999 resultados para Doenças parasitárias Epidemiologia - Teses
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RESUMO - Introduo: Os problemas do sono, designadamente a insnia, os sintomas de insnia, os padres de sono inadequados e a sonolncia diurna, so frequentes na adolescncia. Estes problemas esto frequentemente associados a mltiplos fatores, entre os quais estilos de vida e fatores ambientais, e apresentam consequncias significativas na vida do adolescente e posteriormente na idade adulta. O sono e as suas perturbaes deveriam constituir uma preocupao para os profissionais da sade e da educao com o objetivo de tornar os hbitos de sono saudveis num estilo de vida - com benefcios calculveis como os associados a outros estilos de vida saudveis (alimentao e exerccio fsico). Em Portugal, os estudos sobre problemas do sono em adolescentes so escassos, bem como as intervenes individuais e comunitrias no mbito da higiene do sono. Os objetivos desta investigao foram estimar a prevalncia de insnia e de sintomas de insnia em adolescentes, identificar fatores de risco e protetores dos sintomas de insnia, analisar as repercusses dos sintomas de insnia, caracterizar os padres de sono dos adolescentes do distrito de Viseu e elaborar uma proposta de interveno destinada promoo da higiene do sono adaptada s caractersticas dos adolescentes do distrito de Viseu. Mtodos: Realizou-se um estudo transversal onde se avaliaram alunos de vinte e seis escolas pblicas do terceiro ciclo e secundrio do distrito de Viseu, durante ano letivo 2011/2012. A recolha dos dados foi efetuada atravs de um questionrio autoaplicado e respondido pelos alunos em sala de aula. Foram considerados elegveis para participar no estudo todos os alunos que frequentassem entre o 7. e o 12. ano de escolaridade e tivessem idades entre os 12 e os 18 anos. Dos 9237 questionrios distribudos recolheu-se 7581 (82,1%). Foram excludos da anlise os questionrios relativos a adolescentes com idade inferior a 12 ou superior a 18 anos e os questionrios devolvidos por preencher. A amostra global foi constituda por 6919 adolescentes, sendo 3668 (53,2%) do sexo feminino. A insnia foi definida com base na presena, no ms prvio, dos sintomas de insnia definidos nos critrios do DSM-IV (dificuldade em adormecer, dificuldade em manter o sono, acordar muito cedo e ter dificuldade em voltar a adormecer e sono no reparador) com uma frequncia de pelo menos trs vezes por semana e associados a consequncias no dia-a-dia. A qualidade de vida foi avaliada com recurso escala de qualidade de vida SF-36; a sintomatologia depressiva atravs do Inventrio de Depresso de Beck para adolescentes (BDI-II) e a sonolncia diurna utilizando a Escala de Sonolncia de Epworth (ESE). Para responder ao ltimo objetivo foi elaborada uma proposta de interveno individual e comunitria no mbito da higiene do sono. A proposta resulta da evidncia cientfica, dos resultados da presente investigao e de reunies com profissionais da sade e da educao. Resultados: No total da amostra, a prevalncia de insnia foi de 8,3% e de sintomas de insnia foi de 21,4%. A prevalncia de insnia foi superior no sexo feminino (10,1% vs. 5,9%; p<0,001) assim como a prevalncia de sintomas de insnia (25,6% vs. 15,8%; p<0,001). Individualmente, todos os sintomas foram mais prevalentes no sexo feminino, sendo a diferena estatisticamente significativa (p<0,001). Em mdia os adolescentes dormiam, durante a semana, 8:041:13 horas. A prevalncia de sono insuficiente (< 8 horas) foi de 29%. Apenas 6,4% dos adolescentes indicaram que se deitavam todas as noites mesma hora. A prevalncia de sintomatologia depressiva foi de 20,9% (26,0% nas raparigas e 15,1% nos rapazes, p<0,001). A prevalncia de sonolncia diurna foi de 33,1%, apresentando o sexo feminino um risco superior (OR=1,40; IC95%: 1,27-1,55). A prevalncia de sintomatologia depressiva e de sonolncia diurna foi superior entre os adolescentes com sintomas de insnia (48,2% vs. 18,8%, p<0,001 e 42,4% vs. 33,0%, p<0,001, respetivamente). Os adolescentes com sintomas de insnia apresentavam igualmente pior qualidade de vida. Em relao a outras repercusses no dia-a-dia, foram os adolescentes com sintomas de insnia que referiam mais vezes sentir dificuldade em levantar-se de manh, acordar com cefaleias, acordar cansado e recorrer a medicao para dormir. Nos rapazes os sintomas de insnia associaram-se com o IMC. Aps o ajustamento para o sexo e idade com recurso regresso logstica verificou-se uma associao entre sintomas de insnia e sexo feminino [OR ajustado(idade)= 1,82; IC95%: 1,56-2,13], idade 16 anos [OR ajustado(sexo)= 1,17; IC95%: 1,01-1,35], residncia urbana (OR ajustado= 1,30; IC95%: 1,04-1,63), consumo de caf (OR ajustado= 1,40; IC95%: 1,20-1,63), consumo de bebidas alcolicas (OR ajustado= 1,21; IC95%: 1,03-1,41) e sintomatologia depressiva (OR ajustado= 3,59; IC95%: 3,04-4,24). Quanto escolaridade dos pais, verificou-se uma reduo do risco com o aumento da escolaridade dos pais (5-6 ano OR ajustado= 0,82; IC95%: 0,64- 1,05; 7-12 ano OR ajustado= 0,77; IC95%: 0,61-0,97; >12 ano OR ajustado= 0,64; IC95%: 0,47-0,87). Aps uma anlise multivariada, o modelo preditivo para a ocorrncia de sintomas de insnia incluiu as variveis sexo feminino, viver em meio urbano, consumir caf e apresentar sintomatologia depressiva. Este modelo apresenta uma especificidade de 84,2% e uma sensibilidade de 63,6%. O sono insuficiente associou-se, aps ajuste para o sexo e idade, com o ano de escolaridade, estado civil dos pais, determinados estilos de vida (consumo de caf, tabagismo, consumo de lcool, consumo de outras drogas, sair noite, presena de TV no quarto e nmero de horas despendido a ver televiso e no computador), latncia do sono, sesta > 30 minutos, horrios de sono irregulares e com a toma de medicamentos para dormir. Os resultados deste estudo constituem um diagnstico de situao relativamente aos problemas de sono em adolescentes no distrito de Viseu. Tendo por base os princpios da Carta de Ottawa relativamente promoo da sade, a proposta elaborada visa a implementao de estratgias de preveno agrupadas em intervenes individuais, comunitrias e sobre os planos curriculares. As intervenes baseiam-se na utilizao das tecnologias da informao e comunicao, no contexto da nova arquitetura na esfera pblica da sade conducente aos sistemas personalizados de informao em sade (SPIS). Concluses: Registou-se uma elevada prevalncia de insnia e sintomas de insnia entre os adolescentes do distrito de Viseu, superior no sexo feminino. A presena de sintomas de insnia esteve associada, sobretudo, a determinados estilos de vida e ausncia de higiene do sono. Os problemas de sono em adolescentes, devido sua frequncia e repercusses, devem constituir uma preocupao em termos de sade pblica e constituir uma prioridade nas estratgias de educao para a sade. Os 9 princpios da interveno delineada visam uma abordagem preventiva de problemas de sono - atravs da ao conjunta de profissionais da sade e da educao, de elementos da comunidade e com o indispensvel envolvimento dos adolescentes e da famlia -, procurando instituir os hbitos de sono saudveis como um estilo de vida.
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INTRODUCO: A hepatite C uma das principais causas de doena heptica em todo mundo. Apresenta um curso evolutivo dinmico e influencivel por diversos co-fatores. Dentre eles, a infeco pregressa pelo vrus B (anti-HBcAg [+] e HBsAg [-]) tem se associado a pior prognstico histolgico e teraputico. Este trabalho teve como objetivo analisar a associao entre a infeco pregressa pelo vrus B e fibrose heptica em portadores de hepatite C crnica, de maneira independente. MTODOS: Foram revistos retrospectivamente pronturios mdicos de pacientes infectados cronicamente pelo vrus C, atendidos consecutivamente durante um ano no ambulatrio de Doenças Infecciosas e Parasitárias - HC FMUSP, quanto aos dados epidemiolgicos, clnicos, laboratoriais e histolgicos. A anlise de independncia do impacto da infeco pregressa pelo vrus B foi realizada atravs de modelo estatstico de regresso logstica multivariado, considerando a deteco do anti-HBcAg como varivel de exposio, sendo o desfecho a alterao estrutural histopatolgica graus 3 e 4 (septos com formao de ndulos e cirrose).0 RESULTADOS: 145 indivduos foram avaliados pelo estudo, 47.2% com anti-HBcAg (+). O fator de risco mais comumente relatado foi transfuso de sangue e hemoderivados (35,9%). Embora necrose em saca-bocado tenha sido encontrada com maior frequncia no grupo de infeco pregressa, a sorologia anti-HBcAg (+) no se associou fibrose heptica avanada. CONCLUSES: A infeco pregressa pelo vrus B no parece acentuar a leso estrutural desencadeada pela hepatite C crnica, aps controle estatstico para outros co-fatores sabidamente capazes de influenciar a histria natural desta infeco.
