981 resultados para Rilke, Rainer Maria, 1875-1926 - Crítica e interpretação
Resumo:
Esta pesquisa tem por objetivo apontar os recursos criativos, usados por Shakespeare e Cames, para a construo de cenas, que tem como finalidade provocar o riso nos expectadores. Escolhemos trs comdias de Shakespeare (Noite de Reis, A comdia dos erros, Sonho de uma noite de vero) para fazer uma leitura comparativa com as trs comdias escritas por Cames (Filodemo, El Rei Seleuco e Anfitrio). Constatamos que, apesar da existncia de uma variedade de procedimentos tcnicos para a produo do riso, os autores recorreram aos mesmos recursos criativos: naufrgios, personagens com identidades trocadas, gmeos que so confundidos e encenao de uma pea dentro de outra pea. Esses recursos so ferramentas com a funo de criar um anteparo diante do horror da morte, o que constitui um processo de defesa do homem diante do seu inexorvel destino. Nesse sentido, a comdia uma das vias pela qual o homem ri da morte
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Considerando a extensa e intensa abordagem da temtica ertica na poesia de Manuel Bandeira, a pesquisa visou ampliao e ao aprofundamento do estudo desse aspecto de sua obra, com o intuito de complementar os estudos crticos que versam sobre o assunto. Nosso objetivo concentra-se na relevncia do conceito de alumbramento, termo empregado em diferentes ocasies pelo poeta. Essa palavra, que o autor emprega na sua autobiografia e em duas de suas composies, alude, simultaneamente, a uma espcie de revelao divina, capaz de proporcionar a inspirao para a criao do poema, e a uma iluminao resultante do estado de deslumbramento diante da viso da nudez feminina. Dessa forma, com base, sobretudo, nas ideias de Octavio Paz e Georges Bataille, bem como nos apontamentos especficos de Davi Arrigucci Jr. sobre o lirismo bandeiriano, buscamos comprovar, por meio da leitura analtica de poemas exemplares, a associao entre os xtases ertico, potico e mstico, como questo fundamental na obra do poeta pernambucano
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Esta tese trata da ficcionalizao das questes de identidades, lugares e imaginrios judaicos e brasileiros nos romances contos e novelas de temtica judaica escritos pelo gacho Moacyr Scliar. Na introduo, apresento os objetivos e pressupostos gerais do trabalho, bem como proponho uma diviso da obra em questo em duas fases. No primeiro captulo, analiso os romances A Guerra no Bom Fim (1972) e O Exrcito de um Homem S (1973), sob o ponto de vista da testagem de lugares judaicos clssicos enquanto fontes de inspirao para a resoluo dos dilemas que emergem na dispora brasileira e o incio de um processo de dotao de legitimidade ao viver judaico na dispora sul-americana. No segundo captulo, analiso o conto A Balada do Falso Messias (1976) e o romance Os Voluntrios (1979), sob o ponto de vista da tematizao do Messianismo, do Sionismo e do papel que Jerusalm exerce no imaginrio judaico moderno e de sua adequao ou no para alimentar o imaginrio judaico na contemporaneidade. No terceiro captulo, trato da ficcionalizao das construes identitrias das personagens judias da primeira fase da obra scliariana (1972 a 1980), sob o ponto de vista das noes de hibridismo, aculturao e assimilao. Neste captulo, analiso as personagens centrais dos romances A Guerra no Bom Fim, O Exrcito de um Homem S, Os Deuses de Raquel (1975), (O Ciclo das guas) (1975), Os Voluntrios e O Centauro no Jardim (1980). No quarto captulo, analiso o romance A Estranha Nao de Rafael Mendes (1983), tentando demonstrar que esta narrativa representa um divisor de guas na obra do autor, por tematizar as razes judaicas da cultura brasileira atravs dos marranos, cristos-novos e cripto-judeus que aqui aportaram com os portugueses em 1500. No quinto e ltimo captulo, analiso os romances da Segunda fase scliariana: Cenas da Vida Minscula (1991), A Majestade do Xingu (1997) e A Mulher que Escreveu a Bblia (1999). Neste captulo, tento demonstrar que nestas narrativas d-se o incio de uma tentativa de construo de um imaginrio judaico-brasileiro prprio, formado por uma fuso de motivos tipicamente brasileiros e outros especificamente judaicos, o que seria o corolrio do j mencionado processo de dotao de legitimidade e viabilidade da dispora judaico-brasileira frente concretude e a reificao do Israel moderno. Na concluso, teo algumas consideraes sobre o todo do trabalho e levanto algumas questes relativas construes de imaginrios coletivos nas disporas judaicas, mais especificamente na brasileira
