997 resultados para Mulheres Condições sociais
Resumo:
Introduo A presena de mulheres no transporte rodovirio de cargas tem sido cada vez mais crescente e as repercusses do trabalho na vida das motoristas de caminho ainda so desconhecidas pela comunidade cientfica. Objetivo - Caracterizar e analisar o trabalho de mulheres motoristas de caminho e suas repercusses sobre sua sade, a partir do relato de homens e mulheres motoristas de caminho. Metodologia - O estudo com abordagem qualitativa utilizou a tcnica do grupo focal, entrevistas individuais e observao no participante. Os grupos focais foram realizados em uma empresa transportadora localizada no estado de So Paulo e as entrevistas individuais em evento realizado na cidade de Itupeva/SP. Em oito encontros, grupos de motoristas de caminho, discutiram a temtica trabalho e sade conduzida por meio de questes semiabertas. As mesmas questes foram utilizadas para as entrevistas individuais. Os relatos foram gravados, sendo o contedo das gravaes transcrito e analisado por meio da metodologia Anlise de Contedo de Bardin. A partir dos dados obtidos, construram-se as seguintes categorias: A trajetria profissional de motoristas de caminho; As mulheres no Transporte Rodovirio de Cargas; O trabalho; Um momento inesquecvel na profisso e A sade das mulheres motoristas na estrada. Resultados Tornar-se motorista de caminho, para a maioria das mulheres, ocorreu por acaso, ou devido uma necessidade financeira, ou a falta de perspectiva de emprego. Para as mulheres no Transporte Rodovirio de Cargas, o cotidiano de trabalho das profissionais est atravessado por aspectos como: a fora fsica; dvidas e preconceitos quanto sua orientao sexual; o desafio em conciliar a vida dentro e fora do caminho; conflitos na vida conjugal decorrentes da vida profissional; a discriminao sexual e a necessidade do reconhecimento no trabalho, bem como a falta de infraestrutura dedicada s trabalhadoras nas empresas e postos de parada nas rodovias brasileiras. O momento inesquecvel nesta profisso, considerado por homens e mulheres, foi a primeira viagem. Os impactos do trabalho sobre a sade das trabalhadoras recaram sobre dores lombares e na coluna; problemas relacionados ao sono; necessidade de recorrer ao uso de drogas como anfetaminas e cocana para manterem-se acordadas durante o trabalho; estresse; infeco urinria e uso ininterrupto de anticoncepcionais. Concluses - A insero das mulheres no transporte rodovirio de cargas desafia empresas e a infraestrutura existente nas rodovias do pas a acompanharem as transformaes sociais no mundo do trabalho, incluindo as demandas de um novo perfil de trabalhadoras. Descritores: trabalho, gnero, sade, motoristas de caminho.
Resumo:
Esta pesquisa aponta alguns dos efeitos subjetivos e estratgias singulares de resistncia frente desigualdade racial no nosso pas, abordando as vicissitudes de inscrio no lao social de mulheres negras e pobres. fruto de uma interveno clnico-poltica com um grupo de adolescentes em uma Escola Municipal de Ensino Fundamental de So Paulo na qual foi se evidenciando, para ns, a necessidade de cada um desses adolescentes de defender intransigentemente a honra e o valor de suas mes frente aos outros membros do grupo. Tanto pelo seu excesso como pela sua repetio, essa situao nos sugeria um mal-estar e um no dito referido s configuraes familiares e posio destas mulheres nesta comunidade escolar, que nos levou a escut-las. Tomando a indicao freudiana de que a psicologia individual seria tambm psicologia social e a formulao lacaniana de que podemos considerar o Inconsciente como sendo a Poltica, acreditamos ser indispensvel escutar o sujeito levando em considerao o Outro, entendido tanto do ponto de vista scio-histrico, como libidinal. Isso significa que no poderamos escutar estas mulheres sem considerar o campo de desigualdades sociais e raciais no qual estavam inscritas discursivamente, o que nos exigiu uma interlocuo fundamental tanto com pesquisas da antropologia social e da sociologia, como da histria. A fala destas mulheres foi nos revelando que, alm de outras identificaes contingentes, o fato de serem reconhecidas e se