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Resumo:
Neste estudo é apresentada a composição e similaridade florística de espécies vasculares sinantrópicas em uma área periurbana antropizada, no município de João Pessoa, Estado da Paraíba, e sua relação com outras floras sinantrópicas. Foram encontradas 98 espécies, em 75 gêneros e 30 famílias. Entre as espécies, 41,84% são cosmopolitas; 29,6%, pantropicais; 13,3% ocorrem apenas no cone sul da América; 8,2%, neotropicais; 5,1%, gondwânicas; e 2% ocorrem em toda a América. Asteraceae e Poaceae foram as famílias mais representativas em número de espécies. Os resultados foram comparados com os de outros levantamentos florísticos correlatos, utilizando o índice de similaridade de Sörensen, e observou-se que não é somente a proximidade geográfica entre os locais estudados que reflete uma maior similaridade florística entre as áreas, e sim a amplitude dos táxons e a presença de micro-habitat semelhante. A área de estudo está relacionada a uma área inserida na região Centro-Oeste do Brasil.
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Foi caracterizada a composição florística da vegetação de carrasco do sul do planalto da Ibiapaba em Novo Oriente, Ceará (5°28 - 5°43S e 40°52 - 40º55W ; 750-850 m de altitude), ocorrendo em Areias Quartzosas profundas. Foram coletadas 184 espécies, incluindo ervas, cipós, subarbustos, arbustos e árvores, distribuídas em 52 famílias. As famílias com maior número de espécies foram Caesalpiniaceae (17), Fabaceae (16), Euphorbiaceae (15), Myrtaceae (11), Bignoniaceae (10) e Mimosaceae (9). De 102 espécies arbustivas e arbóreas da área estudada, 24 ocorreram em áreas de caatingas e cerrados, 29 em cerrados, 17 em caatinga, uma espécie em mata e 31 foram exclusivas do carrasco. Não foi possível definir se o carrasco é um cerradão degradado ou um tipo próprio de vegetação, sendo necessária para isso a realização de levantamentos em outras áreas similares.
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O objetivo deste trabalho é de comparar a diversidade específica e a estrutura comunitária de mata de várzea (MV), inundada anualmente, e de mata mesófila semidecídua submontana (MS) situada em áreas adjacentes a cursos dágua, mas que não sofre inundações freqüentes. Para realizar esta comparação, foram estudados 15 fragmentos de mata ao longo do rio Jacaré-Pepira, no centro do estado de São Paulo. Utilizou-se o método de quadrantes para amostrar os indivíduos dos estratos arbóreo e arbustivo com 3 cm ou mais de diâmetro do caule a 1,3 m de altura do solo. Os fragmentos de MV apresentam uma baixa diversidade (1,6 nats/tree £ H £ 2,9 nats/ind.) em relação aos fragmentos de MS (3,2 nats/ind. £ H £ 4,3 nats/ind.). Essa diferença é significativa numa análise discriminante (F= 9,544, p= 0,013). No entanto, alguns fragmentos podem conter os dois tipos de mata (MV e MS) e apresentarem, então, valores altos de diversidade (H próximo de 3,9 nats/ind.). Em relação à densidade total (DT) e à área basal total (ABT), os valores apresentam grandes variações, particularmente para os fragmentos de MS (2040 ind./ha £ DT £ 5479 ind./ha; 21,05 m2/ha £ ABT £ 65,35 m2/ha). Nenhum destes dois parâmetros permite distinguir significativamente MS de MV (p > 0,05). Os valores do Índice de Valor de Cobertura (IVC) mostram que os fragmentos de MV apresentam sempre as mesmas espécies de maior IVC (Croton urucurana e Inga affinis ), enquanto os fragmentos de MS apresentam uma grande variedade de espécies de maior IVC, apesar dos levantamentos terem sido feitos num trecho curto do rio e em condições semelhantes de solo e topografia. Nas bordas dos rios, existe uma faixa de mata transicional, de largura variável em função do relevo e da descarga do rio, que apresenta estruturas intermediárias entre as de MV e MS.
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O propósito do presente trabalho foi descrever a composição florística e a estrutura da comunidade arbórea da floresta de vale da queda d'água Véu de Noiva, Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, Mato Grosso, Brasil. A análise florística e fitossociológica procurou avaliar, respectivamente: (a) a influência das principais províncias fitogeográficas brasileiras na composicão florística desta floresta de vale e (b) o papel das espécies mais importantes da comunidade arbórea em termos de sua abundância, grupo ecológico e porte dos indivíduos adultos. Foram amostrados todos os indivíduos arbóreos com circunferência do caule à altura do peito (CAP) ³ 15 cm contidos em 36 parcelas de 30 x10 m. Foram registradas 172 espécies arbóreas pertencentes a 133 genêros e 61 famílias. O perfil florístico apresentou fortes laços tanto com a flora Amazônica como com a Atlântica (sensu lato), evidenciando o caráter transicional desta comunidade arbórea. As principais espécies arbóreas, em termos de valor de importância, se repetem entre as mais abundantes em outros levantamentos realizados na região.