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A presente dissertao de mestrado analisa a figura do canalha enquanto um tipo social inevitavelmente associado estrutura cultural brasileira e, como diz seu ttulo, no interior de um ciclo especfico da obra dramatrgica de Nelson Rodrigues: as ditas tragdias cariocas. De fato, ela divide-se em duas partes. Na primeira, pem-se em questo os mritos deste rtulo, tragdias cariocas, apontando, assim, para as implicaes ditadas menos por motivos exegticos do que editoriais de tal classificao. Tambm nesta primeira parte, figura a tese de que foi Nelson Rodrigues, a partir de A falecida (1953) sua primeira pea a receber esta classificao , um introdutor sui generis dos motivos do nacional-populismo no gnero dramtico do pas. Tal posio vai de encontro ao que afirma uma quase hegemnica corrente de opinio crítica que busca canonizar a verso de que o pioneirismo da tipificao social dos segmentos populares no drama nacional patrimnio da gerao politizada que capitaneada pelo Teatro de Arena quando do lanamento de Eles no usam black-tie, de Gianfrancesco Guarnieri, em 1958 viria a conferir um contedo programtico e eivado de implicaes ideolgicas a este teatro que priorizaria sobretudo a cor local da vida brasileira. A segunda parte enfoca propriamente o objeto que a dissertao se prope a analisar: o canalha. Nela, a trgica relao dialtica entre sujeito e objeto, segundo Georg Simmel, e a problemtica da divergncia, em Robert Merton, fornecem o suporte terico necessrio para o vis sociolgico aqui adotado. A abordagem mais detida sobre a tragdia carioca Otto Lara Resende ou Bonitinha, mas ordinria (1963), acaba por ganhar o estatuto de um autntico estudo de caso, por situar em primeiro plano questes referentes ao problema tico. Ainda na segunda parte, uma distino entre os projetos dramticos rodrigueano e o da gerao engajada que se distinguiu no Brasil a partir do final dos anos 1950, no que tange caracterizao de personagens que primam pela falta de escrpulos, faz-se necessria para a compreenso da concepo de cada qual a respeito da ndole do brasileiro mdio, no que isto tem de revelador quanto s perspectivas assumidas com relao a nossa identidade nacional
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Uma constante no trabalho plural de Haroldo de Campos o apreo pela intertextualidade. Em um percurso que toca as mais distantes e distintas galxias, destacamos uma constelao: quatro textos literrios (Finismundo: a ltima viagem, Signncia quase cu, Galxias e A mquina do mundo repensada) que entram em dilogo com a Commedia, de Dante Alighieri, e uma traduo de Haroldo de seis cantos do paraso. Desdobrando o interesse de Haroldo de Campos pelo concreto da obra, partimos de algumas solues formais dos textos em questo para pensar a experincia esttica e a diferena entre as vises de mundo das obras comparadas.O estudo da Commedia permite perceber configuraes formais que aproximam o leitor da experincia mstica da personagem ao apresent-la como experincia esttica. O interesse de Haroldo de Campos est no potencial esttico da obra de Dante. Confrontando o texto do poeta italiano com a traduo e com os quatro poemas citados acima, mostramos as semelhanas e diferenas dos processos de traduo e mimesis nas diversas metamorfoses pelas quais a Commedia passa nas criaes de Haroldo de Campos
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O presente trabalho se prope a analisar o discurso proftico de Padre Antnio Vieira, por meio das obras Esperanas de Portugal. Quinto Imprio do Mundo e Livro Anteprimeiro da Histria do Futuro. A construo singular de tais textos ser evidenciada a partir da articulao de trs importantes conexes: conexo teolgico-poltica; conexo mstica e conexo histrica. Assim, a partir da abordagem de elementos biogrficos e de uma reconstruo scio-histrica, demonstraremos a lgica peculiar dessa escrita marcada pelo risco, pela f e pelo delrio
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Ao contrrio do que propaga a maioria da crítica, Alusio Azevedo no foi um escritor exclusivamente naturalista. Em sua diversificada produo literria encontramos peas teatrais, escritas individualmente, em parceria com o irmo Artur Azevedo ou com o amigo Emlio Roude; romances-folhetim, que asseguravam sua sobrevivncia; narrativas que podem inscrever-se no gnero fantstico, como os contos Demnios e O impenitente, bem como o romance A mortalha de Alzira; e ainda uma surpreendente novela policial, Mattos, Malta ou Matta? Toda a sua obra, seja ela dramatrgica ou narrativa, revela-nos um escritor em conflito, dividido entre a necessidade de ganhar dinheiro e o desejo de escrever de acordo com suas prprias convices. Este trabalho busca destacar e discutir algumas vertentes estticas de sua obra literria relegadas pela crítica e em geral pouco conhecidas: a narrativa romntica, a policial, a fantstica e sua criao teatral
