796 resultados para Lima, Mario Pereira de Souza. Grammatica expositiva da língua portuguesa Teses
Resumo:
O Brasil um dos maiores consumidores per capita de acar e estudos tm mostrado um papel especfico do consumo excessivo de acar no ganho de peso. Com o aumento do ganho de peso observado em vrios pases, e tambm no Brasil, importante testar quais mensagens, estratgias e propostas de interveno seriam eficazes na preveno dessa epidemia. Os dados reportados so referentes a um ensaio randomizado por conglomerado, controlado, conduzido em 20 escolas municipais na cidade metropolitana de Niteri no Estado de Rio de Janeiro, de maro a dezembro de 2007, que testou a eficcia de orientaes para merendeiras objetivando reduzir a disponibilidade de acar e de alimentos fontes de acar na alimentao escolar e no consumo delas. A interveno consistiu em um programa de educao nutricional nas escolas usando mensagens, atividades e material educativo que encorajassem a reduo da adio de acar na alimentao escolar pelas merendeiras e no consumo delas. A reduo da disponibilidade per capita de acar pelas escolas foi analisada atravs de planilhas com dados da utilizao dos itens do estoque. O consumo individual das merendeiras foi avaliado atravs de questionrio de freqncia de consumo alimentar. As medidas antropomtricas e bioqumicas foram realizadas de acordo com tcnicas padronizadas. As escolas de interveno apresentaram maior reduo da disponibilidade per capita de acar quando comparadas s escolas controle (-6,0 kg vs. 3,4 kg), mas sem diferena estatisticamente significante. Houve reduo no consumo de doces e bebidas aucaradas nas merendeiras dos dois grupos, mas o consumo de acar no apresentou diferenas estatisticamente significativas entre eles. Houve reduo do consumo de energia total nos dois grupos, mas sem diferena entre eles, e sem modificao dos percentuais de adequao dos macronutrientes em relao ao consumo de energia. Ao final do estudo somente as merendeiras do grupo de interveno conseguiram manter a perda de peso, porm sem diferena estatisticamente significante. A estratgia de reduo da disponibilidade e do consumo de acar por merendeiras de escolas pblicas no atingiu o principal objetivo de reduo de adio de acar. Uma anlise secundria dos dados avaliou a associao entre a auto-percepo da sade e da qualidade da alimentao com o excesso de peso e concentrao elevada de colesterol srico das merendeiras na linha de base. As perguntas de auto-percepo foram coletadas por entrevista. Dentre as que consideraram a sua alimentao como saudvel, 40% apresentavam colesterol elevado e 61% apresentavam excesso de peso vs. 68% e 74%, respectivamente, para as que consideraram a sua alimentao como no-saudvel. Dentre as que consideraram a sua sade como boa, 41% apresentavam colesterol elevado e 59% apresentavam excesso de peso vs. 71% e 81%, respectivamente, para as que consideraram a sua sade como ruim. A maioria das mulheres que relatou ter alimentao saudvel apresentou maior frequncia de consumo de frutas, verduras e legumes, feijo, leite e derivados e menor freqncia de consumo de refrigerante. Conclui-se que perguntas nicas e simples como as utilizadas para a auto-avaliao da sade podem tambm ter importncia na avaliao da alimentao.
Resumo:
O presente trabalho tem como objetivo central analisar o Sistema Penitencirio do Estado do Rio de Janeiro a partir do regime semi-aberto, tendo como campo de anlise o Instituto Penal Oscar Stevenson, situado em Benfica, no municpio do Rio de Janeiro, voltado para um pblico carcerrio feminino. Buscou-se verificar, sob o enfoque das presas, a expectativa e possibilidades de retorno ao convvio social; analisar os aspectos jurdico-institucionais referentes ao regime semi-aberto, no que tange a obteno dos benefcios, junto a Lei de Execuo Penal e identificar quais as parcerias que viabilizam a insero delas no mercado de trabalho. Para a efetivao desse trabalho utilizou-se, preferencialmente os pressupostos tericos e metodolgicos da pesquisa quali-quantitativa, pois foi trabalhado no s no nvel da objetividade, mas tambm no significado das aes e relaes humanas, sabendo que a realidade prisional perpassada por questes de cunho opressor, punitivo, em funo de preconizar a segurana. Foram realizados tambm levantamentos de dados bibliogrficos e censitrios, bem como entrevistas semi-estruturadas junto aos agentes penitencirios do setor de educao e classificao e principalmente as presas. A anlise do material coletado permitiu confirmar as hipteses da pesquisa: i) que a ausncia de oportunidades que garantam s presas os benefcios do regime semi-aberto no se d por falta de instrumentos legais, mas sim pela burocracia no cadastramento e poucas parcerias de cursos profissionalizantes, empresas privadas que absorvam mo-de-obra das presas do regime semi-aberto; e ii) e que no momento em que as presas ainda estavam no regime fechado, no tiveram oportunidades de se capacitarem e tambm os vnculos familiares no foram mantidos, com isso dificultando que estas usufruam dos benefcios do regime semi-aberto. E, conseqentemente, sendo cada vez mais adiado o seu retorno gradativo ao convvio social, atravs da progresso de regime.