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Invasões biológicas são uma ameaça à manutenção da diversidade biológica, especialmente em fragmentos de hábitat pequenos e isolados. Este trabalho reporta a invasão da Reserva Florestal da Cidade Universitária "Armando de Salles Oliveira" (23º34' S e 46º43' W), um pequeno (10 ha) fragmento florestal, por uma palmeira nativa da Austrália, através da descrição dos padrões espaciais, estrutura de tamanhos e aspectos dinâmicos de sua população. Indivíduos adultos (DAP > 25 cm) se distribuem por grande parte da Reserva. Entre as árvores com DAP > ou = 9,5 cm, em uma área de 2,1 ha, A. cunninghamiana foi a espécie com maior densidade, com 305 indivíduos (22,5% do total). A espécie esteve ausente em locais com histórico recente de perturbação antrópica, sugerindo preferência por estabelecimento em locais sombreados. A análise da estrutura de tamanhos indica um aumento futuro da densidade relativa da espécie. Plântulas (com folhas pinatissectas, sem caule lignificado) não ocorreram em apenas três de 87 parcelas de 10 m x 10 m estudadas, e jovens (com caule lignificado) com DAP < 9,5 cm não ocorreram em 19 delas. Dois levantamentos com 2,5 anos de intervalo (DAP > ou = 9,5 cm) mostraram a morte de três dos 154 indivíduos iniciais e o recrutamento de mais 89, levando a um crescimento populacional de 19,4%.ano-1, muito elevado se comparado com dados da literatura. A grande densidade já alcançada pela invasora, assim como a tendência de aumento dessa densidade, pedem por ações de manejo que visem a reversão deste processo de invasão.
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A Baía de Guanabara no decorrer da ocupação de suas margens sofreu uma continua degradação, levando-a a grandes modificações em seu entorno e a inúmeros danos ambientais. Além de uma significativa alteração paisagística, ocorreu também uma queda na qualidade de suas águas, devido ao lançamento de grande quantidade de efluentes não tratados (domésticos e industriais). Este trabalho teve como objetivo inventariar a flora algácea da praia de Boa Viagem (Niterói, RJ), compará-la com levantamentos realizados há três décadas. Os resultados mostraram desaparecimento de 30 táxons (49%) outrora existentes no início da década de 70 e o aparecimento de 14 espécies (23%). A flora atual é dominada por Ulva fasciata Delile e Enteromorpha compressa (L.) Nees, espécies potencialmente indicadoras de poluição orgânica. Tais resultados evidenciam que, ao longo dessas três décadas, uma série de impactos trouxe profundas alterações na comunidade de macroalgas.
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A biodiversidade existente no cerrado está seriamente ameaçada pela devastação, pois muitas das espécies que aí ocorrem possuem distribuição geográfica restrita. Pela posição central do cerrado no continente sul-americano, ocorrem associações entre a vegetação do cerrado e outras formações, dentre estas a floresta paludícola. Os objetivos deste trabalho foram conhecer a flora e descrever a comunidade arbustivo-arbórea de um cerradão e da transição entre esse cerradão e uma floresta paludícola em Brotas, e investigar as similaridades e diferenças florísticas entre levantamentos realizados em fisionomias similares no estado de São Paulo. No fragmento ocorreram 125 espécies de 91 gêneros e 49 famílias. Myrtaceae e Leguminosae foram as famílias mais ricas em espécies, um padrão consistente com o encontrado em outros levantamentos nos cerrados paulistas. Somente em Brotas, Lauraceae e Euphorbiaceae apresentaram alta riqueza específica. No levantamento fitossociológico, em 1,0 ha, foram amostrados 3.787 indivíduos com DAS > 3 cm (H' = 3,378 nats.indivíduo-1). As espécies de maior importância sociológica foram Xylopia aromatica, Vochysia tucanorum, Ocotea pulchella, Gochnatia polymorpha e Myrcia albo-tomentosa. Não foi encontrada correlação significativa entre a similaridade florística e a distância geográfica entre as 10 áreas de cerrado analisadas, devido à grande proporção de espécies comuns. Essa grande proporção de espécies comuns corrobora resultados de outros autores, de que o estado de São Paulo se localiza num centro de diversidade do cerrado, cuja composição florística é diferente de outros centros de diversidade no Brasil.