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INTRODUO: A transmisso do HIV e de outras doenças transmissveis, de pessoa a pessoa, pode ser associada mobilidade humana. Este trabalho avaliou a incidncia de doenças oportunistas transmissveis entre os casos de AIDS, nos municpios da faixa de fronteira brasileira. MTODOS: Os municpios da faixa de fronteira brasileira foram agrupados em trs regies culturais; foram consideradas as notificaes feitas ao Ministrio da Sade, entre 1990 e 2003, que tenham sido feitas com os critrios de definio CDC adaptado, Rio de Janeiro/Caracas e bito; as doenças oportunistas detectadas foram agrupadas de acordo com o tipo de transmisso: 1) inalao do agente; 2) ingesto de gua/alimento contaminado e 3) contato interpessoal. A anlise descritiva considerou regies culturais, anos de escolaridade, categoria de transmisso, sexo e faixa etria. RESULTADOS: Houve diferentes padres de incidncia de AIDS nos grupos de doenças oportunistas em cada regio cultural. A regio extremo-sul apresentou a maior incidncia de AIDS; o nmero de casos de AIDS do sexo feminino foi maior na categoria heterossexual; o nmero de casos de AIDS do sexo masculino foi maior entre usurios de drogas injetveis; as doenças transmitidas pelo contato interpessoal foram as mais frequentes, destacando a incidncia de monilases; a tuberculose e a pneumonia foram as mais frequentes dentre as doenças transmitidas pela inalao do agente; as doenças transmitidas pela ingesto de gua/alimentos contaminados mostraram um padro de incidncia estvel. CONCLUSES: A fronteira brasileira um espao geogrfico importante e heterogneo; o enfrentamento da AIDS deve reconhecer as diferentes geografias culturais.
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Pretende-se com este trabalho, abordar e discutir a aplicao dos SIG na obteno de informao sobre pragas e doenças nos espaos florestais. Apresenta-se genericamente a organizao acolhedora do estgio e o projecto que o enquadra SISPROFLOR - Sistema Regional de Preveno contra Pragas e Doenças em Espaos Florestais. Inicialmente, realizada uma caracterizao do panorama portugus no que respeita avaliao das pragas e doenças florestais. Em seguida, apresentam-se os mtodos utilizados para a implementao do SIG e da inventariao de pragas e doenças florestais na regio Alentejana, com destaque para a macrozonagem das reas do territrio alvo. Para concluir, faz-se uma anlise das metodologias utilizadas e dos resultados obtidos. Verifica-se que existem trs zonas de maiores dimenses com problemas fitossanitrios, situadas nos concelhos de Odemira, Santiago do Cacm / Grndola e Portel e duas zonas pontuais nos concelhos de vora e Alccer do Sal. Finalmente identificam-se necessidades futuras para a consolidao da abordagem ao tema de inventariao de pragas e doenças florestais na generalidade, e na regio Alentejana em particular.
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RESUMO: A estrutura demogrfica portuguesa marcada por baixas taxas de natalidade e mortalidade, onde a populao idosa representa uma fatia cada vez mais representativa, fruto de uma maior longevidade. A incidncia do cancro, na sua generalidade, maior precisamente nessa classe etria. A par de outras doenças igualmente lesivas (e.g. cardiovasculares, degenerativas) cuja incidncia aumenta com a idade, o cancro merece relevo. Estudos epidemiolgicos apresentam o cancro como lder mundial na mortalidade. Em pases desenvolvidos, o seu peso representa 25% do nmero total de bitos, percentagem essa que mais que duplica noutros pases. A obesidade, a baixa ingesto de frutas e vegetais, o sedentarismo, o consumo de tabaco e a ingesto de lcool, configuram-se como cinco dos fatores de risco presentes em 30% das mortes diagnosticadas por cancro. A nvel mundial e, em particular no Sul de Portugal, os cancros do estmago, recto e clon apresentam elevadas taxas de incidncia e de mortalidade. Do ponto de vista estritamente econmico, o cancro a doena que mais recursos consome enquanto que do ponto de vista fsico e psicolgico uma doena que no limita o seu raio de ao ao doente. O cancro , portanto, uma doena sempre atual e cada vez mais presente, pois reflete os hbitos e o ambiente de uma sociedade, no obstante as caractersticas intrnsecas a cada indivduo. A adoo de metodologia estatstica aplicada modelao de dados oncolgicos , sobretudo, valiosa e pertinente quando a informao oriunda de Registos de Cancro de Base Populacional (RCBP). A pertinncia justificada pelo fato destes registos permitirem aferir numa populao especfica, o risco desta sofrer e/ou vir a sofrer de uma dada neoplasia. O peso que as neoplasias do estmago, clon e recto assumem foi um dos elementos que motivou o presente estudo que tem por objetivo analisar tendncias, projees, sobrevivncias relativas e a distribuio espacial destas neoplasias. Foram considerados neste estudo todos os casos diagnosticados no perodo 1998-2006, pelo RCBP da regio sul de Portugal (ROR-Sul). O estudo descritivo inicial das taxas de incidncia e da tendncia em cada uma das referidas neoplasias teve como base uma nica varivel temporal - o ano de diagnstico - tambm designada por perodo. Todavia, uma metodologia que contemple apenas uma nica varivel temporal limitativa. No cancro, para alm do perodo, a idade data do diagnstico e a coorte de nascimento, so variveis temporais que podero prestar um contributo adicional na caracterizao das taxas de incidncia. A relevncia assumida por estas variveis temporais justificou a sua incluso numaclasse de modelos designada por modelos Idade-Perodo-Coorte (Age-Period-Cohort models - APC), utilizada na modelao das taxas de incidncia para as neoplasias em estudo. Os referidos modelos permitem ultrapassar o problema de relaes no lineares e/ou de mudanas sbitas na tendncia linear das taxas. Nos modelos APC foram consideradas a abordagem clssica e a abordagem com recurso a funes suavizadoras. A modelao das taxas foi estratificada por sexo. Foram ainda estudados os respectivos submodelos (apenas com uma ou duas variveis temporais). Conhecido o comportamento das taxas de incidncia, uma questo subsequente prende-se com a sua projeo em perodos futuros. Porm, o efeito de mudanas estruturais na populao, ao qual Portugal no alheio, altera substancialmente o nmero esperado de casos futuros com cancro. Estimativas da incidncia de cancro a nvel mundial obtidas a partir de projees demogrficas apontam para um aumento de 25% dos casos de cancro nas prximas duas dcadas. Embora a projeo da incidncia esteja associada a alguma incerteza, as projees auxiliam no planeamento de polticas de sade para a afetao de recursos e permitem a avaliao de cenrios e de intervenes que tenham como objetivo a reduo do impacto do cancro. O desconhecimento de projees da taxa de incidncia destas neoplasias na rea abrangida pelo ROR-Sul, levou utilizao de modelos de projeo que diferem entre si quanto sua estrutura, linearidade (ou no) dos seus coeficientes e comportamento das taxas na srie histrica de dados (e.g. crescente, decrescente ou estvel). Os referidos modelos pautaram-se por duas abordagens: (i)modelos lineares no que concerne ao tempo e (ii) extrapolao de efeitos temporais identificados pelos modelos APC para perodos futuros. Foi feita a projeo das taxas de incidncia para os anos de 2007 a 2010 tendo em conta o gnero, idade e neoplasia. ainda apresentada uma estimativa do impacto econmico destas neoplasias no perodo de projeo. Uma questo pertinente e habitual no contexto clnico e a que o presente estudo pretende dar resposta, reside em saber qual a contribuio da neoplasia em si para a sobrevivncia do doente. Nesse sentido, a mortalidade por causa especfica habitualmente utilizada para estimar a mortalidade atribuvel apenas ao cancro em estudo. Porm, existem muitas situaes em que a causa de morte desconhecida e, mesmo que esta informao esteja disponvel atravs dos certificados de bito, no fcil distinguir os casos em que a principal causa de morte devida ao cancro. A sobrevivncia relativa surge como uma medida objetiva que no necessita do conhecimento da causa especfica da morte para o seu clculo e dar-nos- uma estimativa da probabilidade de sobrevivncia caso o cancro em anlise, num cenrio hipottico, seja a nica causa de morte. Desconhecida a principal causa de morte nos casos diagnosticados com cancro no registo ROR-Sul, foi determinada a sobrevivncia relativa para cada uma das neoplasias em estudo, para um perodo de follow-up de 5 anos, tendo em conta o sexo, a idade e cada uma das regies que constituem o registo. Foi adotada uma anlise por perodo e as abordagens convencional e por modelos. No eplogo deste estudo, analisada a influncia da variabilidade espao-temporal nas taxas de incidncia. O longo perodo de latncia das doenças oncolgicas, a dificuldade em identificar mudanas sbitas no comportamento das taxas, populaes com dimenso e riscos reduzidos, so alguns dos elementos que dificultam a anlise da variao temporal das taxas. Nalguns casos, estas variaes podem ser reflexo de flutuaes aleatrias. O efeito da componente temporal aferida pelos modelos APC d-nos um retrato incompleto da incidncia do cancro. A etiologia desta doena, quando conhecida, est associada com alguma frequncia a fatores de risco tais como condies socioeconmicas, hbitos alimentares e estilo de vida, atividade profissional, localizao geogrfica e componente gentica. O contributo, dos fatores de risco , por vezes, determinante e no deve ser ignorado. Surge, assim, a necessidade em complementar o estudo temporal das taxas com uma abordagem de cariz espacial. Assim, procurar-se- aferir se as variaes nas taxas de incidncia observadas entre os concelhos inseridos na rea do registo ROR-Sul poderiam ser explicadas quer pela variabilidade temporal e geogrfica quer por fatores socioeconmicos ou, ainda, pelos desiguais estilos de vida. Foram utilizados os Modelos Bayesianos Hierrquicos Espao-Temporais com o objetivo de identificar tendncias espao-temporais nas taxas de incidncia bem como quantificar alguns fatores de risco ajustados influncia simultnea da regio e do tempo. Os resultados obtidos pela implementao de todas estas metodologias considera-se ser uma mais valia para o conhecimento destas neoplasias em Portugal.