1000 resultados para Convicções de Saúde
Resumo:
OBJETIVO: Analisar fatores de proteo e de risco para problemas de saúde mental entre adolescentes. MTODOS: Estudo transversal realizado com amostra aleatria (N=327; perda=6,9%) de estudantes da sexta srie de todas as escolas pblicas e privadas de Barretos, SP, em 2004. Os fatores examinados foram: exposio violncia domstica e urbana, nvel socioeconmico familiar, sexo, morar sem a me, participar de atividades sociais (fator de proteo). As associaes entre esses fatores e problemas de saúde mental foram analisadas por meio de modelos de regresso logstica. Todos os fatores de risco e proteo independentes foram includos no modelo inicial de regresso logstica, permanecendo no modelo final apenas a varivel com nvel de significncia inferior a 0,05. RESULTADOS: Verificou-se que apenas exposio violncia permaneceu no modelo final como fator associado a problemas de saúde mental (p=0,02; IC 95%: 1,12;4,22). Crianas expostas violncia domstica tinham trs vezes mais chances de apresentarem estes problemas do que aquelas expostas violncia urbana (p=0,04; IC 95%: 1,03;7,55). CONCLUSES: A violncia domstica associou-se a problemas de saúde mental nos adolescentes do estudo, podendo ser mais importante que a violncia urbana em cidades de mdio porte.
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O artigo teve por objetivo caracterizar o jogo patolgico, apresentando as principais conseqncias desse transtorno. Foi realizado levantamento bibliogrfico sobre o tema, na literatura nacional e internacional. Foram selecionadas as publicaes cujos principais achados enfatizavam prevalncia, custos sociais e econmicos associados, legalizao de jogos de azar e conseqente impacto na saúde pblica. Alto ndice de suicdio, comorbidade com outros transtornos psiquitricos, problemas familiares e no trabalho, e prtica de atos ilcitos foram conseqncias relatadas. A prevalncia desse transtorno maior em pases que legalizaram jogos de azar e no Brasil, h evidncias do crescimento do nmero de jogadores patolgicos. O desenvolvimento de pesquisas nacionais imprescindvel para a definio de polticas pblicas adequadas realidade brasileira.
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A Poltica Nacional de Humanizao preconiza a transversalidade na construo de redes cooperativas, solidrias e comprometidas com a produo de saúde, estimulando o protagonismo e a co-responsabilidade de sujeitos e coletivos. Dentro desse contexto, o artigo apresenta reflexo sobre a gesto dos processos de trabalho em saúde, tendo como foco os trabalhadores e as contribuies da ergologia para repensar a produo de conhecimento sobre o trabalho. Utilizou-se como referencial a abordagem ergolgica de Schwartz e seu dispositivo dinmico de trs plos, formado pelas disciplinas constitudas pelos protagonistas - os trabalhadores, e pelas exigncias epistemolgicas e ticas. Um dos pontos crticos da humanizao no mbito do Sistema nico de Saúde foi o pouco estmulo incluso e valorizao dos trabalhadores da saúde.
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Condio socioeconmica e seu impacto em saúde so objeto de grande interesse para pesquisadores e gestores de saúde. O artigo discute dois paradigmas de aferio da condio socioeconmica e revisa estudos epidemiolgicos em que eles foram aplicados. Um dos paradigmas referenciado por medidas de prestgio e diferenciao positiva entre os estratos sociais, como classificaes baseadas em capital social e no acesso a bens e servios. O outro referenciado por classificaes envolvendo privao material e diferenciao negativa entre os estratos sociais, e envolve a proposta de reposio aos segmentos populacionais mais afetados pela privao pelo Estado. A reflexo sobre opes metodolgicas para se aferir condio socioeconmica em estudos epidemiolgicos pode contribuir para a promoo de saúde e justia social.
