999 resultados para Garantia da Qualidade dos Cuidados de Saúde
Resumo:
O sentido da visão é crucial para o ser humano. As anomalias da função visual associam-se sempre a um impacto na qualidade de vida, com repercussões importantes a nível individual, familiar e socioeconómico. Na infância podem condicionar todo o desenvolvimento da criança, com consequências no desempenho escolar, nas escolhas profissionais e na probabilidade de aceder a um emprego com remuneração satisfatória. Ao nascimento, o sistema visual ainda se encontra em desenvolvimento. Patologias que condicionem alterações na qualidade e nitidez do estímulo luminoso que chega à retina podem alterar o normal desenvolvimento do sistema visual a nível cortical, causando diminuição da capacidade visual potencialmente irreversível – ambliopia. Embora exista uma plasticidade neuronal residual do sistema visual até cerca dos 10-12 anos, a efetividade de intervenções terapêuticas diminui drasticamente, em geral, a partir dos 6-7 anos. Desta forma, é consensual que a deteção e intervenção precoce das patologias oftalmológicas na infância é fundamental para evitar perda de visão irreversível, principalmente em idade pré-escolar. Assim, o Programa Nacional de Saúde Infantil e Juvenil integra as principais recomendações para avaliação da função visual em crianças, desde o nascimento até aos 18 anos, onde os Cuidados de Saúde Primários assumem um papel crucial. A acuidade visual corresponde à capacidade de visão dos detalhes, essencial para muitas tarefas quotidianas, como a leitura. A sua avaliação é fundamental e deve ser realizada sistematicamente, sobretudo aos 2-3 anos, aos 5 anos e aos 10 anos de idade da criança. Objetivo do estudo: Determinar a proporção de crianças (0-10 anos) com registo de acuidade visual nas consultas de vigilância de saúde infantil e juvenil, entre 2007 e 2015.
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Em Abril de 2016, nos dias 7, 8 e 9 realizaram‐se as 1as Jornadas Internacionais de Saúde da Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro, sob o tema “Abordagem multidimensional à pessoa: contextos emergentes”. Este evento internacional constituiu um espaço de debate interdisciplinar sobre questões e aspetos referentes à abordagem multidimensional à pessoa. (...)
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Prevê-se que os profissionais de saúde façam o melhor para o doente, com o melhor conhecimento que têm, e dentro das boas práticas. Na relação profissional-doente, da qual deve fazer parte a confiança, ocorre um certo desnivelamento. Por um lado o enfermeiro garante a qualidade dos cuidados e actuação em função do bem do outro, por outro ao doente cabe a confiança no profissional, seus conhecimentos e acção. A bioética ajuda a balancear este desnível e proteger a relação de eventuais abusos, com ajuda de alguns princípios, nomeadamente o da autonomia. Como corolário deste princípio surge o consentimento informado. O CI dá primazia à decisão consciente do doente, face ao que lhe diz respeito. Mas se por um lado, favorece um aumento de conhecimento, diminuindo o risco de uma medicina paternalista, por outro pode gerar desconforto na equipa de saúde. O CI deve ser olhado como ponto de equilíbrio, numa relação de respeito, ao invés de causador de medos recíprocos. Assim a relação tende a aproximar-se do ideal, capacitando o doente da tomada de decisões e consequente actuação de acordo com a sua autonomia e autodeterminação, em simultâneo com uma atitude profissional, segura e firmada na boa fé. Caminha-se para a aliança terapêutica, na qual estão impressas a confiança e segurança recíprocas. A legitimidade que se exige ao CI tem obrigatoriamente a informação cedida àquele que toma a decisão. Cabe ao profissional o dever de informar e de forma compreensível. Só com informação compreendida pelo receptor, todos os outros direitos se preenchem de sentido, na medida em que a livre escolha, participação e cidadania são plenamente exercidos. Informar é o meio mais eficaz para «empoderar» cada pessoa, dando-lhe uma parte significativa dos meios necessários à concretização dos projectos pessoais de saúde e de vida. E o enfermeiro é o fio de prumo na balança desta relação, que se deseja equilibrada.
