999 resultados para Distúrbios Induzidos Quimicamente
Resumo:
Este estudo objetivou avaliar as características do líquido ruminal, hemogasometria, atividade pedométrica e ocorrência laminite subclínica, por meio da presença de enfermidades podais secundárias, em vacas leiteiras de alta produção, provenientes de um rebanho comercial. Foram avaliadas 200 vacas holandesas, oriundas da mesma propriedade, localizada na região de Araçatuba, SP, divididas em quatro grupos, sendo estes estabelecidos a partir da produtividade diária. Inicialmente procedeu-se o exame clínico dos animais, seguido da colheita de amostras do líquido ruminal, por meio de sondagem esofágica, sendo este avaliado quanto ao pH, cor, odor, consistência, sedimentação, flutuação e prova de redução pelo azul de metileno. Também foram colhidas amostras de sangue venoso para hemogasometria, além da coleta dos dados da pedometria (número de passos) e produção de leite diária das vacas. Os dados obtidos foram tabulados e submetidos à análise de correlação. Nenhum animal avaliado apresentou alterações no pH ruminal, bem como não foram encontrados distúrbios do desequilíbrio ácido básico, pois os valores de pH sanguíneo, PCO2, TCO2, HCO3- e EB estavam dentro da normalidade, durante a análise hemogasométrica. A pedometria foi efetiva como método de triagem para as vacas acometidas de afecções podais, pois se observou a redução no número de passos devido à dor, correlacionada a menor produção leiteira. Contudo, a identificação destas afecções, somente foi possível mediante exame clínico específico dos dígitos. A ocorrência das afecções podais em 49,5% do rebanho deveu-se aos fatores de riscos presentes na propriedade, como o concreto abrasivo e instalações inadequadas, associados também a possível ocorrência de acidose ruminal subaguda, não diagnosticada pela metodologia utilizada. A correlação entre os valores do pH ruminal, pedometria e hemogasometria se mostrou eficiente para o diagnóstico precoce das afecções podais e também no estabelecimento da etiologia destas enfermidades. A laminite subclínica acometeu primariamente as vacas do rebanho, considerando a etiologia multifatorial desta afecção, ocorrência e distribuição das enfermidades podais diagnosticadas.
Resumo:
A infecção pelo vírus da imunodeficiência felina (FIV) em gatos domésticos é caracterizada por distúrbios imunológicos, que geralmente se manifestam tardiamente na doença. Semelhante à infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) em humanos, a infecção pelo FIV geralmente está associada a infecções oportunistas e ao desenvolvimento progressivo de nefropatia. Portanto, o objetivo do presente estudo foi avaliar as alterações histopatológicas em rins de 10 gatos experimentalmente infectados pelo FIV submetidos a eutanásia 60 meses após a inoculação viral. Nos rins de 100% dos gatos infectados pelo FIV foram visualizadas lesões glomerulares e tubulointersticiais. As lesões glomerulares eram caracterizadas principalmente por espessamento global ou segmentar da membrana basal glomerular (glomerulonefrite membranosa). Glomeruloesclerose e, em dois casos, proliferação de células epiteliais intraglomerulares (crescente glomerular), também foram observados. Nefrite intersticial linfoplasmocítica foi a alteração tubulointersticial mais frequente, visualizada em diferentes intensidades nos rins de 100% dos gatos. Os resultados do presente estudo demonstram que o tempo prolongado entre a infecção e a avaliação histopatológica pode ter sido decisivo para o surgimento das lesões renais em todos os gatos infectados pelo FIV e para o agravamento dessas lesões em alguns gatos.
