707 resultados para glyphosate isopropilamina
Resumo:
O gênero Commelina engloba espécies de plantas daninhas de difícil controle em diversas culturas, principalmente onde o herbicida glyphosate tem sido utilizado com elevada freqüência. Este trabalho foi conduzido com o objetivo de avaliar diferenças entre caracteres anatômicos de Commelina benghalensis e Commelina diffusa, submetidas a crescimento sob condições de sol e sombra, que pudessem influenciar a absorção e translocação deste herbicida. O complexo estomático das duas espécies é semelhante e a folha é anfiestomática. O número de estômatos na epiderme foliar foi maior em C. diffusa (38/mm²) em relação a C. benghalensis (33,66/mm²), na epiderme abaxial (54,86/mm²) em relação à adaxial (16,80/mm²) e sob sol (37,89/mm²) em relação a sombra (33,77/mm²). A epiderme abaxial apresentou maior número de estômatos sob sol. Pêlos secretores, do mesmo tipo, estão presentes nas duas espécies, mas em maior número em C. diffusa. Somente C. benghalensis apresentou pêlos tectores, que são de dois tipos: longos com extremidade afilada e curtos com extremidade curva; os pêlos longos concentram-se na epiderme abaxial e os pêlos curtos, na epiderme adaxial. Apesar de a presença de pêlos na epiderme foliar ser freqüentemente associada à maior absorção de herbicidas, acredita-se que o fator determinante da maior suscetibilidade de C. benghalensis ao glyphosate, em relação a C. diffusa, esteja relacionado à reserva de amido no caule. Enquanto C. benghalensis apresenta poucos e pequenos grãos de amido no parênquima medular, C. diffusa apresenta grandes e numerosos grãos de amido, o que, possivelmente, torna mais lenta a translocação simplástica de herbicidas, reduzindo a quantidade de herbicida acumulada nos pontos de crescimento e permitindo que ela rebrote mesmo após a perda total das folhas.
Resumo:
O controle de plantas daninhas na cultura do arroz é ainda um problema, mesmo em cultivo mínimo, em razão do revolvimento do solo na linha de semeadura, que proporciona o reaparecimento de infestantes. Assim, objetivou-se estudar o efeito do atraso da aplicação de glyphosate sobre a formação do estande e o desenvolvimento inicial das plantas de arroz cv. IAC 102 irrigado por inundação. O experimento foi conduzido sob túnel plástico, em caixas d'água de 500 L, contendo NEOSSOLO FLÚVICO Ta Eutrófico. O delineamento experimental foi o de blocos casualizados, com quatro repetições. Os tratamentos consistiram da aplicação de glyphosate: seis horas antes da semeadura do arroz (testemunha); no início da emergência; três dias após a emergência; e seis dias após, sem e com lâmina d'água. A dose do herbicida foi de 1.920 g i.a. ha-1. Para todas as variáveis analisadas houve efeito significativo dos tratamentos; aos 42 dias após a emergência, constatou-se que a testemunha foi estatisticamente superior, na formação do estande, na altura de plantas, no comprimento de raiz e na massa seca das partes aérea e de raiz, aos demais tratamentos em que ocorreram atrasos na aplicação do glyphosate.