------------ABSTRACT: mortality rates, with the elderly being an increasingly representative sector of the population, mainly due to greater longevity. The incidence of cancer, in general, is greater precisely in that age group. Alongside with other equally damaging diseases (e.g. cardiovascular,degenerative), whose incidence rates increases with age, cancer is of special note. In epidemiological studies, cancer is the global leader in mortality. In developed countries its weight represents 25% of the total number of deaths, with this percentage being doubled in other countries. Obesity, a reduce consumption of fruit and vegetables, physical inactivity, smoking and alcohol consumption, are the five risk factors present in 30% of deaths due to cancer. Globally, and in particular in the South of Portugal, the stomach, rectum and colon cancer have high incidence and mortality rates. From a strictly economic perspective, cancer is the disease that consumes more resources, while from a physical and psychological point of view, it is a disease that is not limited to the patient. Cancer is therefore na up to date disease and one of increased importance, since it reflects the habits and the environment of a society, regardless the intrinsic characteristics of each individual. The adoption of statistical methodology applied to cancer data modelling is especially valuable and relevant when the information comes from population-based cancer registries (PBCR). In such cases, these registries allow for the assessment of the risk and the suffering associated to a given neoplasm in a specific population. The weight that stomach, colon and rectum cancers assume in Portugal was one of the motivations of the present study, that focus on analyzing trends, projections, relative survival and spatial distribution of these neoplasms. The data considered in this study, are all cases diagnosed between 1998 and 2006, by the PBCR of Portugal, ROR-Sul.Only year of diagnosis, also called period, was the only time variable considered in the initial descriptive analysis of the incidence rates and trends for each of the three neoplasms considered. However, a methodology that only considers one single time variable will probably fall short on the conclusions that could be drawn from the data under study. In cancer, apart from the variable period, the age at diagnosis and the birth cohort are also temporal variables and may provide an additional contribution to the characterization of the incidence. The relevance assumed by these temporal variables justified its inclusion in a class of models called Age-Period-Cohort models (APC). This class of models was used for the analysis of the incidence rates of the three cancers under study. APC models allow to model nonlinearity and/or sudden changes in linear relationships of rate trends. Two approaches of APC models were considered: the classical and the one using smoothing functions. The models were stratified by gender and, when justified, further studies explored other sub-models where only one or two temporal variables were considered. After the analysis of the incidence rates, a subsequent goal is related to their projections in future periods. Although the effect of structural changes in the population, of which Portugal is not oblivious, may substantially change the expected number of future cancer cases, the results of these projections could help planning health policies with the proper allocation of resources, allowing for the evaluation of scenarios and interventions that aim to reduce the impact of cancer in a population. Worth noting that cancer incidence worldwide obtained from demographic projections point out to an increase of 25% of cancer cases in the next two decades. The lack of projections of incidence rates of the three cancers under study in the area covered by ROR-Sul, led us to use a variety of forecasting models that differ in the nature and structure. For example, linearity or nonlinearity in their coefficients and the trend of the incidence rates in historical data series (e.g. increasing, decreasing or stable).The models followed two approaches: (i) linear models regarding time and (ii) extrapolation of temporal effects identified by the APC models for future periods. The study provide incidence rates projections and the numbers of newly diagnosed cases for the year, 2007 to 2010, taking into account gender, age and the type of cancer. In addition, an estimate of the economic impact of these neoplasms is presented for the projection period considered. This research also try to address a relevant and common clinical question in these type of studies, regarding the contribution of the type of cancer to the patient survival. In such studies, the primary cause of death is commonly used to estimate the mortality specifically due to the cancer. However, there are many situations in which the cause of death is unknown, or, even if this information is available through the death certificates, it is not easy to distinguish the cases where the primary cause of death is the cancer. With this in mind, the relative survival is an alternative measure that does not need the knowledge of the specific cause of death to be calculated. This estimate will represent the survival probability in the hypothetical scenario of a certain cancer be the only cause of death. For the patients with unknown cause of death that were diagnosed with cancer in the ROR-Sul, the relative survival was calculated for each of the cancers under study, for a follow-up period of 5 years, considering gender, age and each one of the regions that are part the registry. A period analysis was undertaken, considering both the conventional and the model approaches. In final part of this study, we analyzed the influence of space-time variability in the incidence rates. The long latency period of oncologic diseases, the difficulty in identifying subtle changes in the rates behavior, populations of reduced size and low risk are some of the elements that can be a challenge in the analysis of temporal variations in rates, that, in some cases, can reflect simple random fluctuations. The effect of the temporal component measured by the APC models gives an incomplete picture of the cancer incidence. The etiology of this disease, when known, is frequently associated to risk factors such as socioeconomic conditions, eating habits and lifestyle, occupation, geographic location and genetic component. The "contribution"of such risk factors is sometimes decisive in the evolution of the disease and should not be ignored. Therefore, there was the need to consider an additional approach in this study, one of spatial nature, addressing the fact that changes in incidence rates observed in the ROR-Sul area, could be explained either by temporal and geographical variability or by unequal socio-economic or lifestyle factors. Thus, Bayesian hierarchical space-time models were used with the purpose of identifying space-time trends in incidence rates together with the the analysis of the effect of the risk factors considered in the study. The results obtained and the implementation of all these methodologies are considered to be an added value to the knowledge of these neoplasms in Portugal.
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A presente dissertao foi desenvolvida em colaborao com o Instituto de Biofsica e Engenharia Biomdica (IBEB/FCUL) e com o servio de Neurologia do Hospital de Santa Maria (HSM).
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Em 1943, a partir da criao do "Centro de Estudos e Profilaxia da Molstia de Chagas" da Fundao Oswaldo Cruz de Bambu em Minas Gerais, so concebidas as bases tecnolgicas e metodolgicas para o controle extensivo da enfermidade. Para isso foi decisivo o advento de um novo inseticida (o gammexane, P 530) e a demonstrao de sua eficcia no controle dos vetores da doena de Chagas. Como resultado prtico desses acontecimentos em "maio de 1950 foi oficialmente inaugurada, em Uberaba, a primeira campanha de profilaxia da doena de Chagas, no Brasil". Mesmo que se dispusesse desde ento de meios para fazer o controle da transmisso vetorial da endemia chagsica, no se dispunha dos recursos financeiros exigidos para faz-lo de forma abrangente e regular. O baixo nvel de prioridade conferida a essa atividade se expressava em sua insero institucional. Em 1941, foram criados os Servios Nacionais, de malria, peste, varola, entre outros, enquanto a doena de Chagas fazia parte da Diviso de Organizao Sanitria (DOS), que reunia enfermidades consideradas de menor importncia. Em 1956 o Departamento Nacional de Endemias Rurais (DNERu) incorporou todas as chamadas grandes endemias em uma nica instituio, mas na prtica isso no significou a implementao das aes de controle da doena de Chagas. Com a reestruturao do Ministrio da Sade em 1970, a Superintendncia de Campanhas de Sade Pblica (SUCAM) abarcou todas as endemias rurais, e a doena de Chagas passou a ter o status de Diviso Nacional, na mesma posio hierrquica daquelas outras doenças transmitidas por vetores antes consideradas prioritrias. Essa condio determinou a possibilidade de uma repartio de recursos mais equilibrada, o que efetivamente ocorreu, com a realocao de pessoal e insumos do programa de malria para o controle vetorial da doena de Chagas. Em 1991, a Fundao Nacional de Sade sucedeu a SUCAM no controle das doenças endmicas, congregando ademais todas as unidades e servios do Ministrio da Sade relacionados epidemiologia e ao controle de doenças. J ento a tendncia era a descentralizao operativa destes programas, o que no caso das doenças transmitidas por vetores representava uma drstica mudana no modelo campanhista at ento vigente. poca, coincidentemente, foi formada a Iniciativa dos Pases do Cone Sul para o controle da doena de Chagas, com o trabalho tecnicamente compartido entre os pases da regio, com metas e objetivos comuns, o que de algum modo contribuiu para que fosse preservada a doena de Chagas como prioridade entre os problemas de sade. Desde 2003 as atividades de controle da doena no nvel central nacional esto sob responsabilidade da Secretaria de Vigilncia em Sade do Ministrio da Sade.
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INTRODUCTION: The study aimed to show the situation of paracoccidioidomycosis in the state of Maranho, Brazil. METHODS: This study is a descriptive case series developed in two stages. First, a survey of cases originating from the state of Maranho at the Instituto de Doenças Tropicais Natan Portela, Piau (IDTNP) from 1997 to 2007, and second, the clinical description of 29 cases diagnosed in the Centro de Referncias em Doenças Infecciosas e Parasitárias, Maranho (CREDIP) from 2004 to 2010. RESULTS: Two hundred and sixteen cases have been cataloged at the IDTNP. West, east, and central regions of the state of Maranho recorded 90.3% of cases proving to be important areas for study. The western region, with a prevalence of 10.8/100,000 inhabitants, has a significantly higher proportion of cases than the northern, southern, and eastern regions (p < 0.05). The occurrence was higher in men with 89.3% of cases, and the male-to-female ratio was 8.4:1. The majority of patients were older than 20 years, lived in rural areas, and had farming or soil management as main occupation (73.8%). At CREDIP, 29 cases were diagnosed, of which 26 (89.6%) had multifocal manifestations. Mucous tissues were involved more (75.8%) frequently, followed by lymph nodes, skin, and lungs with 65.5%, 39% and 37.9 %, respectively. The diagnosis was made by combining direct examination, culture, and histopathology. CONCLUSIONS: The study shows the geographical distribution and the epidemiological and clinical aspects of paracoccidioidomycosis, revealing the significance of the disease to the state of Maranho.