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A implantação de um pacemaker (PMD) ou de um cardioversor desfibrilhador (CDI) tornou-se num procedimento comum e relativamente simples, como tratamento para disritmias cardíacas. Apesar da implantação não implicar uma alteração importante no estilo de vida, está inerente a algumas preocupações e sentimentos de ansiedade, relacionadas sobretudo com as atividades de vida diária. A equipa de enfermagem do Serviço de Cardiologia do Hospital Fernando Fonseca mantém em funcionamento uma consulta de enfermagem ao portador de PMD e/ou CDI desde 2000. Nos últimos anos foram sendo realizadas algumas alterações no sentido de melhorar a consulta e os cuidados prestados a estes doentes. A consulta é realizada por enfermeiros com treino e experiência na área da aritmologia, ocorrendo 4-6 semanas após a implantação do referido dispositivo. Numa primeira consulta constatamos que muitos doentes, durante este período, limitaram ao máximo as suas atividades de vida aguardando pela consulta para esclarecer as suas dúvidas. De forma a encurtar o tempo entre a implantação do dispositivo e a 1ª consulta, a equipa de enfermagem implementou, em Janeiro de 2016 o follow-up telefónico, encontrando-se em fase de teste. Este follow-up é feito cerca de uma semana após a implantação do dispositivo e tem como objetivos fazer uma breve avaliação do estado do doente, despistar eventuais sinais inflamatórios da sutura operatória, fazer alguns ensinos, esclarecer dúvidas e, em caso de necessidade, encaminhar o doente aos cuidados de saúde, se a situação assim o justificar. A análise preliminar que fazemos foi bastante positivo tendo em conta o feed-back obtido pelos doentes /família. Neste contato telefónico foi possível resolver questões, algumas delas geradoras de ansiedade e, despistar eventuais situações de eventual infecção do local cirúrgico. Futuramente iremos reorganizar a consulta de enfermagem de forma a introduzir esta atividade contribuindo assim para a melhoria da qualidade dos cuidados.
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A higiene das mãos é uma das medidas mais simples e efectiva na redução das infecções associadas aos cuidados de saúde. (Direcção Geral da Saúde, circular normativa nº 13/DQS/DSD – Orientação de Boa Prática para a Higiene das Mãos nas Unidades de Saúde). O Hospital Fernando Fonseca E.P.E. (HFF) aderiu à campanha de Nacional de Higiene das Mãos e passados cinco anos a avaliação do HFF, de acordo com a escala da Direcção Geral da Saúde é de muito satisfatório. Mas será que podemos melhorar de maneira a conseguirmos aumentar a taxa de adesão à higiene das mãos pelos profissionais de saúde? No Serviço de Cardiologia (Enfermaria e UCI) verifica-se que a taxa de adesão dos profissionais é menor antes do contacto com o doente. Apesar da existência de Solução Anti-séptica de Base Alcoólica no serviço, de cartazes alusivos e de formação periódica, que estratégias poderão mais ser implementadas para melhorar a adesão dos profissionais de saúde? No início de Março foi distribuído pelo serviço (unidades dos doentes e outros locais) pequenos cartazes (stoppers) a relembrar os profissionais de saúde para a higiene das mãos. A eficácia desta estratégia vai ser analisada através de alguns indicadores preconizados pela OMS. Daremos destaque ao consumo de SABA, comparando o seu consumo neste mês com os anteriores e, a taxa de adesão à higienização das mãos, através da observação- informação. A análise preliminar revela-nos um aumento do consumo de SABA o que nos poderá sugerir o sucesso da colocação de stoppers em locais estratégicos do serviço. Os resultados que daqui surgirem serão alvo de análise e discussão entre os profissionais de saúde de forma a envolver a equipa multidisciplinar na adopção de novas estratégias que visem uma melhor adesão à higiene das mãos. Reconhecemos que a eficácia desta medida é de curta duração pelo que de futuro visamos a implementação de outras medidas que melhorem igualmente a taxa de adesão dos profissionais à higiene das mãos. Bibliografia Direcção Geral da Saúde, circular normativa nº 13/DQS/DSD – Orientação de Boa Prática para a Higiene das Mãos nas Unidades de Saúde; Direcção Geral da Saúde – Departamento da Qualidade na Saúde - Orientação de Boa Prática para a Higiene das Mãos nas Unidades de Saúde, Lisboa, Junho de 2010;
