809 resultados para Mulheres Saúde e Higiene


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A eficcia da quimioprofilaxia da transmisso vertical do HIV tem contribudo para minimizar o numero de crianas infectadas pelo vrus. No entanto essencial para essa finalidade o uso correto do protocolo pela me. Mas onde esto as falhas desse processo? Porque ainda h crianas sendo desnecessariamente expostas ao vrus HIV? Foi objetivo desse estudo conhecer as concepes sobre gravidez, HIV/AIDS e transmisso vertical de gestantes e mes soropositivas. A partir disso, fornecer subsdios para o aperfeioamento da preveno da transmisso vertical. Partiu-se da hiptese de que aspectos sociais, culturais e econmicos das mulheres podem estar envolvidos na adeso ou no da preveno da transmisso vertical da AIDS. Quatorze mulheres soropositivas, sendo onze com filhos j nascidos e trs gestantes, deram seus depoimentos atravs de entrevistas semi-estruturadas orientadas por roteiro. Os Fatores scio culturais das mulheres no foram investigados de forma direta, mas foi possvel registrar atravs das falas uma possvel associao destes com a quimioprofilaxia da transmisso vertical do HIV. Ainda que de forma incompleta todas realizaram a quimioprofilaxia, com exceo de uma mulher que teve o diagnostico somente aps o parto. Atravs da anlise dos depoimentos foi possvel identificar que as mulheres que possuam nvel scio cultural mais elevado demonstraram maior domnio quanto importncia do tratamento, embora a principal motivao para a realizao do tratamento tenha sido a no contaminao de seus filhos. Foram descritos alguns determinantes envolvidos na adeso das mulheres ao tratamento, dentre eles; o conhecimento acerca do tratamento e aspectos ligados aos servios de saúde. Algumas falhas no pr-natal foram apontadas como ponto negativo neste processo. Dentre os resultados encontrados ocasionalmente foi ressaltado a forma que os companheiros reagiram doena. E a constatao de que a grande maioria das mulheres ao no reconhecerem sua posio de risco para a infeco pelo HIV, descobrem-se soropositivas somente no pr-natal.

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O Programa de Agentes Comunitrios de Saúde institucionalizado em 1991, caracteriza-se como a primeira estratgia em escala nacional para a ateno primria no Brasil, sendo a segunda, o Programa Saúde da Famlia (PSF). No Cear o trabalho com agentes de saúde existe desde 1986, configurando-se como uma inovao do primeiro governo Jereissati na rea da saúde pblica. Esse estudo objetivou identificar e discutir as prticas das agentes de saúde na comunidade. Partindo de um grupo especfico, o de crianas de 0 12 meses, foi possvel conhecer melhor as atividades realizadas, a interao agente de saúde/famlia, as dificuldades enfrentadas e algumas caractersticas das relaes do agente de saúde com os demais profissionais da equipe de saúde da famlia (ESF). As tcnicas que facilitaram esse conhecimento foram a observao, a entrevista e o grupo focal. O campo de estudo foi o municpio de Uruburetama-Cear, e o principal critrio para essa escolha, a taxa de mortalidade infantil (MI) referente ao ano de 2002, ano em que o municpio ficou entre os treze com MI acima de 40/1.000 nascidos vivos no Cear. O estudo acompanhou 23 crianas nascidas em agosto de 2004, concluindo-se a pesquisa de campo em agosto de 2005. Nesse perodo o municpio contava com cinco equipes de PSF e trinta agentes de saúde, das quais quinze acompanhavam famlias em que nasceram crianas no ms de incio da pesquisa, constituindo-se assim nas principais informantes do estudo juntamente com as mes. Com base na categoria analtica agente educador, foram identificadas as categorias empricas: a agente de saúde com conhecimentos insuficientes, a agente de saúde impotente diante dos determinantes socioeconmicos e o tema prticas de saúde descontextualizadas das condies sociais; Com base na categoria analtica agente elo, chegou-se s categorias empricas: a agente porta de entrada do PSF e a agente pau pra toda obra, alm do tema uma relao de conflitos; no entanto, para a categoria analtica agente de controle sanitrio, no identifiquei nenhuma categoria emprica. Conforme a discusso das categorias e temas identificados demonstrou, as agentes de saúde precisam ser melhor capacitadas para desenvolver suas atividades; aes rotineiras como a orientao da alimentao infantil e monitoramento do crescimento precisam ser reforadas; as agentes no esto habilitadas para uma compreenso mais ampla dos problemas vivenciados pela comunidade e portanto para a discusso das possveis solues e encaminhamentos; h um excesso de atribuies e lhes falta conhecimento para o exerccio de algumas destas atribuies e tempo para outras; as agentes se ressentem de maior apoio na ESF, e sua relao com demais componentes da equipe conflituosa. O estudo aponta a necessidade de reforar a capacitao das agentes de saúde, mas prioritariamente, antes de qualquer capacitao para as aes especficas que realizam rotineiramente preciso form-las como educadoras sob a perspectiva da educao popular em saúde.