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OBJETIVO: Estimar a contribuio das doenas relacionadas ao trabalho nos afastamentos por problemas de saúde em geral e ocupacionais. MTODOS: Foram analisados dados sociodemogrficos, ocupacionais e de saúde referentes a 29.658 registros dos benefcios por incapacidade temporria concedidos por agravos saúde pelo Instituto Nacional do Seguro Social, no Estado da Bahia, em 2000. Foram considerados casos todos os diagnsticos clnicos constantes da CID-10, com exceo das causas externas e fatores que influenciam o contato com os servios de saúde. A vinculao do diagnstico com a ocupao baseou-se no cdigo CID-10 e se a espcie do benefcio era "acidentria". RESULTADOS: Dentre os benefcios, 3,1% foram concedidos para doenas do trabalho: 70% eram doenas do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo e 14,5% do sistema nervoso. No geral, benefcios concedidos numa freqncia maior que o dobro da esperada foram: para tenossinovites na indstria da transformao (Razo de Proporo-RP=2,70), sndrome do tnel do carpo na intermediao financeira (RP=2,43) e transtornos do disco lombar no ramo de transporte, correio e telecomunicaes (RP=2,17). Entretanto, no foi estabelecido nexo causal para estas doenas, nesses ramos de atividade, em percentual significativo de benefcios. CONCLUSES: Os resultados sugerem a existncia de possveis fatores de risco ocupacionais para enfermidades nesses ramos de atividade, como tambm o sub-registro da vinculao das patologias com o trabalho, camuflando a responsabilidade das empresas e a perspectiva de preveno pela reorganizao do trabalho.
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OBJETIVO: Analisar os sentidos do cuidado para com o usurio atendido no mbito da assistncia em saúde mental, a partir de percepes de psiclogos atuando no cotidiano de servios pblicos de saúde. PROCEDIMENTOS METODOLGICOS: Estudo exploratrio qualitativo realizado na cidade de Fortaleza, CE, no ano de 2006. A amostra foi composta por oito informantes do sexo feminino, psiclogas, pertencentes ao quadro funcional da rede estadual de saúde. Para apreenso e construo das informaes, foram realizadas entrevistas no-diretivas, gravadas e transcritas. A categorizao dos discursos a partir de enfoque hermenutico possibilitou a construo de rede interpretativa. ANLISE DOS RESULTADOS: A rede interpretativa evidenciou que o psiclogo reconhece sua insero no campo da saúde pblica como um desafio, distinto do campo de sua formao. As concepes de cuidado predominantes foram circunscritas dimenso tcnica, embora tambm tenham sido identificadas outras mais prximas abertura tica e de respeito alteridade. CONCLUSES: No cotidiano da assistncia na rede pblica, percebe-se uma atitude de cuidado como tcnica, controle e anulao da diferena mais comprometida com os modelos tradicionais da biomedicina e da psicologia clnica. Foram observadas prticas que ultrapassam essa atitude e assumem uma configurao direcionada ao encontro intersubjetivo, ao dilogo, afetao, escuta tica, ao compartilhamento de responsabilidades e ao compromisso tico em sua perspectiva sociocultural e poltica.
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OBJETIVO: Analisar os fatores associados continuidade do cuidado em saúde mental de pacientes encaminhados a centros de saúde. MTODOS: Foi conduzido um estudo de seguimento de 98 pacientes encaminhados a oito centros de saúde com equipe de saúde mental da rea de abrangncia de um centro de referncia saúde mental, em Belo Horizonte, MG, atendidos entre 2003 e 2004. Variveis sociodemogrficas, clnicas e referentes continuidade foram descritas e em seguida comparadas, utilizando o teste do qui-quadrado. RESULTADOS: Aps o encaminhamento, 35 pacientes no compareceram para o primeiro atendimento nos centros de saúde. Dos que o fizeram, 38 continuaram em tratamento. Retornar ao centro de referncia para nova consulta aps o encaminhamento e ter tido mais de dois encaminhamentos foram fatores facilitadores da continuidade do cuidado. Nenhuma caracterstica individual esteve associada continuidade. CONCLUSES: Os achados sugerem haver uma falha na proposta da linha de cuidado. A continuidade do tratamento parece estar mais relacionada a fatores referentes ao servio do que a caractersticas do paciente.
