1000 resultados para Natureza da ciência
Resumo:
Que é ciência? A distinção entre conhecimento cientÃfico e ciência como coisa viva, ciência da experiência. A dimensão cientÃfica das categorias de Peirce: dedução, abdução, indução. Pragmatismo peirceano. A indução como elemento de ligação entre a hipótese explicativa abdutiva apenas provável e a geração de uma lei dedutiva, necessária porque normativa para hábitos de conduta.
Resumo:
O objetivo do trabalho é apresentar o contexto histórico, as motivações e um esboço de alguns resultados de uma pesquisa ainda não concluÃda. Primeiro fala-se um pouco da Ciência Cognitiva - de suas caracterÃsticas gerais, de sua história, de sua relação com a Epistemologia. Considera-se depois sua relação com a Lógica, emergindo daà uma concepção da Lógica como descritiva e mentalista. Esta concepção choca-se com o antipsicologismo de Frege. A meta da pesquisa é refutar os argumentos de Frege enquanto objeções à tese de que existem duas lógicas, ambas mentalistas, uma descritiva e outra normativa.
Resumo:
Enfoca-se aqui a vinculação Ãntima entre a exaustiva busca empreendida pelo espÃrito grego para edificar em terreno sólido as colossais fundações de uma ciência dos primeiros princÃpios, e o que supõe-se ser sua motivação secreta e última, a aspiração pela eternidade, o mais universal e genuÃno desejo presente em todo ser humano, não ser obliterado pelo tempo.
Resumo:
Neste artigo, propõe-se uma configuração possÃvel para a transição histórico-filosófica de temas investigados no domÃnio da metamatemática para o domÃnio da Ciência Cognitiva funcionalista neurocomputacional. A descrição de tal transição é feita por meio de uma breve análise das idéias de Post, Church, Gödel e Turing sobre a possibilidade de formalização do pensamento criador na matemática, enfatizando as contribuições deste último.
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O texto apresenta uma discussão da tese da neutralidade da ciência, tomando como ponto de partida algumas formulações dos Parâmetros Curriculares Nacionais. A neutralidade é analisada em três componentes: a imparcialidade, a neutralidade aplicada e a neutralidade cognitiva. Procura-se mostrar que, para não se cair no relativismo, a imparcialidade deve ser mantida, mas a neutralidade aplicada não se sustenta, nem como fato nem como valor.
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O objetivo deste ensaio é propor uma interpretação daquilo que para muitos intérpretes constitui o enigma e a dificuldade maior da terceira CrÃtica de Kant: o fato de o filósofo remeter para a mesma faculdade do espÃrito (a faculdade de julgar - Urteilskraft) e para o mesmo princÃpio transcendental de apreciação (a teleoformidade ou conformidade a fins - Zweckmässigkeit) o fenômeno da arte humana e os fenômenos da natureza organizada - a estética e a teleologia. Na leitura que propomos, tentamos perceber a fecundidade dessa estranha associação ("associação barroca", no dizer de Schopenhauer) precisamente para permitir pensar alguns dos problemas que coloca atualmente a racionalidade ecológica, não aquela que visa excluir o homem da natureza como seu inimigo, mas uma consciência ecológica que defenda uma natureza viva com homens sensÃveis, com seres humanos tais que não pensam já a sua relação com a natureza como sendo uma relação de meros "senhores e possuidores" frente a um objeto inerte e destituÃdo de valor e de significação por si mesmo, mas que são capazes de contemplar e apreciar a natureza como valiosa por si mesma, de reconhecê-la como um sistema de sistemas finalizados e de colaborar na sua preservação, que têm até perante ela genuÃnos sentimentos de admiração pela sua beleza, de respeito pela sua sublimidade e de gratidão pela sua exuberância e favores. Em suma, propomo-nos mostrar a nova atitude perante a natureza que se deixa pensar a partir da CrÃtica do JuÃzo, considerada esta obra na sua complexidade sistemática.