Resumo:
Foi conduzido um experimento em condições controladas para determinar a interação do carfentrazone-ethyl em mistura no tanque com o herbicida glyphosate, no controle de seis espécies de plantas daninhas. Glyphosate aplicado isoladamente na dose de 720 g ha-1 foi eficaz no controle de Amaranthus hybridus (100%), Desmodium tortuosum (100%), Bidens pilosa (99%), Eleusine indica (96%), Digitaria horizontalis (100%) e Commelina benghalensis (93%) aos 21 DAA. Carfentrazone-ethyl aplicado isoladamente controlou eficazmente C. benghalensis. As misturas de glyphosate nas doses de 252 e 720 g ha-1 com carfentrazone-ethyl nas doses de 15 e 30 g ha¹ demonstraram efeito aditivo no controle de A. hybridus, D. tortuosum e Bidens pilosa, à exceção das misturas de glyphosate na dose de 252 g ha-1 com as doses de 15 e 30 g ha-1 de carfentrazone-ethyl, que proporcionam efeito sinergístico no controle de D. tortuosum. A adição das duas doses de carfentrazone-ethyl antagonizou o efeito de glyphosate na menor dose (252 g ha-1) no controle de E. indica, apresentando, no entanto, efeito aditivo com o glyphosate na maior dose (720 g ha-1). Já para D. horizontalis, as misturas de carfentrazone-ethyl com glyphosate na menor dose (252 g ha-1) apresentaram efeito sinergístico no controle dessa espécie, demonstrando, ainda, efeito aditivo na mistura com glyphosate na dose de 720 g ha-1. A mistura de carfentrazone-ethyl com glyphosate proporcionou efeito aditivo no controle de C. benghalensis, independentemente das combinações de doses avaliadas. Os resultados deste experimento indicam que carfentrazone-ethyl apresenta comportamento diferenciado quanto à interação com glyphosate, dependendo da espécie de planta daninha e da dose dos herbicidas utilizados na mistura em tanque, sendo complementar na mistura em tanque com glyphosate, pois demonstrou efeito antagônico em poucas das combinações estudadas, prevalecendo seu efeito aditivo na mistura com glyphosate, no controle das espécies avaliadas.
Resumo:
Esta pesquisa teve como objetivo avaliar a eficácia do herbicida carfentrazone-ethyl, isolado ou associado ao glyphosate e ao glyphosate potássico, no controle de duas espécies de plantas daninhas conhecidas como trapoeraba: Commelina diffusa e Commelina benghalensis. Para isso, segmentos de caule dessas plantas foram transplantados e submetidos a crescimento em vasos que continham 12 L de substrato, durante 120 dias. Os experimentos (um por espécie de trapoeraba) foram conduzidos no delineamento experimental em blocos casualizados, com quatro repetições, sendo constituídos de carfentrazone-ethyl nas doses de 0, 10, 20, 30, 40 e 50 g ha¹, isoladas ou aplicadas em mistura com o glyphosate e o glyphosate potássico, ambos na dose de 720 g ha-1. Foram feitas avaliações de controle e da biomassa fresca da parte aérea (BFPA). C. diffusa foi mais tolerante ao carfentrazone-ethyl e à sua mistura ao glyphosate e ao glyphosate potássico do que C. benghalensis. Tanto o glyphosate quanto o glyphosate potássico, isolados, promoveram controle considerado ruim (inferior a 30%) de ambas as espécies de trapoeraba, na dose de 720 g ha-1. A eficiência de controle pelas misturas de herbicidas foi superior à das suas aplicações isoladas, com exceção do carfentrazone-ethyl em doses acima de 30 g ha-1, as quais proporcionaram controles de C. benghalensis semelhantes às misturas. Apesar do razoável controle (de 71 a 80%) para C. diffusa e do bom a excelente controle (acima de 81%) para C. benghalensis, proporcionados pelas misturas de carfentrazone-ethyl com glyphosate e/ou glyphosate potássico, apenas uma aplicação não foi suficiente para o controle definitivo da Commelina spp., pois verificou-se para ambas as espécies, por meio da avaliação da BFPA, a reinfestação da área devido à recuperação das plantas, ou mesmo, no caso de C. benghalensis, a reinfestação a partir de sementes subterrâneas, que se tornaram viáveis após a morte da parte aérea provocada pelos herbicidas.
Resumo:
Com o objetivo de estudar a influência da chuva sobre o desempenho dos herbicidas sulfosate e glyphosate em diferentes formulações, foram conduzidos dois experimentos, um no inverno de 2000 e outro no verão de 2001, na Fazenda Experimental de Ensino e Pesquisa da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Campus de Jaboticabal-SP. Os experimentos foram instalados segundo o delineamento experimental de blocos ao acaso, com quatro repetições, no arranjo fatorial de 4x5+1, ou seja, quatro tratamentos de herbicidas, cinco períodos sem chuva após a aplicação e uma testemunha, que não recebeu chuva. As formulações de glyphosate foram: SAqC (1,0 L ha-1), GrDA (0,5 kg ha-1), SAqC Transorb (0,75 L ha-1), mais o sulfosate SAqC (1,09 L ha¹). Os períodos sem chuva após a aplicação foram de 1, 2, 4, 6 e > 48 horas. Os herbicidas foram aplicados em pós-emergência das plantas daninhas, utilizando-se de um pulverizador costal, à pressão constante (mantida por ar comprimido) de 30 lbf pol-2. A chuva foi simulada com um sistema de irrigação por aspersão. A lâmina de água variou entre 18 e 19 mm. Em ambas as épocas, a chuva simulada foi prejudicial à ação dos herbicidas, principalmente quando feita nos menores intervalos após a aplicação. Os sintomas de fitointoxicação apareceram mais rapidamente no verão. A formulação Transorb, comercializada como não sendo afetada pela chuva uma hora após a aplicação, não teve o desempenho esperado, tanto no inverno quanto no verão, para períodos de até seis horas sem chuva após a aplicação. O sulfosate apresentou o melhor controle geral das plantas avaliadas, quando se simulou chuva após seis horas, em ambas as épocas. A formulação GrDA foi a mais afetada pela ação da chuva em ambas as épocas.