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Os cuidados de saúde sempre se pautaram por uma indissociável ligação ao constante desenvolvimento do conhecimento científico médico e de enfermagem, com a particularidade de, nos últimos anos, ter sido acompanhado por um desenvolvimento biotecnológico que tem permitido melhorar a qualidade de vida dos portadores de doença crónica, nomeadamente os indivíduos com patologia cardíaca. Através da evolução dos dispositivos implantáveis como pacemakers, cardioversores desfibrilhadores e geradores de ressincronização cardíaca, foi possível prolongar a vida e melhorar a sua qualidade em doenças que no início do século XX matavam muitas pessoas. Apesar da implantação destes dispositivos não implicar uma alteração importante no estilo de vida, está inerente a algumas preocupações e sentimentos de ansiedade, relacionadas sobretudo com as actividades de vida diária. Estas preocupações e focos de ansiedade podem resultar de mitos, falta de informação e desenvolvimento de ideias erradas acerca da vida enquanto portador de um dispositivo (BEERY et al., 2002; WOOD & ELLENBOGEN, 2002; WOODRUFF & PRUDENTE, 2005; MALM et al., 2007). O principal foco do desenvolvimento de mitos relacionados com a vida enquanto portadores de dispositivos de pacing e desfibrilhação, está relacionado com a (des)informação fornecida por não profissionais de saúde que integram o circulo social do doente, nomeadamente familiares, vizinhos e outros (BEERY et al., 2002; MALM & HALLBERG, 2006). A equipa de enfermagem do Serviço de Cardiologia do Hospital Fernando Fonseca mantém em funcionamento a consulta de enfermagem ao doente portador de pacemaker e/ou CDI desde há cerca de 18 anos. Nos últimos anos foram sendo realizadas algumas alterações no sentido de melhorar a consulta e os cuidados prestados a estes doentes.
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Trabalho de projeto apresentado à Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti, para obtenção do grau de mestre em Intervenção Comunitária
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O tabagismo é a primeira causa isolada de doença e uma das principais causas de mortalidade prematura em todo o mundo. Morrem anualmente cerca de 6 milhões de pessoas por doenças relacionadas com o tabaco, valor que poderá ascender aos 10 milhões em 2030 se não forem instituídas medidas de prevenção efetivas (WHO 2011). O presente trabalho debruça-se sobre a área do consumo tabágico, intervindo assim num dos mais graves problemas da saúde pública moderna. Procuramos conhecer qual o consumo tabágico na população com idade igual ou superior a 18 anos do concelho de Macedo de Cavaleiros. Definimos como objetivos principais: identificar a prevalência tabágica e relacionar o consumo tabágico com as variáveis clínicas. Face aos objetivos delineados optamos por um estudo descritivo, transversal, epidemiológico e com abordagem quantitativa. A nossa amostra é composta por 900 indivíduos (6,3% da população), selecionados por processo de amostragem não probabilística por quotas, representativos da distribuição etária e geográfica da população. Para a colheita de dados utilizamos o formulário, aplicado pelos investigadores. Como principais resultados, destacamos a acentuada prevalência tabágica no concelho (29,9%), com índices alarmantes de consumo nos jovens (55% dos indivíduos da classe etária 18-25 anos) e nas mulheres (20%). Verificamos que os fumadores têm uma incidência de patologias em frequências superiores às observadas nos não fumadores das mesmas classes etárias. Face ao exposto, a intervenção no tabagismo é uma área de fulcral interesse, estando os cuidados de saúde primários e a saúde pública numa situação privilegiada para apoiar a cessação em todos os fumadores e para intervir na prevenção do consumo tabágico (Diário da República 2005; Health and Consumer Protection 2007; Nunes et al. 2007; WHO 2008).