Resumo:
O presente artigo evidencia, por um lado, o mérito da filosofia de Espinosa, pelo fato de haver submetido a oposição das partes e do todo, do corpo e da alma, da matéria e do espÃrito, à unidade da substância, já que toda parte singular da substância pertence à sua natureza. Por outro lado, destaca a crÃtica de Feuerbach a Espinosa, porque a filosofia deste é, na verdade, uma filosofia da identidade, que não reconhece, como Hegel também assinala, a substância como espÃrito e o espÃrito como substância, e não determina suficientemente a unidade da matéria e do espÃrito, já que falta a ela a realidade da diferença, da determinidade. Enquanto Espinosa identifica Deus com a natureza (Deus sive natura) e, mediante a natureza divina (a substância), supera a contradição de Descartes entre matéria (res extensa) e espÃrito (res cogitans), Feuerbach quer, em oposição ao panteÃsmo, a diferença entre natureza e Deus (aut Deus aut natura).
Resumo:
O objetivo deste artigo é analisar as conexões entre o pensamento polÃtico de Nietzsche e sua crÃtica da cultura, tal como desenvolvidos nas notas e ensaios do primeiro perÃodo de sua obra, especialmente no ensaio Cinco prefácios a cinco livros não escritos. Trata-se de mostrar como o filósofo procura, a partir de uma singular análise do Estado e da sociedade na Grécia antiga, restituir à experiência polÃtica uma dimensão reflexiva em declÃnio na modernidade.
Resumo:
Na fÃsica celeste apresentada em sua Astronomia nova, Kepler explica os movimentos planetários através da ação de uma certa força ou potência motriz solar. Em vista da aproximação feita no livro entre fÃsica celeste e explicações baseadas em "causas corpóreas", chamam a atenção as numerosas passagens onde Kepler refere-se à s noções de alma e mente planetária. No presente artigo discutimos esses trechos pouco comentados da Astronomia nova. Com o objetivo de iluminar a discussão, abordamos na segunda seção a definição de alma terrestre delineada por Kepler no opúsculo Da neve hexagonal, escrito logo após a publicação da Astronomia nova. Kepler atribui a forma hexagonal dos flocos de neve a uma certa faculdade formadora da alma da Terra, que agiria como uma potência geometrizante com a finalidade de otimizar a saÃda do calor no processo de congelamento.
Resumo:
Na CrÃtica da Razão Pura e em outros lugares, Kant apresenta uma aguda distinção entre natureza e razão prática. De acordo com Kant, não é possÃvel deduzir ou derivar todos os sentidos dos imperativos morais dos conhecimentos empÃricos sobre o mundo. Alguns intérpretes (como John MacDowell) argumentam que a concepção de razão prática em Kant pode ser ilusória se baseada em uma visão da natureza indefinida, decorrente de um ponto de vista newtoniano. Nesse texto discutirei a relação entre razão prática e natureza na CrÃtica da faculdade de julgar de Kant. Argumentarei que na segunda parte da obra, Kant introduz um conceito de natureza muito mais rico que as crÃticas lhe têm atribuÃdo.
Resumo:
O parágrafo 62 da CrÃtica do JuÃzo, cuja função é definir o conceito de conformidade a fins objetiva (objektive Zweckmässigkeit), começa com uma declaração do filósofo segundo a qual todas as figuras geométricas se relacionam com uma conformidade a fins objetiva e admirável. Embora não seja aqui essencial para a definição do princÃpio dessa conformidade a fins, a afirmação de Kant de que ela é muitas vezes digna de admiração exerce um importante papel para a sua própria definição. O objetivo deste texto é tecer algumas considerações em torno dessa relação entre o princÃpio estritamente lógico da conformidade a fins e o sentimento em geral, seja de admiração da natureza, ou em todas as suas variações, tais como aparece na sequência do mesmo parágrafo 62: o entusiasmo, a alegria e a estupefação. Embora de antemão se reconheça que tais sentimentos não podem intervir no mecanismo estritamente lógico desse princÃpio, que, segundo Kant, é transcendental, pretende-se mostrar como o seu uso relaciona-se sempre e de algum modo com um sentimento. Para isso, é preciso mostrar que a afirmação de Kant segundo a qual o juÃzo teleológico não possui nenhuma relação com o sentimento de prazer e desprazer não implica necessariamente que esse tipo de juÃzo não possua relação nenhuma como nenhum tipo de sentimento.