Resumo:
O combate efetivo ao flagelo secular do terrorismo, ainda que possa se revestir de muitas formas, no prescinde da represso penal de seus autores. Em vista da macia internacionalizao do terrorismo, a partir do Sculo XX, a cooperao jurdica internacional em matria penal (a includa a extradio) consolida-se como instrumento de essencial importncia para a represso do terrorismo pela comunidade internacional, com a vantagem de resguardar o domnio do direito e, por conseguinte, de assegurar a paz e a segurana internacionais. A evoluo do tratamento do crime de terrorismo pelo direito penal transnacional influenciada pelo direito da segurana coletiva, especialmente a partir dos atentados de 11 de setembro de 2001 exerceu expressivo impacto no direito extradicional. O entendimento desse efeito fundamental para extrair-se do instituto da extradio todo o seu potencial para a represso penal do terrorismo. Desde que presentes determinados requisitos, uma conduta de carter terrorista luz de parmetros internacionais gera a obrigao estatal de extraditar ou processar seu autor, mesmo na ausncia de tratado. Alm disso, a extradio exercida ou no em decorrncia de obrigao convencional tem seus princpios afetados pela obrigao internacional de represso do terrorismo, particularmente no que se refere a questes como extraditabilidade, extradio por crimes polticos e extradio de refugiados. O direito brasileiro apresenta algumas vulnerabilidades para o cumprimento da obrigao aut dedere aut iudicare e a prtica judicial brasileira relativa extradio de acusados de atos de terrorismo poderia reportar-se mais ao direito internacional, com vistas a evitar o risco de violao de obrigaes internacionais pelo Brasil.
Resumo:
A Periodontite e a Sndrome Metablica (SM) podem estar associadas com inflamaes sistmicas e resistncia insulnica, e assim as duas condies poderiam estar interrelacionadas. O objetivo deste estudo foi investigar a condio periodontal de pacientes no diabticos com a SM, e avaliar sua relao com os valores dos componentes metablicos da SM. Foram selecionados 165 pacientes no diabticos com SM, 135 dentados (31 homens e 104 mulheres) entre 30 e 82 anos e 30 edentados. Sessenta e quatro pacientes no diabticos e sem SM foram divididos em dois grupos: grupo saudvel periodontalmente e grupo com Periodontite Severa. A avaliao da SM foi baseada nos critrios definidos pela Federao Internacional de Diabetes em 2005. Excluindo os edentados do grupo de pacientes com SM, 14,8% pacientes eram saudveis periodontalmente, 40,7% com Periodontite moderada e 44,4% com Periodontite Severa. Entre os marcadores sistmicos do grupo com SM, somente o IMC do grupo com Periodontite no severa foi significativamente maior quando comparado ao grupo com Periodontite Severa e ao grupo desdentado. A extenso e severidade da doena periodontal nos pacientes com Periodontite Severa com ou sem SM eram semelhantes. Pacientes com Periodontite Severa e SM tinham valores mdios de glicemia, circunferncia da cintura, presso arterial sistlica e IMC significativamente maiores do que os observados nos pacientes com Periodontite Severa sem SM. No grupo sem SM os pacientes com Periodontite Severa apresentaram valores de HDL e circunferncia da cintura significativamente diferentes dos pacientes saudveis periodontalmente. Concluindo,a Periodontite Severa em pacientes com a SM e sem o Diabetes apresenta um padro semelhante a indivduos sem a SM. Pacientes com Periodontite Severa sem diagnstico de SM devem ser investigados para SM.