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A dieta é um dos componentes do estilo de vida que exerce uma maior influência na saúde. Uma alimentação equilibrada ajuda a reduzir o risco de determinadas patologias e pode melhorar a qualidade de vida das pessoas com doenças crónicas. Objectivos/Metodologia- Analisar os hábitos alimentares dos idosos portadores de Diabetes Mellitus. Procedeu-se a uma revisão da literatura publicada nos últimos 6 anos através de pesquisa bibliográfica na base de dados Scielo, PubMed/Medline, RCAAP. Resultados/Conclusões-Constatou-se que uma percentagem significativa dos idosos diabéticos possui hábitos alimentares que se afastam do padrão alimentar considerado nutricionalmente equilibrado.O seu padrão alimentar é caraterizado por um défice de consumo de frutos e produtos hortícolas. Os resultados evidenciam que é imperioso promover medidas onde uma alimentação saudável e equilibrada, conjuntamente com a prática regular de atividade física, constituam um aliado na prevenção e tratamento da Diabetes Mellitus.
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A população mundial está a envelhecer e esta tendência atinge a maioria dos países com um crescimento exponencial. Objetivos/Metodologia-Obter informações sobre o estado nutricional dos idosos.Recorreu-se a artigos científicos publicados nas bases de dados Pubmed/Medline,Scielo, com ênfase nos últimos 6 anos. Resultados/Conclusões-Independentemente do método utilizado na avaliação do estado nutricional constata-se uma percentagem significativa de idosos com desequilíbrios nutricionais.É necessário estabelecer planos de intervenção com o intuito de aprimorar o estado nutricional dos idosos e consequentemente proporcionar-lhes qualidade de vida. É fundamental fornecer uma alimentação completa, variada e equilibrada, tendo em conta as necessidades de cada individuo, para assim evitar carências nutricionais.
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A crescente camada de população idosa que reside em Trás-os-Montes e no Douro e a prevalência de doenças crónicas e incapacitantes, conduz ao aumento do número de pessoas dependentes de cuidados, assim como de uma terceira pessoa que auxilie na satisfação das suas atividades de vida diária. A criação da Rede Nacional de Cuidados Continuados é uma mais-valia constituindo uma resposta adequada a pessoas que se encontram em situação de dependência, assim como aos seus familiares. Face à antevisão de alta da unidade e consequente regresso a casa, o cuidador familiar é, por vezes, assoberbado com múltiplas dúvidas e inseguranças, pelo que, merecem ser compreendidos. Com o objetivo de compreender vivências, sentimentos e expetativas que caraterizam o período que rodeia a alta do familiar da Unidade de Cuidados Continuados onde esteve internado desenvolveu-se o presente estudo que, face ao tipo de problemática a estudar, fez recurso da metodologia qualitativa, enveredando-se pela abordagem fenomenológica. Com base num guião de entrevista, inquiriram-se sete cuidadores informais que tinham, ou tiveram anteriormente, familiares internados numa Unidade de Cuidados Continuados. Perante a eminência da alta os cuidadores informais vivenciam um momento difícil que requer adaptação ao seu novo papel. A prestação de cuidados é uma tarefa exigente, contribuindo para uma ambivalência de sentimentos mencionada pelos participantes do estudo. Os sentimentos positivos traduzem-se em amor e gratificação, enquanto os sentimentos negativos estão relacionados com o medo, ansiedade e insegurança, face ao ato de cuidar. As redes de apoio informal/formal, manifestadas por apoio técnico, psicológico, financeiro e a necessidade de formação são fatores fundamentais, revelados pelos cuidadores informais do estudo. As expetativas referidas pelos participantes do estudo face às Unidades de Cuidados Continuados são: a adequação dos cuidados à situação da pessoa, promoção da autonomia e a humanização dos cuidados em saúde.
