876 resultados para Political Culture
Resumo:
O presente estudo examina o momento fundador da imprensa no Brasil em 1808 e a rotina de funcionamento da Impressão Régia, no Rio de Janeiro, entre 1808 e 1821. Qual era sua estrutura administrativa, sua ordem de despesas, a natureza das ocupações funcionais, enfim, qual era a lógica de funcionamento da casa impressora oficial da Corte no início do Oitocentos? Qual o lugar ocupado pelos impressos naquele contexto?Para melhor compreender a estrutura, a rotina administrativa e de funcionamento da Impressão Régia no Rio de Janeiro, mas, principalmente, os usos e funções da régia tipografia no momento de seu estabelecimento por iniciativa do príncipe regente d. João, foi analisada também parte de sua produção, qual seja, os títulos dedicados às Ciências e às Artes. A partir desses livros, localizados no acervo da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro e na Biblioteca Guita e José Mindlin, em São Paulo, foram estudadas as características biobibliográficas de seus autores e a relação dos mesmos com o poder oficial.Foi possível identificar que os autores dos títulos examinados eram herdeiros da tradição ilustrada portuguesa. Partilhando de uma mesma cultura política, possuíam laços estreitos com membros da Corte, prestando obediência ao príncipe, sendo alguns autores, inclusive, integrantes da junta diretora da Impressão Régia.Assim, além da rotina e funcionamento da casa impressora da Corte, no Rio de Janeiro de d. João, o presente trabalho examina tomando como fonte de análise sua produção editorial no campo das Ciências e das Artes a formação da cultura científica do período Joanino e a rede de sociabilidades existente no Rio de Janeiro, entre 1808 e 1821.
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Ao longo do Dezenove presenciou-se debates acerca da questão servil no Brasil. Essa querela também teve seus reflexos na Província do Espírito Santo, tendo esta, como objeto de investigação. No fim dos anos de 1860, o movimento emancipacionista começava a ser delineado pelas elites política e intelectual a nível nacional e local. No ano de 1867, a Fala do Trono trouxe à tona questões significativas a respeito do problema servil e os possíveis caminhos a serem seguidos a favor da libertação dos escravos. As décadas de 1870 e 1880 foram períodos de intenso debate acerca da campanha emancipacionista e abolicionista brasileira. Especialmente na década de 1870 com a promulgação da Lei do Ventre Livre em 1871 teve-se um número significativo de ações de arbitramento de escravos na Província do Espírito Santo, especialmente na cidade da Vitória e em suas freguesias. O intento deste trabalho é identificar como ocorreu o desenrolar do processo emancipacionista na Província do Espírito Santo, a partir do entendimento da cultura política daquela sociedade, tendo como fonte de estudo os debates proferidos no espaço da Assembleia legislativa provincial, concomitante às ações de liberdade de escravos e dois importantes periódicos: O Jornal da Victoria e A Província do Espírito Santo, pois, seus redatores e proprietários permeavam os espaços políticos e intelectuais da cidade de Vitória Oitocentista. Têm-se como marcos temporal os anos de 1869 a 1888, pois, aquele ano foi promulgada a primeira lei provincial de caráter emancipador e o último marco refere-se a extinção plena e total de uma das instituições mais duradouras na História do Brasil.
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A presente pesquisa consiste em um panorama das práticas educativas desenvolvidas pelas ONGs atuantes como Pontos de Cultura situadas na região da Baixada Fluminense. Este trabalho tem como objetivo geral analisar as ações desenvolvidas pelas ONGs contempladas como pontos de cultura na região da Baixada Fluminense de acordo com os seguintes objetivos específicos: identificar aquelas ações que podem ser consideradas de caráter educativo não-formal e as relações entre estas ações ao conceito de cultura política. A partir da discussão dos conceitos de Cultura apresentados por Marilena Chauí, do histórico das políticas culturais no Brasil, por Antonio Albino Canelas Rubim e das definições que originaram o programa fruto de uma política pública recente no Brasil, estas ações são entendidas dentro da categoria não-formal. Assim sendo, há a discussão do papel da educação não-formal nestes processos através do desenvolvimento dos conceitos por autores como Maria da Glória Gohn, José Carlos Libâneo e Jaume Trilla, uma descrição da região e a análise de dados oriunda das respostas obtidas através de duas entrevistas e dez formulários respondidos pelos gestores responsáveis pelas organizações em 2014. Os resultados encontrados indicaram que o Programa Cultura Viva atua como uma espécie de preenchimento das lacunas apresentadas por Gohn no que se refere à educação não-formal e de que embora as organizações possuam campos de atuação bem heterogêneos, as práticas educativas realizadas possuem em comum a abordagem da cultura como direito humano e que estas podem ser uma mola propulsora para a construção de uma nova cultura política.
