1000 resultados para Infecções Fúngicas
Resumo:
O cultivo protegido na cultura da videira apresenta-se como uma alternativa na diminuição da incidência de doenças fúngicas em regiões que apresentam excesso de chuvas. A utilização de cobertura plástica sobre as linhas de cultivo da videira ocasiona modificações no microclima ao redor da planta, principalmente pela ausência de água livre sobre folhas e frutos. Estas alterações propiciam condições desfavoráveis ao desenvolvimento de doenças fúngicas, com a menor necessidade do uso de fungicidas, como as podridões de cachos, que atualmente são um dos maiores problemas no controle fitossanitário, em regiões produtoras tradicionais, como a Serra Gaúcha. Todavia, o oídio da videira que outrora não apresentava incidência em condições de alta umidade relativa, em condições de cultivo protegido, deve ser monitorado. Outro aspecto que merece cautela é o uso de fungicidas, pois destaca-se que, pela redução de radiação ultravioleta e ausência de chuvas sobre os cachos, devido ao uso da cobertura plástica, o período residual dos fungicidas é prolongado. Este maior acúmulo é preocupante, tanto nas uvas destinadas ao consumo in natura, que afeta diretamente o consumidor, quanto às destinadas à vinificação, que prejudica a atuação das leveduras na fermentação dos vinhos. De forma geral, a tecnologia de cobrimento dos vinhedos é eficaz no controle de doenças fúngicas e na redução do uso de fungicidas, contudo deve ser considerada como um novo sistema de produção, principalmente por exigir um manejo fitossanitário distinto em relação ao cultivo convencional. Os plásticos de cobertura, usados, devem ser considerados resíduo agrícola, exigindo cuidados específicos para que seja evitada contaminação ambiental.
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Os autores relatam dois casos de papilomatose respiratória recorrente com disseminação pulmonar em dois pacientes, ambos adolescentes, cujos sintomas de apresentação e evolução clínica assemelharam-se muito. Ainda na infância, iniciaram com papilomas da laringe, que cresceram e obstruíram as vias aéreas superiores. Ressecados, recidivaram repetidas vezes, necessitando de traqueostomia permanente. Anos após, apresentaram infecções respiratórias pulmonares freqüentes. O diagnóstico foi realizado, em ambos os casos, por meio da história clínica e das alterações identificadas à tomografia computadorizada de alta resolução, que demonstrou formação expansiva séssil na traquéia e nódulos sólidos ou escavados nos pulmões.
Resumo:
A traqueobroncomegalia é uma rara entidade de etiologia incerta, caracterizada por dilatação marcante da traquéia e brônquios principais, bronquiectasias e infecções recorrentes do trato respiratório inferior. Sua apresentação clínica é inespecífica, sendo o diagnóstico realizado por métodos de imagem. Relata-se, neste trabalho, um caso de tal enfermidade, cujo diagnóstico confirmou-se por radiografia simples do tórax e por tomografia computadorizada.
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As lesões expansivas do plexo coróide constituem um grupo bastante amplo e heterogêneo de doenças e seus simuladores. Tumores, infecções, anomalias congênitas, hemorragias, cistos e fenômenos degenerativos são alguns dos exemplos de causas de lesões expansivas do plexo coróide. No presente trabalho fizemos revisão da literatura pertinente, descrevendo os achados de imagem e ilustrando-os com alguns casos do nosso serviço. Apesar de não existir na literatura descrição de sinais patognomônicos, a avaliação criteriosa e sistemática das características das lesões pode sugerir determinada etiologia.
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Neste trabalho é descrito um caso de uma paciente de 49 anos de idade que apresentava infecções pulmonares de repetição. Na telerradiografia de tórax observou-se massa no segmento basal posterior do pulmão direito, que na angiotomografia e nas reconstruções em 3D notou-se a presença de um suprimento sanguíneo proveniente da artéria aorta descendente. No exame da peça cirúrgica ratificou-se a presença de seqüestro pulmonar intralobar com cavidade preenchida por muco.