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Enquadramento: Conhecer a perceção que os cuidadores informais possuem sobre o planeamento da alta dos idosos internados, permite que os enfermeiros conheçam as reais necessidades do cuidador e do idoso, contribuindo assim, para a diminuição da ansiedade, prevenção de complicações e consequentemente uma maior satisfação pelos cuidados recebidos. Objetivos: Conhecer a perceção dos cuidadores informais sobre o planeamento da alta hospitalar do idoso, e analisar associações entre as variáveis sociodemográficas, profissionais, familiares, clínicas e psicossociais e a referida perceção. Métodos/ Procedimentos: Realizou-se um estudo quantitativo, transversal, descritivo e correlacional, utilizando uma amostra não probabilística por conveniência, constituída por 41 cuidadores informais de idosos internados no serviço de Medicina 1 do Centro Hospitalar do Algarve – Unidade de Faro. Recorreu-se ao questionário de caracterização sociodemográfica, profissional, familiar e clínica, bem como a utilização do Índice de Barthel, questionário de Planeamento da Alta (PREPARED) e a escala de Ansiedade e Depressão Hospitalar (HADS). Resultados: Dos 41 cuidadores informais,73,17 % são do género feminino, 78% são casados/ união de fato, 39,0% mantêm-se ativos profissionalmente a tempo inteiro e em 51,2% são filhos do idoso, que apresentam uma média de idade de 78,78 anos. A maioria (82,9%) reside na mesma habitação que o idoso, sendo cuidadores informais há menos de 3 meses (58,5%). Os cuidadores apresentam um nível de ansiedade leve a moderada, sendo superior para o género feminino, embora não se verificasse diferenças estatisticamente significativas. Relativamente à perceção dos cuidadores relacionados com o planeamento da alta, a maioria privilegia as informações relacionadas como conseguir fazer as AVD, afirmando que se sentem preparados para regressar a casa, contudo a maioria não sente confiança para executar as tarefas diárias no domicílio. Constatou-se que a presença de apoio da rede formal influencia significativamente a perceção do planeamento da alta (p< 0,05), sendo que o género, agregado familiar e grau de dependência, embora de forma parcial (apenas para um indicador) também são preditivas da perceção. Conclusões: Apesar do número reduzido da amostra, os resultados obtidos evidenciam a relevância de organização dos cuidados face à satisfação das necessidades dos idosos e seus cuidadores em cuidados de saúde, no que dizem respeito ao planeamento da alta, como busca da qualidade. Palavras-chave: perceção do planeamento da alta, cuidadores informais, idosos.
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Nos últimos anos, um conjunto de mudanças de natureza tecnológica institucional, legal e cultural alteraram as funções, a responsabilidade social e a estrutura das organizações de saúde. Estas transformações estão na base do debate actual sobre supervisão clínica em enfermagem enquanto estratégia de promoção da satisfação profissional, segurança e qualidade dos cuidados. A emergência da supervisão clínica em enfermagem permitiu interrogar e dar visibilidade a novas modalidades de formação no contexto de trabalho. A supervisão clínica é um processo multidimensional que inclui encontros regulares entre supervisores e supervisados, com o objectivo de analisar experiências de trabalho e de formação. Dedica-se especial atenção às dimensões emocionais, qualidade de cuidados, relação terapêutica e desenvolvimento pessoal e profissional. A presente pesquisa assume a forma de um estudo de caso realizado num hospital psiquiátrico (Hospital Magalhães Lemos). O objectivo principal do estudo consistiu em compreender o processo amplo e complexo de aprendizagens desenvolvidas em contexto clínico e a forma como estas condicionam as estratégias supervisivas. Recorrendo ao modelo bioecológico de Bronfenbrenner, o estudo interroga de forma sistemática a origem e as relações entre formação e supervisão. Os participantes do estudo foram 18 enfermeiros do referido hospital. Contamos, igualmente, com a colaboração de três peritos com profundo conhecimento da cultura e realidade hospitalar. A informação foi colhida com base em questionários e entrevistas semiestruturadas. O questionário (Clinical Supervision Nursing Inventory – CSNI - V1) inclui três partes. A parte I e II foram relevantes para caracterizar os participantes e o contexto clínico. A parte III do instrumento inclui um inventário com 24 itens. O Alfa de Cronbach calculado pelo autor foi de 0,93 para os 24 itens da escala, indicando excelentes resultados psicométricos. A entrevista semi-estruturada foi usada para a recolha de dados junto dos três peritos. Os enfermeiros possuem uma atitude positiva perante a supervisão clínica. O desenvolvimento pessoal e profissional dos enfermeiros estava relacionado com as oportunidades de formação emergentes no contexto das práticas. Embora a expressão “supervisão clínica” seja por vezes utilizada de forma incorrecta nas organizações, concluímos que existiam no hospital boas práticas a nível da supervisão dos cuidados, relacionando desenvolvimento pessoal, qualidade de cuidados e competências profissionais. Tentámos problematizar as experiências supervisivas partindo de teorias sócio-culturais e bio-ecológicas. Os participantes do estudo referiram que há necessidade de formalizar o sistema de supervisão clínica em enfermagem, evitando relacionálo com o sistema de supervisão de gestão. São apresentados e discutidos diversos subsídios para o desenvolvimento do sistema de supervisão clínica em enfermagem, no hospital.