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OBJETIVO: Analisar os fatores relacionados determinao e s desigualdades no acesso e uso dos servios de saúde por idosos. MTODOS: Estudo integrante do Projeto Saúde, Bem-estar e Envelhecimento (SABE), no qual foram entrevistados 2.143 indivduos com 60 anos ou mais no municpio de So Paulo, SP, em 2000. A amostra foi obtida em dois estgios, utilizando-se setores censitrios com reposio, probabilidade proporcional populao e complementao da amostra de pessoas de 75 anos. Foi mensurado o uso de servios hospitalares e ambulatoriais nos quatro meses anteriores entrevista, relacionando-os com fatores de capacidade, necessidade e predisposio (renda total, escolaridade, seguro saúde, morbidade referida, auto-percepo, sexo e idade). O mtodo estatstico utilizado foi regresso logstica multivariada. RESULTADOS: Dos entrevistados, 4,7% referiram ter utilizado a internao hospitalar e 64,4% o atendimento ambulatorial. Dos atendimentos ambulatoriais em servio pblico, 24,7% ocorreram em hospital e 24,1% em servio ambulatorial; dentre os que ocorreram em servios privados, 14,5% foram em hospital e 33,7% em clnicas. Pela anlise multivariada, observou-se associao entre a utilizao de servios e sexo, presena de doenas, auto-percepo de saúde, interao da renda e escolaridade e posse de seguro saúde. A anlise isolada com escolaridade apresentou efeito inverso. CONCLUSES: Foram observadas desigualdades no uso e acesso aos servios de saúde e inadequao do modelo de ateno, indicando necessidade de polticas pblicas que levem em conta as especificidades dessa populao, facilitem o acesso e possam reduzir essas desigualdades.
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OBJETIVO: Avaliar a autopercepo de saúde e a presena de limitaes fsicas devido a problemas de saúde. MTODOS: Estudo transversal de base populacional realizado entre 2002 e 2005, em 18 capitais de estados do Brasil. Entrevistaram-se 26.424 moradores de 15 anos ou mais de idade em domiclios selecionados por amostra probabilstica em dois estgios. Calcularam-se percentuais e intervalos de confiana considerando-se os efeitos do desenho do estudo. RESULTADOS: Os resultados mostraram que as piores condies de saúde so referidas por mulheres, indivduos com 50 anos ou mais e com menor grau de escolaridade. Os percentuais relacionados percepo de saúde regular ou ruim foram maiores nas cidades das regies Norte e Nordeste quando comparados aos das cidades das regies Sul e Sudeste. CONCLUSES: As piores condies de saúde das regies Norte/Nordeste comparadas as das regies Sul/Sudeste revelam um conjunto de fatores relacionados s desigualdades sociais, entre os quais o menor grau de escolaridade.
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OBJETIVO: Avaliar as condies de saúde de famlias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e de bias-frias. MTODOS: Realizou-se estudo comparativo de trs populaes: assentamento e acampamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, e famlias de bias-frias, em Una, MG, em 2005. Foram coletados os dados referentes s caractersticas sociodemogrficas e familiares por meio de questionrios aplicados a 202 famlias, e realizadas observao estruturada e discusses em grupo. Realizou-se a anlise fatorial discriminante para se verificar diferenas entre as comunidades. RESULTADOS: As trs comunidades apresentaram uma mdia de 89%, caracterizando-se como grupos distintos e reforando a hiptese de que so realmente diferentes entre si em termos de suas condies de vida e saúde. Os trabalhadores bias-frias apresentaram um alto ndice de insegurana alimentar (39,5%), quase o dobro da proporo entre as famlias acampadas e quatro vezes mais que as assentadas. Com uma renda varivel e baixa, os bias-frias estavam mais expostos aos agrotxicos se comparados aos assentados e acampados. A produo animal desenvolvida por todas as famlias assentadas foi uma caracterstica marcante, ao contrrio das famlias bias-frias que praticamente no contavam com essa possibilidade na cidade. Segundo a percepo das famlias assentadas e acampadas, o Sistema nico de Saúde no tem atendido as necessidades de saúde da maioria delas, principalmente pela dificuldade do acesso aos servios. Para esse grupo, o atendimento de suas necessidades se d aps reivindicaes e presses sobre os governos. CONCLUSES: Segundo a percepo das famlias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o fato de ser do Movimento e estar organizado melhora suas perspectivas de saúde, em comparao aos bias-frias. Os resultados da modernizao conservadora no campo brasileiro tm agravado as condies de vida dos bias-frias gerando uma superexplorao do trabalho humano, enquanto que a Reforma Agrria tem possibilitado uma melhor qualidade de vida e saúde para as famlias, quando comparadas nas reas estudadas.