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Foi realizada a descrição da comunidade arbórea da floresta estacional localizada na Estação Ecológica do Tapacurá, município de São Lourenço da Mata, Pernambuco, com objetivo de avaliar suas relações com outras florestas da região. A área de estudo (8º03'04''-8º03'53'S e 35º09'55''- 35º10'48''W) apresenta cotas altitudinais variando entre 100 a 140 m e precipitação média de 1.300 mm. ano-1 Foram amostrados todos os indivíduos vivos ou mortos, ainda de pé, com DAP > 5 cm, presentes em 50 parcelas (10 × 20 m) e selecionados sete levantamentos quantitativos com objetivo de comparar as florestas da região. Foram amostradas 88 espécies/morfoespécies, incluindo três táxons não identificados. A maioria das espécies apresenta folhas simples (68,2%) e mesófilas (76,1%). A densidade total, área basal total, altura e diâmetro médios e máximos foram 1.145 ind. ha¹; 23,9 m².ha-1; 10,73 m (± 4,67); 32 m; 13,14 cm (± 6,98) e 77,35 cm, respectivamente. No estrato mais baixo (abaixo de 8 m), destacaram-se Gustavia augusta (Lecythidaceae), Actinostemon verticillatus (Euphorbiaceae) e Psychotria capitata (Rubiaceae). No estrato médio (17 a 20 m), destacou-se Chamaecrista ensiformis (Fabaceae) e, no estrato superior (acima de 26 m), Pterocarpus rohrii (Fabaceae) e Tabebuia serratifolia (Bignoniaceae). Considerando os aspectos fisionômicos e estruturais, bem como os resultados das análises multivariadas, pode-se concluir que a área de estudo apresenta maior semelhança com as florestas ombrófilas de terras baixas do que com as estacionais montanas.
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Este estudo teve como objetivos conhecer a flora de árvores e arbustos em um fragmento da Floresta Estacional Semidecídua Montana e verificar se há diferença entre as formações Montana e Submontana no estado de São Paulo. Durante 15 meses foram feitas coletas semanais de flores e/ou frutos de espécies de arbustos, arvoretas, árvores e palmeiras, através de caminhadas nos fragmentos na Fazenda Bela Vista (4º52' W e 22º47' S, 750 a 850 m de altitude). Foram identificadas 151 espécies de 106 gêneros e 47 famílias de angiospermas, sendo os táxons mais ricos em espécies Leguminosae, Myrtaceae, Lauraceae, Rubiaceae, Meliaceae, Piperaceae e Solanaceae, Ocotea, Piper, Machaerium, Miconia, Eugenia e Solanum. Foram comparados levantamentos das formações Montana e Submontana da Floresta Estacional Semidecídua no estado de São Paulo. Os táxons de maior constância relativa e maior riqueza de espécies arbustivas e arbóreas em ambas as formações foram: Leguminosae, Euphorbiaceae, Myrtaceae, Rubiaceae, Lauraceae, Machaerium, Eugenia, Solanum e Croton. A aplicação do teste G indicou que Solanaceae, Asteraceae, Melastomataceae, Aspidosperma, Trichilia e Casearia apresentaram riqueza específica e constância relativa significativamente maiores na formação Montana que na Submontana. Por outro lado, Meliaceae, Rutaceae, Moraceae, Ocotea, Miconia, Myrcia e Ficus apresentaram riqueza e constância significativamente maiores na formação Submontana. Portanto, na Floresta Estacional Semidecídua no estado de São Paulo, há distinção florística entre as formações Montana e Submontana tanto em nível de espécies quanto de gênero e família.
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O grupo das cianobactérias marinhas bentônicas vem sendo freqüentemente excluído dos levantamentos taxonômicos da costa brasileira, com exceção de alguns trabalhos para o litoral paulista. Para o ambiente de ilhas, apenas é conhecido um trabalho para a Ilha do Cardoso. Assim, o objetivo deste estudo consiste em ampliar o conhecimento da riqueza das cianobactérias marinhas bentônicas de ilhas do litoral paulista. Os resultados obtidos mostram a ocorrência de 24 espécies de cianobactérias em ilhas do litoral paulista. A ordem Oscillatoriales foi representada por 12 espécies (50%), Nostocales por 6 espécies (25%) e Chrooccoccales por seis espécies (25%). Entre as espécies identificadas, quatro são novas ocorrências para o litoral Atlântico sul: Cyanodermatium gonzaliensis H. Leon-Tejera et al., Xenococcus pallidus (Hansg.) Komárek & Anagn., Microchaete aeruginea Batters and Hydrocoryne spongiosa Bornet & Flahault e uma nova referência para o litoral brasileiro: Rivularia atra Roth. Atualizações nomenclaturais foram adotadas de acordo com o sistema de classificação mais atual de Komarek & Agnostidis.