Resumo:
A pneumonia é uma doença respiratória comum na clínica de répteis. Agentes infecciosos são capazes de causar pneumonia primária em répteis mantidos em cativeiro, porém na maioria dos casos, são secundárias a problemas de manejo, higiene e nutricionais. O objetivo desse trabalho foi relatar a ocorrência de pneumonia bacteriana em jabuti-piranga (Chelonoidis carbonaria), e descrever o diagnóstico clínico, microbiológico, radiográfico e a conduta terapêutica. O animal apresentava sinais de distúrbios respiratórios e foi descrito durante a anamnese que houve um diagnostico anterior de pneumonia. Os achados radiográficos foram sugestivos de pneumonia/edema pulmonar. Baseado nos exames radiográficos e sinais clínicos apresentados iniciou-se o tratamento com administração de Cloranfenicol (40mg/kg/SID/IM) por 10 dias. Foram isoladas Klebsiella spp. e Citrobacter spp. da cultura bacteriana realizada da coleta de lavado endotraqueal. Ambas com perfil de resistência múltipla aos antibióticos testados. Instituiu-se protocolo terapêutico utilizando Gentamicina (5mg/kg/IM), em sete aplicações com intervalos de 72h. Após o segundo protocolo terapêutico notou-se melhora dos sinais clínicos do animal, porém foi observada a persistência de secreção nasal. Foi realizado novo exame radiográfico, demonstrando discreta diminuição na opacidade do campo pulmonar direito e nenhuma alteração significativa no campo pulmonar esquerdo na projeção craniocaudal. Devido à permanência do sinal clínico apresentado, nova coleta de material endotraqueal foi realizada, e houve isolamento de Citrobacter spp. e Enterobacter spp. A partir dos resultados obtidos no antibiograma, instituiu-se novo protocolo com uso de amicacina (2,5mg/kg/IM), em sete aplicações com intervalos de 72h. Após antibioticoterapia, outro exame radiológico foi realizado, e demonstrou redução satisfatória do quadro pulmonar, e sinais clínicos.
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A eletrocardiografia constitui ferramenta indispensável no diagnóstico de arritmias e distúrbios de condução elétrica do coração de equinos, bem como na determinação do prognóstico de cardiopatias, do desempenho atlético, da eficiência do treinamento, além de sugerir distúrbios eletrolíticos. No entanto, as variáveis eletrocardiográficas em equinos podem sofrer influência de diversos fatores como a idade, sexo, raça e constituição morfofuncional, dentre outas, tornando-se necessário conhecer as características de normalidade para as diferentes raças e fases do desenvolvimento. Descendentes dos cavalos da Península Ibérica, a raça Crioula foi trazida ao continente americano há mais de quatro séculos, resultando em características físicas e de resistência únicas, dada por sua seleção natural. Desta forma, objetivou-se com o presente trabalho avaliar e comparar os aspectos eletrocardiográficos de fêmeas da raça Crioula, em diferentes idades, bem como avaliar possíveis alterações eletrocardiográficas secundárias a prenhes. Para tanto, 84 éguas hígidas (34 prenhes e 50 não prenhes) da raça Crioula foram submetidas à avaliação eletrocardiográfica digital na derivação ápice-base, e os registros eletrocardiográficos subdivididos quanto à idade em G1 (até 4 anos), G2 (5 a 9 anos), G3 (acima de 10 anos). Não foram observadas arritmias cardíacas fisiológicas ou patológicas e distúrbios de condução elétrica do coração nas 84 éguas. Houve predomino de taquicardia sinusal, ondas P bífidas, complexos QRS do tipo rS e ondas T bifásicas em todos os grupos. Apenas a duração média do complexo QRS foi superior no grupo G1 (110,65±8,49) quando comparadas aos grupos G2 (101,98±10,02) e G3 (100,92±10,72). As variáveis autonômicas mensuradas (ITV, NNmédio e SDNN) foram inferiores nas éguas prenhes em relação às não prenhes, sugerindo maior participação do sistema nervoso autônomo simpático e ou menor participação parassimpática. Conclui-se, portanto, que a idade influenciou apenas na duração do complexo QRS , e que a prenhes foi capaz de diminuir as variáveis de variabilidade da frequência cardíaca no domínio do tempo e, possivelmente, influenciar na avaliação eletrocardiográfica das éguas Crioulas aqui testadas.
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Resumo: O uso inadequado de herbicidas pode resultar em intoxicações agudas e, às vezes, crônicas por exposição em longo prazo a baixos níveis desses agentes tóxicos, podendo o herbicida atuar também como agentes teratogênicos, mutagênicos, cancerígenos e desreguladores endócrinos, com o aparecimento de doenças neurodegenerativas e distúrbios reprodutivos. Estudos têm revelado que a melatonina tem propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e imunomoduladoras e atua na reprodução. Essa indolamina está entre os agentes que têm se mostrado benéfico em intoxicações por herbicidas, porém não há relatos do uso de melatonina contra intoxicações por Glifosato-Roundup®, muito menos em associação com o Paraquat. Dessa forma, o maior interesse no tratamento das intoxicações por herbicidas, tem-se concentrado em medidas que impeçam ou minimizem as lesões celulares provocadas nos diversos sistemas biológicos. Assim, a melatonina, como antioxidante conhecido, pode ser mais uma alternativa contra as intoxicações por herbicidas associados e/ou individuais.