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Esta dissertação trata das transformações ocorridas na cultura política mexicana do final do século XIX até o início do XX, enfocando o acervo imagético de um dos principais ilustradores mexicanos, José Guadalupe Posada. Está inserida na Linha de Pesquisa Política e Cultura do Programa de Pós-Graduação em História da UERJ. Os procedimentos teórico-metodológicos nortearam-se pelos aportes da História Cultural e as fontes documentais, em sua maioria ilustrações, foram pesquisadas em arquivos públicos digitais e bibliotecas. O ilustrador viveu entre 1852 e 1913 e foi considerado um dos responsáveis pelo fortalecimento da arte gráfica na América Latina, além de se destacar como um dos intelectuais mais expressivos de sua época e testemunha ocular dos acontecimentos que levaram à Revolução Mexicana. Através daquelas ilustrações analisamos o contexto histórico do México ao longo do governo de Porfírio Díaz. Foram destacadas as culturas políticas que nortearam o percurso do país, a primeira entre a metade e o fim do século XIX, a outra na primeira década do século XX. As obras de José Guadalupe Posada são uma das mais ricas fontes históricas sobre o período e contribuíram para a disseminação de ideias e valores políticos que circularam no México durante o Porfiriato.
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Este trabalho parte do reconhecimento de que a educação permanente em saúde tem sido investida como noção a embasar diferentes referenciais teórico-conceituais para a produção de políticas voltadas à educação de profissionais de saúde, particularmente no Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse sentido, o trabalho buscou apreender os diferentes usos dessa noção e seus sentidos para a produção de políticas. Assim, buscou delimitar o surgimento dessa noção no campo da educação e sua posterior apropriação no campo da saúde, inicialmente a partir da produção institucional da Organização Pan-Americana da Saúde e em seguida ressignificada no Brasil no âmbito da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (Pneps). A análise dos textos e documentos institucionais da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) responsáveis por desenvolver esses referenciais redundou na construção de duas matrizes conceituais, tendo sido a primeira desenvolvida entre 1974 e 1984-5; e a segunda, entre 1984-5 e 2002. Atualmente essas matrizes conceituais costumam ser denominadas respectivamente por educação continuada em saúde e educação permanente em saúde, ainda que esta última noção seja utilizada por ambas, fato discutido pelo autor ao longo do trabalho. A terceira matriz conceitual foi construída a partir da análise dos textos e documentos publicados no bojo da criação da Pneps. A partir da construção dessas três matrizes conceituais foi realizado um breve histórico das ações voltadas à educação de profissionais de saúde promovidas pela Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES), especificamente o Departamento de Gestão da Educação na Saúde (Deges), órgão criado em 2003 para se dedicar ao tema da formação de profissionais para o SUS. Nesse particular, foi proposta uma periodização das ações do Deges, relacionando cada período às diferentes matrizes conceituais construídas. A noção de educação permanente em saúde é então interrogada a partir da discussão sobre educação de adultos proposta por Arendt e de sua contextualização no referencial do capitalismo pós-industrial e das sociedades de controle, conforme delimitado por Deleuze. O conjunto dessas reflexões embasa a discussão sobre novos usos possíveis para a educação permanente em saúde e novas configurações para a política de saúde que adota essa noção, discutindo possíveis inovações para esse campo a partir da articulação com a discussão sobre inteligência coletiva. Por fim, propõe-se repensar a política de educação permanente em saúde, endereçando-a no sentido de promover o protagonismo das práticas de saúde como espaços de aprendizagem, buscando novas possibilidades no diálogo com a experiência dos pontos de cultura do Ministério da Cultura.
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Price, Roger, People and Politics in France, 1848-1870 (Cambridge: Cambridge University Press, 2004), pp.x+477 RAE2008
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Ireland experienced two critical junctures when its economic survival was threatened: 1958/9 and 1986/7. Common to both crises was the supplanting of long established practices, that had become an integral part of the political culture of the state, by new ideas that ensured eventual economic recovery. In their adoption and implementation these ideas also fundamentally changed the institutions of state – how politics was done, how it was organised and regulated. The end result was the transformation of the Irish state. The main hypothesis of this thesis is that at those critical junctures the political and administrative elites who enabled economic recovery were not just making pragmatic decisions, their actions were influenced by ideas. Systematic content analysis of the published works of the main ideational actors, together with primary interviews with those actors still alive, reveals how their ideas were formed, what influenced them, and how they set about implementing their ideas. As the hypothesis assumes institutional change over time historical institutionalism serves as the theoretical framework. Central to this theory is the idea that choices made when a policy is being initiated or an institution formed will have a continuing influence long into the future. Institutions of state become ‘path dependent’ and impervious to change – the forces of inertia take over. That path dependency is broken at critical junctures. At those moments ideas play a major role as they offer a set of ready-made solutions. Historical institutionalism serves as a robust framework for proving that in the transformation of Ireland the role of ideas in punctuating institutional path dependency at critical junctures was central.