reconhecerem como mulheres negras era um elemento fundamental nas suas vivncias cotidianas. Uma vez que nosso passado escravista no teria sido suficientemente lembrado e admitido, alguns traos se fariam presentes atravs de uma transmisso simblica, pelos subterrneos da cultura, de uma posio de servido a elas atribuda. Permaneceria de uma forma atualizada e insidiosa uma diviso racializada da nossa sociedade, ancorada na herana de uma ciso entre a mulher mundana cujo corpo seria visto como um corpo de gozo, mas sem valor social, a mucama, e a que seria valorizada socialmente custa de um corpo assexuado, casta e educada, esposa do senhor de escravos. Apesar de tantos avanos, as conquistas femininas das ltimas dcadas no seriam totalmente estendidas a essas mulheres, negras e pobres, que seguiriam, frequentemente, apresentando no imaginrio social um corpo ao qual se atribuiria a capacidade de satisfazer os desejos mais inconfessveis de um homem custa de ser visto como propriedade e domnio deste. A atitude racista se faria presente em relao a elas, entendida como o ato de segregao do gozo inadmitido de um sujeito no corpo de um outro, ou ainda, como Lacan apontou, impondo a um outro, seu modo de gozo. Mais do que uma identidade das mulheres negras, consideramos fundamental conceber a particularidade de um lao que se estabeleceria na relao com elas, na medida em que seu corpo seria capaz de despertar e revelar a relao do sujeito com o mais ntimo e insuportvel de si mesmo: ela seria a estrangeira frente a um homem, por ser mulher; e seria estrangeira frente a uma mulher ou homem branco, por ser negra. A sua condio de estrangeira a deixaria assim como figura paradigmtica de um Outro sexo, um sexo Outro, um gozo Outro, recaindo sobre ela as reaes mais violentas de extirpao desse gozo. As estratgias de como manter o que seria prprio do gozo feminino no balizado pelo gozo flico, posto que seria suplementar a ele frente a essa injuno de segregao e depreciao, seriam sempre singulares. Apresentamos um caso clnico, Silvana, apontando suas estratgias de resistncia frente a um discurso social que a desqualificaria tentando lhe impor um estreitamento de sua vida ertica e sua reduo a um modo nico de gozo
Resumo:
A centralidade na famlia uma das principais diretrizes adotadas pela Poltica Nacional de Assistncia Social (PNAS) implementada por meio do Sistema nico de Assistncia Social (SUAS). A noo de matricialidade sociofamiliar configura-se como base para a formulao de servios especficos de abordagem familiar nos nveis de proteo social bsica e especial, que visam o acompanhamento longitudinal de famlias em situao de vulnerabilidade social, definida neste contexto pela condio de desvantagem em decorrncia da pobreza, da privao de renda e de acesso aos servios e bens pblicos, da fragilizao de vnculos afetivos, relacionais e de pertencimento. Objetivou-se com esse estudo identificar como as mulheres usurias do SUAS percebiam e definiam as vulnerabilidades do prprio ncleo familiar, assim como verificar se a concepo de vulnerabilidade social proposta pela PNAS condizente com as problemticas apresentadas pelas famlias usurias do SUAS. A pesquisa qualitativa foi executada por meio de entrevistas de longa durao com temas advindos da observao participante realizada ao longo de trs anos de acompanhamento de mulheres usurias do SUAS por meio de abordagem grupal em servio de Assistncia Social do bairro do Butant na cidade de So Paulo. Participaram do estudo oito mulheres, acima de 18 anos, usurias do SUAS e residentes da zona oeste de So Paulo. As depoentes tm entre 35 e 51 anos de idade, estudaram entre a 5 e a 8 srie do Ensino Fundamental II, cinco delas so migrantes, quatro vivem com os companheiros e filhos e quatro residem com os filhos em uma organizao familiar monoparental, trs so beneficirias da Previdncia Social, duas esto inseridas em trabalhos formais, duas em trabalhos informais e uma no trabalha. Todas relataram ter sofrido episdios de violncia e violao de direitos, principalmente observados na dificuldade de acesso a servios sociais bsicos. Os depoimentos marcaram dificuldades experimentadas ao longo da vida das