890 resultados para Tecnologia de ponta e educação Barcelona (Espanha)
Resumo:
Aprovada em janeiro de 2003, a A Lei 10.639 tornou obrigatrio o ensino da Histria e cultura da frica em todos os estabelecimentos de ensino, pblicos e privados, no Brasil. O MEC sugere que a Lei seja trabalhada atravs de projetos. Supe-se que, desta forma, a escola pode se situar numa perspectiva de compromisso e de implicao das suas prticas de mudana individuais e/ou coletivas. Temos a convico de que esta lei no surgiu ao acaso tampouco por benevolncia poltica de nenhum governante ou partido poltico. Ela se apresenta como resultado das reivindicaes dos movimentos negros brasileiros, que sempre tiveram como bandeira, a defesa pelos direitos educação como um dos meios fundamentais para a conquista de uma sociedade onde a igualdade e a justia para a maioria seja realizada. No se trata de uma legislao qualquer, mas especificamente de uma que aborda temtica altamente controversa, qual seja, a questo das relaes tnicoraciais no Brasil. Se no conjunto mais amplo da sociedade tal questo polmica, no campo da educação ela vem particularmente estimulando enormes empenhos para desconstruir concepes apreendidas durante anos de formao dos professores e professoras, formados e formadas numa sociedade com srias desigualdades sociais e impregnada pelo racismo estrutural. O objetivo dessa dissertao foi acompanhar um projeto que, desde 2008, busca a implementao da lei. Trata-se do Projeto Malungo, realizado na e pela Escola Tcnica Estadual Oscar Tenrio. Ao nos aproximarmos desse projeto buscaremos refletir sobre algumas questes: quais as dificuldades encontradas por professores e professoras para a implementao dessa proposta? Ela tem auxiliado naquilo que anteriormente mencionamos como desconstruo de uma formao tecida em alicerces de uma sociedade desigual e racista? Iniciativas assim facilitam a implementao da Lei 10639?
Resumo:
A Capoeira defesa, ataque, ginga de corpo, malandragem, ao e reao, um jogo de xadrez, segundo alguns capoeiristas. Para uns, esporte, para outros dana, luta, briga, filosofia de vida. Mas h ainda os que a veem como um espetculo acrobtico de habilidades corporais propagado nos filmes, shows, jogos de vdeo game, eventos tursticos, acabando por criar determinados esteretipos corporais de beleza e desempenho fsico. Nesse sentido, a pesquisa teve como objetivo descrever, analisar e interpretar a cultura corporal, assim como a percepo de capoeiristas em relao ao corpo na capoeira, e dos seus contramestres/mestrando, localizados em diferentes grupos de capoeira situados em diferentes instituies, tais como: Bloco de carnaval; Clube esportivo; Academia de ginstica. Parte-se do entendimento de cultura corporal enquanto expresso de uma cultura historicamente construda, acumulada, ressignificada e expressa pelos movimentos corporais que destaca traos marcantes de um determinado grupo, de uma determinada localidade. Neste caso, dos diferentes grupos de capoeira e de suas respectivas instituies. Qual a percepo dos capoeiristas em relao ao seu prprio corpo, ao corpo de seus colegas e de seu contramestre/mestrando de capoeira? O que esperam os capoeiristas aprenderem na capoeira? E para esses capoeiristas e seus contramestres/mestrando qual o principal objetivo ao se ensinar/aprender capoeira? Seria algo em torno de um aspecto mais tecnicista que visasse prioritariamente o desenvolvimento e aperfeioamento das tcnicas dos movimentos, floreios, esquivas? Ou tambm, aliado a estes aspectos, seria mais importante, para os capoeiristas, conhecer a histria da capoeira, como esta veio ao longo do tempo se ressignificando e resistindo para ser hoje reconhecida como um esporte verdadeiramente nacional? Ser que haveria aqueles que praticassem capoeira simplesmente para manter um padro corporal esttico propagado pela mdia e pela indstria da moda? A partir das observaes, reflexes e interpretaes das entrevistas chega-se a concluso que de fato as instituies nas quais os grupos realizam suas prticas podem influenciar na filosofia de ensino/aprendizado destes. E que as percepes e interesses dos capoeiristas em relao ao prprio corpo variam pela busca de um melhor desempenho tcnico, padro de esttica e pelo conhecimento histrico da capoeira, dos movimentos, golpes, esquivas e como estes vem ao longo do tempo se ressignificando