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RESUMO:O conceito de doenças raras como entidade prpria comeou a ser divulgado na comunidade mdica no incio deste sculo. A perspectiva de congregar mltiplas patologias, com caractersticas diferentes, valorizando a baixa frequncia com que ocorrem na populao interessou a comunidade cientfica, famlias, indstria e servios de sade. Esperava-se encontrar estratgias para melhorar a qualidade dos cuidados de sade prestados a estes doentes. Uma vez que a informao cientfica sobre doenças raras est dispersa por diversas fontes o primeiro grande desafio foi sistematizar de forma a obter o estado da arte. A investigao que decorreu entre 2001 e 2010 teve como objectivo principal a caracterizao dos doentes e das doenças raras numa populao com caractersticas restritas mas no fechada como o caso da ilha de S. Miguel nos Aores. Foram identificados 467 doentes a partir de vrias fontes e monitorizado o nascimento de recm-nascidos com doena rara durante 10 anos. A prevalncia das doenças raras encontrada na ilha de S. Miguel foi de 0,34% e a inerente definio de doena rara foi de 6 % a 8 % da populao na Unio Europeia. A diferena encontrada poder decorrer de se ter sobrestimado o verdadeiro valor da prevalncia das doenças raras na Unio Europeia. A incidncia de doenças raras determinada na amostra foi de 0,1% e a taxa de mortalidade por causa especfica foi de 0,14. O diagnstico foi confirmado por tcnicas laboratoriais de citogentica ou gentica molecular em 43% dos doentes da amostra. No foi identificado nenhum agregado populacional com doena rara para alm do j conhecido para a DMJ. A criao de uma metodologia de estudo implicou a construo de um registo de doentes. Para tal foi utilizado o conhecimento adquirido anteriormente sobre uma doena rara que serviu de paradigma: a doena de Machado-Joseph. Na sequncia dos resultados obtidos foi considerado til a introduo de variveis como a figura do cuidador, o cnjuge, o nmero de filhos do casal, a data da primeira consulta de Gentica, o tempo decorrido entre o incio dos sintomas e o acesso consulta de Gentica e entre esta actividade e dispor do diagnstico para melhor compreender o contexto de vida destes doentes na perspectiva de poderem vir a ser incorporadas como indicadores. ----------- ABSTRACT: The concept of rare diseases as a condition began to be disclosed in the medical community at the beginning of this century.The prospect of bringing together multiple pathologies, with different features, enhancing the low frequency with which they occur in the population interested the scientific community, families, industry and health care services. The aim was to find strategies to improve the quality of care provided to these patients. Given that the scientific information on rare diseases is spread out across several sources the first major challenge was to systematize in order to get the "state of the art". The research took place between 2001 and 2010 and had as its main objective the characterization of patients and rare diseases in a population with specific features, but not confined, like in the case of the So Miguel Island in Azores. During 10 years were identified 467 patients from multiple sources and were observed the newborns with rare diseases. Prevalence of rare diseases found in the So Miguel Island was 0,34% compared to the 6% to 8% by definition of rare disease in the population in European Union. This discrepancy may be explained by a likely frequency of overrated rare diseases in European Union. The incidence of rare diseases in the sample was 0,1% and the specific mortality rate was 0,14 . This diagnosis was confirmed by cytogenetic or molecular genetics analysis in 43% of patients in the sample. No population cluster was identified with rare disease besides the already known for Machado-Joseph Disease. The methodology for the study involved the construction of a database of patients. For such purpose it was used previously acquired knowledge on a rare disease paradigm: the Machado-Joseph disease. It was useful to introduce the following variables to properly establish the results: caregiver, spouse, number of children, date of first Genetics appointment, elapsed time between onset of symptoms and access to first appointment as well as this and the final diagnosis to better understand the context of life of these patients in order to incorporate them as rates.
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RESUMO - Introduo: A transio para a reforma um acontecimento que pode acarretar alteraes suscetveis de afetar o estado de sade. Vrios estudos tm investigado os efeitos da reforma no estado de sade, embora poucos o tenham investigado, especificamente, nas doenças crnicas. As recentes polticas de aumento da idade de reforma, assim como a ausncia de consenso sobre os efeitos da reforma na sade, atribuem-lhe ainda maior importncia. Constituem objetivos do presente estudo quantificar a associao entre a Passagem situao de reforma (e idade de reforma) e a frequncia de cada uma das principais doenças crnicas, no sentido dos efeitos da reforma nestes indicadores de sade (doena respiratria crnica, diabetes, doena cardiovascular, AVC, depresso e cancro). Material e Mtodos: Desenvolveu-se um estudo transversal, no qual foram analisados os dados provenientes das amostras representativas da populao portuguesa SHARE 2011 e ECOS 2013. As associaes foram quantificadas atravs do clculo do Odds ratio por Regresso Logstica Binria com avaliao do confundimento e modificao de efeito. As variveis de doena crnica foram medidas por auto-reporte. Foram considerados os reformados que se encontrassem em processo de reforma (ou seja, reformados h 5 anos ou menos) e que no se tivessem reformado por doena. Resultados: A reforma no se encontrou significativamente associada a nenhuma das doenças crnicas consideradas, excetuando-se: i) o cancro (na amostra ECOS), para o qual foi fator protetor; ii) e a doena cardiovascular (na amostra SHARE), para a qual teve um efeito prejudicial, mas apenas em no hipertensos. A reforma em idade antecipada pareceu encontrar-se associada a um pior estado de sade, relativamente reforma em idade legal (ou aps). Tal observou-se no Cancro (nas amostras ECOS e SHARE), na Diabetes (na amostra SHARE), e no AVC em pessoas sem Doena Cardiovascular (na amostra SHARE). Pelo contrrio, em pessoas com Doena Cardiovascular a reforma antecipada pareceu constituir um fator protetor. Discusso e concluses: As diferenas observadas nos resultados entre amostras podero, entre outros, atribuir-se s diferentes populaes em estudo, dimenses amostrais e desenhos de amostragem. Os resultados obtidos no so muito diferentes dos que tm sido descritos na bibliografia, ainda que haja um nmero reduzido de estudos sobre esta matria. Indicam que, eventualmente, as recentes alteraes de aumento da idade de reforma podero expandir o grupo de pessoas que se reformam antecipadamente, podendo resultar, eventualmente, num aumento da prevalncia de doenças crnicas na populao portuguesa. Os mecanismos atravs dos quais a reforma poder influenciar a ocorrncia de doenças crnicas permanecem por explicar, embora os seus principais fatores de risco paream representar importantes modificadores de efeito.
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RESUMO - Introduo: O encerramento das minas de urnio em Portugal tem suscitado preocupao no que respeita aos eventuais efeitos que as radiaes emitidas e os agentes qumicos presentes tero na sade das populaes. Para esclarecer a existncia de tal efeito foi delineado um programa de investigao em que o presente estudo se enquadra. Sendo conhecido que as populaes expostas a minas de urnio, nomeadamente os mineiros, tm risco acrescido de sofrer de neoplasias, especialmente de neoplasias da traqueia, dos brnquios e do pulmo, foi este o grupo de neoplasias seleccionado para constituir a hiptese principal do estudo. Assim, o estudo pretendeu verificar se existe associao entre exposio a minas de urnio e suas escombreiras (especialmente mina da Urgeiria, no concelho de Nelas) e a mortalidade por alguns grupos de neoplasias malignas, nomeadamente as neoplasias malignas da traqueia, dos brnquios e do pulmo. Material e mtodos: Trata-se de um estudo ecolgico em que se consideraram expostos os residentes no concelho de Nelas, bem como no conjunto de concelhos com minas de urnio, e no expostos os residentes nos restantes concelhos das NUTS Do-Lafes e Beira Interior Norte e Serra da Estrela. A anlise centrou-se no clculo, para cada concelho ou grupo de concelhos, das razes padronizadas de mortalidade (RPM) por neoplasias malignas da traqueia, dos brnquios e do pulmo, por neoplasia maligna do estmago e por todas as neoplasias malignas no perodo de vinte anos compreendido entre 1980 e 1999. Resultados: Tomando os dois sexos em conjunto, o concelho de Nelas teve a RPM mais elevada para as neoplasias malignas da traqueia, dos brnquios e do pulmo (RPM = 133; p = 0,003). Teve tambm o valor mais elevado no sexo masculino (RPM = 126, no significativo) e o segundo mais elevado no sexo feminino (RPM = 142, no significativo). A razo das RPM concelho de Nelas/concelhos limtrofes de Nelas foi 1,46, p = 0,002 (homens: 1,50 p = 0,003; mulheres: 1,27, no significativo). As razes das RPM concelho de Nelas/concelhos com minas (1,94, p = 0,001) e concelho de Nelas/concelhos sem minas (1,57, p = 0,001) foram claramente superiores a 1. Pelo contrrio, as RPM por neoplasia maligna do estmago foram sobretudo elevadas nos concelhos da NUTS Beira Interior Norte, que inclui grande parte do distrito da Guarda, (Trancoso: 154, p = 0,000; Sabugal: 146, p = 0,000), embora se tenham observado valores elevados em alguns concelhos da NUTS Do-Lafes (Vila Nova de Paiva: 154, p = 0,001). Saliente-se que os dois valores mais baixos ocorreram nos concelhos de Tbua (RPM = 57; p = 0,000) e de Nelas (RPM = 60; p = 0,000). Para o conjunto de todas as neoplasias malignas as RPM dos vrios concelhos variaram entre 62 e 100 sem que a distribuio desses valores sugerisse qualquer associao positiva relevante. Discusso: Os resultados mostraram que a populao do concelho de Nelas teve, no perodo estudado, um risco acrescido de morrer por neoplasias malignas da traqueia, dos brnquios e do pulmo quando comparado com a dos concelhos limtrofes e restantes concelhos das NUTS estudadas. A existncia da mina da Urgeiria e da sua escombreira uma possvel causa desse excesso de mortalidade. Ele poder ter sido gerado, por um lado, atravs da existncia de uma percentagem elevada de ex-mineiros, bem como, por outro lado, atravs de uma exposio ambiental geral, facto este que sustentado pela ocorrncia de excesso de mortalidade tanto em homens como em mulheres. O excesso de mortalidade por aquele grupo de neoplasias pode ainda ter origem noutras exposies cujo potencial papel discutido.