mulheres e a tnica dos relatos destacou as preocupaes atreladas ao papel de me e luta cotidiana que enfrentam para educar, orientar, sustentar e estar junto aos filhos, sobretudo daqueles que se encontram na fase da infncia e da adolescncia. luz da noo de enraizamento, proposta por Simone Weil, foi possvel identificar que as depoentes apresentam e enfrentam cotidianamente dificuldades ligadas ao desenraizamento urbano, elucidado especialmente na carncia de participao comunitria e poltica. Nesse cenrio, a condio de vulnerabilidade pela qual as famlias so definidas no mbito da poltica de assistncia social, revela certa ambiguidade, pois ao mesmo tempo em que permite oferecer a essas famlias alguma modalidade de apoio tambm as coloca numa posio estigmatizada de beneficirias das polticas pblicas. Com isso, considerou-se que apesar da concepo de vulnerabilidade proposta pela PNAS ser condizente com as problemticas apresentadas pelas usurias, verifica-se uma lacuna em relao dimenso subjetiva da formao de cada grupo familiar e suas necessidades especficas a fim de apoi-los para a promoo de uma mudana efetiva
Resumo:
O tabagismo um problema de sade pblica em todo o mundo. Entre as mulheres, devido ao aumento da prevalncia comparada aos homens, o tabagismo feminino tem merecido ateno. Para o enfrentamento, necessrio entender o fenmeno e criar estratgias mais adequadas que incluam aspectos emocionais e sociais da dependncia do tabagismo. Este estudo buscou descrever os esquemas cognitivos, sintomas de ansiedade e depresso de 112 mulheres que procuraram tratamento para cessao do tabagismo e sua relao com o insucesso do tratamento. A coleta de dados incluiu roteiro de entrevista estruturada e escalas validadas para a populao brasileira que tm o objetivo de avaliar os esquemas cognitivos, sintomas de ansiedade e de depresso, e aspectos da dependncia do cigarro. O conhecimento de fatores emocionais envolvidos no tabagismo e sua cessao podem ser teis s aes de apoio mudana comportamental do fumante. Objetivo: Descrever o perfil psicolgico de mulheres que buscam cessao do tabagismo quanto aos esquemas cognitivos, sintomas de ansiedade e depresso antes e depois do tratamento com Terapia Cognitivo- Comportamental em grupo, e analisar fatores que contribuem para o desfecho de cessao. O desenho do estudo foi longitudinal e transversal. Para avaliar os esquemas cognitivos, o Questionrio de Esquemas de Young em sua forma curta foi utilizado. Os grupos de terapia cognitivo-comportamental foram realizados concomitantes ao cuidado usual por mdicos do estudo. Esses profissionais foram treinados no protocolo do estudo e o seguimento foi realizado por telefone por um membro do estudo independente e cego. Resultados: Os resultados forneceram evidncias de que esquemas cognitivos tiveram relao significativa com os sintomas de depresso e ansiedade, com a adeso e os resultados do tratamento (cessao do tabagismo)
Resumo:
Introduo: A prevalncia de doenas crnicas, sobretudo na populao idosa, nos coloca diante da necessidade de modelos longitudinais de cuidado. Atualmente os sujeitos esto sendo cada vez mais responsabilizados pelo gerenciamento de sua sade atravs do uso de dispositivos de monitoramento, tais como o glicosmetro e o aferidor de presso arterial. Esta nova realidade culmina na tomada de deciso no prprio domiclio. Objetivos: Identificar a tomada de deciso de idosos no monitoramento domiciliar das condições crnicas; identificar se as variveis: sexo, escolaridade e renda influenciam a tomada de deciso; identificar a percepo dos idosos quanto s aes de cuidado no domiclio; identificar as dificuldades e estratgias no manuseio dos dispositivos de monitoramento. Materiais e mtodos: Estudo quantitativo, exploratrio e transversal. Casustica: 150 sujeitos com 60 anos de idade ou mais, sem comprometimento cognitivo, sem depresso e que faam uso do glicosmetro e/ou do aferidor de presso arterial no domiclio. Instrumentos para seleo dos participantes: (1) Mini Exame do Estado Mental; (2) Escala de Depresso Geritrica e (3) Escala de Atividades Instrumentais de Vida Diria de Lawton e Brody; Coleta de dados: realizada na cidade de