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A proposta desta tese consiste em um recorte de uma abordagem mais ampla da determinao dos acidentes de trabalho, e tem como objetivo geral investigar o perfil de acidentes de trabalho que acometem funcionrios tcnico-administrativos do quadro efetivo de uma universidade do Rio de Janeiro. Para o alcance do objetivo, esta tese est estruturada em dois artigos, e como tal pretende explorar o perfil scio-demogrfico e ocupacional de funcionrios pblicos na ocorrncia de acidentes de trabalho (Artigo 1); e investigar a associao entre os eventos de vida produtores de estresse (EVPE) e a ocorrncia de acidentes de trabalho (Artigo 2). Dados seccionais da fase 2 de um estudo de natureza prospectiva (Estudo Pr-Saúde) foram coletados entre 3572 funcionrios. A histria de acidentes de trabalho foi captada por meio de perguntas dicotmicas (sim vs. no) para cada um dos seguintes tipos de acidentes: perfurao com agulha; perfurao com outro objeto; corte; queimadura; choque eltrico; contuso ou distenso muscular; fratura, entorse ou luxao; e envenenamento ou intoxicao. O perodo de referncia para aferio tanto dos EVPE quanto da ocorrncia de acidente de trabalho correspondeu aos 12 meses anteriores a aplicao de questionrio autopreenchvel. No artigo 1 utilizou-se a tcnica de anlise de correspondncia mltipla para delimitar agrupamentos de funcionrios quanto ao perfil scio-demogrfico e ocupacional associado ocorrncia de acidente de trabalho, de acordo com as seguintes Caracterstica : sexo, idade, escolaridade, renda per capita, ocupao, setor e local de trabalho. No artigo 2, a associao entre EVPE e acidentes de trabalho foi avaliada atravs de anlise multivariada por meio de modelo lineares generalizados (logpoisson), sendo os resultados expressos atravs de razes de prevalncia (RP) ajustadas e seus respectivos intervalos de 95% de confiana (IC95%). A prevalncia total de acidentes no perodo de 12 meses foi de 25,6%. Dos tipos de acidentes referidos, o mais frequente foi a contuso ou fratura, com cerca de (10,2%) de relatos. Em seguida, aparecem as perfuraes com agulha (6,5%). Os resultados da anlise de correspondncia revelam trs grupos, destacando-se aquele formado pelos que sofreram perfurao com agulha com um perfil que abrange os auxiliares de enfermagem, trabalham no Hospital Universitrio e setores adjacentes, especificamente em setores de terapia intensiva, emergncia, cirurgia geral, clinica geral e ambulatrio. Em relao associao com EVPE, ter sido testemunha de agresso foi o evento mais fortemente associado com acidentes de trabalho (RP= 1,98, IC95%= 1,67; 2,34). Este estudo trouxe informaes acerca da importncia das caractersticas scio-demogrficas e de aspectos psicossociais na ocorrncia dos acidentes de trabalho que podem ser teis na elaborao de medidas para a preveno desse importante problema de saúde pblica.