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RESUMO - Portugal continental, como outros pases europeus, foi afectado por uma onda de calor de grande intensidade no Vero de 2003, com efeitos na mortalidade da populao. O excesso de bitos associados onda de calor foi estimado pela comparao do nmero de bitos observados entre 30 de Julho e 15 de Agosto de 2003 e o nmero de bitos esperados se a populao tivesse estado exposta s taxas de mortalidade mdias do binio 2000-2001 no respectivo perodo homlogo. Os bitos esperados foram calculados com ajustamento para a idade. O nmero de bitos observados (O) foi superior ao nmero esperado (E) em todos os dias do perodo estudado e o seu excesso global foi estimado em 1953 bitos (excesso relativo de 43%), dos quais 1317 (61%) ocorreram no sexo feminino e 1742 no grupo de 75 e + anos (89%). A nvel distrital, Portalegre teve o maior aumento relativo do nmero de bitos (+89%) e Aveiro o menor (+18%). Numa rea geogrfica contnua do interior do territrio (Guarda, Castelo Branco, Portalegre e vora) houve aumentos relativos superiores a 80%. Em termos absolutos, o maior excesso de bitos ocorreu no distrito de Lisboa (mais cerca de 396) e no do Porto (mais cerca de 183). As causas de morte golpe de calor e desidratao e outros distrbios metablicos tiveram os aumentos relativos mais elevados (razes O/E de, respectivamente, 70 e 8,65). Os maiores aumentos absolutos do nmero de bitos ocorreram no grupo das doenças do aparelho circulatrio (mais 758), nas doenças do aparelho respiratrio (mais 255) e no conjunto de todas as neoplasias malignas (mais 131). No perodo da onda de calor e no perodo de comparao, a percentagem dos bitos que ocorreu nos hospitais (52% e 56%), no domiclio (32 e 33%) e em outros locais foi semelhante. A discusso sobre os factores que condicionaram a obteno dos valores apresentados, relativos ao excesso de bitos por sexo, grupo etrio, distrito, causa e local da morte, permite concluir que os mesmos se afiguram adequados para medir a ordem de grandeza e caracterizar o efeito da onda de calor na mortalidade. O erro aleatrio, medido pelos intervalos de confiana, e alguns possveis erros sistemticos associados ao perodo de comparao escolhido no devero afectar de modo relevante as estimativas.
Resumo:
RESUMO: Introduo: Tratamento do carcinoma da mama Este trabalho inicia-se com a histria do tratamento do carcinoma da mama, desde os primeiros documentos que descrevem doentes com carcinoma da mama at 1950. Desde 1950 at 2000 o diagnstico, risco e as modalidades teraputicas usadas no tratamento das doentes so mais detalhadas com nfase nas teraputicas locais, regionais e sistmicas. Parte 1:Quem tratar com teraputica sistmica adjuvante Captulo 1: A classificao TNM no est morta no carcinoma da mama Tem sido dito que a classificao TNM no adequada para usar como ferramenta de prognstico e deciso teraputica no carcinoma da mama, especialmente em doentes com carcinoma detectado atravs de rastreio, que tem geralmente menores dimenses. A razo desta classificao no ser adequada prendese com o facto de no estarem incluidos parmetros biolgicos na classificao TNM atual. Pusemos a hiptese de que numa populao com alta percentagem de carcinoma da mama no detectado em exames de rastreio, com uma mediana de idade baixa e com alta percentagem de estadios II e III, o estadiamento clssico, pela classificao TNM, mais descriminatrio que as caractersticas biolgicas na determinao do prognstico. Para isto analismos uma populao de doentes com carcinoma da mama tratados consecutivamente na mesma instituio, durante 10 anos. Caracterizmos os fatores de prognstico do estadiamento clssico includos na classificao TNM e as variantes biolgicas, presentemente no includas na classificao TNM. Quantificmos a capacidade de cada um dos factores de prognstico para para prever a sobrevivncia. A populao de 1699 doentes com carcinoma da mama que foram tratdos com teraputica sistmica adjuvante. Individualmente, cada um dos fatores de prognostico, clssicos ou biolgicos, diferem significativamente entre doentes que sobrevivem e que no sobrevivem. Explicitamente, como previsto, doentes com tumores maiores, envolvimento dos gnglios axilares, estadios TNM mais avanados, que no expressam recetor de esrogneo, com amplificao do gene Her2, triplos negativos ou de menor diferenciao tm menor sobrevida. Na anlise multivariada, s os fatores de prognostico da classificao TNM, o grau histolgico e a amplificao do gene Her2, esta ltima com menos significncia estatistica so preditores independentes de sobrevivncia. Captulo 2: Em busca de novos factores de prognostico: Poder preditivo e mecanismo das alteraes de centrossomas em carcinoma da mama Compilmos inmeros grupos de experincias de genmica feitas em tumores primrios de doentes com carcinoma da mama para as quais existe informao prognstica. Estas experincias so feitas com o objectivo de descobrir novos factores de prognstico. Reanalismos os dados, repetindo a mesma pergunta: Quais so os genes com expresso diferencial estatisticamente significativa entre doentes que recaram e doentes que no recaram. Identificmos 65 genes nestas condies e o MKI67, o gene que codifica a proteina Ki67, estava nesse grupo. Identificmos vrios genes que se sabe estarem envolvidos no processo de agregao de centrossomas. O gene que considermos mais promissor foi a kinesina KiFC1, que j tinha sido identificada como regulador da agregao de centrossomas. Anomalias cetrossomais numricas e estruturais tm sido observadas em neoplasias. H dados correlacionando anolmalias centrossomais estruturais e e numricas com o grau de malignidade e os eventos precoces da carcinognese. Mas estas anomalias centrossomais tm um peso para a clula que deve adapatar-se ou entrar em apoptose. Os nossos resultados sugerem que existe um mecanismo adaptativo, a agregao de centrossomas, com impacto prognstico negativo. O nosso objetivo foi quantificar o valor prognstico das anomalias centrossomais no carcinoma da mama. Para isto usmos material de doentes dos quais sabemos a histria natural. Avalimos os genes de agregao de centrossomas, KIFC1 e TACC3, nas amostras tumorais arquivadas em parafina: primeiro com PCR (polymerase chain reaction) quantitativa e depois com imunohistoqumica (IHQ). Apenas a protena KIFC1 foi discriminatria em IHQ, no se tendo conseguido otimizar o anticorpo da TACC3. Os nveis proteicos de KIFC1 correlacionam-se com mau prognstico. Nas doentes que recaram observmos, no tumor primrio, maior abundncia desta protena com localizao nuclear. Em seguida, demonstrmos que a agregao de centrossomas um fenmeno que ocorre in vivo. Identificmos centrossomas agregados em amostras de tumores primrios de doentes que recaram. Tecnicamente usmos microscopia de fluorescncia e IHQ contra protenas centrossomais que avalimos nos tumores primrios arquivados em blocos de parafina. Observmos agregao de centrossomas num pequeno nmero de doentes que recaram, no validmos, ainda, este fentipo celular em larga escala. Parte 2: Como tratar com teraputica sistmica os vrios subtipos de carcinoma da mama Captulo 3: Quantas doenças esto englobadas na definio carcinoma da mama triplo negativo? (reviso) O carcinoma da mama triplo negativo um tumor que no expressa trs protenas: recetor de estrognio, recetor de progesterona e o recetor do fator de crescimento epidermico tipo 2 (Her2). As doentes com estes tumores no so ainda tratadas com teraputica dirigida, possivelmente porque esta definio negativa no tem ajudado. Sabemos apenas as alteraes genticas que estes tumores no tm, no as que eles tm. Talvez por esta razo, estes tumores so o subtipo mais agressivo de carcinoma da mama. No entanto, na prtica clnica observamos que estas doentes no tm sempre mau prognstico, alm de que dados de histopatologia e epidemiologia sugerem que esta definio negativa no est a capturar um nico subtipo de carcinoma da mama, mas vrios. Avalimos criticamente esta evidncia, clnica, histopatolgica, epidemiolgica e molecular. H evidncia de heterogeneidade, mas no claro quantos subtipos esto englobados nesta definio de carcinoma da mama triplo negativo. A resposta a esta pergunta, e a identificao do fundamento molecular desta heterogeneidade vai ajudar a melhor definir o prognstico e eventualmente a definir novos alvos teraputicos nesta populao difcil. Captulo 4: Terapuica sistmica em carcinoma da mama triplo negativo (reviso) A quimioterapia a nica teraputica sistmica disponvel para as doentes com carcinoma da mama triplo negativo, ao contrrio dos outros dois subtipo de carcinoma da mama que tm com a teraputica antiestrognica e anti Her2, importantes benefcios. Apesar de terem surgido vrias opes teraputicas para estes doentes nennhuma teraputica dirigida foi validada pelos ensaios clnicos conduzidos, possivelmente porque a biologia deste carcinoma ainda no foi elucidada. Muitos ensaios demonstram que os tumores triplos negativos beneficiam com quimioterapia e que as mais altas taxas de resposta patolgica completa teraputica neoadjuvante so observadas precisamente nestes tumors. A resposta patolgica completa correlaciona-se com a sobrevivncia. Estamos a estudar regimes adjuvantes especficos para doentes com estes tumors, mas, neste momento, regimes de terceira gerao com taxanos e antraciclinas so os mais promissores. O papel de subgrupos de frmacos especficos, como os sais de platina, mantmse mal definido. Quanto s antraciclinas e taxanos, estes grupos no mostraram beneficio especfico em carcinoma da mama triplo negativo quando comparado com os outros subtipos. Os prprios carcinomas da mama triplos negativos so heterogneos e carcinomas da mama basais triplos negativos com elevada taxa de proliferao e carcinomas da mama triplos negativos surgidos em doentes com mutao germinal BRCA1 podero ser mais sensveis a sais de platino e menos sensveis a taxanos. Como a definio molecular ainda no foi explicada a busca de teraputica dirigida vai