Ribeiro Preto - SP entre setembro de 2014 e outubro de 2015. Instrumentos: (1) Questionrio Socioeconmico; (2) Questionrio sobre a tomada de deciso no monitoramento da sade no domiclio (3) Classificao do uso de dispositivos eletrnicos voltados aos cuidados sade. Anlise dos dados: Realizada estatstica descritiva e quantificaes absolutas e percentuais para identificar a relao entre tomada de deciso de acordo com o sexo, escolaridade e renda. Resultados: Participaram 150 idosos, sendo 117 mulheres e 33 homens, com mdia de idade de 72 anos. Destes, 113 so hipertensos e 62 so diabticos. Quanto tomada de deciso imediata, tanto os que fazem uso do aferidor de presso arterial (n=128) quanto do glicosmetro (n=62) referem em sua maioria procurar ajuda mdica, seguida da administrao do medicamento prescrito e opes alternativas de tratamento. Em mdio prazo destaca-se a procura por ajuda profissional para a maioria dos idosos em ambos os grupos. Foi notada pequena diferena na tomada de deciso com relao ao sexo. Quanto escolaridade, os idosos com mais anos de estudos tendem a procurar mais pelo servio de sade se comparado aos idosos de menor escolaridade. A renda no mostrou influencia entre os usurios do glicosmetro. J entre os usurios do aferidor de presso arterial, idosos de maior renda tendem a procurar mais pelo servio de sade. A maioria dos participantes se refere ao monitoramento domiciliar da sade de maneira positiva, principalmente pela praticidade em no sair de casa, obteno rpida de resultados e possibilidade de controle contnuo da doena. As principais dificuldades no manuseio do glicosmetro esto relacionadas ao uso da lanceta e fita reagente, seguida da checagem dos resultados armazenados. J as dificuldades no uso do aferidor de presso arterial esto relacionadas a conferir o resultado aps cada medida e ao posicionamento correto do corpo durante o monitoramento. Em ambos os grupos as estratgias utilizadas so pedir o auxlio de terceiros e tentativa e erro. Concluso: Os idosos tem se mostrado favorveis s aes de monitoramento domiciliar da sade. De maneira geral, de imediato decidem por aes dentro do prprio domiclio para o controle dos sintomas e isto refora a necessidade do investimento em informao de qualidade e educao em sade para que o gerenciamento domiciliar possa vir a ser uma vertente do cuidado integral no tratamento das condições crnicas.
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Objetivos: Avaliar numa coorte de idosos se h diferenas entre as situaes do curso de vida que contribuem para uma maior chance de sobrevida em homens e mulheres com 60 anos e mais. Mtodos: 2.143 idosos entrevistados em 2000 foram acompanhados durante quase 15 anos. Utilizou-se na anlise estatstica o teste de associao para amostras complexas (Rao-Scott), o estimador produto limite de Kaplan-Meier, o teste de log-rank, anlise univariada e multivariada do modelo de riscos proporcionais de Cox, sendo construdos, atravs deste ltimo, dois modelos finais por gnero, ao nvel de significncia de 5 por cento . Resultados e discusso: Dos 836.204 idosos paulistanos representados pelo estudo 51,6 por cento continuavam vivos (43,0 por cento dos homens e 57,7 por cento das mulheres). Em ambos os gneros, os/as que tinham boas condições materiais e que realizavam sem dificuldade e sem ajuda mais da metade das atividades bsicas e instrumentais de vida diria (ABVD/AIVD) apresentaram maior chance de sobrevivncia. O mesmo foi verificado naquelas mulheres com menos de duas limitaes de determinadas doenas, nas casadas, nas que ofereciam algum tipo de ajuda e nas que realizaram aes preventivas em relao a sua condio de sade. Entre os homens o mesmo ocorreu naqueles que se referiram ser chefe de famlia, nos que tinham participao comunitria, nos que residiam com algum outro morador que foi ou ia escola, que trabalharam predominantemente como proprietrio ou por conta prpria e nos que relataram ter tido alguma doena em seus primeiros quinzes anos de vida. Concluso: As chances de sobrevida so diferentes entre gneros, e entre si, mesmo em situaes aparentemente semelhantes do curso de vida vivenciados e presentes em homens e mulheres idosas.