Resumo:
As doenas infecto-parasitrias, ainda hoje, em pleno sculo XXI so responsveis por uma quantidade generosa de morbidade e mortalidade no Brasil e no mundo. Muitas delas so amplamente influenciadas pelas mudanas climticas que esto ocorrendo em todo o planeta fazendo com que sua incidncia e distribuio geogrfica aumentem. A dengue considerada a principal doena reemergente nos pases tropicais e subtropicais. A malria tem forte incidncia nos pases ao sul do deserto do Saara na frica, ocorrendo tambm em vrios pases da Amrica do Sul que possuem parte da regio Amaznica em seu territrio. Vrias doenas voltam a assolar a populao de vrios locais como as leishmanioses, a Doena de Lyme, erlichioses entre outras. Em maro de 2009 comeam a ocorrer os primeiros casos de uma nova doena inicialmente denominada Influenza suna, a qual, levou alguns indivduos a bito em Oaxaca, uma cidade mexicana localizada a 400 quilmetros da capital. Rapidamente, a doena se espalhou pelo pas e posteriormente, no comeo do ms de abril de 2009 j, existiam relatos de casos em vrios pases. O objetivo geral desta pesquisa verificar em que medida o cuidado de enfermagem realizado expressou um maior ou menor grau de controle do enfermeiro sobre seu trabalho, apontando para os potenciais riscos (biolgicos) de adoecimento e impactos negativos na sade deste trabalhador. O presente estudo foi desenvolvido por meio de uma abordagem quantitativa com desenho longitudinal e observacional, delineamento de pesquisa no experimental e carter descritivo. Foi feita a anlise observacional nas tendas quanto a sua infraestrutura e posteriormente foi passado um questionrio aos enfermeiros pautado em questes sobre o risco biolgico que estes estavam sendo submetidos. Faz-se necessrio que a cultura do improviso acabe e comece a se pensar em uma nova realidade: as doenas transmissveis so uma realidade, elas existem e h de ser feito um adequamento de tudo que esteja ligado rea de sade pensando em um novo contexto. imperioso que tanto as autoridades como os profissionais revejam e reflitam sobre o que aconteceu, para que os erros do passado possam ficar para trs e no se repitam.
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O presente trabalho teve como objetivo principal comparar dois mtodos de extrao de elementos-trao em sedimentos que so assistidos por radiao micro-ondas. Foram coletadas amostras de sedimentos superficiais em um manguezal localizado na baa da Ilha Grande e em trs manguezais localizados na baa de Sepetiba, RJ. As amostras de sedimentos coletadas foram secas, destorroadas e peneiradas. Sub-amostras foram submetidas a anlises de caracterizao fsica e qumica. Os mtodos de extrao de elementos-trao comparados foram o EPA-3051A e o mtodo gua rgia assistido por micro-ondas. Os elementos-trao analisados foram: Cd, Cr, Cu, Ni, Pb e Zn. As concentraes dos elementos-trao nos extratos produzidos foram determinadas por FAAS (Espectrometria de absoro atmica com chama). Foram encontradas nos sedimentos dos manguezais estudados concentraes acima dos nveis estabelecidos pela Resoluo CONAMA 344/2004 para os elementos-trao: Cd, Ni, Pb e Zn. Os resultados mostraram que as capacidades de extrao de elementos-trao dos mtodos EPA-3051A e gua rgia assistido por micro-ondas variam em funo das caractersticas fsico-qumicas dos sedimentos. A anlise estatstica pela tcnica de regresso linear simples mostrou que as duas metodologias so estatisticamente similares apenas para o Cr e os valores dos coeficientes de determinao (R2) obtidos obedeceram seqncia: Cu > Pb > Zn > Ni > Cr > Cd. Na anlise pela tcnica estatstica de regresso linear mltipla ocorreram melhorias estatisticamente significativas nos coeficientes de determinao quando foram includas as seguintes variveis independentes: potencial redox e fsforo total para o Cd, argila para o Cr, areia para o Ni e fsforo total para o Pb e para o Zn
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Em abril de 2007 o governo instituiu o Programa de Apoio a Planos de Reestruturao e Expanso das Universidades Federais REUNI. O decreto caracteriza-se por um contrato de gesto que fixa rgidas metas de desempenho para recebimento de contrapartidas financeiras. Seu objetivo seria a criao de condies de ampliao de acesso e permanncia no ensino superior. No entanto, o que o REUNI prope, na prtica uma reduo proporcional do nmero de docentes nas universidades federais bem como uma reduo proporcional dos recursos de custeio, levando reduo da qualidade e da autonomia, conforme inscritas na Constituio brasileira.