continuar. Captulo 5: Ensaio randomizado de fase II do anticorpo monoclonal contra o recetor do fator de crescimento epidrmico tipo 1 combinado com cisplatino versus cisplatino em monoterapia em doentes com carcinoma da mama triplo negativo metastizado O recetor do fator de crescimento epidrmico tipo 1 est sobre expresso nos tumores das doentes com carcinoma da mama triplo negativo metastizado, um subtipo agressivo de carcinoma da mama. Este ensaio investigou a combinao de cetuximab e cisplatino versus cisplatino isolado em doentes deste tipo. Doentes em primeira ou segunda linha de teraputica para doena metastizada foram randomizadas, num sistema de 2 para 1, para receber at 6 ciclos da combinao de cisplatino e cetuximab ou cisplatino isolado. s doentes randomizadas para o brao de monoterapia podiamos, aps progresso, acrescentar cetuximab ou trat-las com cetuximab isolado. O objetivo primrio foi a taxa de resposta global. Os objetivos secundrios foram a sobrevivncia livre de doena, a sobrevivncia global e o perfil de segurana dos frmacos. A populao em anlise foram 115 doentes tratadas com a combinao e 58 doentes tratadas com cisplatino em monoterapia, 31 destas em quem se documentou progresso passaram a ser tratadas com um regime que inclua cetuximab, isolado ou em combinao. A taxa de resposta global foi de 20% no brao da combinaao e de 10% no brao da monoterapia (odds ratio, 2.13). A sobrevivncia livre de doena foi de 3.7 meses no brao da combinao e de 1.5 meses no brao em monoterapia (hazard ratio, 0.67). A sobrevivncia global foi de 12.9 meses no brao da combinao versus 9.4 meses no brao de cisplatino. Conclui-se que, apesar de no ter sido alcanado o objectivo primrio, acrescentar cetuximab, duplica a resposta e prolonga tanto a sobrevivncia livre de doena como a sobrevivncia global. Captulo 6: Bloquear a angiognese para tratar o carcinoma da mama (reviso) A angiognese uma caracterstica que define a neoplasia, porque tumores com mais de 1mm precisam de formar novos vasos para poderem crescer. Desde que se descobriram as molculas que orquestram esta transformao, que se tm procurado desenvolver e testar frmacos que interfiram com este processo. No carcinoma da mama o bevacizumab foi o primeiro frmaco aprovado pela FDA em primeira linha para tratar doena metasttica. Depois foram estudados um grupo de inibidores de tirosina cinase associados aos recetores transmembranares envolvidos na angiognese como o VEGFR, PDGFR, KIT, RET, BRAF e Flt3: sunitinib, sorafenib, pazopanib e axitinib Neste captulo, analisaram-se e resumiram-se os dados dos ensaios clnicos das drogas anti-angiognicas no tratamaneto do carcinoma da mama. Os ensaios de fase III do bevacizumab em carcinoma da mama mostraram uma reduo na progresso de doena de 22 a 52% e aumento da sobrevivncia livre de doena de 1.2 a 5.5 meses mas nunca foi demonstrado prolongamento de sobrevivncia. Os ensaios de fase III em carcinoma da mama adjuvante com bevacizumab so dois e foram ambos negativos. O ensaio de fase III com o inibidor da tirosina cinase, sunitinib foi negativo, enquanto que os ensaios de fase II com os inibidores da tirosina cinase sorafenib e pazopanib melhoraram alguns indicadores de resposta e sobrevivncia. A endostatina foi testada no contexto neoadjuvante com antraciclinas e melhorou a taxa de resposta, mas, mais ensaios so necessrios para estabelecer este frmaco. A maioria dos ensaios clnicos dos agentes antiangiognicos em carcinoma da mama reportaram aumento da taxa de resposta e de sobrevivncia livre de doena mas nunca aumento da sobrevivncia global quando comparado com quimioterapia isolada o que levou ao cepticismo a que assistimos atualmente em relao ao bloqueio da angiognese. Ensaios clnicos selecionados em doentes especficas com objetivos translacionais relacionados com material biolgico colhido, preferefencialmente em diferentes intervalos da teraputica, sero cruciais para o bloqueio da angiognese sobreviver como estratgia teraputica em carcinoma da mama. Captulo 7: A resposta hipoxia medeia a resistncia primria ao sunitinib em carcinoma da mama localmente avanado O sunitinib um frmaco antiangiognico que nunca foi avaliado isolado em doentes com carcinoma da mama no tratadas. O nosso objetivo foi caracaterizar a atividade do sunitinib isolado e em combinao com o docetaxel em carcinoma da mama no tratado, localmente avanado ou opervel, mas de dimenso superior a 2 cm, para compreender os mecanismos de resposta. Doze doentes foram tratadas com duas semanas iniciais de sunitinib seguido de quatro ciclos de combinao de sunitinib e docetaxel. A resposta, a reistncia e a toxicidade foram avaliadas de acordo com parametros clnicos, ressonncia magntica nuclear, tomografia de emisso de positres, histopatologia e perfis de expresso genmica. Detetmos resistncia primria ao sunitinib na janela inicial de duas semanas, evidenciada em quatro doentes que no responderam. data da cirurgia, cinco doentes tinham tumor vivel na mama e axila, quatro tinahm tumor vivel na mama e trs foram retiradas do ensaio. No houve respostas patolgicas completas. A comparao dos perfis de expresso genmica entre os respondedores e os no respondedores, aos quinze dias iniciais, permitiu-nos identificar sobre expresso de VEGF e outras vias angiognicas nos no respondedores. Especificamente, em tumores resistentes ao sunitinib isolado detectmos uma resposta transcricional hipoxia caracterizada por sobre expresso de vrios dos genes alvo do HIF1. Neste ensaio de sunitinib isolado em doentes no tratadas com carcinoma da mama localmente avanado, encontrmos evidncia molecular de resistncia primria ao sunitinib possivelmente mediada por sobre expresso de genes que respondem hipoxia. Parte 3: Quando parar a teraputica sistmica s doentes com carcinoma da mama Captulo 8: Agressividade teraputica ns ltimos trs meses de vida num estudo retrospetivo dum centro nico Inclumos todos os adultos que morreram com tumores slidos na instituio em 2003 e foram tratados com quimioterapia para tratar neoplaias metastizadas. Colhemos dados detalhados relacionados com quimioterapia e toxicidade nos ltimos trs meses de vida a partir do processo clnico. Trezentas e dezanove doentes foram includos, a mediana de idade foi 61 anos. A mediana de sobrevivncia de doena metasttica foi de 11 meses. 66% (211) dos doentes foram tratados com QT nos ltimos 3 meses de vida, 37% foram tratados com QT no limo ms de vida e 21% nas ltimas duas semanas. Nos doentes que foram tratados com QT nos ltimos trs meses de vida, 50% comearam um novo regime teraputico neste perodo e 14% comearam um novo regime no ltimo ms. Identificmos como determinantes de tratamento com QT no fim de vida a idade jovem, o carcinoma da mama, do ovrio e do pncreas. Conclumos que administrmos QT no fim de vida frequentemente e inicimos novos regimes teraputicos no ltimo ms de vida em 14% dos casos. Precisamos de aprofundar este trabalho para compreender se esta atitude agressiva resulta em melhor paliao de sintomas e qualidade de vida no fim de vida dos doentes com neoplasias disseminadas. Captulo 9: O tratamento do carcinoma da mama no fim de vida est a mudar? Quismos caracterizar a modificao da tendncia no uso de QT e de estratgias paliativas no fim de vida das doentes com carcinoma da mama em diferentes instituies e em intervalos de tempo diferentes. Para isto selecionmos doentes que morreram de carcinoma da mama durante 6 anos, entre 2007 e 2012, num hospital geral e comparmos com as doentes que morreram de carcinoma da mama em 2003 num centro oncolgico. Avalimos um total de 232 doentes. O grupo mais recente tem 114 doentes e o grupo anterior tem 118 doentes. Usmos estatstica descritiva para caracterizar QT no fim de vida e o uso de estratgias paliativas. Ambas as coortes so comparveis em termos das caractersticas do carcinoma da mama. Observmos aumento do uso de estatgias paliativas: consulta da dor, consulta de cuidados paliativos e radioterapia paliativa no cuidado das doentes com carcinoma da mama metastizado. Evidencimos aumento do nmero de mortes em servios de cuidados paliativos. No entanto, a QT paliativa continua a ser prolongada at aos ltimos meses de vida, embora tenhamos mostrado uma diminuio desta prtica. Outros indicadores de agressividade como a admisso hospitalar tambm mostraram diminuio. Confirmmos a nossa hiptese de que h maior integrao da medicina paliativa multidisciplinar e menos agressividade na teraputica sistmica das doentes com carcinoma da mama nos ltimos meses de vida. Chapter 10: Porque que os nossos doentes so tratados com quimioterapia at ao fim da vida? (editorial) Este captulo comea por dar o exmeplo duma jovem de 22 anos que viveu trs meses aps comear QT paliatva. Este caso epitomiza a futilidade teraputica e usado como ponto de partida para explorar as razes pelas quais administramos QT no fim de vida aos doentes quando intil, txica, logisticamente complexa e cara. Ser que estamos a prescrever QT at tarde demais? Os oncologistas fazem previses excessivamente otimistas e tm uma atitude pr teraputica excessiva e so criticados por outros intervenientes nas instituies de sade por isto. Crescentemente doentes, familiares, associaes de doentes, definidores de polticas de sade, jornalistas e a sociedade em geral afloram este tema mas tornam-se inconsistentes quando se trata dum doente prximo em que se modifica o discurso para que se faam teraputicas sitmicas agressivas. H uma crescente cultura de preservao da qualidade de vida, paliao, abordagem sintomtica, referenciao a unidades de cuidados paliativos e outros temas do fim de vida dos doentes oncolgicos terminais. Infelizmente, este tema tem ganhado momentum no porque os oncologistas estejam a refletir criticamente sobre a sua prtica, mas porque os custos dos cuidados de sade so crescentes e incomportveis. Seja qual fr o motivo, as razes que levam os oncologistas a administrar QT no fim de vida devem ser criticamente elucidadas. Mas