Resumo:
O Instituto Superior Tecnolgico do Rio de Janeiro (IST-Rio) serviu de lcus para a concretizao deste trabalho, que traz o relato de uma realidade institucional vivenciada por uma comunidade educacional que incorporou em seu projeto pedaggico humanidades dentro da perspectiva de uma formao tecnolgica. O trabalho foi realizado utilizando como base a Teoria Crtica, aplicada ao universo da educação pblica superior e focada nos jovens de classe popular oriundos da Cidade do Rio de Janeiro. A caminhada, turbulenta e ao mesmo tempo repleta de desafios, culminou em conquistas importantes, resultantes do esforo de uma equipe que acreditava nas mltiplas possibilidades de concretizao de um projeto comprometido com a formao tecnolgica na rea de cincia da computao a partir da construo de um currculo integrado que contemplasse as disciplinas da rea tcnica e no deixasse de privilegiar a formao humanstica, to importante para a vida cidad. Um projeto que ao mesmo tempo tivesse o olhar pedaggico para a construo de suas prticas e a gerncia democrtica significativa para a necessria consolidao de um novo estilo de convivncia. Os resultados foram significativos e representaram avanos para as vidas dos docentes e discentes, alm de profundas mudanas na maneira de consolidar o conhecimento, o que alavancou o desenvolvimento de um sentimento institucional capaz de proporcionar a construo de uma proposta de poltica pblica para a ampliao da formao tecnolgica em todo o Estado do Rio de Janeiro, apropriando um projeto inovador, criativo e humano.
Resumo:
A tese tem como objetivo central a apresentao do que chamamos de teoria marxista do conhecimento e resulta de um trabalho estritamente terico atravs do qual buscamos extrair de escritos tericos de K. Marx, I. Lnin, L. Althusser e de escritos metodolgicos da cientista social M. Cardoso, os elementos de fundamentao epistemolgica da cincia marxista, ou seja, a teorizao marxista sobre a prtica cientfica. Para tal, buscamos apoio na distino althusseriana entre materialismo histrico e materialismo dialtico, a partir da qual apresentamos as teses filosficas do marxismo e os princpios da cincia marxista. A tese apresenta os elementos da filosofia marxista como uma teoria geral da cincia e, tambm, procura apresentar uma teorizao particular sobre metodologia cientfica em relao cincia marxista. A tese busca desenvolver uma reflexo epistemolgica que possa contribuir para a produo de conhecimento em Educação e, tambm, para a luta terica da filosofia marxista contra as vertentes idealistas e empiristas concernentes pesquisa educacional atual.
Resumo:
A presente pesquisa tem como enfoque a ao educativa do movimento negro no Brasil constitudo na base catlica. Os marcos temporais e espaciais se localizam entre 1988 e 2000 na Diocese de Duque de Caxias e sua parquia em So Joo de Meriti, ambas situadas na Baixada Fluminense, regio metropolitana do Rio de Janeiro. A escolha do ano de 1988 se deve ao papel protagonista que os atores coletivos tiveram na Campanha da Fraternidade da CNBB (Confederao Nacional dos Bispos do Brasil) no ano de 1988, centenrio da abolio da escravatura no Brasil. A principal fonte pesquisada o peridico diocesano Pilar, publicado em Duque de Caxias desde 1990 apontou que, ao longo da dcada em estudo, o movimento negro de base catlica operou prticas formativas que buscavam alcanar a conscincia da negritude no mundo leigo e eclesial. Os movimentos sociais unem a intencionalidade poltico-formativa ao projeto de transformao de realidades e, neste sentido, a construo do conhecimento atua para a emancipao dos atores. A luta anti-racista, que ainda afeta patrimnios sociais e culturais, empreendeu uma ao contra-hegemnica interior e exterior Igreja Catlica, aqui analisada luz do jornal Pilar.