Resumo:
Com o objetivo de estudar a influência do momento da chuva após a aplicação do herbicida glyphosate isolado e em mistura com adjuvantes na dessecação de plantas daninhas, foram instalados dois experimentos na Fazenda Experimental de Ensino e Pesquisa da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, UNESP - campus de Jaboticabal-SP, em duas épocas: inverno de 2000 (junho - agosto) e verão de 2001 (janeiro-março). Os experimentos foram instalados no delineamento experimental de blocos ao acaso, em arranjo fatorial 4 (tratamentos herbicidas) x 5 (períodos livres de chuva simulada) + 1, com quatro repetições. Os tratamentos consistiram da combinação de glyphosate SAqC (360 g e.a. ha-1) isolado ou adicionado de uréia (50 g L-1 de calda) ou óleo vegetal (100 ml L-1 de calda) ou sulfato de amônio (100 g L-1 de calda), com cinco períodos de chuva simulada (1, 2, 4, 6 e > 48 horas após a aplicação), além de uma testemunha. A chuva foi simulada com um sistema de irrigação por aspersão, e a quantidade aplicada variou entre 18 e 19 mm. Em ambas as épocas a chuva foi prejudicial à ação do glyphosate, principalmente nos menores períodos livres de chuva após a aplicação. Os sintomas de fitointoxicação apareceram mais rapidamente no verão. A utilização de adjuvantes na calda de pulverização não beneficiou o desempenho do herbicida glyphosate no controle das plantas daninhas, no inverno. A adição de uréia (50 g L¹) é uma boa alternativa para o controle de plantas daninhas, no verão, em situações sujeitas à chuva até duas horas após a aplicação.
Resumo:
A trapoeraba (gênero Commelina) é planta daninha-problema em cafezais devido à sua capacidade de sobreviver nas mais diversas condições e tolerância ao herbicida glyphosate. O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficiência do herbicida 2,4-D, em doses crescentes, aplicado isoladamente ou em mistura com o glyphosate, no controle de Commelina benghalensis e Commelina diffusa. Para isso, foi conduzido um experimento para cada espécie, em vasos, em casa de vegetação, no delineamento inteiramente casualizado, com cinco repetições. Foram comparados dez tratamentos, que consistiram da combinação de cinco doses de 2,4-D (0; 167,5; 335; 670; e 1.005 g ha-1) e duas doses de glyphosate (0 e 720 g ha¹). Avaliou-se a eficácia dos tratamentos pela porcentagem de controle, avaliada em cinco épocas, em relação à testemunha. Em C. benghalensis, 2,4-D proporcionou controle excelente (>91%) aos 33 DAT (dias após tratamento) a partir de 167,5 g ha-1 na presença de glyphosate e a partir de 335 g ha-1 na ausência de glyphosate. Em C. diffusa, 2,4-D proporcionou controle excelente aos 33 DAT a partir de 670 g ha-1, tanto na presença quanto na ausência de glyphosate. No entanto, somente a mistura de 2,4-D + glyphosate a 1.005 + 720 g ha-1 provocou 100% de controle desta espécie, verificando-se rebrota das plantas nos outros tratamentos. Nas condições dos experimentos, C. benghalensis mostrou-se mais suscetível que C. diffusa ao herbicida 2,4-D aplicado isoladamente ou em mistura com o glyphosate. Portanto, a identificação da espécie de trapoeraba presente na área a ser tratada e o conhecimento de sua biologia auxiliam na escolha do melhor produto e da dose ideal a ser aplicada, ou mesmo na escolha da mistura adequada, garantindo menor custo e melhor controle, com menores riscos para a cultura e o meio ambiente.