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O estudo das dimenses psicossociais do trabalho tem aumentado em importncia nas ltimas dcadas, devido ao novo contexto poltico e econmico mundial de globalizao, que determina mudanas no mundo do trabalho e expe trabalhadores a fatores de risco ocupacional, entre eles o estresse. A categoria profissional do Agente Comunitrio de Sade (ACS), criada no contexto das reformas sanitrias atravessadas pelo Brasil desde a dcada de 80, tem como um dos principais propsitos atuar na reorganizao do sistema de sade do pas. O ACS tem como especificidade e pr-requisitos a necessidade de ser morador da regio atendida pela Equipe de Sade da Famlia, fato este responsvel por um aspecto nico dentro do estudo na rea de sade do trabalhador. Nesse cenrio o enfermeiro exerce papel de liderana e possui uma caracterstica marcante, que a manuteno de constante contato com a comunidade, realizando atividades de grande interao com os ACS, devendo evitar ou minimizar fatores estressores e possveis agravos sade no mbito da Sade do Trabalhador. O presente estudo tem como objeto o trabalho do ACS como gerador de estresse ocupacional no Programa de Sade da Famlia. Tem como objetivo geral discutir o estresse ocupacional na percepo dos ACS no PSF, numa rea Programtica do Municpio do Rio de Janeiro. Trata-se de um estudo descritivo e de abordagem qualitativa. O cenrio do estudo foram Unidades de Sade da Famlia do Municpio do Rio de Janeiro, e os sujeitos 32 ACS inseridos em trs mdulos do PSF. A coleta de dados foi realizada atravs de entrevistas individuais semi-estruturadas, organizadas e analisadas utilizando a metodologia da Anlise de Contedo, a partir da qual foram identificadas as seguintes categorias: frustrao, trabalho do ACS, representao do trabalho, processo de trabalho, o estresse e relao trabalho x sade. Os resultados identificam o baixo reconhecimento interferindo na produtividade e na auto-estima, excessiva intensidade e ritmo empregados no trabalho, valorizao da burocracia na execuo do trabalho, violncia como fator de insegurana e reconhece a interferncia do estresse na sade tanto fsica quanto psquica. A anlise do trabalho do ACS atuante no PSF aponta aspectos que dificultam sua plena atuao, assim como a prtica estende-se para alm dos conceitos normatizados contidos nas Portarias e outros instrumentos que regulamentam suas atribuies. O trabalho real representa um universo mais complexo e rico do que o trabalho prescrito, que nesse estudo, apresentou-se como fonte geradora de tenso, adoecimento e mal estar, expresso nas vocalizaes de queixas.
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O objeto desta dissertao explorar os discursos militantes relativos diferenciao entre as identidades coletivas de travestis e transexuais no mbito do movimento de travestis e transexuais brasileiro e sua repercusso nas demandas e proposies de polticas pblicas de sade, mais especificamente no que tange s transformaes corporais. Realizei entrevistas semi-estruturadas com ativistas reconhecidas como lideranas desse movimento, tendo como principais eixos: trajetria militante, diferenciao entre travestis e transexuais, organizao do movimento, agenda poltica, transformaes corporais e demandas relativas sade. Alm disso, realizei etnografias em encontros gerais do movimento LGBT, assim como nos especficos de travestis e transexuais, com destaque para o XVI e XVII Encontro Nacional de Travestis e Transexuais (ENTLAIDS), realizados no Rio de Janeiro em 2009 e em Aracaju em 2010; a V Conferncia Regional para Amrica Latina e Caribe da ILGA (International Lesbian and Gay Association), realizada em Curitiba em 2009; e a I Marcha Nacional Contra a Homofobia, realizada em 19 de maio de 2010 em Braslia. A partir dos resultados das entrevistas e das etnografias, busco construir um histrico do movimento de travestis e transexuais no Brasil, no qual possvel localizar a emergncia das categorias identitrias e seus conflitos. Assim, minha investigao passa pela anlise da relao com categorias estigmatizantes como a prostituio e, especialmente, das capacidades de incorporao ou de apropriao de discursos mdicos e psiquitricos na construo de identidades, o que inclui a influncia de fatores de classe e de acesso a servios de sade especializados, notoriamente o processo transexualizador no SUS. A anlise das principais demandas do movimento me levou a uma relao entre polticas de reconhecimento e processos de purificao. Por fim, busco compreender o processo de construo de uma carreira militante no movimento de travestis e transexuais.