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O pâncreas é raramente afetado por infecções pelo bacilo Mycobacterium tuberculosis, provavelmente em função da presença das enzimas pancreáticas, e apenas alguns casos são descritos na literatura. O diagnóstico diferencial com carcinoma pancreático é um desafio em virtude das semelhanças clínico-radiológicas. Apresentamos um caso de um paciente de 39 anos de idade, do sexo masculino, com quadro clínico de perda ponderal, náuseas e vômitos. A propedêutica radiológica com tomografia computadorizada de abdome revelou lesões em cauda do pâncreas e baço. O diagnóstico foi confirmado por exame histopatológico após laparotomia.
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Limite posterior do retroperitônio, o compartimento iliopsoas localiza-se externamente ao mesmo, sendo composto dos músculos psoas maior, psoas menor e ilíaco. O quadro de sintomas dos pacientes com acometimento patológico deste compartimento é amplo e inespecífico, podendo haver importante atraso no diagnóstico. Entretanto, na busca do diagnóstico etiológico das alterações do compartimento iliopsoas, sabemos que as infecções, os tumores e as hemorragias respondem pela quase totalidade das lesões. Por meio da avaliação retrospectiva de exames radiológicos de pacientes com patologias do iliopsoas e que tiveram o diagnóstico confirmado por exame anatomopatológico ou acompanhamento clínico, revisamos a anatomia deste compartimento, assim como as suas principais formas de acometimento, identificando sinais que auxiliem na diferenciação dos potenciais diagnósticos diferenciais. Na abordagem de cada patologia discutiremos os principais sinais radiológicos, como a presença de gás em abscessos piogênicos, alterações ósseas em corpos vertebrais nas lesões secundárias a tuberculose, comprometimento dos planos fasciais nas lesões tumorais e diferenças na densidade e intensidade de sinal dos hematomas nas diferentes fases de degradação da hemoglobina, entre outros. Dessa forma, procuramos apresentar casos que exemplifiquem as doenças mais freqüentes do compartimento iliopsoas, destacando a importância dos seus diferentes sinais, aproximando-nos de um diagnóstico etiológico específico.
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Mediastinite pós-cirurgias torácicas é definida como a infecção dos órgãos e tecidos do espaço mediastinal, ocorrendo em 0,4% a 5% dos casos. A gravidade da infecção pós-operatória varia desde infecção de tecidos superficiais da parede torácica até mediastinite fulminante com envolvimento esternal. O critério diagnóstico da tomografia computadorizada para mediastinite aguda pós-cirúrgica é a presença de coleção mediastinal, podendo estar associada ou não a anormalidades periesternais como edema/borramento de partes moles, separação dos segmentos esternais com reabsorção óssea marginal, esclerose e osteomielite. Achados associados incluem linfonodomegalias, consolidações pulmonares e derrame pleural e pericárdico. Pequenas coleções e gás mediastinais podem ser usualmente encontradas em pós-operatório recente de cirurgias torácicas sem a presença de infecções, limitando a eficácia da tomografia computadorizada nas duas primeiras semanas. Após esse período, a tomografia alcança quase 100% de sensibilidade e especificidade. Pacientes com suspeita clínica de mediastinite devem ser submetidos a exame de tomografia para pesquisa de coleções, identificando a extensão da doença e sua natureza. A versão de multidetectores propicia recursos de reconstruções em diversos planos e janelas, contribuindo especialmente para o estudo do esterno.