Resumo:
O presente estudo versa sobre a relao entre escolas e famlias no cotidiano escolar. Assim, propus-me a conhecer os processos de comunicao desenvolvidos por esses praticantes fundamentais na educação das crianas, por considerar que se trata de um aspecto das sociedades contemporneas muito importante a ser estudado e compreendido. Para levar a cabo esta pesquisa, baseada na concepo epistemolgico-metodolgica dos estudos nos/dos/com os cotidianos, mergulhei nos espaostempos de duas instituies do ensino fundamental da cidade de Villa Carlos Paz (Crdoba, Argentina), durante o primeiro semestre letivo de 2012. A partir das observaes/sentimentos e entrevistas/conversas registradas, percebi que dentre as principais vias de comunicao existentes para o relacionamento entre escolas e famlias, destacam-se os cadernos de informaes e as reunies de pais (grupais ou individuais). Entretanto, os praticantes usam essas instncias de comunicao e se valem de tticas astuciosas para enfrentar e resolver as diversas situaes que se apresentam no dia a dia. Assim, aponto que as dificuldades na comunicao entre famlias e escolas, muitas vezes so devidas a rgidos preconceitos e medo dos que so diferentes, enquanto que a empatia nos relacionamentos favorece e possibilita o dilogo social. Desta forma, finalizo sugerindo algumas ideias e propostas com o intuito de fortalecer/melhorar/potencializar a comunicao entre famlias e escolas no cotidiano escolar.
Resumo:
A formao continuada de profissionais de Educação e Sade se constitui como objeto desta dissertao. Na presente pesquisa pretendi planejar, implementar e avaliar os efeitos de um programa de formao continuada de profissionais de Educação e Sade, oferecendo instrues e orientaes de uso dos recursos da Comunicao Alternativa e Ampliada (CAA), para favorecer a comunicao e aprendizagem de crianas com autismo, Asperger e Angelman. Os estudos foram realizados em uma escola regular e em uma instituio especializada, com abordagem clnica-teraputica-educacional. O universo da pesquisa abrangeu oito profissionais: duas professoras de classes regulares de ensino, uma professora especialista (Atendimento Educacional Especializado), duas estagirias (estudantes de Pedagogia), exercendo a funo de mediadora do aluno com autismo includo, uma professora da instituio especializada, um auxiliar da professora e uma psicloga. Tambm nove crianas fizeram parte desse universo: uma criana com autismo, includa em classe regular e oito crianas que frequentavam a instituio especializada, sendo duas com Asperger, quatro com autismo e duas com Angelman. Para responder pergunta principal do estudo: A Comunicao Alternativa e Ampliada pode favorecer a comunicao e a aprendizagem de crianas com autismo, Asperger e Angelman?, foi necessrio conhecer os profissionais, as instituies e as respectivas gestoras, bem como o corpo docente, a equipe tcnica e as crianas assistidas pelos profissionais, para verificar as suas necessidades, potencialidades, interesses e limitaes. Outro elemento fundamental na proposta de formao dos profissionais foram os procedimentos do ensino e da consultoria colaborativa. A pesquisa foi desenvolvida em trs estudos, durante o perodo de julho de 2010 a abril de 2012. Foi utilizado o delineamento intrasujeitos do tipo A-B (estudo I) e A-B-C (estudos II e III) e anlise qualitativa dos resultados. Os procedimentos iniciais adotados foram: aplicao de questionrios para os profissionais e os responsveis pelas crianas, entrevistas semiestruturadas com as gestoras das instituies, observaes in loco, filmagens das atividades pedaggicas e anotaes de campo. Com base nos questionrios, entrevistas, observaes e anotaes foram levantadas as principais dificuldades e necessidades dos profissionais e das crianas e construdos protocolos de observao dos comportamentos destes sujeitos. Durante o desenvolvimento dos estudos foram realizadas filmagens das atividades pedaggicas e anotaes de campo, bem como reunies com os profissionais, para orientaes e planejamento das atividades pedaggicas adaptadas a serem desenvolvidas com as crianas, bem como materiais e recursos da CAA. Os resultados apontaram presena de algumas modificaes nos comportamentos dos profissionais e nos comportamentos das crianas. Revelaram ainda, que este trabalho proporcionou aos profissionais a oportunidade de reverem as suas atuaes e as suas crenas, com relao incluso de crianas com autismo, Asperger e Angelman em ambientes no protegidos. Foi possvel verificar as contribuies dos procedimentos e dos recursos da CAA, para favorecer a comunicao, a autorregulao e a aprendizagem dessas crianas e o quanto os procedimentos do ensino e da consultoria colaborativa se apresentam como promissores para o desenvolvimento dos profissionais.