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Discutem-se os processos de trabalho e de produo do cuidado dos auxiliares e tcnicos de enfermagem do Ncleo de Ateno Crise do Instituto Municipal de Assistncia Saúde Nise da Silveira, no contexto da desinstitucionalizao, e seus efeitos na integralidade do cuidado. O foco de anlise repousa sobre o cuidado cotidiano prestado por esses profissionais nas unidades de internao psiquitrica. Buscou-se realizar uma reflexo sobre os aspectos contemporneos do cotidiano da assistncia psiquitrica e o papel dos hospitais psiquitricos no atendimento aos pacientes agudos. Para tal objetivou-se, especificamente: contextualizar o IMNS no cenrio de saúde mental no municpio do Rio de Janeiro; descrever as prticas assistenciais de auxiliares e tcnicos de enfermagem no cuidado aos pacientes agudos internados; e discutir as prticas de cuidado no contexto da reorientao do modelo hospitalar e suas repercusses na integralidade da assistncia em saúde, buscando contradies e aproximaes com o discurso da poltica de saúde mental vigente. Foram abordadas na fundamentao terica: as questes da prtica da equipe de saúde sob o eixo da integralidade, em especial da equipe de enfermagem, e a relao trabalho/saúde/cotidiano na construo dos processos de trabalho e de produo do cuidado da assistncia prestada. Como abordagem terico-metodolgica que possibilitou alcanar o objetivo proposto, realizou-se estudo exploratrio, de natureza qualitativa, na perspectiva da cartografia, tendo na observao participante seu principal elemento de coleta de dados. O mapeamento das prticas rotineiras de cuidado evidenciou que estas so predominantemente pautadas no modelo asilar, no qual auxiliares e tcnicos desempenham suas atividades dirias de modo distanciado dos pacientes e de suas necessidades. Esses profissionais no so vistos como elementos da equipe de saúde mental, e assim, desprestigiados em relao poltica de formao e capacitao em saúde mental, assumem o cuidado aos pacientes institucionalizados de modo pouco estruturado, sem levar em considerao os anseios e sofrimentos dos usurios. Acolhimento, vnculo e integralidade fizeram parte do discurso oficial de reorganizao da assistncia, num contexto macroestrutural, mas ainda no se materializam nas prticas assistenciais da unidade de saúde pesquisada. A importncia do estudo est pautada no fornecimento de subsdios para a formulao e implantao de aes que auxiliem na melhoria da gesto do trabalho em saúde mental. Sua justificativa se faz na medida em que essa rea permeada por conflitos e questes que interferem decisivamente na qualidade dos servios prestados.

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O cncer do colo do tero responsvel por 7% do total dos bitos por cncer entre a populao feminina brasileira e tem uma incidncia estimada de 20/100 mil para todo o pas. Evidncias cientficas comprovam que o papilomavrus humano (HPV) causa necessria para a ocorrncia deste tipo de cncer. Aes de preveno e controle recomendadas tm se baseado no conhecimento sobre a epidemiologia da doena. Os estudos realizados no Brasil sobre a prevalncia da infeco por HPV disponveis na literatura tm caractersticas variadas que ainda no foram analisadas em conjunto e de modo sistematizado. O objetivo deste estudo foi realizar uma reviso sistemtica dos artigos sobre prevalncia do HPV em mulheres brasileiras considerando as prevalncias globais e entre aquelas com exame citolgico cervical normal. Foram selecionados todos os artigos aps busca nas bases de dados Medline e BVS, tomando-se como termos human papillomavirus, HPV, prevalence Brazil. Entre 1989 e 2008, foram selecionados 155 artigos, sendo 133 nas bases de dados e 22 referncias secundrias. Aps leitura de ttulo e resumo, 82 artigos foram includos, e a seguir submetidos leitura integral dos textos, sendo enfim selecionados 14 artigos, os quais representaram estudos de quatro grandes regies brasileiras (Sudeste 43,0%, Sul 21,4%, Nordeste 21,4% e Norte 7,1%). Em sua maioria (64,5%), trata-se de artigos que relatam desenho transversal. Com referncia ao mtodo de identificao do HPV nas mulheres, em oito (57,1%) artigos, h relato do emprego de PCR para tipagem do HPV e, em sete (50,0%) artigos, houve emprego de HC para deteco do HPV. As amostras variaram de 49 a 2329 mulheres. A prevalncia global de infeco do colo do tero pelo HPV variou entre 13,7 e 54,3%, e para as mulheres com citologia normal, a prevalncia de infeco pelo HPV no colo do tero varia entre 10 e 24,5%. Os resultados obtidos permitiram criar um panorama das prevalncias e da distribuio da infeco pelo HPV e principais tipos em mulheres com citologia cervical normal e assim contribuir para a compreenso da distribuio da infeco pelo HPV no pas, auxiliando na orientao de outros estudos bem como de polticas voltadas para a saúde da mulher e preveno do cncer do colo do tero.