h poucos dados para nos guiar nesta fase delicada da vida dos doentes e os que existem so por vezes irreconciliveis, uma reviso destes dados que foi feita neste captulo. Concluso: A abordagem do carcinoma da mama no futuro? Na concluso, tenta-se olhar para o futuro e prever como ser a tomada a cargo dum doente com carcioma da mama amanh. Faz-se uma avaliao das vrias reas desde preveno, rastreio, suscetibilidade gentica e comportamental e teraputica. Na teraputica separa-se a teraputica locoregional, sistmica adjuvante e da doena metastizada. Nos trs ltimos pargrafos a histria duma mulher com um carcinoma localmente avanado que sobre expressa o recetor Her2, serve como ilustrao de como devemos estar preparados para incorporar evoluo, heterogeneidade e dinamismo no cuidado de doentes com carcinoma da mama. -------------------------------------------------------------------------------------------------- ABSTRACT: Introduction: Breast cancer care in the past This work starts with an overview of the treatment of breast cancer (BC). From the first reports of patients ill with BC until 1950. From 1950 until 2000, there is a more detailed account on how BC patients were treated with emphasis on the different modalities, local, regional and systemic treatments and their evolution. Part 1: Who to treat with adjuvant systemic therapy? Chapter 1: TNM is not dead in breast cancer It has been said that the current TNM staging system might not be suitable for predicting breast cancer (BC) outcomes and for making therapeutic decisions, especially for patients with screen detected BC which is smaller. The reason for this is also due to the non inclusion of tumor biology parameters in the current TNM system. We hypothesize that in a population where there is still a large abundance of non screen detected BC, with a low median age of incidence and abundance of high TNM staged lesions, biology is still second to classical staging in predicting prognosis. We analyzed a population of consecutive BC patients from a single institution during ten years. We characterized current established prognostic factors, classical staging variables included in the current TNM staging system and biological variables, currently not included in the TNM system. We quantified the capacity of individual prognostic factors to predict survival. We analyzed a population of 1699 consecutive BC patients. We found that individually both the TNM system prognostic factors and the biological prognostic factors are differing among BC survivors and dead patients in a statistically significant distribution. Explicitly, patients with larger tumors, positive nodes, higher stage lesions, ER negative, HER2 positive, TN or lower differentiation tumors show decreased survival. In the multivariate analysis we can conclude that in a population such as ours classical TNM staging variables, irrespective of tumor biological features, are still the most powerful outcome predictors. Chapter 2: Defining breast cancer prognosis: The predictive power and mechanism of centrosome alterations in breast cancer We performed a systematic analysis of the literature and compiled an extensive data set of gene expression data originated in primary tumours of BC patients with prognostic information. We analysed this data seeking for genes consistently up or down regulated in poor prognosis BC, i.e. that relapsed after initial treatment. In the course this bioinformatics analysis our lab identified 65 genes statistically significant across multiple datasets that can discriminate between relapsed and non-relapsed BC patients. Among the identified genes, we have detected genes such as MKI67, a marker of mitotic activity which is routinely used in the clinic. Unexpectedly, we also discovered several genes found to be involved in centrosome clustering, The most prominent of these is the kinesin KIFC1, also called HSET, and previously identified as regulator of centrosome clustering. Centrosome abnormalities (numerical, structural) have been observed in cancer. Indeed, compelling data has shown that cells from many cancers have multiple and abnormal centrosomes, that are either correlated with tumour malignancy or considered an early tumorigenesis event. However, extra centrosomes come at a cost and cells must be able to handle such abnormalities or otherwise die. Thus our results suggested a new mechanism of breast cancer progression with negative prognostic value. We aimed at quantifying the predictive power of centrosome clustering in BC clinical setting and at detecting this process in BC patient material. We validated the centrosome clustering genes KIFC1 and TACC3 in formalin fixed paraffin embedded (FFPE) BC patient material, using quantitative real-time PCR (RT-qPCR) technology. Our results indicate that the tested KIFC1 has a clear IHC signal (1) and that the protein expression patterns and levels correlate with prognosis, with relapsing patients having increased expression and nuclear localisation of this kinesin (2). Next we were able to show that centrosome clustering does occur in vivo. We identified centrosome amplification and clustering in breast cancer samples, and we established a fluorescence microscopy-based IHC approach by staining FFPE samples with centrosomal markers. Using this approach we have observed centrosome amplification and clustering in a small set of poor prognosis samples. By expanding the number of samples in which we have characterised the number of centrosomes, we were able to confirm our preliminary observation that centrosomes are clustered in relapsed BC. Part 2: How to treat breast cancer subtypes? Chapter 3: How many diseases is triple negative breast cancer? (review) Triple negative breast cancer is a subtype of breast cancer that does not express the estrogen receptor, the progesterone receptor and the epidermal growth factor receptor type 2 (Her2). These tumors are not yet treated with targeted therapies probably because no positive markers have been described to reliably classify them - they are described for what they are not. Perhaps for this reason, they are among the most aggressive of breast carcinomas, albeit with very heterogenous clinical behavior. The clinical observation that these patients do not carry a uniformly dismal prognosis, coupled with data coming from pathology and epidemiology, suggests that this negative definition is not capturing a single clinical entity, but several. We critically evaluate this evidence in this paper, reviewing clinical and epidemiological data, as well as molecular data. There is evidence for heterogeneity, but it is not clear how many diseases are grouped into triple negative breast cancer. Answering this question, and identifying the molecular basis of heterogeneity will help define prognosis and, eventually, the identification of new targeted therapies. Chapter 4: Systemic treatment for triple negative breast cancer (review) Chemotherapy remains the backbone of treatment for triple negative breast cancer (TNBC). Despite the appearance of new targeted and biologic agents there has been no targeted therapy validated for TNBC, possibly because the biology of TNBC has not been conclusively elucidated. Many studies have shown that TNBC derive significant benefit of chemotherapy in the neoadjuvant, adjuvant and metastatic treatment, possibly more benefit than other BC subtypes. Neoadjuvant chemotherapy studies have repeatedly shown higher response rates in TNBC than non-TNBC. Pathologic complete response has been shown to predict improved long term outcomes in BC. Although specific adjuvant regimens for TNBC are under study, third generation chemotherapy regimens utilizing dose dense or metronomic polychemotherapy are among the most effective tools presently available. The role of specific chemotherapy agents, namely platinum salts, in the treatment of TNBC remains undefined. Taxanes and anthracyclines are active in TNBC and remain important agents, but have not shown specific benefit over non-TNBC. TNBC is itself a heterogeneous group in which subgroups like basal like BC defined by higher proliferation and including those TNBC arising in BRCA1 mutation carriers may be more sensitive to platinum agents and relatively less sensitive to taxanes. The molecular characterization of TNBC is lacking and therefore the search for targeted therapy is still ongoing. Chapter 5: Randomized phase II study of the anti-epidermal growth factor receptor monoclonal antibody cetuximab with cisplatin versus cisplatin alone in patients with metastatic triple-negative breast cancer Epidermal growth factor receptor is overexpressed in metastatic triple-negative breast cancers, an aggressive subtype of breast cancer. Our randomized phase II study investigated cisplatin with or without cetuximab in this setting. Patients who had received no more than one previous chemotherapy regimen were randomly assigned on a 2:1 schedule to receive no more than six cycles of cisplatin plus cetuximab or cisplatin alone. Patients receiving cisplatin alone could switch to cisplatin plus cetuximab or cetuximab alone on disease progression. The primary end point was overall response rate (ORR). Secondary end points studied included progressionfree survival (PFS), overall survival (OS), and safety profiles. The full analysis set comprised 115 patients receiving cisplatin plus cetuximab and 58 receiving cisplatin alone; 31 patients whose disease progressed on cisplatin alone switched to cetuximab-containing therapy. The ORR was 20% with cisplatin plus cetuximab and 10% with cisplatin alone (odds ratio, 2.13). Cisplatin plus cetuximab resulted in longer PFS compared with cisplatin alone (median, 3.7 v 1.5 months; hazard ratio, 0.67. Corresponding median OS was 12.9 versus 9.4 months. While the primary study end point was not met, adding cetuximab to cisplatin doubled the ORR and appeared to prolong PFS