Resumo:
A cibercultura, cultura contempornea mediada pelo digital em rede, potencializada pelos usos dos dispositivos mveis, delineia novas formas de relaes: econmicas, sociais, profissionais, polticas, educacionais, trazendo novos contornos sociedade. Neste contexto, esta dissertao buscou compreender em que medida, a mobilidade dada pelas redes telemticas sem fio podem ser utilizadas dentro de um contexto educativo, entendendo que esse contexto se d dentrofora da universidade, nos diversos espaostempos da cidade. Buscamos, para tanto, articular pesquisa-formao (Macedo, Santos e Josso) com abordagem multirreferencial (Ardoino), os pressupostos das pesquisas nos dos com os cotidianos (Alves) e criamos, no contexto formativo da disciplina de Didtica, da Licenciatura de Pedagogia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, atos de currculo com os usos dos dispositivos mveis e do digital em rede, em dilogo com os estudos da cibercultura (Lvy, Lemos, Santaella, Santos). Analisando os usos do digital em rede e dos dispositivos mveis no contexto formativo dos estudantes de Didtica e suas narrativas, chegamos aos seguintes achados: a) as interfaces sociais definem a percepo do espao em que estamos assim como as possibilidades de interao comunicacional com os outros; b) a mobilidade dada pelo digital em rede e pelos usos dos dispositivos mveis imprime outras dinmicas ao como e quando aprenderensinar; c) expandir as estratgias de aprendizagemensino disponveis por meio do digital em rede aumenta a possibilidade de acesso a contedos, informaes, reconfigurando o papel da universidade; d) no que tange ao acesso livre rede, tanto dentro da universidade quanto na cidade, h necessidade de polticas pblicas efetivas para a incluso digital; e) no mbito da pesquisa-formao, nossa pesquisa contribuiu para a formao de docentes, criando as ambincias pedaggicas necessrias para o desenvolvimento de habilidades e competncias para uma gesto mais flexvel do conhecimento e dos processos de aprendizagemensino dentrofora da universidade.
Resumo:
Esta tese tem como objetivo identificar as marcas da Maonaria no campo educacional brasileiro, no perodo entre o final do sculo XIX e incio do sculo XX, at 1930, bem como analisar o conceito manico de Ilustrao, aplicado ao campo da educação, em contraposio proposta pedaggica da Igreja Catlica. Por meio de estudo da literatura nacional e internacional relativa ao tema, e de manuscritos e fontes impressas da Maonaria, a saber, leitura das atas das sesses das Lojas Manicas e documentos oficiais de divulgao interna emitidos ao longo do perodo em questo, procedeu-se uma narrativa seqencial das aes desenvolvidas pelos membros desta instituio, concernentes ao projeto de instaurar uma educação republicana, laica, mista e voltada para o trabalho. Os dados foram compilados e comparados demonstrando a contribuio dada por esta instituio na estruturao da rede escolar republicana do pas. A partir da clarificao da trilha das ideias conformadoras do pensamento manico pelo mundo, at sua chegada ao Brasil, da anlise das biografias de maons dedicados ao campo educacional nacional, e, fundamentalmente, da descoberta e mapeamento de centenas de escolas criadas e administradas pela maonaria no perodo da primeira repblica, se pode mensurar a atuao da Maonaria na Educação. Portanto, a tese conclui que estas marcas manicas perduram at a contemporaneidade no sistema educacional brasileiro. Assim, espera-se que esta tese tenha contribudo para uma releitura historiogrfica das relaes entre Educação, Escola, Estado e Sociedade a partir da identificao das possveis marcas legadas pela Maonaria no campo da Educação no Brasil.