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A qualidade de vida no trabalho uma questo relevante para diversos campos de conhecimento e interveno, a saber: saúde do trabalhador, saúde pblica, previdncia, segurana no trabalho, processos organizacionais, gesto de pessoas, entre outros. A qualidade de vida no trabalho influencia as atitudes e comportamentos dos trabalhadores frente ao mercado de trabalho e ante as empresas das quais fazem parte. A presente pesquisa possui um carter descritivo e comparativo, tendo como objetivo geral a anlise das representaes sociais da qualidade de vida no trabalho construdas por trabalhadores das cidades de Juiz de Fora/MG e de Cataguases/MG, relacionando-as aos diferentes contextos e condies de trabalho e de vida cotidiana de tais trabalhadores. Para isso, foram formulados os seguintes objetivos especficos: descrever e analisar a representao social da qualidade vida; descrever e analisar a representao social da qualidade vida no trabalho; investigar a existncia de um entrelaamento entre as representaes sociais da qualidade de vida e da qualidade de vida no trabalho; comparar as representaes sociais da qualidade de vida no trabalho entre segmentos amostrais definidos por diferentes variveis sociodemogrficas (sexo, faixa etria, tipo de vnculo, segmento de atuao, escolaridade). A fundamentao terica do estudo consistiu na perspectiva psicossocial das representaes sociais, com nfase sobre a sua abordagem estrutural. Para a coleta de dados foi construdo um questionrio com questes fechadas e abertas, ao qual foram associadas tcnicas de pesquisa especficas da abordagem estrutural das representaes sociais, a saber: evocaes livres aos termos indutores qualidade de vida e qualidade de vida no trabalho e um questionrio de caracterizao. Participaram da pesquisa 309 trabalhadores, sendo 232 (75% da amostra) de Juiz de Fora/MG e 77 (25% da amostra) da cidade de Cataguases/MG, pertencentes a diferentes organizaes. Os resultados revelam que as cognies constituintes do ncleo central da representao social da qualidade de vida foram saúde, trabalho-emprego e bem-estar e a primeira periferia foi formada pelos elementos: lazer, educao, famlia, boa vida financeira e moradia. J a representao social da qualidade de vida no trabalho foi formada pelos elementos centrais: salrio, condies de trabalho, respeito e bom ambiente de trabalho. Por outro lado, a primeira periferia foi composta pelos seguintes elementos: reconhecimento e desempenho-eficincia. Verificou-se um forte entrelaamento entre tais representaes mediante a centralidade da categoria trabalho no ncleo central da Representao Social da qualidade de vida. As comparaes das representaes sociais da qualidade de vida no trabalho entre os segmentos amostrais revelaram diferenas significativas. Somente homens e mulheres demonstraram uma mesma representao. Em relao ao carter regionalizado da pesquisa, constatou-se que Juiz de Fora e Cataquases so cidades amplamente reconhecidas pela boa qualidade de vida que oferecem. Principalmente Juiz de Fora, em funo das suas caractersticas provincianas mescladas com a agitao urbana e com a sua estrutura que tambm se assemelha s grandes capitais. Tais cidades, entretanto, foram criticadas em relao qualidade das oportunidades profissionais que oferecem e que geram a evaso dos trabalhadores mais qualificados para os grandes centros.