Resumo:
Embora o herbicida glyphosate seja considerado não-seletivo, várias espécies de plantas daninhas apresentam certo grau de tolerância às doses recomendadas. No Brasil, já existem relatos de seleção de espécies de plantas daninhas tolerantes ao glyphosate em áreas com o uso intensivo deste herbicida. Assim, o objetivo desta pesquisa foi avaliar a influência da aplicação repetitiva do herbicida glyphosate sobre a dinâmica do banco de sementes das plantas daninhas tolerantes: Commelina benghalensis, Ipomoea grandifolia e Richardia brasiliensis; e das plantas daninhas suscetíveis: Amaranthus hybridus e Galinsoga parviflora. O experimento foi monitorado durante dois anos em áreas experimentais do Departamento de Produção Vegetal da Escola Superior de Agricultura ''Luiz de Queiroz'' - Universidade de São Paulo, Piracicaba, São Paulo. Partindo de uma densidade de 100 plantas m-2 de cada espécie, o glyphosate foi aplicado periodicamente em pós-emergência sobre as plantas daninhas adultas nas doses de 0, 0,36, 1,44 e 2,88 kg e.a. ha-1. O banco de sementes do solo foi estimado através da avaliação de emergência direta das plântulas e extração física das sementes. O banco de sementes das plantas daninhas tolerantes ao glyphosate teve aumento significativo, principalmente nas menores doses. Por outro lado, o banco de sementes das espécies suscetíveis diminuiu ao longo do tempo mesmo nas menores doses do glyphosate. Na última análise do banco de sementes, as plantas daninhas tolerantes apresentaram, na maior dose de glyphosate aplicada, cerca de 12 milhões de sementes não-dormentes ha-1, ao passo que as suscetíveis apresentaram cerca de 4 milhões de sementes não-dormentes ha-1. Concluiu-se que o uso intensivo do herbicida glyphosate pode ocasionar uma mudança na área, aumentando a freqüência das plantas tolerantes ao longo dos anos.
Resumo:
No sistema de semeadura direta, há a necessidade de realizar o controle da vegetação existente na área antes da semeadura da cultura e também de utilizar herbicidas residuais para evitar a infestação de plantas daninhas no período inicial do desenvolvimento da cultura. É interesse dos agricultores utilizar herbicidas dessecantes e residuais simultaneamente, a fim de economizar tempo e recursos financeiros. O objetivo deste trabalho foi verificar a compatibilidade de glyphosate e triazinas quando associados no tanque do pulverizador. O experimento foi realizado em campo, na safra de crescimento 2001-2002. Utilizou-se como planta reagente o sorgo, híbrido Dekalb 865, semeado em novembro de 2001. Os tratamentos herbicidas foram aplicados 60 dias após a semeadura, quando as plantas estavam com 1,0 m, no início do emborrachamento. Os tratamentos consistiram de glyphosate nas doses de 540, 720 e 900 g ha-1, aplicado isoladamente ou associado a simazine + atrazine (Primatop SC) nas doses de 1.750 + 1.750 g ha-1. Também foram testados um tratamento sem herbicidas e outro apenas com o herbicida residual. As avaliações de controle e de teores de clorofila indicaram efeitos antagônicos para as três doses de glyphosate. Os efeitos antagônicos da associação dos herbicidas reduzem de intensidade com o aumento da dose do glyphosate ou com o decorrer do tempo.