Resumo:
O presente trabalho teve como objetivo analisar a insero das Tcnicas de Servio Social na rea da senioridade. Como se trata de um estudo de caso restringe-se concelho da Covilh. Por isso, foi realizado um estudo que tinha quatro vertentes: as Assistentes Sociais, as Instituies Particulares de Solidariedade Social e o concelho da Covilh. No sentido de tomar mais consistente a pesquisa, foi desenvolvido um guio de entrevista e aplicado a vrias profissionais inseridas nas Ipss com trs valncias (ERPI, SAD e CD) no concelho. Posteriormente foram analisados os resultados e comparados com dados recolhidos dos Censos, do Instituto nacional de Estatstica e Pordata. O tema bastante atual e pertinente, devido ao panorama nacional. Por um lado o aumento da Taxas de desemprego e emigrao, e por outro o envelhecimento da populao e o aumento dos casos sociais. Concluiu-se que, para as entrevistadas a maior dificuldade no desempenho das suas funes a excessiva carga horria, os problemas dirios associados aos idosos (Dependncia fsica e mental, o Luto, condições desumanas) no entanto revelaram alguma facilidade e rapidez na obteno do primeiro emprego.
Resumo:
Esta pesquisa est inserida em um contexto de crescente participao feminina no mercado de trabalho, especialmente com relao ascenso da mulher a cargos estratgicos, alm de um processo acelerado de envelhecimento populacional, constituindo uma das mais significativas transformaes dos ltimos anos. A participao feminina em cargos executivos e o processo de envelhecimento so tpicos pouco abordados na literatura acadmica, tanto isolados quanto inter-relacionados, o que justifica a originalidade deste trabalho. Essas transformaes coincidem ainda com o fato de que a primeira vez que mulheres envelhecem em cargos executivos. Portanto, esta pesquisa tem por objetivo explorar como as mulheres executivas experimentam o processo de envelhecimento. A discusso se mostra relevante na medida em que esta mulher est inserida em um contexto organizacional de dominao masculina, predominantemente jovem, onde se espera que a mulher no ocupe cargos estratgicos. A pesquisa tem como base a perspectiva terica do construcionismo social de Berger e Luckman (1999) e a abordagem metodolgica qualitativa fundamentada nos dados (grounded theory), com base na perspectiva interacionista simblica de Charmaz (2009). Os dados foram obtidos de 58 entrevistas com mulheres de 40 anos ou mais de idade que ocupam ou ocuparam posio executiva em organizaes no Brasil. A pesquisa conclui que, por serem consideradas profissionais mais velhas antes do que os homens e devido aos estigmas associados idade, as mulheres tendem a omitir o envelhecimento e buscar formas de no o aparentar no ambiente de trabalho. A teoria substantiva apresenta que o envelhecimento compreendido a partir das noes de morte fsica, social e executiva e que o renascimento simblico uma forma de lidar com as concepes de mortes que persistem no imaginrio das mulheres executivas. A teoria provisria e contingente e reflete a interpretao de uma pesquisadora em particular. Espera-se que ela amplie o campo de estudos da Administrao e estimule pesquisadores na continuidade da investigao acerca do envelhecimento de mulheres executivas.