Resumo:
Introduo: Essa pesquisa situa-se no campo epistemolgico da Fonoaudiologia Educacional. A prtica fonoaudiolgica no Brasil tem sua gnese vinculada a medidas de uniformizao e normatizao da lngua. As aes fonoaudiolgicas foram, desde a sua origem, influenciadas pelo positivismo e pelo pensamento naturalista, o que se traduziu em uma atuao, marcadamente, clnico-mdica e numa concepo normativa de desenvolvimento e aprendizagem da escrita. Esforos tm sido empreendidos para se instituir no campo educacional uma atuao fonoaudiolgica diferenciada, que se destitua do carter curativo e normativo e se volte para a promoo do processo de ensino-aprendizagem. No entanto, apesar dos esforos em busca da modificao e ampliao da atuao fonoaudiolgica educacional, esse carter clnico-mdico persiste. Entende-se que tal perpetuao sustentada por paradigmas enraizados e mantidos at hoje na formao do fonoaudilogo e do educador. Trata-se de vises que universalizam questes relativas linguagem e ao processo de aprendizagem da escrita e medicalizam padres que se apresentam fora do esperado como normalidade. Objetivo: Caracterizar a natureza e a representao da escrita alfabtica, visando a contribuir para a superao da cultura naturalstica e biologizante na abordagem das questes sobre a aprendizagem e o domnio da lngua escrita no campo da Fonoaudiologia Educacional. Metodologia: Pesquisa cientfica de base terico-conceitual. Resultados: Essa pesquisa revela que o sistema estrutural da escrita constitui um fenmeno com propriedades gramaticais e representacionais que se distinguem da fala. Evidencia-se que a relao entre a lngua escrita e a lngua oral no direta, de tal modo que a escrita alfabtica no uma transcodificao da fala. Alm disso, essa tese sustenta que a natureza da escrita no biolgica, mas eminentemente cultural, de tal maneira que sua apropriao e domnio constituem um processo conceitual singular. Tal concepo implica o entendimento de que diferentes sujeitos socioculturais interagem e conceituam a escrita de modos diversos. Essa diversidade ocorre porque sujeitos sociais plurais apresentam modos diferenciados de organizao e operao mental que, por sua vez, implicam diferentes formas de interao com o mundo, com o outro e com a escrita, resultando em diferenas individuais na estruturao e no uso da fala e da escrita. A partir desses conceitos, sistematizam-se princpios norteadores para a constituio de uma atuao fonoaudiolgica educacional, no campo da escrita, destituda de qualquer carter clnicomdico. Concluses: O entendimento de que a apropriao da escrita no tem natureza biolgica permite a compreenso de que os diferentes modos de escrita no podem ser validados por regras universais baseadas em um sistema mental apriorstico, nem, tampouco, considerados produtos de uma condio de anormalidade intrnseca ao sujeito. Essa tese demonstrou que a manuteno de uma concepo de um determinismo biolgico para as dificuldades na aprendizagem ou domnio da escrita, na verdade, envolve uma questo paradigmtica. Enfim, os parmetros que definem as categorias do que normal e do que anormal na estruturao e no uso da escrita no so regidos por princpios biolgicos, mas por categorias paradigmticas. Assim, a ideia de um distrbio de aprendizagem da escrita se sustenta somente sob determinado paradigma.
Resumo:
A presente tese tem por finalidade refletir sobre princpios pedaggico-filosficos para o ensino da cincia na etapa intermediria da educação escolar. Considerando que tanto a prtica educativa quanto a prtica cientfica so prticas sociais mediadoras do processo de produo, e que, portanto, no se pode pens-las fora de um mtodo que as integre dialeticamente a partir de determinantes que esto dados no campo da economia poltica, procurou-se investigar aqui qual o estatuto hoje reservado cincia no quadro de valores introduzidos pela economia poltica neoliberal e os efeitos dessas mudanas sobre o que se prescreve para a formao cientfica no ensino mdio brasileiro a partir da ltima reforma educacional (LDBEN/1996). Tratou-se de sublinhar aqui as conexes que foram se firmando entre os processos de universalizao da forma-mercadoria e as mudanas introduzidas no regime de produo do conhecimento, que vai cada vez mais sendo moldado pelos objetivos e prescries do capital. Tendo por referncia o materialismo histrico-dialtico, o objeto desta tese foi delineado de modo a refletir o processo de constituio da produo da cincia em dois mbitos distintos: o da macro-poltica, presidido hegemonicamente pelas instituies ligadas ao capital, a partir da dcada de 1990, e o da relao epistemolgica que subjaz prtica cientfica contempornea, assinalando a co-relao entre estes processos e os seus nexos causais. Para dar contas destas relaes, procedeu-se a uma investigao histrica e filosfica que teve por objetivo mostrar como o conceito de natureza cunhado pelas mos dos primeiros cientistas no sculo XVII futura matriz da noo de cincias da natureza tal como ela tomada hoje no currculo , assentado numa distino fixa entre juzos de fato e juzos de valor, deve seu contedo a um processo que finalmente econmico e social. Por meio desta crtica pode-se estabelecer os vnculos entre a economia poltica, o vis institucional da cincia e o universo da epistemologia. Concluiu-se que h uma relao necessria entre o novo registro institucional de produo do conhecimento, garantido por um estatuto regulatrio afinado com as demandas do neoliberalismo, e o novo estatuto epistemolgico, assinalado por uma nfase nos pressupostos do realismo cientfico ingnuo. Esta relao se projeta sobre o ensino da cincia na forma de uma intensificao de seu teor tecnicista, e dentre as suas caractersticas destacamos duas: 1) o conceito de natureza, tomado no ensino das cincias como uma abstrao des-historicizada; 2) o mito da unicidade cientfica, isto , a crena de que s h uma cincia: a que formular, numa linguagem nica e inequvoca, a verdade do real. Para finalizar, fizemos aluso a dois programas educacionais que, a nosso ver, avanam rumo a novas formas de ensino na medida em que refletem a experincia de um grupo de educadores e alunos com os princpios da educação politcnica: o do Instituto de Educação Josu de Castro (IEJC/ITERRA) e o da Escola Politcnica de Sade Joaquim Venncio (EPSJV/Fiocruz).