Resumo:
A glutationa S-transferase (GST, EC 2.5.1.18) desempenha um papel importante na resposta do estresse causado por herbicidas nas plantas; é considerada uma enzima de desintoxicação, por metabolizar grande variedade de compostos xenobióticos, por meio da conjugação destes com glutationa reduzida, formando substâncias de baixa toxicidade. O milho (Zea mays) foi escolhido neste trabalho por apresentar problemas de injúrias quando submetido ao controle químico de plantas daninhas, por meio do uso de herbicidas. Esta pesquisa teve como objetivo determinar as alterações na atividade desta enzima em plantas de milho submetidas ao tratamento pelo herbicida glyphosate. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, em esquema fatorial 4x4, com quatro tratamentos herbicidas (glyphosate nas concentrações de 1.000, 2.500 e 5.000 ppm e as plantas-controle tratadas com água) e quatro estádios de desenvolvimento (9, 16, 23 e 30 dias após a emergência), com cinco repetições. O herbicida foi aplicado na parte aérea das plântulas de milho. A parte aérea foi coletada às 24, 48 e 72 horas após a aplicação do herbicida e utilizada para a determinação da atividade da GST e do teor de lipoperóxidos. Foi verificado que os teores de lipoperóxidos não foram alterados pelo tratamento com o glyphosate, porém a atividade de GST aumentou na maioria dos tratamentos utilizados, indicando ter ação na degradação do herbicida glyphosate em plantas de milho.
Resumo:
A seleção de biótipos de plantas daninhas resistentes a herbicidas na agricultura brasileira e mundial é um fenômeno já constatado e relatado para praticamente todos os herbicidas em uso na agricultura. A confirmação de um novo caso de resistência de planta daninha ao herbicida glyphosate através da espécie Lolium multiflorum (azevém), que corresponde ao primeiro caso relatado no Brasil para esse herbicida, preocupa o meio científico, produtivo e industrial, devido à importância desse herbicida para o manejo de plantas daninhas das diversas culturas. Assim, a discussão e compreensão do fenômeno da resistência são fundamentais para prevenir ou retardar a seleção de biótipos resistentes a herbicidas, sendo este o objetivo principal do presente artigo. São discutidos aspectos referentes a fatores ligados às plantas daninhas e aos sistemas de produção que interagem na seleção da resistência a herbicidas, o potencial de seleção de plantas daninhas resistentes ao glyphosate, o fluxo gênico e as formas de manejo e prevenção da resistência.
Resumo:
Com a difusão do uso de agrotóxicos, torna-se necessário aprofundar os conhecimentos sobre seu comportamento no ambiente, visando diminuir os riscos à biota e a possível contaminação de água, solo e alimentos. A influência da presença de minhocas da espécie Eisenia foetida sobre a dissipação do herbicida glyphosate, a bioacumulação do herbicida nestes vermes e a influência do herbicida sobre a bioatividade da microbiota endógena foram avaliadas em amostra de terra agrícola tratada com solução aquosa de 14C-glyphosate. Os estudos foram conduzidos em sistemas mantidos por dois ou quatro meses em amostras de terra tratadas com três diferentes concentrações de 14C-glyphosate, contendo ou não minhocas. Após esses períodos, amostras de terra e de minhocas foram submetidas à extração e combustão, para quantificação da radioatividade por espectrometria de cintilação em líquido (ECL). Paralelamente, a atividade da microbiota foi avaliada em relação à atividade da enzima desidrogenase. Os resultados mostraram que a presença de minhocas não alterou a dissipação de glyphosate na terra independentemente do período de contato, embora elas tenham bioacumulado resíduos do herbicida, numa relação diretamente proporcional ao tempo de contato com a terra tratada. O período de quatro meses favoreceu a formação de 14C-resíduos não-extraíveis ou ligados. Já a bioatividade não sofreu qualquer alteração, nem pela presença de minhocas nem dos tratamentos ou do tempo de exposição.
Resumo:
O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do glyphosate nas estruturas anatômicas e morfológicas do caule e das folhas de duas espécies de Commelina, bem como investigar o envolvimento do amido de reserva na maior tolerância ao glyphosate de C. diffusa em relação a C. benghalensis. De 10 vasos cultivados de cada espécie, nove receberam 1.440 g ha-1 de glyphosate e um serviu como testemunha. Fragmentos de caule e folhas foram coletados e fixados nos tempos de zero (antes da aplicação do glyphosate), 15, 30 e 50 dias após a aplicação (DAA). O laminário histológico foi obtido conforme metodologia usual, enfatizando-se a aplicação do reagente lugol para verificação de amido. Atribuíram-se notas de 1 a 5, conforme a intensidade crescente da reação. Na folha, as células epidérmicas e os tecidos vasculares são pouco afetados; já o mesofilo é integralmente desorganizado, culminando com a morte das células. As injúrias são mais evidentes no caule e nas folhas de C. benghalensis. Morfologicamente, verificam-se regiões cloróticas e áreas necrosadas dispersas pela superfície foliar, culminando com a queda a partir do 15º DAA em C. benghalensis. Em C. diffusa, a abscisão foliar é mais tardia, apesar de as injúrias serem semelhantes. Ambas as espécies apresentaram maior quantidade de amido na região do nó que do entrenó. C. benghalensis tem poucos e pequenos grãos de amido, enquanto em C. difusa eles são grandes e numerosos. Em resposta à aplicação do glyphosate, houve variação na quantidade de grãos de amido no caule conforme o tempo após a aplicação. Assim, C. difusa terá sempre maiores possibilidades de se restabelecer após aplicação do glyphosate, por manter maior reserva de amido.