Resumo:
Resumo: A cardiomiopatia hipertrófica (CMH) é a principal cardiopatia dos felinos e é caracterizada por hipertrofia miocárdica concêntrica, sem dilatação ventricular. O ecocardiograma é o melhor meio diagnóstico não invasivo para a diferenciação das cardiomiopatias e é considerado padrão ouro para a detecção de hipertrofia ventricular presente na CMH. Alterações eletrocardiográficas também são comuns em animais com CMH e o eletrocardiograma (ECG) é um teste de triagem para detecção de hipertrofia ventricular em humanos, sendo um exame rápido e facilmente disponível. Em gatos, poucos estudos foram realizados quanto à sensibilidade e especificidade do ECG na detecção de hipertrofia ventricular. Com a intenção de avaliar o uso do ECG como ferramenta de triagem para diagnóstico de CMH em felinos, gatos da raça Persa (n=82) foram avaliados por meio de exames ecocardiográfico e eletrocardiográfico. Animais com bloqueios e/ou distúrbios de condução foram excluídos da análise estatística (n=22). Posteriormente, os animais incluídos foram classificados em: normais (n=38), suspeitos (n=6) e acometidos pela CMH (n=16). Observaram-se diferenças estatísticas na amplitude da onda P em DII e na amplitude de onda R em DII, CV6LL e CV6LU, com valores maiores nos animais com CMH; e nos valores ecocardiográficos de velocidade e gradiente de pressão do fluxo aórtico, diâmetro do átrio esquerdo (AE) e relação AE/Ao, com valores maiores nos gatos com CMH. Dentre os animais com alterações eletrocardiográficas sugestivas de sobrecarga atrial esquerda (n=7), apenas dois realmente apresentavam aumento do AE no ecocardiograma; e dentre os animais com aumento atrial esquerdo ao ecocardiograma (n=7), apenas dois apresentavam alterações eletrocardiográficas sugestivas de sobrecarga do AE (sensibilidade de 40,40% e especificidade de 90,90%). Dentre os gatos com alterações eletrocardiográficas sugestivas de sobrecarga ventricular esquerda (n=6), cinco realmente apresentavam hipertrofia ventricular ao ecocardiograma; e dentre os animais com CMH ao ecocardiograma (n=16), apenas cinco apresentaram alterações eletrocardiográficas sugestivas de sobrecarga do VE (sensibilidade de 31,25% e especificidade de 97,72%). Observou-se correlação positiva entre espessura diastólica do septo interventricular e/ou da parede livre do ventrículo esquerdo e a amplitude da onda R em derivações DII e CV6LU. O eletrocardiograma é um exame rápido e de fácil execução, apresenta boa especificidade na detecção de hipertrofia ventricular em felinos, porém, possui baixa sensibilidade, com grande número de falsos negativos. Desta forma, o ECG auxilia no diagnóstico, mas não substitui o ecocardiograma na confirmação da hipertrofia ventricular.
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O presente trabalho foi conduzido com o objetivo de avaliar os possíveis efeitos da interferência, particularmente a alelopática, da palhada de Brachiaria decumbens (BRADC), resultante de controle químico com glyphosate (1440 g e.a./ha), sobre o crescimento inicial de plantas de Eucalyptus grandis. Os tratamentos experimentais foram os seguintes: eucalipto convivendo com a BRADC até 230 dias após o transplante (D.A.T.); eucalipto convivendo com BRADC, mas sendo essa controlada aos 106 D.A.T. com capina manual ou com uso de glyphosate; eucalipto sem convivência com BRADC, mas com simulação dos controles aos 106 D.A.T.; eucalipto sem conviver com BRADC e recebendo a palhada da planta daninha obtida em área tratada com os dois métodos de controle, adotando como testemunha a cobertura com Sphagnum. Ao final do período experimental (230 D.A.T.) constatou-se que as plantas de eucalipto que cresceram em convivência com BRADC apresentaram reduções significativas na altura, diâmetro do caule, número de folhas e de ramos e área foliar quando comparadas com as plantas que cresceram nos recipientes que receberam a cobertura morta de BRADC, independente do método de controle empregado. Observou-se, que tanto o controle químico como a capina manual, não afetaram o crescimento inicial das plantas de eucalipto, independentemente da situação de convivência ou de simulação. Com base nesses resultados, pode-se concluir que o capim-braquiária, quando controlado quimicamente com glyphosate, não exerceu efeito sobre o crescimento inicial do eucalipto.