Resumo:
A presente pesquisa de mestrado tem como objeto de estudo o currculo do Programa de formao inicial para professores em exerccio na educação infantil (PROINFANTIL/MEC). Tem o objetivo de investigar e analisar a produo curricular e docente do referido programa no municpio de Mesquita - RJ, entre os anos de 2009 a 2011. Este programa de formao tem seu texto curricular desenvolvido pelo Ministrio da Educação, esfera federal, desenvolvido em parceria entre estados e municpios, com a participao de mltiplos sujeitos ativos no trabalho com a Educação Infantil: educadores de creches comunitrias, auxiliares de creches e pr-escolas concursados das redes municipais de ensino, professores formadores, professores tutores, professores das universidades, representantes das esferas federal, estadual e municipal, entre outros atores. O foco de anlise est no portflio ? instrumento de avaliao e registro escrito do currculo do curso - construdo pelas professoras cursistas participantes, entendendo-o como espao de produo dinmica do currculo da educação infantil, tecido em meio a uma rede de relaes no processo de formao docente, criando diferentes sentidos e significados para as questes curriculares. A base terica para dialogar com esta pesquisa est nos estudos de Ball (2006), Bhabha (2007), Macedo e Frangella (2007), que trazem discusses fundamentais sobre a produo cclica de polticas curriculares, tecidas em meio a processos de hibridizaes culturais e negociaes constantes. A formao docente e o currculo aqui so entendidos como construes ininterruptas entre/nas negociaes dos diferentes sujeitos envolvidos, em meio a diversos contextos da educação infantil.
Resumo:
O presente trabalho tem por objetivo analisar o processo de insero de pessoas de baixa renda moradoras em comunidades do Rio de Janeiro no mercado de trabalho formal, alunos e egressos dos cursos da Educação Profissional oferecidos no mbito do Programa SESI Cidadania (PSC), implantado pela Federao das Indstrias do Rio de Janeiro (FIRJAN), em 12 de agosto de 2010, por meio do acordo de cooperao com o Governo do Estado do Rio de Janeiro. O objetivo do programa levar projetos sociais para as comunidades com Unidade de Polcia Pacificadora (UPP); dentre eles, projetos educacionais com oferta gratuita de cursos na modalidade Qualificao Profissional, respaldada no Decreto n 6.635, de 5 de novembro de 2008. Por conseguinte, este estudo visa a propor iniciativas no sentido de facilitar o ingresso e a permanncia dessas pessoas no mercado de trabalho formal e a gerao de trabalho e renda. A experincia da autora com processos de insero de alunos e egressos de cursos da Educação Profissional oferecidos pelo Programa SESI Cidadania sinaliza que as dificuldades enfrentadas por moradores das comunidades do Rio de Janeiro esto relacionadas s condies histricas, sociais, econmicas e culturais. Diante dessa problemtica, adotamos a seguinte hiptese: as competncias comportamentais, dos moradores das comunidades do Rio de Janeiro interferem na sua insero no mercado de trabalho formal. Nesse aspecto, o foco de investigao foi verificar as competncias observadas pelos profissionais de recursos humanos que interferem na insero e permanncia desses egressos nas empresas. Adotamos o conceito de competncias entendido por Joel Souza Dutra (2001) bem como por alguns tericos da Administrao, que o definem como um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes necessrias para que a pessoa desenvolva suas atribuies e responsabilidades. O recorte emprico se constituiu de dez empresas de pequeno, mdio e grande porte sediadas na Regio Metropolitana do Rio de Janeiro. A abordagem metodolgica incluiu pesquisa de campo com base em dados de entrevistas semiestruturadas, sendo incorporada a tcnica de anlise de relato verbal. Formulamos