Resumo:
Esta pesquisa objetivou compreender como se do as prticas de cuidado dirigidas ao sujeito adoecido de cncer no cotidiano dos servios de sade. Para tanto, partimos do entendimento que o processo de adoecer traz repercusses nos modos de andar a vida dos sujeitos, especialmente no que diz respeito ao cncer, patologia que traz consigo metforas ligadas morte, sofrimento e dor. Ao dar incio busca pelos servios de sade, os sujeitos se deparam com uma srie de entraves que podem no proporcionar alvio, no suprindo as necessidades que essa nova condio impe. Encontramos, em muitos momentos, prticas que negam o carter subjetivo da experincia da doena, no valorizando a narrativa dos sujeitos. Como trajetria metodolgica, escolhemos desenvolver um estudo de natureza qualitativa, utilizando como instrumento privilegiado a entrevista semi aberta. Iniciamos as entrevistas com a consigna: conte como se deu o tratamento de sua doena desde a descoberta at o momento em que se encontra. Os dados coletados a partir do encontro com os sujeitos adoecidos foram complementados por informaes contidas nos pronturios mdicos, bem como por observaes obtidas no momento da interao. O local de realizao da pesquisa foi um hospital estadual de grande porte localizado na cidade de Fortaleza, estado do Cear. As entrevistas foram realizadas no servio de oncologia clnica do referido hospital. Ao todo foram entrevistados doze sujeitos que estavam em tratamento ambulatorial no servio. Dos doze sujeitos, cinco eram mulheres e sete eram homens. As idades variaram de 29 a 65 anos. A anlise dos dados se deu aps imerso no material emprico, posteriormente materializado nas transcries das entrevistas. Procuramos deixar que os sentidos aflorassem, confrontando com o material que j tnhamos disponvel, surgindo da as categorias empricas. Dividimos as categorias em duas dimenses, a do sujeito e a da rede de servios de sade. Ao final da anlise, constatamos alguns pontos que consideramos importantes no sentido de se tornarem dispositivos de mudana. Foi possvel confirmar que os sujeitos sabem de si, e realizam um processo de construo do sentido sobre sua doena e das prticas teraputicas. A doena produz mudanas no sujeito, e os fora a ressignificarem sua rotina e hbitos de vida. Foi possvel observar que o encontro com os servios de sade tem se dado de forma truncada. A luta pelo direito a sade rdua: pela demora na confirmao do diagnstico, pela demora em conseguir marcar exames e receber seus resultados, pela falta de especialistas que saibam o que esto fazendo. Os sujeitos tm descoberto a doena quando esta se encontra avanada. A importncia do dilogo, da escuta, da percepo do que o outro necessita importante, por isso, valorizar os relatos dos sujeitos adoecidos de cncer se faz urgente.
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A utilizao de testes de biocompatibilidade de materiais odontolgicos necessria para avaliar a segurana dos mesmos. Listerine um enxaguatrio comercial usado para a preveno e tratamento da gengivite. O objetivo do estudo foi avaliar os efeitos citotxico e genotxico do Listerine em culturas de Escherichia coli e plasmdios. Na avaliao da citotoxicidade, culturas de E. coli AB1157 e BW9091 foram incubadas com Listerine (10, 50 e 100%) e o crescimento acompanhado pela densidade ptica (DO) em 600nm por 7 horas(h). Para avaliar a sobrevivncia, culturas de E. coli AB1157, em fase exponencial, foram centrifugadas, ressuspensas em soluo salina (NaCl 0,9%) e incubadas (1h, 37C) com Listerine (10, 50, 100%, 1h, 37 C). Alquotas foram semeadas em placas de Petri contendo meio nutritivo nos tempos 0, 30 e 60 minutos e armazenadas em estufa bacteriolgica (18h, 37 C). As unidades formadoras de colnias contadas e as fraes de sobrevivncia (FS) calculadas. Como controles, culturas tratadas salina ou etanol (21,6%). Para genotoxicidade, plasmdios pBSK foram incubados com Listerine (10, 50 e 100%) e com etanol (2,16%, 10,8% e 21,6%), associados ou no ao SnCl2(200g/mL, 30 minutos, temperatura ambiente), realizada eletroforese em gel de agarose (0,8%, 8V/cm), observados por transiluminao UV e obtido o percentual da forma superespiralada (%SE). Os resultados indicam que o enxaguatrio Listerine foi capaz de inibir o crescimento bacteriano de culturas de E. coli na maior concentrao utilizada. O enxaguatrio, na maior concentrao, diminuiu a sobrevivncia das culturas bacterianas testadas. Listerine no modificou o perfil eletrofortico do plasmdios, indicando ausncia de efeito genotxico e tambm foi capaz de proteger os plamdios da ao do SnCl2. Alm disso, o etanol, na mesma concentrao presente no Listerine, no alterou o perfil eletrofortico dos plasmdios, sendo capaz de proteg-lo da ao do SnCl2. Os resultados indicaram que o Listerine apresentou efeito citotxico em culturas de E. coli e ausncia de potencial genotxico em plamdios, sendo capaz de proteg-los, bem como o etanol, dos efeitos genotxicos do SnCl2.