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O presente trabalho teve como objetivos verificar a possvel associao entre violncia intrafamiliar sofrida por adolescentes e estado nutricional. Foram investigadas as prevalncias de agresso verbal, violncias fsica, abuso psicolgico e de estado nutricional inadequado dos adolescentes. Para tanto, foi realizado um estudo observacional de corte transversal numa amostra de 201 adolescentes de 10 a 19 anos cadastrados no Programa Bolsa Famlia e monitorados pelo Servio de Nutrio de uma unidade de saúde do municpio do Rio de Janeiro. Junto aos adolescentes foi realizada avaliao antropomtrica, e para a determinao do estado nutricional foi analisado o ndice de Massa Corporal (IMC) pelo parmetro adotado pela OMS a partir de 2007. A violncia familiar foi investigada por meio de dois instrumentos. O Conflict Tactics Scales Form R (CTS1) foi utilizado para avaliar os conflitos intrafamiliares no relacionamento entre pais e filhos e a escala de violncia psicolgica contra adolescentes para identificar a presena de violncia psicolgica contra os adolescentes. Alm disso, foram avaliadas outras co-variveis que pudessem influenciar a associao entre violncia e situao nutricional da populao estudada como informaes sobre maturao sexual, scio-demogrficas e percepo corporal. No que diz respeito ao IMC, foram identificados 4,5% de baixo peso, 13,4% de sobrepeso e 5% de obesidade. No que se refere violncia familiar, foram observados 83,1% de agresso verbal, 50,2% de violncia psicolgica, 32,8% de agresso fsica grave e 48,3% de abuso fsico menor. Atravs da regresso linear mltipla foi observada um associao entre violncia familiar e o IMC em adolescentes do sexo feminino. A presena de agresso verbal perpetrada tanto pelo pai como pela me est relacionado ao IMC de forma estatisticamente significativa para as meninas. J para os adolescentes masculinos no foi encontrada nenhuma associao significativa entre os diferentes tipos de violncia familiar e o IMC, mas aponta para a reduo do IMC. Outras estratgias de pesquisa de natureza qualitativa devem ser realizadas para esclarecer sobre os efeitos desfavorveis do abuso verbal sobre o IMC junto aos pais e a sociedade j que a agresso verbal um tipo de abuso normalmente utilizado no ambiente familiar e considerado como algo natural e aceitvel

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O presente trabalho visa analisar as condies do processo de trabalho de uma empresa mineradora, de capital multinacional, em usinas de pelotizao, instaladas em Anchieta/ES. Pretende, tambm, examinar os determinantes desse processo e as conseqncias para a saúde dos trabalhadores, levando em considerao sua exposio aos riscos, relacionadas destruio do meio ambiente. Os procedimentos metodolgicos adotados na pesquisa consistiram basicamente de estudo bibliogrfico, anlise documental e aplicao de questionrios aos trabalhadores da empresa residentes nesse municpio. O estudo parte da relao existente entre capital, trabalho e saúde do trabalhador, tendo como marco histrico a revoluo industrial. Destacam-se nesse resgate os diferentes momentos do sistema produtivo capitalista, fazendo um paralelo com os sistemas de saúde em relao ao trabalhador. Verificamos que, com a expanso dos estudos sobre trabalho e saúde do trabalhador, as discusses no ficaram restritas ao cho da fbrica, passando a articular o mundo da produo e o ambiente de trabalho, introduzindo o debate sobre a deteriorao das condies ambientais em escala planetria no atual estgio de desenvolvimento do capitalismo. O campo de anlise em que os aspectos pontuados so examinados a cidade de Anchieta/ES, onde se localiza a empresa pesquisada. O processo de operao das usinas de pelotizao nessa localidade transformou o pequeno lugarejo praiano, que vivia apenas da pesca, da agricultura familiar e do turismo tradicional, no litoral sul do Esprito Santo, em sede de um possvel conglomerado de empresas e indstrias ligadas ao minrio, siderurgia, ao petrleo e gs. Como resultantes dos efeitos desse processo de produo, nas condies de vida dos trabalhadores, observa-se que as alteraes produzidas pela empresa influenciam destrutivamente as duas principais fontes de produo da sua riqueza: a natureza, configurada no meio-ambiente local e nacional, e a fora de trabalho nela alocada que fica submetida a todos os fatores de risco a sua saúde.

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A pesquisa investigou aspectos referentes ao diagnstico e notificao de abuso sexual infantil intrafamiliar pelos servios bsicos de saúde do Municpio de Maring-PR. O abuso sexual contra crianas um problema de saúde pblica, devido alta incidncia epidemiolgica e s graves conseqncias dele decorrentes. Apesar de iniciativas municipais recentes para enfrentamento do problema, poucos so os casos denunciados oficialmente, o que dificulta o dimensionamento do problema e a criao de polticas adequadas. As instituies de saúde so espaos privilegiados para a deteco precoce e a notificao dos casos, porm essencial que, na medida em que os profissionais de saúde consigam identificar a ocorrncia da violncia, sintam-se seguros para notificar. Dificuldades em relao deteco, notificao e ao funcionamento da rede de apoio s vtimas foram levantadas, possibilitando inferir pontos estratgicos para desenvolvimento de programas de capacitao necessrios para o estabelecimento de aes de combate ao abuso sexual infantil. Os resultados apontam dificuldades importantes no que se refere ao diagnstico precoce e insuficiente informao sobre o processo de notificao e de encaminhamento dos casos. Essas dificuldades podem ser minimizadas mediante a adoo de uma poltica de educao continuada, bem como do fortalecimento da rede de proteo criana e ao denunciante.

