: durante o perodo de estudo, 80 gestantes foram atendidas com diagnstico inicial de hidropisia fetal. A freqncia de hidropisia nesta populao foi de 1 para 157 nascidos vivos. Isoimunizao Rh (grupo imune - GI) foi diagnosticada em 13 casos (16,2%), restando portanto 67 casos (83,8%) considerados como devidos a causas no imunes (grupo no imune - GNI). As causas mais comuns de hidropisia fetal no imune so: idiopticas (40,2%), genticas (20,8%), infecciosas (20,7%) e cardiopatia fetal (7,4%). Foi encontrada diferena em relao idade materna do grupo imune (mdia = 32,8 anos) quando comparada com o grupo no imune (mdia=28,7) (p=0,03), porm a idade gestacional ao nascimento foi similar em ambos os grupo, (mdia de 33,6 semanas no grupo imune e de 33,1 semanas no grupo no imune (p=0,66). Amniocentese e transfuso sangunea in utero foram realizadas com maior freqncia no grupo imune (p<0,001) e a letalidade perinatal encontrada foi de 53,8% no grupo imune e 68,6% no grupo no imune (p=0,47). A pesquisa complementar de anticorpos IgG anti-parvovrus B19 foi realizada em 41 dos 67 casos de hidropisia fetal no imune e somente 16 apresentaram resultado positivo. CONCLUSO: a etiologia no imune foi a forma mais comum de apresentao de hidropisia fetal em nossa casustica. A letalidade perinatal desta entidade continua elevada e uma proporo significativa de casos no teve causa identificada. A utilizao da anlise do caritipo fetal e do diagnstico especfico para parvovrus B19 pode aumentar a identificao causal de hidropisia fetal no imune classificada como idioptica.
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OBJETIVO: avaliar a eficcia, a segurana e os benefcios do uso do cateter de derivao vsico-amnitico no tratamento intra-uterino das uropatias obstrutivas. MTODOS: anlise retrospectiva dos registros de 35 fetos portadores de uropatia obstrutiva, acompanhados em um centro de Medicina Fetal, no perodo compreendido entre 1990 e 2004, tratados pela inserso do cateter de derivao vsico-amnitica. As pacientes consentiram em submeter-se ao procedimento. Os casos selecionados seguiram os seguintes critrios de incluso: gestao nica; idade gestacional at 32 semanas; ausncia de outras malformaes; caritipo normal; ultra-sonografia mostrando leso obstrutiva no trato urinrio, bilateral ou unilateral com comprometimento do rim contralateral, caracterizando hidronefrose (dimetro ntero-posterior da pelve maior que 10 mm), associada ou no a megaureter e megabexiga; oligomnio, dado por ndice de lquido amnitico menor que 8; funo renal normal, dada por critrio ecogrfico (aspecto dos rins ecografia) e por estudo bioqumico da urina fetal (osmolaridade). Considerou-se normal a osmolaridade de at 210 mOsm como indicativo de funo renal preservada. Aps o nascimento foram acompanhados pelo setor de Nefrologia Peditrica do Hospital das Clnicas da UFMG. Os neomortos ou natimortos foram encaminhados para o setor de Anatomia Patolgica. Foi realizada anlise descritiva dos seguintes parmetros: diagnstico pr-natal da uropatia, idade gestacional inserso do cateter, tempo de permanncia do cateter, complicaes ps-procedimento, mortalidade perinatal e sobrevida neonatal. RESULTADOS: a vlvula de uretra posterior foi a uropatia mais freqente (62,8%). A idade gestacional mdia da inserso do cateter foi 26,1 semanas. O tempo mdio de permanncia do cateter aps a colocao at o parto foi de 46 dias (variando entre um e 119 dias). Ocorreram 4 mortes fetais e 17 mortes neonatais (mortalidade perinatal de 60%). A principal causa dos bitos foi a hipoplasia pulmonar. O oligoidrmnio esteve presente em 33 dos 35 fetos acompanhados (94,3%), tendo sido revertido em 23 casos (70%), dos quais 14 sobreviveram ao perodo neonatal. H 4 crianas em acompanhamento no setor de Nefrologia Peditrica do Hospital das Clnicas da UFMG. Duas esto em dilise peritoneal, com expectativa de transplante renal, e duas apresentam-se com funo renal preservada, com idades variando entre 2 meses e 4 anos. CONCLUSO: a derivao vsico-amnitica apresenta-se como uma alternativa vivel de tratamento intra-uterino das uropatias graves, apresentando ndice de sobrevida neonatal de 40% entre fetos que provavelmente evoluiriam para o bito. Entretanto, o sucesso do procedimento esteve diretamente relacionado com a adequada seleo dos fetos e a precocidade da interveno intrauterina, isto , restringindo o procedimento queles fetos com menos de 32 semanas, com obstruo bilateral, sem malformaes associadas e com funo renal ainda preservada. A reverso do oligoidrmnio no garantiu melhor prognstico neonatal. Permanece controverso se a derivao vsico-amnitica capaz de garantir a funo renal preservada a longo prazo.