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As plantas daninhas se constituem no principal problema a impor limitação à exploração da agropecuária nas áreas tropicais. Entretanto, o controle químico dessas plantas tem gerado insatisfações de ordem social, quer porque contaminam as fontes de recursos naturais ou por comprometerem a qualidade dos alimentos da dieta dos animais, em geral, e dos humanos, em particular. Os objetivos deste trabalho foram identificar e caracterizar a atividade alelopática do filtrado de cultura produzido pelo fungo Fusarium solani f. sp. pipers. Foram avaliados os efeitos das toxinas, nas concentrações de 1,0 e 4,0%, sobre a germinação de sementes e o desenvolvimento da radícula e do hipocótilo das plantas daninhas malícia (Mimosa pudica) e mata-pasto (Senna obtusifolia). Os resultados mostraram presença de atividade alelopática inibitória, com variações de acordo com a concentração e a planta receptora. A intensidade dos efeitos inibitórios induzidos pelo extrato esteve positivamente associada à concentração, com efeitos mais intensos verificados a 4,0%. Independentemente da concentração e do bioensaio, a espécie malícia se mostrou mais sensível aos efeitos do filtrado da cultura. O desenvolvimento da radícula foi o fator da planta mais intensamente inibido. Os resultados indicam a existência de potencial de utilização da toxina produzida pelo fungo, como fonte alternativa no controle de plantas daninhas, o que justifica estudos mais avançados.
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O comportamento invasivo de Melaleuca quinquenervia em áreas úmidas deve-se à sua estratégia de regeneração agressiva, que está alicerçada na produção de sementes em massa. O conhecimento da fisiologia da germinação de sementes de plantas daninhas pode contribuir significativamente para o desenvolvimento de estratégias de manejo. O objetivo deste trabalho foi avaliar os possíveis efeitos dos estresses hídrico e salino na germinação de sementes de M. quinquenervia. A semeadura foi realizada com quatro repetições de 0,05 g de sementes em papel umedecido com soluções nos potenciais osmóticos de 0,0; -0,2; -0,4; e -0,8 MPa, induzidos com polietilenoglicol (PEG 6000) e NaCl. O teste de germinação foi conduzido a 25 ºC na presença de luz. Avaliou-se a primeira contagem do teste aos sete dias após a semeadura e, semanalmente, a germinação (plântulas normais) até os 28 dias. Foi calculado o índice de velocidade de germinação. A análise dos resultados permitiu a conclusão de que o estresse hídrico acarreta maior redução na velocidade de germinação e na germinação acumulada de sementes de M. quinquenervia do que o estresse salino e, independentemente da substância utilizada para indução do estresse, o limite para germinação está entre -0,4 e -0,8MPa.
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RESUMO O conhecimento dos fatores que influenciam a lixiviação dos herbicidas no solo é fundamental para sua utilização de forma segura, do ponto de vista técnico e ambiental. Neste trabalho, avaliou-se a mobilidade do sulfentrazone em quatro solos provenientes de uma área de reflorestamento da região Sul do Brasil (Planossolo Háplico, Argissolo Vermelho, Cambissolo Húmico e Neossolo Regolítico) e um Latosso Vermelho-Amarelo da Zona da Mata de Minas Gerais. As amostras de solo foram coletadas na profundidade de 0-20 cm e caracterizadas física e quimicamente. Os substratos foram colocados em colunas e, posteriormente, aplicou-se, nos topos delas, 1,0 kg ha-1 do herbicida, seguido de uma chuva simulada de 60 mm. Após a drenagem da água, foram semeadas ao longo da coluna sementes da espécie Sorghum bicolor , como planta bioindicadora da presença do sulfentrazone; 21 dias após o plantio, foi realizada a avaliação visual da intoxicação das plantas de sorgo e a coleta da parte aérea delas para determinação da matéria seca. O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado, em esquema de parcelas subdivididas. As colunas preenchidas com cada um dos solos constituíram as parcelas, e as 10 profundidades da coluna (0-5, 5-10, 10-15, 15-20, 20-25, 25-30, 30-35, 35-40, 40-45 e 45-50 cm), as subparcelas, mais uma testemunha sem herbicida para cada solo. Os teores de argila e matéria orgânica e o pH de cada solo influenciaram na mobilidade do sulfentrazone; solos com menores teores de argila e matéria orgânica apresentaram maior potencial de lixiviação desse herbicida.