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(Fitossociologia e distribuição de espécies arbóreas em uma floresta ribeirinha secundária no Município de Rio Claro, SP, Brasil). Foram realizados os levantamentos florístico e fitossociológico em 0,44 hectare de floresta ribeirinha secundária em uma área de micro-bacia do Ribeirão Claro (Rio Claro, SP), visando investigar a estrutura e distribuição das espécies em uma comunidade com elevada heterogeneidade observada para a cobertura de dossel e regime hídrico dos solos. Foram amostrados todos os indivíduos arbóreos com perímetro a altura do peito (PAP) ³ 10 cm em 44 parcelas de 10 × 10 m. O regime hídrico foi avaliado por um ano e a cobertura de dossel foi quantificada com densiômetro esférico. Foram gerados os descritores fitossociológicos para toda a área amostral e para cada grupo resultante das análises de ordenação (DCA) e de agrupamento (Cluster). Verificou-se baixa riqueza florística (22 espécies) e elevados valores de importância concentrados em poucas espécies. A área apresentou, em escala local, três micro-ambientes distintos em relação à composição e estrutura da comunidade arbórea. A distribuição das espécies mais abundantes esteve associada à variação espacial da luminosidade no interior da mata, decorrente de aberturas no dossel (clareiras), e ao regime hídrico dos solos, caracterizado por diferentes condições de drenagem e alagamento nas parcelas ao longo do ano.
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Levantamentos de ocorrência de micotoxinas em alimentos foram realizados nas últimas duas décadas nas regiões Sudeste e Sul do Brasil. Levantamentos em alimentos comercializados em outras regiões têm-se limitado a aflatoxinas em amendoim e castanhas do Brasil. O presente trabalho pesquisou a presença de fumonisina B1, aflatoxinas B1, B2, G1 e G2, ocratoxina A e zearalenona em 74 amostras de produtos a base de milho adquiridas no comércio da cidade de Recife, PE, durante o período de 1999 a 2001. Fumonisina B1 foi determinada por cromatografia líquida de alta eficiência com detecção por fluorescência e as demais toxinas foram determinadas por cromatografia em camada delgada. Fumonisina B1 foi encontrada em 94,6% das amostras em concentrações variando de 20 a 8600 µg/kg. Apenas 5 amostras continham aflatoxina B1 e o teor máximo encontrado foi 20 µg/kg. Duas amostras ultrapassaram o limite de 20 µg/kg para a somatória das aflatoxinas B1, B2, G1 e G2 (farinha de milho pré-cozida com 21,5 µg/kg e quirera (xerém) com 23,3 µg/kg). As aflatoxinas G1 e G2, ocratoxina A e zearalenona não foram detectadas em nenhuma das amostras. Todas as amostras contaminadas com aflatoxinas também apresentaram fumonisina B1.
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OBJETIVO: O transplante pâncreas-rim é efetivo para pacientes com doença renal crônica terminal e diabetes mellitus insulino-dependente. A função retardada do enxerto pancreático é condição frequente exercendo impacto significativo nos resultados em curto prazo dos transplantes pâncreas-rim. O objetivo foi analisar o impacto da função retardada do enxerto pancreático no transplante pâncreas-rim. MÉTODOS: Análise retrospectiva de 180 receptores de transplante pâncreas-rim, incluindo dados demográficos dos doadores e dos receptores, a reatividade contra painel, a incidência de rejeição aguda e as sobrevidas do paciente e dos enxertos pancreático e renal. RESULTADOS: A incidência de função retardada do enxerto pancreático foi 11%. A idade do receptor superior a 45 anos apresentou associação com o risco de desenvolvimento de função retardada do enxerto pancreático (Razão de chances 2,26; p < 0,05). Os pacientes com função retardada do enxerto pancreático apresentaram maior incidência de rejeição aguda renal (47 versus 24%; p < 0,05), glicemia de jejum alterada (25 versus 5%; p < 0,05) e média de hemoglobina glicada (5,8 versus 5,4%; p < 0,05) ao final do primeiro ano de acompanhamento em relação aos pacientes sem função retardada do enxerto pancreático. Não houve diferenças estatisticamente significativas entre os grupos de pacientes com e sem função retardada do enxerto pancreático quanto à sobrevida do paciente (95 versus 88,7%; p = 0,38), do enxerto pancreático (90 versus 85,6%; p = 0,59) e do enxerto renal (90 versus 87,2%; p = 0,70), respectivamente, nesse mesmo período. CONCLUSÃO: A função retardada do enxerto pancreático não exerceu impacto significativo nos resultados em curto prazo dos transplantes pâncreas-rim desta casuística. Embora a função retardada do enxerto pancreático não tenha influenciado a sobrevida do enxerto pancreático ao final do primeiro ano após o transplante, contribuiu para a disfunção pancreática precoce, indicando maior necessidade de uso de insulina e hipoglicemiantes orais.