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OBJETIVO: Analisar fatores determinantes do status de saúde em cada estado da Regio Nordeste do Brasil. MTODOS: Estudo utilizando a metodologia de dados em painel, com informaes agregadas para municpios. Os dados compreendem os anos de 1991 e 2000, e foram obtidos no Atlas do Desenvolvimento Humano do Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento, e Secretaria do Tesouro Nacional. Utilizou-se como indicador do status de saúde, a taxa de mortalidade infantil, e como determinantes as variveis: gastos com saúde e saneamento per capita, nmeros de mdicos por mil habitantes, acesso gua tratada, taxa de fecundidade e de analfabetismo, percentual de mes adolescentes, renda per capita e ndice de Gini. RESULTADOS: As taxas de mortalidade infantil na regio Nordeste reduziram-se em 31,8% no perodo analisado, desempenho pouco superior ao apresentado para a mdia nacional. No entanto, em alguns estados, como Rio Grande do Norte, Bahia, Cear e Alagoas, a reduo foi mais significativa. Isso pode ser atribudo melhora de alguns indicadores que so os principais determinantes da reduo da taxa de mortalidade infantil: maior acesso educao, reduo da taxa de fecundidade, aumento da renda, e do acesso gua. CONCLUSES: Os estados que apresentaram maiores ganhos no acesso gua tratada, educao, renda e reduo da taxa de fecundidade, foram tambm os que obtiveram maiores ganhos na reduo da mortalidade de menores de um ano de idade.
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OBJETIVO: Analisar os fatores determinantes do acesso de adolescentes gestantes a servios de ateno primria saúde, anterior ocorrncia da gestao. MTODOS: Estudo transversal baseado em referencial terico. O acesso a servios foi analisado em cinco dimenses: geogrfico, econmico, administrativo, psicossocial e de informao. Participaram 200 adolescentes primigestas (10 a 19 anos) atendidas em uma unidade bsica de saúde do municpio de Indaiatuba (SP), em 2003. Um questionrio com perguntas abertas e fechadas referentes ao acesso ao ltimo servio de saúde utilizado, anterior gestao, foi aplicado s participantes no momento de sua primeira consulta de pr-natal. Os dados foram analisados por meio do teste de qui-quadrado de Pearson ou exato de Fisher e por regresso logstica mltipla, considerando as cinco dimenses de acesso. RESULTADOS: Mais da metade (63,7%) das adolescentes utilizou algum servio de saúde para consulta ginecolgica. Entre as que nunca consultaram um ginecologista, as justificativas dadas foram falta de informao (43,8%) ou sentimento de medo ou vergonha (37,0%). A principal dificuldade de acesso ao servio esteve relacionada a barreiras psicossociais, identificadas por 77,0% das adolescentes. CONCLUSES: Entre as barreiras de acesso ao servio de saúde, foram significativas apenas as psicossociais. So necessrias novas estratgias para facilitar o acesso ao servio de saúde s adolescentes, incluindo aes que diminuam as barreiras de gnero e que se considerem suas caractersticas sociodemogrficas e o vnculo com seus parceiros.