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O estudo teve o objetivo de identificar os contextos de vulnerabilidade e autonomia de mulheres vivendo com HIV/Aids antes e depois do diagnstico. Essas mulheres so participantes do Grupo Parceiras da Vida, atendidas pelo Ncleo de Epidemiologia e pelo Servio Social do Hospital Universitrio Pedro Ernesto/UERJ. O referido grupo tem como proposta oferecer suporte e informao alm de estimular o exerccio da autonomia feminina. Nossa anlise teve como referncia os Direitos Humanos, entendendo que as desigualdades de gnero, propiciam uma srie de violaes de direitos das mulheres, que nos permitem refletir acerca dos processos de vulnerabilidade e autonomia vivenciados pelas mesmas. Foi utilizada a metodologia qualitativa, atravs do uso da histria de vida de mulheres vivendo com HIV/Aids, bem como a observao participante das atividades do grupo de mulheres. Sendo assim, foram abordados os eixos temticos da seguinte forma: Percepo social da doena na tica de Gnero; Acesso e Poltica de Assistncia as Pessoas vivendo com HIV/Aids e a Dinmica de rede scio familiar: o grupo Parceiras da Vida. Identificamos que as inseres de classe, etnia, escolaridade, associados as particularidades do processo histrico vivido pelas mulheres, podem definir maiores ou menores magnitudes de situaes de vulnerabilidade e autonomia. Constatamos, ainda, que o grupo Parceiras da Vida referenciado enquanto grupo de apoio, bem como contribui para o fortalecimento e para a construo de sujeitos mais autnomos no processo de adoecimento pelo vrus HIV/Aids.
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O atendimento ginecolgico de qualidade na adolescncia vem se tornando cada vez mais necessrio na atualidade devido ocorrncia mais precoce da atividade sexual, com conseqente aumento das gestaes no planejadas, das doenas sexualmente transmissveis e da probabilidade de cncer de colo uterino. Este estudo teve como objetivo avaliar a consulta ginecolgica sob a tica dos mdicos e das adolescentes. Foi desenvolvido um estudo de corte transversal atravs de questionrio estruturado aplicado a 191 ginecologistas filiados Associao de Ginecologia e Obstetrcia do Estado do Rio de Janeiro e a 418 estudantes do ensino mdio de escolas estadual, federal e privada da cidade do Rio de Janeiro. Os mdicos responderam questes sobre dados pessoais, qualificao profissional, condutas na consulta ginecolgica e sobre a necessidade de capacitao para o atendimento de adolescentes. Para as colegiais foram abordados aspectos scio-demogrficos, comportamento sexual e avaliao da consulta ginecolgica. Para a anlise dos dados utilizou-se o teste qui-quadrado e o t de student. Os resultados mostraram que no houve diferenas sgnificativas entre as escolares do ensino privado e da escola pblica federal que, no entanto, apresentaram caractersticas distintas quando comparadas s estudantes da instituio estadual. Estas eram predominantemente da raa negra, com responsveis de menor escolaridade e tinham piores condies de moradia. Apesar do maior nmero de parceiros, gestaes e de abortamentos, alm de histrico de violncia sexual, foram consulta ginecolgica em idade mais tardia, devido dificuldade de acesso a servios de sade sexual e reprodutiva. Os trs grupos de estudantes manifestaram, em comum, o desejo de que o profissional investisse mais tempo, pacincia e disponibilidade no atendimento ginecolgico. Quanto aos profissionais, foi constatado que os mais jovens e as do sexo feminino apresentaram atitudes consideradas menos conservadoras na conduta mdica. Os participantes informaram como principal obstculo no atendimento desta faixa etria a maior durao da consulta e ressaltaram a importncia de treinamento especfico e da realizao rotineira do exame colpocitolgico. Concluiu-se que h necessidade de criao de estratgias que facilitem o acesso e a adeso deste grupo etrio rotina preventiva ginecolgica e capacitao profissional especfica. Este trabalho oferece contribuies para o conhecimento da consulta ginecolgica e identifica a necessidade de melhoria na qualidade da assistncia prestada a esta faixa etria a fim de reduzir os agravos da atividade sexual precoce e desprotegida na adolescncia.