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Este trabalho tem por objetivo estudar, tendo como objeto a Comisso de Melhoramentos da Cidade do Rio de Janeiro, a construo do discurso da higiene e urbanizao que se delineou no Rio de Janeiro a partir da epidemia de 1849 e construiu ao longo do sculo XIX um discurso de cidade civilizada e moderna a partir de planos de melhoramentos urbanos e sanitrios, em um movimento liderado por engenheiros e sanitaristas, em sua maioria, ligados ao poder pblico, discurso este que ir se materializar, efetivamente, no incio do sculo XX com o Prefeito Francisco Pereira Passos.

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A fitoterapia e o uso de plantas medicinais fazem parte da prtica da medicina popular, que diminuiu frente ao processo de industrializao nas dcadas de 1940 e 1950, aumentando a busca, pela populao, por terapias menos agressivas destinadas ao atendimento primrio saúde. Essa complementa o tratamento usualmente empregado para a populao de menor renda. O objetivo deste trabalho foi analisar o conhecimento dos gestores e profissionais de saúde que atuam na ateno primria, sobre fitoterapia e uso de plantas medicinais, nos municpios de Cascavel e Foz do Iguau - Paran. Para tanto, no perodo de fevereiro a julho de 2009, foi realizado estudo exploratrio, descritivo, qualitativo, empregando como instrumentos de pesquisa entrevistas semiestruturadas e um questionrio estruturado, auto aplicado, com perguntas fechadas, a fim de contemplar os seguintes aspectos: perfil dos profissionais; aceitabilidade quanto implantao da fitoterapia na ateno bsica; confiana nos tratamentos com fitoterpicos; capacitao e formao profissional relacionadas fitoterapia, entre outros itens. Um dos gestores considerou recente o programa de fitoterapia. Indicadores de satisfao da populao quanto ao uso dos fitoterpicos ou plantas medicinais ainda no existem. O gestor do municpio de Cascavel relatou interesse na implantao do programa. Os demais profissionais entrevistados, de maneira geral, relataram no haver recebido formao sobre o tema durante a graduao, nem mesmo dentro das UBS onde trabalham. Entre os profissionais entrevistados seis (60%) relataram o acesso s informaes sobre fitoterapia atravs do conhecimento popular, uma (10%) formao na UBS, dois (20%) atravs de peridicos, quatro (40%) atravs de meio de comunicao, sendo que quatro citaram mais que uma das opes. Em Foz do Iguau, nas UBS onde a teraputica est implantada, os profissionais relataram no terem sido consultados antes de sua implantao, e a avaliao das plantas utilizadas pelos pacientes atendidos ocorre somente atravs de avaliao objetiva e subjetiva do tratamento Para implantao da fitoterapia nas UBS desses dois municpios, necessrio capacitar os profissionais quanto ao tema, desde o cultivo at a prescrio, melhorando o uso racional desses medicamentos.

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O presente trabalho procurou analisar a insero da psicanlise nas novas formas de cuidado teraputico em perinatologia, mais precisamente, no domnio que envolve os acontecimentos que ocorrem entre a concepo e os 36 meses de vida da criana. Para tanto, inicialmente foi apresentada a rea da saúde materno-infantil no Brasil e as polticas pblicas que a sustentam. Em seguida, delineou-se o funcionamento do campo escolhido, no caso uma maternidade de alto risco. Tendo em vista, a construo de uma rede de ateno tecida a partir de diferentes olhares, se procurou enfocar os impasses da interseo entre o discurso biomdico, o da educao em saúde e o da psicanlise. Nesse ponto, foi utilizada como referncia principal a contribuio de D. W. Winnicott sobre a teoria do amadurecimento pessoal. Com a finalidade de circunscrever o crescente interesse pela primeira infncia, procedeu-se a um mapeamento do estudo psicanaltico dos primrdios do psiquismo, aps uma breve incurso pelo texto freudiano. Promoveu-se ainda uma discusso sobre o encontro das hipteses psicanalticas com as novas descobertas cientficas sobre as potencialidades do beb, ressaltando as consequncias possveis de tal intercmbio. Por fim, foram destacadas algumas concepes que fundamentam a importncia do olhar psicanaltico para o cuidado integral saúde materno-infantil, enfatizando autores como Lebovici, Cramer, Bydlowski e Golse. Aqui as discusses tericas entrelaaram-se com observaes de campo e vinhetas clnicas