Resumo:
Este trabalho objetivou descrever a estrututura biológica de bancos de Sargassum do litoral dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Comunidades de 16 costões rochosos foram amostradas aleatoriamente (quadrados de 50 cm de lado) durante 1991-92. Essas comunidades, que apresentavam populações de Sargassum de sete diferentes táxons infragenéricos, eram submetidas a diferentes graus de exposição às ondas e à emersão. A massa seca de Sargassum variou de 37 g.m-2 a 587 g.m-2; os maiores valores foram encontrados em locais moderados e protegidos. A análise de agrupamento dessas comunidades, considerando a massa seca de 75 grupos de macroalgas e macroinvertebrados, indicou três padrões estruturais caracterizados pelo grupo de organismos mais abundantes: 1) Sargassum, em locais não expostos à ação direta das ondas, nem à emersão freqüente e distúrbios recentes; 2) algas calcárias (Corallinaceae), principalmente em locais expostos à ação das ondas e à emersão, juntamente com Phragmatopoma lapidosa (poliqueto tubícola) e/ou Perna perna (mexilhão); 3) outros grupos de macroalgas não calcárias, como Dictyopteris delicatula, representativos em situações intermediárias. Esses padrões poderão ser úteis para a avaliação do potencial de explotação de Sargassum no litoral brasileiro, bem como de outros organismos como mexilhões.
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As macroalgas podem ser usadas para indicar distúrbios biológicos e físicos do ambiente. Neste estudo, a estrutura das comunidades fitobentônicas serviu para caracterizar a Área de Proteção Ambiental de Cairuçú. Seis locais de coleta representaram diversas condições ambientais dentro da Baía de Parati, RJ. O local mais exposto às ondas foi a Ponta da Cajaíba, seguido pela Praia da Conceição, moderadamente exposta às ondas, e os demais foram protegidos. Coletas quali e quantitativas das macroalgas foram realizadas em quatro épocas do ano. A cobertura destas foi estimada em grupos morfo-funcionais no sublitoral em transectos de 10 m, cada um com 10-30 quadrados aleatórios de 0,04 m². A densidade dos ouriços herbívoros foi estimada em 10 áreas de 0,25 m². Foram acrescidos 15 táxons à flora do Município de Parati, totalizando 136. Na comparação entre floras do sul fluminense, Parati assemelha-se ao grupo da Baía de Sepetiba e o restante da Baía da Ilha Grande. A Ilha Comprida, Saco da Velha, Praia Vermelha e Ponta do Buraco apresentaram comunidades dominadas por algas eretas, coriáceas e calcárias articuladas e menor cobertura de algas calcárias incrustantes. Sargassum dominou em condições ambientais mais estáveise, após senescência, foi substituído por rodofíceas menores, sugerindo competição entre diferentes estratos na comunidade. Locais mais expostos às ondas e/ou herbivoria (Praia da Conceição e Ponta da Cajaíba) foram dominados por algas crostosas e eretas de pequeno porte, concordando com padrões previstos em modelos de abundância de grupos morfo-funcionais de algas em função do grau de distúrbios.