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Robert Briscoe was the Dublin born son of Lithuanian and German-Jewish immigrants. As a young man he joined Sinn Féin and was an important figure in the War of Independence due to a role as one of the IRA’s main gun-procuring agents. He took the anti-Treaty side during an internecine Civil War, mainly due to the influence of Eamon de Valera and retained a filial devotion towards him for the rest of his life. In 1926 he was a founding member of Fianna Fáil, de Valera’s breakaway republican party, which would dominate twentieth-century Irish politics. He was first elected as a Fianna Fáil T.D. (Teachta Dála, Deputy to the Dáil) in 1927, and successfully defended his seat eleven times becoming the first Jewish Lord Mayor of Dublin in 1956, an honour that was repeated in 1961. On this basis alone, it can be argued that Briscoe was a significant presence in an embryonic Irish political culture; however, when his role in the 1930s Jewish immigration endeavor is acknowledged, it is clear that he played a unique part in one of the most contentious political and social discourses of the pre-war years. This was reinforced when Briscoe embraced Zionism in a belated realisation that the survival of his European co-religionists could only be guaranteed if an independent Jewish state existed. This information is to a certain degree public knowledge; however, the full extent of his involvement as an immigration advocate for potential Jewish refugees, and the seniority he achieved in the New Zionist Organisation (Revisionists) has not been fully recognised. This is partly explicable because researchers have based their assessment of Briscoe on an incomplete political archive in the National Library of Ireland (NLI). The vast majority of documentation pertaining to his involvement in the immigration endeavor has not been available to scholars and remains the private property of Robert Briscoe’s son, Ben Briscoe. The lack of immigration files in the NLI was reinforced by the fact that information about Briscoe’s Revisionist engagement was donated to the Jabotinsky Institute in Tel Aviv and can only be accessed physically by visiting Israel. Therefore, even though these twin endeavors have been commented on by a number of academics, their assessments have tended to be based on an incomplete archive, which was supplemented by Briscoe’s autobiographical memoir published in 1958. This study will attempt to fill in the missing gaps in Briscoe’s complex political narrative by incorporating the rarely used private papers of Robert Briscoe, and the difficult to access Briscoe files in Tel Aviv. This undertaking was only possible when Mr.Ben Briscoe graciously granted me full and unrestricted access to his father’s papers, and after a month-long research trip to the Jabotinsky Institute in Tel Aviv. Access to this rarely used documentation facilitated a holistic examination of Briscoe’s complex and multifaceted political reality. It revealed the full extent of Briscoe’s political and social evolution as the Nazi instigated Jewish emigration crisis reached catastrophic proportions. He was by turn Fianna Fáil nationalist, Jewish immigration advocate and senior Revisionist actor on a global stage. The study will examine the contrasting political and social forces that initiated each stage of Briscoe’s Zionist awakening, and in the process will fill a major gap in Irish-Jewish historiography by revealing the full extent of his Revisionist engagement.
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The universality versus culture specificity of quantitative evaluations (negative-positive) of 40 events in world history was addressed using World History Survey data collected from 5,800 university students in 30 countries/societies. Multidimensional scaling using generalized procrustean analysis indicated poor fit of data from the 30 countries to an overall mean configuration, indicating lack of universal agreement as to the associational meaning of events in world history. Hierarchical cluster analysis identified one Western and two non-Western country clusters for which adequate multidimensional fit was obtained after item deletions. A two-dimensional solution for the three country clusters was identified, where the primary dimension was historical calamities versus progress and a weak second dimension was modernity versus resistance to modernity. Factor analysis further reduced the item inventory to identify a single concept with structural equivalence across cultures, Historical Calamities, which included man-made and natural, intentional and unintentional, predominantly violent but also nonviolent calamities. Less robust factors were tentatively named as Historical Progress and Historical Resistance to Oppression. Historical Calamities and Historical Progress were at the individual level both significant and independent predictors of willingness to fight for one’s country in a hierarchical linear model that also identified significant country-level variation in these relationships. Consensus around calamity but disagreement as to what constitutes historical progress is discussed in relation to the political culture of nations and lay perceptions of history as catastrophe.