um questionrio para realizao de entrevistas semidirigidas com profissionais de Recursos Humanos e dirigentes de empresas as quais nos permitiram identificar os fatores que interferem na insero dessas pessoas no mercado de trabalho formal. As concluses apontam dificuldades de insero e permanncia de moradores das comunidades do Rio de Janeiro no mercado de trabalho formal por aspectos relacionados formao educacional bsica, e sobretudo a competncias comportamentais desenvolvidas no contexto sociocultural no qual esto inseridos, as quais se encontram desassociadas das competncias comportamentais demandadas pelo mercado de trabalho formal. A relevncia da pesquisa consiste na possibilidade de subsidiar a formulao de polticas pblicas da Educação e do trabalho destinadas formao profissional de pessoas de baixa renda moradoras das comunidades do Rio de Janeiro para gerao de trabalho e renda.
Resumo:
A regulao direta ou indireta da transferncia de tecnologia pelo Brasil desde o final da dcada de 50 do sculo XX nem sempre foi devidamente compreendida. O uso da tributao, com efeitos fiscais e extrafiscais, teve reflexos sobre a atuao do INPI e do Banco Centra do Brasil (BACEN) que permanecem at os dias de hoje, mas tinham como fundamento uma poltica industrial especfica e a limitao dos seus efeitos no balano de pagamentos do pas. O Brasil nunca se fechou totalmente aos investidores estrangeiros, mas sempre utilizou limitaes setoriais, posteriormente o registro do ingresso do capital estrangeiro e, por muito tempo, o desincentivo sua sada por medidas limitadoras ou proibitivas de remessas de dividendos e royalties, at mesmo com o uso da extrafiscalidade. Como o pas apenas recentemente realmente prioriza de forma geral a pesquisa e desenvolvimento (P&D) tecnolgico, o que resulta em pouca tecnologia gerada internamente, os royalties devidos pelo uso da tecnologia das empresas transnacionais sempre foram objeto de crtica e, consequentemente, medidas limitadoras. Essa atuao regulatria representa um risco poltico aos investidores, com os acordos bilaterais de investimentos (BITs) sendo os tratados internacionais mais utilizados para afast-lo. O Brasil, porm, apesar de ter assinado diversos deles, no possui nenhum em vigor. O confronto entre as clusulas de proteo dos BITs e a poltica regulatria sobre a transferncia de tecnologia e investimento estrangeiro que durante muito tempo vigorou no pas representa um caso concreto extremamente interessante para avaliar a aplicao desses tratados e eventuais medidas que os violam, auxiliando, ainda, a compreenso de algumas das medidas regulatrias que permanecem em vigor.
Resumo:
A exigncia de lidar diretamente com a subjetividade faz com que a educação apresente caractersticas muito peculiares, que desbordam os limites de qualquer organizao lgica. Essa tese pe no centro de suas reflexes os usos e limites das metforas do mundo trabalho em sua funo de modelar e, assim, explicar a atividade docente. Analisando as metforas da tradio (a docncia como sacerdcio e a professora como tia) e as metforas da racionalizao (o professor como especialista, trabalhador e profissional) procuramos mostrar que, medida que a metfora do trabalho foi se impregnando na escola, a atividade docente acabou por excluir do horizonte de suas preocupaes tericas a capacidade humana de iniciativa. Portando-se como doadora de sentido universal para as atividades humanas, a metfora do trabalho, que no se reduz ao simples deslocamento de palavra, mas transposio de um sentido enraizado, tornou-se excessiva e insuficiente para se pensar a tarefa da formao humana. Nesse sentido, a introduo do conceito de ao para elucidar a atividade docente surge com potencial representativo para a prtica do professor, ali onde a metfora do trabalho no consegue realizar plenamente.