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Este trabalho visa identificar os determinantes da ampliao de demandas judiciais contra os gestores do SUS. Em sua maioria (85%) relacionam-se ao fornecimento de medicamentos e so geradas, no mbito do Judicirio, pelo entendimento daquele rgo que o Poder Pblico est descumprindo o direito saúde constitucionalmente adquirido. Foi realizada uma reviso bibliogrfica acerca de sistemas nacionais de saúde com princpios constitutivos bsicos semelhantes aos do SUS, tendo sido selecionados o Canad, Colmbia e Espanha. O objetivo foi observar se queles sistemas apresentam as dificuldades experimentadas pelo SUS, ou se existe, no sistema nacional, alguma peculiaridade. Foram analisados os artigos da Constituio de 1988 relativos saúde, observando-se em vrios deles pouca clareza na descrio de conceitos que parecem dar margem a mltiplos entendimentos dos atores envolvidos com a implementao do SUS. Desenvolveuse uma pesquisa quali-quantitativa: o 1 componente foi realizado por meio de entrevistas com atores chave, representantes do Executivo, Legislativo, Judicirio, rgos de Classe, Conselhos de Saúde e Gestores. A etapa quantitativa foi realizada a partir da coleta, sistematizao e anlise de dados acerca das demandas judiciais chegadas aos gestores do SUS localizados no Rio de Janeiro (SMS, SESDEC e NERJ). Os entendimentos dos entrevistados mostraram-se muito distintos e bastante relacionados com seus locais de atuao. Foi observado que o Judicirio, grosso modo, ratifica as prescries mdicas, determinando aos gestores, tornados rus, o fornecimento de produtos de saúde que vo desde os medicamentos essenciais at os de dispensao excepcional e mesmo, algumas substncias importadas. As liminares no atendem as padronizaes definidas pelas Polticas Nacionais de Assistncia Farmacutica, nem as que dizem respeito s relaes pactuadas entre os gestores nem a responsabilizao existente por nvel de gesto. Tais questes tm gerado um tensionamento permanente entre o Executivo da saúde, Judicirio e populao, uma vez que o cumprimento das determinaes judiciais representa, para o gestor, uma necessidade de realocao oramentria para a aquisio de medicamentos no planejados, que pode determinar a no realizao de aes programticas prioritrias. Parece que estas aes do Judicirio, ainda que legtimas, no necessariamente favorecem a equidade de acesso ao SUS. Por ltimo, foram definidos 3 ncleos causais para a ampliao das demandas judiciais de saúde: o 1, derivado da pouca clareza de alguns conceitos constitucionais determinada pela falta de consenso poltico quando dos trabalhos da ANC, que deixaram estas definies para regulamentaes posteriores, que no ocorreram; o 2, representado pela no contestao da maior parcela das prescries mdicas, pelo Judicirio, o que parece demonstrar o poder das profisses, medicina e direito, e, a inexistncia de regulao do exerccio profissional pelo Estado e o 3, determinado pela pouca articulao no SUS entre a gesto financeira e da ateno saúde, o que parece impedir que os gestores atuem como protagonistas destas situaes, deixando de promover articulaes entre os Poderes do Estado, Instituies, rgos de Classe e a sociedade para definio de estratgias comuns voltadas resoluo dos problemas apontados neste estudo.