Resumo:
O presente trabalho teve como objetivo avaliar a influência da simulação de orvalho na eficiência do herbicida glyphosate sobre Brachiaria decumbens. Para isso, foram realizados dois ensaios simultâneos. No primeiro, os tratamentos foram constituídos pela combinação de duas doses de glyphosate (270 e 540 g ha-1), três intervalos de tempo entre a pulverização do herbicida e a simulação de orvalho (0,0; 4,0 e 8,0 horas) e cinco volumes de orvalho (250, 500, 750, 1.000 e 2.000 mL m-2), além de três testemunhas adicionais, dispostos em esquema fatorial (2x3x5)+3, com quatro repetições. No segundo ensaio, os tratamentos foram constituídos pela combinação da aplicação do orvalho simulado em cinco volumes (250, 500, 750, 1.000 e 2.000 mL m-2) com a pulverização do glyphosate, logo após o orvalho simulado, em duas doses (270 e 540 g ha-1), dispostos em esquema fatorial (5x2), com quatro repetições. A dose de 270 g ha-1 de glyphosate, independentemente do intervalo de tempo entre a pulverização do herbicida e a aplicação do orvalho simulado ou dos volumes de orvalho, não proporcionou controle de B. decumbens. Os volumes crescentes de orvalho sobre o glyphosate pulverizado na dose de 540 g ha-1 interferiram no controle de B. decumbens, sendo necessário intervalo de oito horas entre a aplicação do glyphosate e a ocorrência do orvalho para se obter controle satisfatório da planta daninha. Aplicações de glyphosate sobre plantas de B. decumbens na presença do orvalho resultaram em baixos níveis de controle na dose de 540g ha-1, não apresentando qualquer controle na dose menor. Embora tenha havido interferência do volume de orvalho simulado na eficácia do herbicida, o controle de B. decumbens pelo glyphosate pareceu estar mais relacionado com o tempo de ocorrência do orvalho após as pulverizações.
Resumo:
O azevém é uma gramínea de ciclo anual, constituindo-se com freqüência em planta infestante em lavouras de trigo do Rio Grande do Sul. Em experimentos realizados em casa de vegetação e no campo, foi avaliada a suscetibilidade de dois biótipos de azevém ao herbicida glyphosate, bem como a eficiência de herbicidas de ação total na dessecação de Lolium multiflorum para a semeadura direta de trigo. O delineamento experimental foi completamente casualizado em casa de vegetação e de blocos ao acaso em campo, com três e quatro repetições, respectivamente. Foram avaliados herbicidas com mecanismos de ação distintos em diferentes doses: glyphosate, glufosinate, clethodim, haloxyfop-r e diclofop, paraquat e paraquat + diuron. Os resultados, em casa de vegetação, evidenciam que o biótipo sensível é totalmente controlado com glyphosate na dose de 360 g e.a. ha-1 e que doses de até 1.440 g e.a. ha-1 não afetam significativamente o acúmulo de matéria seca do biótipo resistente e produzem toxicidade inferior a 15% sobre este. Já as doses entre 1.440 e 5.760 g e.a. ha-1 de glyphosate reduzem significativamente a produção de matéria seca e resultam em toxicidade inferior a 45%. Em campo, os melhores controles de azevém foram propiciados pelos tratamentos clethodim (79,2 g ha-1) e diuron + paraquat (300 + 600 g ha-1), que não diferiram entre si. Assim, evidencia-se que a população de Lolium multiflorum avaliada neste trabalho é constituída predominantemente de um biótipo resistente aos herbicidas inibidores da enzima EPSPs.