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Ao longo do tempo, diversos estudos foram realizados com a inteno de compreender as diferenas entre pessoas empreendedoras e no empreendedoras e, especialmente, o que leva tais pessoas a terem atitudes. No entanto tais estudos geralmente focam caractersticas isoladas, que podem ser compreendidas por meio de construtos, sem a capacidade efetiva de construir perfis empreendedores. Outro aspecto importante que a maioria dos estudos sobre o empreendedorismo, por caractersticas sociais e histricas, tem como foco o empreendedor masculino. Neste ltimo aspecto, por mais que haja muitos estudos j realizados e em curso com o objetivo de corrigir esta distoro no estudo do empreendedorismo, ao incluir e evidenciar a parte feminina do empreendedorismo, ainda h muito a fazer. Este estudo, portanto, tem vrios objetivos e cursos de ao: enfocar o empreendedorismo feminino, selecionar os construtos de empreendedorismo mais importantes sob a tica feminina e, finalmente, construir um perfil empreendedor. Isto , construir um perfil em que os diversos construtos se relacionam entre si e se organizam hierarquicamente em termos de importncia. Para tanto, este estudo contou com o apoio do Ncleo de Mulheres Empreendedoras (NME) da Associao Comercial e Industrial de Santo Andr, onde o estudo foi realizado, sendo este um grupo de mulheres inovadoras e pioneiras na organizao do empreendedorismo feminino no Estado de So Paulo e atuantes no ABC Paulista. Para conseguir os objetivos definidos, este estudo contou com vrias fases como a entrevista inicial, onde foram identificados construtos relevantes e o contraste com a literatura - pesquisa bibliomtrica com o objetivo de amalgamar a viso do NME com o que j foi previamente publicado. De forma inovadora, buscou-se utilizar uma tcnica da famlia da Anlise de Deciso Multicritrio, a PAPRIKA (sigla inglesa para Ranqueamento Pareado Potencial de todas as Alternativas Possveis), como parte das entrevistas e questionrios, de modo a ser possvel organizar as relaes hierrquicas entre os construtos, que se mostrou adequado e compatvel com o propsito original. Finalmente, utilizando-se da PAPRIKA e das entrevistas, foi possvel construir um perfil final relacionado hierarquicamente de quais construtos so mais importantes no sucesso empreendedor feminino, de acordo com a viso de um grupo de mulheres empreendedoras.
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Ao escolher o tema Gnero e Poder em Instituies Teolgicas Protestantes da Grande So Paulo, a inteno problematizar as relaes de gnero nestes ambientes, a partir da realidade social diferenciada em que vivem homens e mulheres na docncia. Partimos do pressuposto que h relaes de poder a engendradas que encurralam as mulheres naquele gueto de disciplinas que denominamos femininas , bem como um jogo de representaes sociais que justificam a estereotipao das disciplinas e naturalizao destas disparidades, uma vez que o poder a todo tempo se serve da diferena para referendar a dominao e a supremacia de um sobre outro, neste caso de homens sobre mulheres. A noo de gnero no enfrentamento do problema mulherSeminrio tem um lugar central quando se quer descobrir o modo pelo qual os saberes e as prticas produzidas nestes ambientes esto estreitamente ligados produo social do feminino e do masculino - enquanto categorias consideradas atemporais e permanentes - e as relaes de poder endgenas a instituio, posto que parte de um sistema religioso, onde a poltica da dialtica constante, pois um ratifica o outro, ou seja, o Seminrio s tem a fora de excluso que tem porque encontra legitimidade na Igreja. Todavia, ainda que as diferenas formais permaneam, formas de resistncia sempre surpreendem a dominao, especialmente pela sutileza com que se firmam. A presena de mulheres nos Seminrios, algo raro h alguns anos, pode ser lida com uma estratgia para irromper a dominao, sendo um meio seguro de entrar num espao essencialmente masculino.