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Esta pesquisa apresenta a obra Memorial do Cristo, de autoria de Dinah Silveira de Queiroz, em seus dois volumes: Eu Venho e Eu, Jesus. Esses dois livros juntos narram uma nica histria, a autobiografia de Jesus Cristo. Esta tese discute os aspectos lingsticos e literrios, sendo focalizados principalmente o lxico que caracteriza a intertextualidade com a Bblia, o campo semntico e a estrutura sinttico-gramatical. Um captulo foi dedicado ao estudo de fatos relativos vida da autora por influenciarem de forma significativa o seu estilo
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A proposta da tese investigar o papel da linguagem na indicao das obras literrias (juvenis) contemporneas. Para operacionaliz-la, mergulha-se na anlise dos textos em busca de marcas lingstico-discursivas que revelam seu padro de qualidade, observando a Lngua Portuguesa em funcionamento: suas manifestaes fonolgicas, morfolgicas, sintticas, semnticas geradoras de efeitos de sentido inditos, a fim de abrir espao no chamado cnone literrio, incorporando novos ttulos e escritores brasileiros. Pretende-se traar um percurso alternativo de leituras, visando conquista de alunos matriculados no final do Ensino Fundamental e Ensino Mdio, para que se tornem membros, de fato, da comunidade de leitores, cujos horizontes no se limitam ao perodo escolar. Objetiva-se, portanto, desenvolver no educando habilidades de leitura, interpretação e expresso (oral e escrita) em sua lngua materna, levando-o a refletir sobre a lngua no processo de ensino-aprendizagem. Como a tese privilegia a trade Lngua Portuguesa-Ensino-Leitura, tendo como corpus o discurso literrio, busca-se sensibilizar o estudante para questionar-se acerca das escolhas lingstico-discursivas do escritor na elaborao esttica de sua narrativa, com o fito de ativar a participao do leitor na construo de sentido(s) da histria. Intenta-se, enfim, ter a lngua como o prprio tema das aulas de Portugus, focalizando a relao entre a produo dos textos e suas finalidades interativas
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A psicanlise e a arte sempre se atraram. Freud e Lacan se utilizam muito da literatura, das artes plsticas, da msica e do teatro para a ilustrao de importantes conceitos psicanalticos. Esta dissertao tem a inteno de mostrar a relao da psicanlise com a literatura, sobretudo, da psicanlise com a poesia. Atravs da obra do poeta e escritor portugus Teixeira de Pascoaes (1877-1952), o principal representante do saudosismo e uma das mais proeminentes figuras da cultura portuguesa do sculo XX, e do poeta brasileiro Manoel de Barros, considerado por muitos, o maior poeta brasileiro vivo, ratificaremos como a literatura foi fundamental para a construo do corpus terico de Freud e Lacan e de outros grandes autores da psicanlise. Usaremos a poesia de Pascoaes e Barros para exemplificarmos conceitos como a pulso, o inconsciente e a sublimao, este ltimo, inacabado pelo pai da psicanlise. Mostraremos tambm, como a obra dos dois poetas, de alguma forma, se encontram
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A tese focaliza alguns dos principais poemas de Joo Cabral de Melo Neto desenvolvidos como crítica potica. O mote da investigao a construo de uma lrica crtico-discursiva, uma produo artstica que avalia a arte com os termos, os instrumentos da prpria arte. Esta perspectiva analtica deflagrada pelos primeiros romnticos (Schlegel e Novalis) e expande-se em duas direes: tanto o poema escrito a partir de uma reflexo sobre a arte ou a natureza (crtico em sua gnese), quanto a crítica, transmutada em poesia. A abordagem comparativa de estncias do poeta com obras picturais nelas referenciadas evidencia o constante dilogo do poeta com as poticas da visualidade e com as concepes estticas da modernidade, mormente com a potica de Joan Mir. Atravs da abordagem comparativa, materializam-se dois caminhos privilegiados de experimentao esttica: o percurso do potico ao plstico, em Joo Cabral; o caminho inverso, na obra do pintor catalo do plstico ao potico. Para ambos os artistas, os processos de explorao das linguagens artsticas ocasionam, como consequncia extrema, a dissoluo do plstico e do potico, rumo ao inefvel na pintura e na poesia. Para Mir, os signos plsticos so poticos, porque guardam em si um universo de possibilidades significativas que transcendem a ordem da prpria coisa em si. E o alcance das transformaes que a sua potica empreende afetar a poesia de modo anlogo: os signos poticos mostram-se plenamente poticos, ao transcenderem a forma e o sentido, no mbito da plasticidade da palavra. Se a palavra pode se tornar matria (passar da abstrao para a concreo), a matria pintada pode ser poesia. Integram a constelao terica desta investigao os principais filsofos que discutem o carter crtico da poesia, desde os filsofos do primeiro romantismo (Schlegel e Novalis), at aqueles cujo pensamento est relacionado modernidade ou ps-modernidade (Benjamin, Adorno, Lyotard, Blumenberg e Agamben)