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OBJETIVO: Descrever as alterações na tomografia computadorizada de tórax de casos comprovados de infecção pelo novo vírus influenza A (H1N1). MATERIAIS E MÉTODOS: Três observadores avaliaram, em consenso, nove tomografias computadorizadas de pacientes com infecção pelo vírus influenza A (H1N1) comprovada laboratorialmente. A idade dos pacientes variou de 14 a 64 anos (média de 40 anos), sendo cinco do sexo masculino e quatro do sexo feminino. Quatro pacientes eram previamente hígidos, quatro eram transplantados renais e uma era gestante à época do diagnóstico. Foram avaliadas a presença, a extensão e a distribuição de: a) opacidades em vidro fosco; b) nódulos centrolobulares; c) consolidações; d) espessamento de septos interlobulares; e) derrame pleural; f) linfonodomegalias. RESULTADOS: As alterações mais frequentemente encontradas foram opacidades em vidro fosco, nódulos centrolobulares e consolidações, presentes em nove (100%), cinco (55%) e quatro (44%) dos casos, respectivamente. Derrames pleurais e linfonodomegalias foram menos comuns, ocorrendo em apenas dois (22%) dos casos estudados. CONCLUSÃO: Os achados mais comuns nos casos de infecção pelo novo vírus influenza A (H1N1) foram opacidades em vidro fosco, nódulos centrolobulares e consolidações. Estas alterações não são típicas ou únicas a este agente, podendo ocorrer também em outras infecções virais ou bacterianas.
Resumo:
A síndrome de Mounier-Kuhn é uma doença rara, caracterizada clinicamente por infecções respiratórias de repetição. Apresentamos um relato de caso desta doença com análise da radiografia e da tomografia computadorizada de alta resolução do tórax que mostram como principais alterações aumento do calibre da traqueia, brônquios principais e bronquiectasias centrais. Estas alterações, associadas às informações clínicas, sugerem o diagnóstico.
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O vira-cabeça do fumo (Nicotiana tabacum), causado pelo Groundnut ringspot virus (GRSV), do gênero Tospovirus, tem sido observado em alta incidência em determinadas áreas da região fumageira do agreste do estado de Alagoas. O arranjo espacial da doença foi analisado em duas áreas de plantio (A e B), formadas por quatro parcelas cada, localizadas no município de Arapiraca. As parcelas foram avaliadas semanalmente, sendo efetuado o mapeamento espacial de plantas sadias e com sintomas de vira-cabeça, bem como determinada a incidência da doença, representada pelo número de plantas com sintomas em relação ao total de plantas avaliadas. Pelas análises de "ordinary runs" e autocorrelação espacial, foi constatada a predominância do arranjo aleatório de plantas doentes, embora tenha sido detectada agregação em alguns casos. Embora não se descarte a possibilidade de mudas infetadas terem influenciado no arranjo da doença, a hipótese mais provável é que as infecções ocorreram principalmente pelo inóculo primário transmitido por tripes virulíferos entrando nas parcelas, oriundos de reservatórios externos.
Resumo:
Visando à obtenção de novas moléculas nematicidas, 18 filtrados de espécies fúngicas e extratos de sete micélios fúngicos foram estudados in vitro quanto aos efeitos sobre a eclosão, motilidade e mortalidade de juvenis do segundo estádio (J2) de Meloidogyne incognita. Filtrados fúngicos foram obtidos de culturas em meio Czapek. Metanol foi usado como solvente para obter extratos dos micélios fúngicos. Filtrados de Paecilomyces lilacinus, Fusarium moniliforme e Fusarium oxysporum reduziram a motilidade e eclosão, e aumentaram a mortalidade (P < 0,05) de J2 de M. incognita de forma semelhante à observada com Aldicarbe. Alguns filtrados fúngicos reduziram a motilidade, mas não causaram a morte de J2. Já os filtrados de Aspergillus flavus, Cylindrocarpon magnusianum, Fusarium solani e Mortierella sp. reduziram apenas a eclosão de J2. Não houve correlação entre a produção de metabólitos tóxicos e a quantidade de micélio fúngico produzido. No caso específico de P. lilacinus, observou-se que após o primeiro dia de cultivo o filtrado fúngico correspondente já apresentava toxidez contra M. incognita. Com o aumento do número de dias de cultivo foi elevado o efeito do filtrado sobre o nematóide, sendo que apenas após 13 dias a mortalidade de J2 alcançou o índice de 100%.