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As mulheres protestantes da cidade de Cali-Colmbia, ao reproduzir nos seus corpos os princpios da tradio religiosa, se deparam hoje com discursos e exigncias que no conseguem ou aceitam articular na sua prtica cotidiana. Assistimos na atualidade a uma tenso evidente entre a ortodoxia crist e o imaginrio e prtica das mulheres crists a respeito da corporeidade. Nas ltimas dcadas a forma de assumir o corpo por parte das mulheres reflete incongruncias em relao matriz doutrinaria do sistema religioso protestante, o que decorrente, por um lado, da influncia cultural e miditica na promoo de uma nova representao do corpo feminino, baseada na beleza e na juventude, e por outro lado a cada vez maior relativizao do poder religioso numa sociedade secularizada. As mulheres crists acham-se em meio aos ideais do corpo puro e regrado da sua instituio religiosa assim como s cobranas miditicas, valores e padres estabelecidos pela sociedade moderna. Neste sentido, a dissertao analisa as interfaces desta tenso discursiva que tem lugar nos corpos, atravs do prprio discurso das mulheres protestantes assim como das suas prticas cotidianas em relao corporeidade.
Resumo:
Os movimentos de contestao social que tiveram lugar nos anos 60 trouxeram novas perspectivas para as mulheres, verificando-se crescente insero destas no mercado de trabalho. No entanto, a persistncia do trabalho domstico sob responsabilidade dominante das mulheres, mesmo nesse contexto em que os ndices de participao feminina no mercado de trabalho se elevam, tem chamado a ateno para os constrangimentos de ordem subjetiva e scio-cultural como elementos decisivos dentre os que cooperam para a manuteno desse quadro. Ou seja, a desigualdade persiste em face da persistncia de hierarquias de gnero que continuam a delimitar o lugar das mulheres e que encontram nas religies o seu lcus privilegiado de produo e reproduo. no contexto da economia simblica batista, em que as representaes tradicionais do homem como cabea e da mulher como auxiliadora significam o homem como provedor e a mulher como esposa e me, responsvel pelos afazeres domsticos, que abordamos aqui a problemtica da diviso sexual do trabalho, enquanto e a partir da representao e prtica de sujeitos religiosos batistas paulistanos. Ao mesmo tempo em que o discurso religioso batista afirma e ratifica a diviso sexual do trabalho, est sujeito s solicitaes sociais por mudanas nas relaes de gnero, favorecendo a mobilizao de doutrinas religiosas igualitrias presentes entre os batistas. , portanto, numa perspectiva dinmica de tenses entre os avanos e permanncias nas prticas de gnero ao nvel da sociedade mais ampla, e que se colocam tanto a partir dos valores culturais desta, quanto a partir das condições materiais e estruturais encontradas a, e de tenses entre o processo de secularizao e compromisso tico que as representaes e prticas de gnero entre os batistas pesquisados permanecem enquanto se transformam e avanam enquanto se mantm.
Resumo:
Este trabalho, situado entre os estudos de religio, sociologia e gnero analisa trs documentos da Igreja Catlica: Catecismo da Igreja Catlica, Mulieris Dignitatem e Ordinatio Sacerdotalis, cujo foco principal a sexualidade e a questo de gnero. Buscamos, com esta anlise, compreender questes relacionadas ao discurso da Igreja Catlica, bem como as prticas cotidianas das mulheres da Regio Episcopal Brasilndia, bairro pesquisado da capital paulista. As anlises foram fundamentais para fazer um contraponto entre o discurso catlico sobre a sexualidade e as prticas dessas mulheres, que vivem em constante tenso entre prtica da sexualidade e o discurso da Igreja Catlica. Inicialmente, a anlise faz um percurso histrico do discurso oficial dessa instituio catlica sobre a sexualidade, articulado pelas tericas Ivone Gebara, Priore, Schott, Ranke-Heinemann, entre outros. Tratamos, enfim, do conflito entre o discurso catlico, conservador, e a prtica dessas mulheres, numa viso progressista. Os autores pesquisados constatam um distanciamento dos fiis em relao aos dogmas catlicos, seja devido secularizao ou pelo fato de a Igreja Catlica ter perdido parte da hegemonia como reguladora da vida dos fiis.