and OS, warranting further investigation in mTNBC. Chapter 6: Blocking angiogenesis to treat breast cancer (review) Angiogenesis is a hallmark of cancer because tumors larger than 1mm need new vessels to sustain their growth. Since the discovery of the molecular players of this process and some inhibitors, that angiogenesis became a promising therapeutic target. Bevacizumab was the first molecular-targeted antiangiogenic therapy approved by the FDA and is used as first-line therapy in metastatic breast cancer. A second class of approved inhibitors (sunitinib, sorafenib, pazopanib and axitinib) include oral small-molecule tyrosine kinase inhibitors that target vascular endothelial growth factor receptors, platelet-derived growth factor receptors, and other kinases including KIT, Ret, BRAF and Flt-3, but none of these have gained approval to treat breast cancer. This review analyzes and summarizes data from clinical trials of anti-angiogenic agents in the treatment of BC. Phase III trials of bevacizumab in advanced BC have demonstrated a reduction in disease progression (2252%), increased response rates and improvements in progression-free survival of 1.2 to 5.5 months, but no improvements in OS. Bevacizumab phase III trials in early BC have both been negative. Bevacizumab combined with chemotherapy is associated with more adverse events. Phase III trials of the tyrosine kinase inhibitor sunitinib were negative, while randomized phase II trials of sorafenib and pazopanib have improved some outcomes. Endostatin has been tested in neoadjuvant clinical trials in combination with anthracyclinebased chemotherapy in treatment-naive patients and has increased the clinical response rate, but more trials are needed to establish this drug. Most trials of anti-angiogenic agents in BC have reported improved RR and PFS but no increase in OS compared to chemotherapy alone, leading to skepticism towards blocking angiogenesis. Selected trials in selected BC populations with translational endpoints related to harvested tumor tissue and other biological material samples, preferentially at several timepoints, will be crucial if antiangiogenesis is to survive as a strategy to treat BC. Chapter 7: Does hypoxic response mediate primary resistance to sunitinib in untreated locally advanced breast cancer? The antiangiogenic drug sunitinib has never been evaluated as single agent in untreated BC patients. We aimed to characterize the activity of sunitinib, alone and with docetaxel, in untreated locally advanced or operable BC, and, to uncover the mechanisms of response. Twelve patients were treated with an upfront window of sunitinib followed by four cycles of sunitinib plus docetaxel. Response, resistance and toxicity were evaluated according to standard clinical parameters, magnetic resonance imaging, positron emission tomography, pathology characterization and gene expression profiling. We detected primary resistance to sunitinib upfront window in untreated BC, as evidenced by four non-responding patients. At surgery, five patients had viable disease in the breast and axilla, four had viable tumor cells in the breast alone and three were taken off study due to unacceptable toxicity and thus not evaluated. Early functional imaging was useful in predicting response. There were no pathologic complete responses (pCR). Comparison of gene expression profiling tumor data between early responders and non-responders allowed us to identify upregulation of VEGF and angiogenic pathways in non responders. Specifically, in tumors resistant to the single-agent sunitinib we detected a transcriptional response to hypoxia characterized by over-expression of several HIF1 target genes. In this report of single-agent sunitinib treatment of untreated localized BC patients, we found molecular evidence of primary resistance to sunitinib likely mediated by up-regulation of hypoxia responsive genes. Part 3: When to stop systemic treatment of breast cancer patients? Chapter 8: The aggressiveness of cancer care in the last three months of life: a retrospective single centre analysis. All adult patients with solid tumors who died in our hospital in 2003 and received chemotherapy for advanced cancer, were included. Detailed data concerning chemotherapy and toxicity, in the last three months of life, were collected from patients clinical charts. A total of 319 patients were included. Median age was 61 years. Median time from diagnosis of metastatic disease to death was 11 months. The proportion of patients who received chemotherapy in the last three months of life was 66% (n=211), in the last month 37% and in the last two weeks 21%. Among patients who received chemotherapy in the last three months of life, 50% started a new chemotherapy regimen in this period and 14% in the last month. There was an increased probability of receiving chemotherapy in the last three months of life in younger patients and in patients with breast, ovarian and pancreatic carcinomas. There was a large proportion of patients who received chemotherapy in the last three months of life, including initiation of a new regimen within the last 30 days. Thus, further study is needed to evaluate if such aggressive attitude results in better palliation of symptoms at the end of life. Chapter 9: Is breast cancer treatment in the end of life changing? We aimed to characterize the shifting trends in use of anti-cancer chemotherapy and palliative care approaches in the end of life of BC patients in different institutions and times. For this, we selected women that died of BC during six years, from 2007 to 2012, and were treated in a central acute care general hospital and compared it with the BC patients that died in 2003 and were treated in a large cancer center. We analyzed a total of 232 patients: the more recent group has 114 women and the older cohort has 118. We used descriptive statistics to characterize CT in the EoL and use of palliative care resources. Both populations were similar in terms of BC characteristics. We observed more palliative care resources, pain clinic, palliative care teams and palliative radiotherapy, involved in the care of MBC patients and a shift towards more deaths at hospices. Systemic anti cancer treatments continue to be prolonged until very late in patients lives, notwithstanding, we could show a decrease in the use of such treatments. Other indicators of aggressiveness, namely hospital admissions, also show a decrease. We confirmed our hypothesis that there is more integration of multidisciplinary palliative care and less aggressiveness in the treatment of metastatic cancer patients, specifically, use of palliative anti-cancer treatment and hospital admissions. Nonetheless, we use systemic therapy until too late with underutilization of palliative medicine. Chapter 10: Why do our patients get chemotherapy until the end of life? (editorial) The editorial starts with a clinical case of a 21 year old patient that lives three months after starting palliative chemotherapy for the first time, a case that illustrates therapeutic futility at the end of life. Why are we not ceasing chemotherapy when it is useless, toxic, logistically complex and expensive? Are we prescribing chemotherapy until too late in solid tumor patients lives? Medical oncologists have overly optimistic predictions and, excessive, treatment-prone attitude and they are criticized by other health care providers for this. Increasingly, patients, their families, advocacy groups, policy makers, journalists and society at large dwell on this topic, which is a perplexing conundrum, because sometimes they are the ones demanding not to stop aggressive systemic anticancer treatments, when it comes to their loved ones. There is a growing culture of awareness toward preserving quality of life, palliative care, symptom-directed care, hospice referral and end of life issues regarding terminal cancer patients. Sadly, this issue is gaining momentum, not because oncologists are questioning their practice but because health care costs are soaring. Whatever the motive, the reasons for administering chemotherapy at the end of life should be known. There are few and conflicting scientific data to guide treatments in this delicate setting and we review this evidence in this paper. Conclusion: What is the future of breast cancer care? This work ends with a view into the future of BC care. Looking into the different areas from prevention, screening, hereditary BC, local, regional and systemic treatments of adjuvant and metastatic patients. The last three paragraphs are a final comment where the story of a patient with Her2 positive locally advanced breast cancer is used as paradigm of evolution, heterogeneity and dynamism in the management of BC.
Resumo:
Foram discutidas as trajetrias das frentes de expanso e seus impactos ambientais, sociais e tnicos na regio denominada Amaznia maranhense. As informaes utilizadas resultam de pesquisa bibliogrfico-documental e de campo, em que foram colhidos depoimentos de trabalhadores rurais e ndios, habitantes da regio. Foi demonstrado que, mesmo entre as comunidades Guajajara da Terra Indgena Araribia (na qual se concentra esta pesquisa), opes distintas de convvio com a sociedade envolvente e com suas frentes de expanso vm sendo tomadas, acarretando distintos impactos em sua qualidade de vida; tambm foi demonstrado que as comunidades indgenas mais vulnerveis a estas frentes de expanso so as Awa, as quais se encontram em iminente risco de extino. Em concluso, algumas consideraes: sobre as medidas a serem tomadas, no mbito das polticas pblicas, diante da rpida devastao atualmente em andamento na regio, e da gravidade das condies de vida de seus habitantes; sobre a importncia do Maranho no campo dos estudos sobre as formas de sociabilidade, dominao, violncia e resistncia no campo, como contraponto s que caracterizaram o chamado "ciclo do cangao".