Resumo:
Trata-se de um estudo descritivo cujo objeto a sade dos trabalhadores de enfermagem e sua relao com as condies de trabalho em enfermarias de clnica mdica, desenvolvido em um Hospital Universitrio na cidade do Rio de Janeiro. Os objetivos orientaram para: caracterizar o perfil profissional dos trabalhadores de enfermagem; identificar, na perspectiva dos trabalhadores de enfermagem, as condies de trabalho e os fatores de risco sade existentes nas enfermarias de clnica mdica; analisar os problemas de sade identificados pelo trabalhador de enfermagem e a sua relao com as condies de trabalho por ele descrita em enfermarias de clnica mdica. A pesquisa foi realizada no perodo de 2004 a 2005. O referencial terico fundamentou-se nos estudos de especialistas das reas de ergonomia, sade do trabalhador e riscos no trabalho de enfermagem. A populao foi de 41 trabalhadores de enfermagem que atuam nas unidades especializadas de clnica mdica, sendo 73,2% de servidores pblicos e 26,8% de prestadores de servio temporrio e bolsistas; a faixa etria predominante de 40 a 49 anos; 73% so do sexo feminino; 90% com dupla e tripla jornada, com carga horria semanal de mais de 50 horas. Os riscos ocupacionais percebidos foram: manuteno de posturas inadequadas, esforo fsico que produz fadiga, ritmo de trabalho acelerado, manipulao de cargas pesadas, risco de contrair infeco, temperatura inadequada, falta de materiais e insumos e iluminao insuficiente. Os problemas de sade relacionados com as condies de trabalho foram: distrbios osteomusculares, varizes e estresse. Os trabalhadores se interessam pela preveno de riscos ocupacionais, porm no participam na instituio, da elaborao das polticas e estratgias na rea de sade do trabalhador. Com os resultados deste estudo e o respaldo da literatura, pode-se concluir que os problemas de sade e condies de trabalho esto inter-relacionados; que a carga horria excessiva devido a dupla e tripla jornada, acrescido do cuidado com os filhos, idosos e afazeres domsticos, sem a prtica regular de cuidados com sua sade, tornam esses sujeitos mais vulnerveis a problemas de sade.
Resumo:
O propsito desta dissertao apresentar uma anlise da pobreza e da mobilidade social na obra de Ea de Queirs no perodo de 1878 a 1888. Para tanto, examinaremos os personagens pobres, refletindo sobre seu papel na diegese, sua construo no texto e sua influncia na concepo artstica do autor; sobre a subjacente viso de mundo que nelas se expressa; e, finalmente, confrontamo-las, enquadradas no que tem sido considerado esttica realista-naturalista. Esta pesquisa justifica-se pela proposta de criao de um novo foco de anlise dentro da crtica queirosiana: aquele voltado s personagens que se dedicam de modo especfico ao trabalho, e, ao faz-lo, revelar a perspectiva do romancista relativamente sociedade e ao momento histrico. O estudo que fazemos de alguns estratos sociais pouco valorizados (o pessoal domstico, por exemplo) uma lacuna nos estudos queirosianos. Algumas das personagens que acompanhamos passam quase despercebidas nos romances. Com exceo de Juliana, de O primo Baslio, tm interveno mnima na ao. Ainda assim tm uma caracterizao bastante elaborada, mesmo que por vezes com poucos traos, e no deixam de compor uma viso mais alargada da sociedade portuguesa do sculo XIX, desmentindo a ideia ainda hoje corrente de que Ea teria posto nos seus livros apenas os extratos sociais privilegiados de seu tempo. Para alm da designao to vaga de crtico social, Ea testemunhou um processo de transformao de um mundo em runas, que j no podia mais ser o que sempre fora