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CONTEXTO: Na sociedade atual, a visita domiciliária é considerada promotora do acesso a cuidados de saúde de qualidade. Caracterizado pela sua vasta experiência na área dos cuidados domiciliários e pelo corpo de conhecimentos científicos, o enfermeiro tem um singular contributo neste contexto, em que os registos se revelam parte estruturante da prestação de cuidados. OBJETIVOS: Organizar e uniformizar os registos de enfermagem da visita domiciliária da Unidade de Saúde Familiar (USF) Eborae. METODOLOGIA: Recorreu-se à metodologia do planeamento em saúde e como instrumentos de recolha de dados foram aplicados questionários, construídos para o efeito, aos enfermeiros da USF Eborae. RESULTADOS: Após o diagnóstico da situação constatou-se a falta de instrumentos de registo facilitadores do planeamento, execução e continuidade dos cuidados prestados aos utentes da USF Eborae em ambiente domiciliário. CONCLUSÕES: Os instrumentos de registo elaborados possibilitam um funcionamento estruturado e protocolado que assegura a continuidade na prestação de cuidados; ABSTRACT: BACKGROUND: In today's society, home care is considered a prosecutor to access quality health care. Characterized by their vast experience in the field of home care and their body of scientific knowledge, nurses have a unique contribution in this context, in which the records are revealed a structuring part of care. AIM: Organize and standardize the nursing records of home visit of the Family Health Unit Eborae. METHODS: It was used the health planning methodology, as data collection tools they were applied questionnaires, purpose-built, to nurses of Family Health Unit Eborae. RESULTS: After the diagnosis of the situation is was found the lack of registration tools facilitators for planning, execution and continuity of care to users of Family Health Unit Eborae in home environment. CONCLUSION: The recording instruments elaborated enable a structured and documented operation that ensures continuity in care.
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A satisfação dos enfermeiros tem sido considerada uma variável importante porque, implícita ou explicitamente, é associada à produtividade, à realização pessoal dos indivíduos e à satisfação dos utentes. Nesta investigação pretendemos avaliar a perceção da Satisfação dos Profissionais de Enfermagem no ACES Trás-os-Montes I Nordeste, identificando determinantes, que facilitem a tomada de decisão no âmbito da gestão destas organizações de saúde. É um estudo transversal e descritivo-correlacional, com uma abordagem quantitativa. A colheita de dados foi efetuada em 2011, participaram 155 profissionais de enfermagem. Para a recolha de dados, utilizamos um instrumento constituído pela escala de Satisfação com o Trabalho (Ribeiro, 2002) e por questões de caracterização sociodemográfica e profissional. A amostra é representada maioritariamente pelo género feminino (89,81%), com média de idades de 36,74 anos, na sua maioria casados (63,06%), com filhos (64,4%) e licenciados (66,88%). A grande maioria (92,99%) presta cuidados em Unidades de Cuidados Saúde Personalizados (63,69%). Todos referiram fazer um Horário completo de 35 h semanais e a maioria refere ter horário fixo (73,25%). Os resultados demonstram o impacto das variáveis sociodemográficas e profissionais na satisfação com o trabalho. Os enfermeiros mais satisfeitos são o género masculino, de faixas etárias mais elevadas, casados e com filhos. Em termos profissionais são os enfermeiros especialistas os mais satisfeitos. Globalmente concluímos que os enfermeiros se encontram moderadamente satisfeitos com o trabalho. Este indicador deve ser considerado ao nível da tomada de decisão, dada a sua relação com a qualidade dos cuidados prestados.