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Este catálogo polínico visa servir de base para o estudo de reconstituições paleoambientais através da palinologia de sedimentos no Planalto do Sul do Brasil. Para tanto, apresenta os grãos de pólen de gimnospermas e angiospermas encontrados no perfil sedimentar de uma turfeira do Planalto Leste do Rio Grande do Sul. O perfil possui 286 cm de comprimento, correspondendo aproximadamente aos últimos 25.000 anos. As 22 amostras foram retiradas do perfil em intervalos regulares, tratadas quimicamente seguindo o método padrão e analisadas em microscópio óptico. São apresentados grãos de pólen de duas gimnospermas e 43 angiospermas (uma Magnoliidae, cinco Hamamelidae, seis Caryophyllidae, seis Dillenidae e 25 Rosidae). O material polínico é descrito e ilustrado. As descrições são acompanhadas, sempre que possível, de dados ecológicos do esporófito de origem.
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Estudos recentes indicam que em áreas de Cerrado protegidas das atividades antrópicas ocorre uma evolução estrutural de fitofisionomias abertas para outras mais fechadas, com tendência ao desaparecimento das primeiras. Analisou-se a dinâmica das fisionomias do Cerrado ao longo de 44 anos, na Estação Ecológica de Assis, SP, uma das poucas unidades de conservação do bioma no sudeste do Brasil, com o objetivo de caracterizar e quantificar possíveis tranformações fisionômicas no tempo e no espaço. Protegida de pressões antrópicas por longo tempo, observações de campo têm indicado um adensamento da vegetação em toda a área, rumo a um clímax de estrutura florestal. Para realizar este estudo foram utilizadas aerofotos (1962, 1984 e 1994), imagens "QuickBird" (2006) e reconhecimento de campo. Durante o período compreendido por este estudo, a área ocupada pelas fisionomias campestres foi reduzida de 23% para menos de 1% da área estudada, enquanto, no outro extremo do gradiente fisionômico, a proporção correspondente ao cerradão aumentou de 53% para 91%. O ritmo de adensamento da vegetação não foi o mesmo em toda a área, estando, aparentemente, correlacionado com a posição topográfica e diferenças edáficas. Acreditamos que as fisionomias campestres e savânicas inicialmente existentes eram mantidas em decorrência de pressões antrópicas, que impediam a evolução rumo a um clímax edafo-climático de maior fitomassa. Confirmando o que tem sido observado em outros locais, a proteção contra o fogo e a suspensão de atividades agropastoris possibilitaram uma evolução gradativa das formações abertas (campo, campo cerrado e cerrado típico) para outras mais fechadas (cerrado denso e cerradão), tendendo as primeiras ao desaparecimento, caso não ocorram novos distúrbios. As conseqüências dessas transformações, relacionadas com estratégias de manejo, conservação da biodiversidade e fixação de carbono são discutidas.
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Rudgea jasminoides (Cham.) Müll. Arg. é uma rubiácea arbórea nativa da floresta tropical que sintetiza metabólitos secundários antifúngicos, quando em contato com fungos. Membros da família Rubiaceae estão entre as poucas plantas facilmente mantidas em cultura de tecidos e que produzem quantidades substanciais de metabólitos secundários que ultrapassam os níveis normalmente encontrados na planta intacta. Neste trabalho foi analisada a presença de compostos antifúngicos constitutivos e induzidos produzidos por folhas e suspensões celulares dessa espécie. Oligogalacturonídeos (OGAs), ácido salicílico(AS), óxido nítrico(NO) e fragmentos de β-glucano de leveduras foram usados como eliciadores. Substâncias constitutivas com atividade antifúngica foram detectadas nas suspensões celulares de R. jasminoides, principalmente na fase estacionária do crescimento das culturas. Essas substâncias foram encontradas em maior diversidade e quantidade quando comparadas às das folhas. O tratamento com fragmentos de β-glucano de leveduras aumentou a produção de substâncias antifúngicas constitutivas e induziu a síntese de compostos antifúngicos ausentes nas culturas não eliciadas (fitoalexinas), principalmente na fase de crescimento exponencial. OGAs derivados da parede celular de folhas dessa espécie também promoveram efeito similar. Nas condições experimentais utilizadas, os sinalizadores endógenos ácido salicílico e óxido nítrico foram tóxicos e ineficazes na ativação da síntese de metabólitos de defesa nas culturas celulares de R. jasminoides. Os resultados obtidos neste trabalho indicam que suspensões celulares de R. jasminoides sintetizam substâncias com atividade antifúngica, cuja produção pode ser aumentada pelo uso de eliciadores de fungos e plantas.