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Devido a sua alta incidncia, mortalidade e custos elevados, o cncer de mama feminino considerado um problema de saúde pblica no Brasil. Sua etiologia envolve uma interao de diversos fatores denominados de risco os quais podem ser ambientais e genticos. A histria familiar positiva para cncer de mama um importante fator de risco para o desenvolvimento dessa patologia. Conhecer esses fatores e as medidas de proteo permite que mulheres com risco elevado possam criar estratgias pessoais que venham minimizar os danos causados pela doena. Diante do exposto, o presente estudo tem como objetivos avaliar o nvel de conhecimento de mulheres acerca do risco de desenvolverem cncer de mama em decorrncia do vnculo familiar com a populao portadora desta neoplasia matriculada no Hospital do Cncer III, unidade do Instituto Nacional de Cncer (INCA) especializada no tratamento e controle do cncer de mama, localizada no municpio do Rio de Janeiro, Brasil; descrever as caractersticas sociodemogrficas das mulheres familiares de pacientes portadoras de cncer de mama e descrever a histria reprodutiva e hormonal, bem como seus hbitos de cuidado com a saúde. Metodologia: trata-se de um estudo exploratrio sob a perspectiva quantitativa, transversal e descritiva com 52 mulheres que acompanhavam suas familiares internadas em unidade clnica e cirrgica do Hospital do Cncer III. A coleta de dados ocorreu no perodo entre julho e agosto de 2011. A tcnica de amostragem adotada foi a no probabilstica, intencional Para o clculo amostral aplicou-se a frmula de populao infinita. Foram selecionadas as seguintes variveis para compor o estudo: aspectos sociodemogrficos, aspectos da vida reprodutiva e hormonal, aspectos de cuidados com a saúde e aspectos de esclarecimento relacionados patologia/doena. Realizou-se entrevista estruturada com utilizao de um formulrio composto por 63 questes. A descrio das variveis foi feita atravs de frequncia simples e porcentagem. Resultados: 61,5% eram filhas, 34,6% eram irms e 3,8% eram mes, 40,4% moram no municpio do Rio de Janeiro, 86,4% encontram-se na faixa etria entre 29 e acima de 51 anos de idade, 32% so pardas, 46,1% apresentavam 2 grau completo, 46,2% so do lar, 15,4% tiveram menarca precoce, 7,7 % tiveram na menopausa tardia, 7,7% fizeram Terapia de Reposio Hormonal, 38,5% nunca engravidaram, 3,8% engravidaram aps 30 anos, 3,8% no amamentaram, 42,4% usam anticoncepcional hormonal por mais de 5 anos e 40,4% nunca fizeram descanso ou faz por tempo inferior a 6 meses, 7,7% e 7,6% nunca fizeram e apresenta mais de 24 meses que fizeram exame ginecolgico. Quanto ao grau de esclarecimento 34% concordaram com as afirmativas sobre fatores de risco, 65% concordaram com medidas preventivas e os profissionais de saúde foram os que mais transmitiram informao sobre o cncer de mama. Concluso: ser familiar de primeiro grau associado falta de esclarecimento sobre a doena torna essas mulheres mais vulnerveis em relao populao geral feminina. Torna-se oportuno para a enfermagem estratgias educativas que visem promoo da saúde e que contribuam para a modificao do panorama da doena, em razo da deteco mais precoce.

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O movimento de Reforma Psiquitrica possibilitou que uma poltica de saúde mental, substitutiva ao hospital psiquitrico e de base comunitria pudesse ser, de fato, implementada no pas. Tal movimento, junto a uma srie de acontecimentos e construes argumentativas, permitiu uma mudana de paradigma e a efetiva construo de uma rede territorial de cuidados em saúde mental. Este estudo dedica-se a analisar o uso do planejamento na trajetria de implementao da poltica de saúde mental na cidade do Rio de Janeiro. Para tal, foram entrevistados atores que participaram da construo da gesto municipal no perodo entre 1993 e 2008. Foi possvel, a partir destas entrevistas, reconhecer alguns momentos nos quais os atores realizaram clculos que precederam e presidiram as suas aes. Analisamos a coerncia destes clculos com os propsitos de transformao da assistncia psiquitrica, com os mtodos escolhidos para tal e com as instituies, usando algumas contribuies tericas de Carlos Matus e Mario Testa. Observou-se uma experincia planejadora densa, com um pensamento de natureza estratgica e com clculos complexos, mas que no foram realizados a partir de mtodos definidos a priori.