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INTRODUÇÃO: Estudos têm demonstrado que o ganho de peso interdialítico (GPID) de pacientes em hemodiálise (HD) é influenciado por vários fatores e que o GPID elevado afeta negativamente os níveis pressóricos desta população. OBJETIVO: Avaliar a relação entre fatores clínicos, demográficos e nutricionais com o GPID de pacientes em hemodiálise. MÉTODOS: Estudo transversal, no qual foram incluídos 278 pacientes em hemodiálise (54% de homens; idade = 54,4 ± 14,4 anos) de 6 centros de diálise de Santa Catarina. Para análise do percentual de ganho de peso obtido entre uma e outra sessão de HD (%GPID) e da pressão arterial (PA), foi calculada a média obtida das sessões de HD no período de quatro semanas. Como indicadores de estado nutricional foram utilizados o índice de massa corporal (IMC) e a avaliação subjetiva global (ASG) dos sete pontos. RESULTADOS: A média de %GPID foi 4,06 ± 1,55% da PA pré-diálise 140 ± 50 / 99 ± 25 mmHg e PA pós-diálise 110 ± 27 / 78 ± 10 mmHg. O %GPID se correlacionou inversamente com a idade e com o IMC e diretamente com a PA sistólica pré-diálise e com o tempo em tratamento hemodialítico. O %GPID foi maior no grupo de mulheres e no dos pacientes sem diagnóstico de diabetes mellitus. Pacientes com desnutrição tiveram maior %GPID apenas no subgrupo de pacientes mais jovens, quando comparados aos bem nutridos, segundo a ASG. Quando classificados pelo IMC, este achado foi encontrado no grupo total, no subgrupo das mulheres e no dos pacientes mais jovens. Do total, 24% dos pacientes tinham %GPID elevado (> 5%) e quando comparados ao grupo com %GPID adequado, estes apresentaram níveis de PA sistólica pré-diálise elevados e significativamente maiores (144 ± 21 versus 138 ± 20 mmHg; p < 0,05), eram mais novos e tinham menor IMC. CONCLUSÃO: Os resultados deste trabalho mostraram que o %GPID dos pacientes estudados foi influenciado pelo gênero, tempo de diálise, idade e estado nutricional, e que o %GPID elevado afetou adversamente os níveis pressóricos desta população.
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INTRODUÇÃO: A hipertensão arterial é um problema de saúde pública mundial e um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença renal crônica. MÉTODOS: Com a finalidade de comparar a equação Cockcroft-Gault com a creatinina sérica e o clearance de creatinina (ClCr) na triagem de função renal reduzida, realizouse um estudo transversal com 198 hipertensos de uma unidade básica de saúde. Foram analisados dados demográficos, nutricionais e clínico-laboratoriais. A função renal foi analisada pela creatinina sérica e pelo ClCr em urina de 24 horas. A taxa de filtração glomerular foi também estimada segundo a equação Cockcroft-Gault. RESULTADOS: Os pacientes apresentaram idade média de 60,6 ± 11,6 anos, e 73,7% eram do sexo feminino. A prevalência de creatinina sérica > 1,2 mg/dL foi de 7,6% e da taxa de filtração glomerular < 60 mL/ minutos foi de 24,2%, quando avaliadas pelo ClCr e pela equação Cockcroft-Gault. A filtração glomerular reduzida foi observada em homens mais velhos, com menor índice de massa corporal, valores normais de glicemia de jejum e maiores níveis de ácido úrico e pressão arterial sistólica. DISCUSSÃO: A prevalência de função renal reduzida entre hipertensos varia consideravelmente dependendo da abordagem laboratorial utilizada. O clearance de creatinina, principalmente quando estimado pela equação de Cockcroft-Gault, mostrou ser um marcador mais acurado que a creatinina sérica na avaliação da taxa de filtração glomerular. CONCLUSÕES: A equação Cockcroft-Gault apresentou maior concordância com o clearance de creatinina, provando ser um confiável teste de triagem para o diagnóstico precoce e manejo de hipertensos com função renal reduzida na atenção básica.