Resumo:
Neste trabalho sobre A Influncia das Mulheres Clnicas no Pensamento Proftico do Ps-Exlio. Um Estudo de Isaas 57,1-21, propomos apresentar uma pesquisa para demonstrar fundamentalmente quem eram os trs grupos de mulheres clnicas, que surgem no Isaas 57,3-9, a saber: hn+n>[o(agoureira),aEnm. (adultrio, significando adltera - tp,a(nm.) e hnAz(prostituta). E da desenvolver que influncia tiveram na profecia, no perodo do ps-exlio. Para tal tarefa utilizamos dois mtodos: o primeiro, um mtodo diacrnico no qual o texto demonstrou uma viso muito negativa dessas mulheres, j que o pano de fundo onde estaria estabelecido o texto de forte influncia patriarcal. Mas, ao aplicarmos um segundo, o mtodo sincrnico e intertextual, o resultado se mostrou diferente, pois o conjunto de textos onde est incluso, a saber: Isaas 56,1-12; 58,1-14 e 61,1-11, demonstram um programa inclusivo. Assim, no Isaas 56,3-4 - rkNEh;-!B, (filho do estrangeiro) e syrISh; (os eunucos), so admitidos na comunidade; no Isaas 58, 1 bqo[]y: tybel.W (e para casa de Jac), essa casa representada por um grupo de homens repreendida por causa do jejum; e no Isaas 61,5-6 ~yrIz (estranhos) e rknE ynEb.W (e filhos de estrangeiro), sero os que alimentaro a comunidade. Devido a isto, surgiu uma hiptese de que uma viso negativa sobre elas no poderia ser aceita dentro de um projeto inclusivo. No entanto a questo deve ser respondida. Partirmos para fazer um mapeamento do modo de vida clnico no Gnesis, um conjunto de textos que fala principalmente da famlia/cl. Ao estudarmos algumas mes mticas: Eva, Sara, Agar, filhas de L e Tamar, e ao compar-las com as de Isaas 57,3-9, muitas das caractersticas se mostram semelhantes. Pudemos assim perceber que todas essas mulheres clnicas por possurem conhecimentos do reino animal e vegetal, exerceram influncia na vida e morte das famlias/cls, assim elas tiveram que serem combatidas pelos grupos de homens ao longo do tempo. Ainda outra caracterstica importante no Ps-Exlio, a movimentao que as famlias/cls realizam, mas, essa ‗sada sempre carregada de abundncia de fertilidade e resoluo de conflito pela solidariedade. Devemos estar na profecia, j que ao cristalizar-se um texto ‗desfavorvel contra um grupo de mulheres, na verdade se est denunciando uma violncia contra elas.
Resumo:
A experincia das mulheres tem sido afirmada como ponto de partida de Teologias Feministas da Libertao. Na Amrica Latina, o sexismo, a feminizao da pobreza, a violncia contra as mulheres tm inspirado o movimento feminista a se articular com as mulheres de movimentos populares para a conquista de direitos plenos para as mulheres. As Teologias da Libertao no lograram analisar a opresso das mulheres e apoiar sua luta, pois entenderam sua opresso como um desdobramento da explorao econmica dos pases pobres pelos pases ricos. Queremos demonstrar que a Teologia Feminista da Libertao, ao contrrio, utilizando um mtodo de anlise feminista, capaz de oferecer um suporte teolgico s reivindicaes das mulheres latino-americanas. O presente trabalho vai analisar teologicamente a experincia das mulheres de movimentos populares e explorar dois temas prioritrios dessa experincia: corpo e cotidiano. Assim procedendo, pretende demonstrar que corpo e cotidiano so importantes categorias para a Teologia Feminista da Libertao na Amrica Latina, atravs das quais ela poder contribuir para apoiar a busca da autonomia e empoderamento das mulheres, em especial das mulheres pobres.(AU)