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O estudo ora apresentado pretende concentrar-se, principalmente, na anlise do romance Vida e morte de M. J. Gonzaga de S e trazer alguma contribuio no que se refere relao desta obra com aspectos do romance moderno, assim como identificao de procedimentos narrativos que explicitam traos do realismo de Lima Barreto, perpassados pela experincia da modernidade no Brasil. Nesse percurso, busca-se revelar a dinmica que se estabelece entre cidade e subjetividade na vinculao com a memria individual e as consequncias para a realizao da narrativa. Realizou-se, inicialmente, uma abordagem histrica de temas como a origem do romance, a formao do pblico leitor na Inglaterra e no Brasil e as concepes de realismo que perpassam a forma romance, a fim de se compreender e identificar o lugar da obra de Lima Barreto na histria da Literatura. Apresentou-se, ainda, correlao das concepes de memria e histria, que podem ser vislumbradas no romance estudado, a partir de estudos tericos de obras escolhidas de Friedrich Nietzsche e Walter Benjamin
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Esta dissertao prope a anlise da metfora na construo potica de Carlos Drummond de Andrade, poeta modernista brasileiro, especificamente, nos poemas que tratam da temtica do Amor. So analisados trinta e um poemas que compem a Antologia potica, por ele mesmo organizada. O estudo proposto toma como fundamentao terica a perspectiva cognitivista de Lakoff e Johnson e Ricoeur, partindo da temtica do Amor, em duas perspectivas: a discursiva e a da palavra. Na perspectiva discursiva postulam-se trs grandes metforas: das relaes humanas, das relaes sociais e das relaes com a terra. O conjunto das trs metforas revela uma temtica maior: a metfora do SER, que concretiza o mistrio do homem, na poesia de Drummond. A par dessa perspectiva discursiva, postula-se a existncia de categorias metafricas centradas nas palavras e nas expresses lingusticas. Dessa forma, apresenta-se a indissociabilidade das duas perspectivas, mostrando-se que o conceito de metfora se associa a uma concepo sociocognitivista de lngua e que as estratgias lingusticas revelam as categorias metafricas. Por fim, questiona-se a abordagem na escola bsica, especificamente, nos estudos literrios da metfora como ferramenta para o desenvolvimento da competncia discursiva dos estudantes dissociado do ensino especfico de lngua materna
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Este trabalho tem como objetivo principal analisar a ocorrncia do mito no romance Vinte e Zinco, de Mia Couto, publicado pela primeira vez em 1999, em Lisboa. Nesse romance, o autor aborda os aspectos sociais e culturais da populao moambicana durante a colonizao portuguesa. Atravs de uma linguagem que insere os mitos africanos no contexto social e histrico moambicano, o autor denuncia os horrores da colonizao durante a Guerra Colonial, metaforizados entre os dias 19 e 30 de abril de 1974. No entanto, o fim da guerra ainda no representa a liberdade completa dos moambicanos. Eles tero de esperar at o dia 25 de junho de 1975, quando presenciaro a Independncia de Moambique. A constituio dos mitos vai alm do registro das crenas e lendas africanas, pois o romance construdo atravs de uma linguagem que se reconfigura a partir das denncias implcitas nas falas das personagens. Essa uma das principais caractersticas do mito, que se apropria da linguagem como objeto principal de sua veiculao. Por isso, o mito em Vinte e Zinco pode ser entendido como fala ou mensagem que precisa ser decifrada para ser compreendida. Nossa inteno perceber onde e como essas mensagens (mitos) se apresentam no romance
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O fogo, do latim focus, conota uma multiplicidade de imagens levadas sempre para a intensidade, para o extremo, porque por si s, o fogo exuberante, fascinante, encantador, deriva-se em chamas, calor, brasa, paixo, erotismo, lume, incndio e, na arte, uma imaginao ardente. A partir dessas consideraes, pretende-se mostrar que a obra do poeta portugus Al Berto, Horto de Incndio, relaciona-se com a imagem potica do fogo, desdobrando-se ora em sexualidade, por meio da erotizao da palavra, ora em morte, por intermdio do uso dessa imagem como profecia do seu prprio fim, antecipado nas pginas que se queimam no jardim de incndio. Para tanto, apia-se a presente pesquisa nos livros do filsofo francs Gaston Bachelard, acerca do fogo, suas simbologias e significaes na arte potica