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Reviewing the European North/South Divide under the Prism of Beck’s ‘Risk society’ Thesis
Southern European political cultures have been viewed as extremely disadvantageous terrains for the development of a civic culture compatible to the requirements of a modern polity. Trust confined to the local and the familial, weak civil societies, violation of the law in the absence of supervision are some of the elements combined to draw an extremely negative picture of southern European political cultures in the relevant literature. These are very well entrenched perceptions that dominate all studies dealing with social aspects the southern European nations. Recent works produced by students of environmental mobilisations have argued that the environmental problematique has operated as a catalyst that, at least, forces us to re-examine the aforementioned perspectives if not to outright dismiss them.
This paper argues that although these challenging perspectives are not immune from criticisms, they have put forward a strong case that deserves further attention. A careful reading of Beck’s ‘risk society’ thesis suggests that mistrust to expert authorities and defensive reactions by social actors against them are not confined to specific national contexts but are now characteristics of countries previously held to be exemplary cases of civicness. Following that observation the paper proceeds by posing a number of related questions:
1) Can we argue that we are witnessing a general ‘Mediterranisation’ of European political culture or by arguing that we essentially accept what was idealistic evaluations of post-war European cultures determined by specific political conceptions?
2) Is there still any role for the use of a north/south divide in the cross-national study of social processes and to what extent?
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The article investigates why, despite similar background conditions, Greece has been the site of frequent, highly visible, fringe, anti-system politics and street riots, while similar phenomena are rare in Spain. Although the article's focal point is the eruption of the December 2008 riots in Athens, it sheds light on the two countries' diverse social reactions to the sovereign debt crisis. Deploying the tool of media framing, it argues that historical legacies and political cultures matter. In the Greek case, the transition to democracy shaped a political ‘culture of sympathy’ towards acts of resistance to the state, a culture that has been institutionalised since the mid-1970s.
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The interwar era saw the collapse of liberal democracy and the rise of anti-democratic authoritarian movements and states throughout much of Europe. Parliamentary or liberal democracy proved especially vulnerable in countries with large Catholic populations and ‘successor states’ – those states that achieved independence following the Great War. Despite meeting both criteria, the democratic structures of the Irish Free State – established in 1922 following a revolutionary struggle against British rule – proved remarkably resilient: indeed, it was arguably the only successor state to remain fully democratic by 1939 This outcome appears all the more striking given the formation of the state amidst a civil war, a form of conflict that frequently prevented the successful emergence of democracy. This is an article about the dog that didn’t bark: why did the kind of authoritarian political movements that flourished in many other parts of interwar Europe attract negligible support in the Irish Free State, and what does this have to tell us about the relationship between Catholicism and authoritarian politics? It begins by surveying the Irish Catholic Church’s attitudes to far-right politics in Continental Europe, and assessing how ‘official’ Catholic attitudes shaped popular perceptions of fascism and clerical authoritarianism within Ireland. It then explores the extent to which Ireland’s only significant fascistic movement – the Blueshirts – was influenced by, and sought to exploit, Catholicism. It concludes by questioning whether the immense influence of the Catholic Church and Catholic values within Irish political culture and society facilitated or hindered the cause of authoritarian politics in Ireland.
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Since the beginning of the Northern Ireland conflict in the late 1960s, Irish nationalism has been identified as a prominent force in the political culture of the state. Recent studies have suggested, however, that the ‘Nationalist’ population has become increasingly content within the new political framework created by the peace process and the aspiration for Irish unity diminished. In placing the Northern Ireland situation within the theoretical framework of nationalism, this paper will analyse how these changing priorities have been possible. Through an analysis of Irish language study in Northern Ireland's schools, the paper will examine how the political ideals espoused by the nationalist Sinn Féin Party reflected the priorities of the ‘nationalist community’. It will be contended that the relationship between the ideology and ‘the people’ is much more complex than is often allowed for and that educational inequalities are a significant contributing factor to this.
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In an attempt to account for the exceptionally low levels of female representation in Northern Ireland, this paper provides an analysis of the contemporary candidate selection procedures of the region's five main political parties. Drawing on evidence gathered from 29 elite interviews, plus official internal party documents, the study finds that the localised nature of the parties' selection procedures may disadvantage women aspirants. Also important are ‘supply-side’ factors influencing legislative recruitment and female participation rates, namely the strongly embedded social norm of female domestic responsibility, a masculinised political culture and the lack of confidence of potential female candidates.