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Nas áreas produtoras de feijão (Phaseolus vulgaris) do Estado do Paraná observa-se anualmente a ocorrência do vírus do mosaico em desenho do feijoeiro (Bean rugose mosaic virus, BRMV), principalmente em infecções mistas com o vírus do mosaico dourado do feijoeiro (Bean golden mosaic virus, BGMV), acarretando maior severidade de sintomas e causando perdas na produção. Recentemente constatou-se a presença do vírus do mosaico severo do caupi (Cowpea severe mosaic virus, CPSMV) associado a sintomas de queima do broto em plantações de soja (Glycine max) na região de Londrina, sendo este um fato novo no Estado. Neste trabalho, parte do RNA2 de dois comovirus isolados de soja no Paraná foram clonados e sequenciados, sendo 600 pares de bases (pb) do BRMV-PR e 594 pb do CPSMV-PR. Posteriormente, as seqüências correspondentes de aminoácidos foram comparadas com seis seqüências de vírus do gênero Comovirus depositadas no GenBank. Com base nestes dados observou-se que o segmento do RNA2 do isolado CPSMV-PR apresentou homologia de 85% com parte de uma seqüência já conhecida do RNA2 do CPSMV, enquanto que o segmento do RNA2 do isolado BRMV-PR apresentou homologia de 39% com o CPSMV, e de 44% com o Bean pod mottle virus (BPMV). Este trabalho apresenta pela primeira vez dados de sequenciamento parcial do BRMV, o que poderá contribuir para sua completa caracterização molecular e para o estabelecimento de estratégias para obtenção de plantas resistentes ao vírus.
Resumo:
O presente trabalho teve como objetivo detectar e identificar fungos endofíticos em sementes de caupi (Vigna unguiculata), IPA-201, IPA-202, IPA-204, IPA-205 e IPA-206, procedentes dos municípios de Serra Talhada e Caruaru, bem como verificar a influência desses microrganismos na germinação das sementes. Foram analisadas 400 sementes de cada cultivar, pelo método do papel de filtro, que demonstrou a presença de 71 espécies fúngicas compreendidas em 23 gêneros. Os mais freqüentes foram Aspergillus, Penicillium e Fusarium, correspondendo a 81,44% do total de colônias encontradas. Com relação à qualidade das sementes, as maiores incidências foram observadas nas sementes cultivadas em Serra Talhada, possivelmente pelo tempo de armazenamento. Os fungos afetaram a germinação, principalmente, nas cultivares IPA-201 e IPA-202 de Serra Talhada com percentuais de germinação correspondentes a 53,2 e 65,5%, respectivamente. A presença dos fungos foi observada nas sementes causando necrose nos cotilédones, radícula e folhas primárias, originando plântulas anormais. As sementes da cultivar IPA-206 apresentaram melhor padrão de sanidade e germinação.
Resumo:
Um período de incubação de cinco dias significa, no contexto da epidemiologia de doenças de plantas, que as infecções que deram origem aos sintomas visualizados no tempo t ocorreram no tempo t-5. Há um grupo de doenças, no entanto, que se comporta de modo diferente, isto é, o momento da infecção não pode ser inferido a partir da visualização dos sintomas. Esse grupo de doenças pode ser dividido, para fins didáticos, em função do órgão da planta que exibe os sintomas: (i) brotações jovens; (ii) perfilhos jovens; (iii) frutos recém-amadurecidos. Nesses três subgrupos, a expressão dos sintomas é função do estádio fenológico do órgão afetado e tem pouca relação com o momento da infecção. Para essas doenças, maior ênfase é recomendada para estudos que visem a identificação da época mais provável de ocorrência da infecção, em detrimento do simples acompanhamento da expressão dos sintomas. Exemplos são apresentados para cada subgrupo e o modelo de crescimento monomolecular é sugerido como o que melhor descreve o progresso da doença em função do tempo para o grupo como um todo.