436 resultados para Girard
Resumo:
Em sua teoria mimética do desejo, René Girard apresenta Cristo como modelo ideal a ser seguido, uma vez que Jesus demonstrou como é possível resolver conflitos sem associá-los à vingança ou à violência. Através de sua vitimização na Cruz, Jesus revela toda a verdade de quem somos e quem Deus é, ao manifestar sua inocência, Ele reverte para si a acusação daqueles que se mantêm no círculo da auto justificação por transferência da culpa. Assim, o Cristo decide, por sua livre vontade, perdoar. Isto é, uma nova forma de perdão, que denominamos novum. Fundamentado no amor, ele vem de fora e fura o círculo da violência. O novum revela uma nova maneira de se relacionar com as pessoas que nos prejudicaram, de tentar compreender quem somos através do Outro. Essa nova mimesis valoriza a vida, a liberdade, o cuidado com o próximo, a reconciliação mais do que ofertas e sacrifícios. Trata-se de uma superação dialética, pois, apesar de nesse processo a decisão de perdoar estar de posse do sujeito sendo esta uma via de mão única , a decisão de reconciliação depende também do ofendido/ofensor, esta outra, via de mão dupla . Através do novum é possível mudar o sentido do passado, destruir a fatalidade e não ter necessidade de continuar como refém da culpa. Esta atitude possibilita o sujeito olhar o futuro com esperança. Ao focar a Paixão e a Ressurreição, o sujeito descobre quem ele realmente é e poderá decidir seguir o modelo Cristocêntrico. Essa decisão leva-o a sair da mimesis violenta e passar a elaborar a vontade, para então decidir perdoar àquele que o ofendeu. O sujeito, por fim, reconhece o perdão novum como modelo que ao ser imitado e doado é capaz de refazer a pessoa de seu doador, bem como àquele que é perdoado.
Resumo:
Este estudo discute a relação entre espiritualidade e educação para a liberdade, a partir da perspectiva antropológica da natureza mimeticamente desejante do ser humano como elemento chave para a compreensão das relações humanas, e da espiritualidade como dimensão fundamental para o engajamento na luta pela transformação da sociedade. Por meio de pesquisa bibliográfica, procede-se à análise do problema identificado por Paulo Freire, de que o opressor hospedado no oprimido representa um obstáculo para a libertação, sob a ótica da teoria do desejo mimético de René Girard. Trabalha-se com a hipótese de que o elemento antropológico fundamental presente no pensamento de Paulo Freire, esquecido à medida que sua proposta pedagógica assumiu um caráter meramente conscientizador, referese à dimensão da espiritualidade. Diante do abismo que se coloca entre a utopia da libertação e a realidade instaura-se o cenário de crise que recai, não apenas sobre educadores formais, como também sobre muitos daqueles que, em algum momento de suas vidas, se engajaram na luta pela transformação social. Uma vez que o método é sabido, e é conscientizar, o fato de que a transformação sonhada não tenha ocorrido leva a conclusão de que alguma coisa falhou no processo.(AU)
Resumo:
A exploração e a manipulação do desejo são algumas das principais marcas da cultura de consumo. Nas sociedades em que predomina essa cultura, o consumo aparece como critério de humanização, e o sentido da vida o núcleo ético-mítico em torno do qual a sociedade se organiza é a busca de acumulação de riqueza para se consumir cada vez mais. Alguns estudos têm demonstrado os aspectos sagrados dessa cultura, que se tornou uma verdadeira religião da vida cotidiana, com suas devoções, espiritualidades, mitos e ritos. Da mesma forma, alguns estudos vêm demonstrando como essa cultura determina os projetos pedagógicos. Esses estudos não são acidentais, pois religião e educação são elementos fundamentais na origem e na manutenção de qualquer cultura e sociedade humanas. Todavia, podem ser também elementos de transformação. Paulo Freire acena com o interesse pela criação de uma Pedagogia do Desejo, compreendendo que este tema é de fundamental importância na luta pela superação da exclusão social, o que infelizmente não teve tempo de formulá-la. A obra de René Girard reforça a tese de que a religião é um processo fundamental para as sociedades humanas, considerando sua real função na origem da cultura. Segundo Girard, a religião é a educadora da humanidade no processo de humanização e socialização. E sua característica mais notável é justamente a de educar o desejo, pois, devido a sua natureza mimética, constantemente é gerador de violência. Nas pesquisas sobre as relações entre Religião/Teologia e Educação, recentemente tem sido realizado o estudo dos pressupostos teológicos e espirituais das propostas educacionais. Há muitos pontos de convergência entre Paulo Freire e René Girard, alguns até complementares. O diálogo entre esses dois autores se mostra muito profícuo na discussão do tema do desejo em relação com a espiritualidade e a educação. Este trabalho é uma tentativa de buscar elementos que favoreçam a elaboração de uma Pedagogia do Desejo a partir das contribuições das Ciências da Religião.(AU)
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If love is a social as well as a personal reality, it could be fruitful to compare Von Hildebrand’s understanding of love and desire with that of cultural anthropologist René Girard. Girard depicts love and desire as a triangular process which arises from imitation, rather than the result of auto-generative affection. In this sense, Girardian theory would seem to convict Von Hildebrand of what is called the romantic lie wherein desire is thought to arise through the mutual appreciation of two subjects. However, in The Nature of Love Von Hildebrand shows his awareness of the possibility that love can be awakened by imitation. Moreover, the lack of a sufficient reason in Girardian theory for avoiding violence can be answered by turning to Von Hildebrand’s appreciation of the ontological basis for desire.
Resumo:
[en] This article aims at examining the theoretic and literary models of sexuality offered in the libertine novel Thérèse philosophe, focusing on its representation of the Cadière-Girard affair. During this scandalous trial that took place in the Parliament of Aix-en-Provence in 1731, Jean-Baptiste Girard (Jesuit priest) was accused by Marie-Catherine Cadière (penitent) of sorcery and sexual abuse, while he claimed these charges were calumnies. We seek to show the development of a rationalist, demystifying, scientific perspective on this affair, characteristic of Enlightenment in the eighteenth century, which tended to neutralize and obliterate charismatic religiosity. [fr] Cet article a pour but d’examiner les modèles théoriques et littéraires de la sexualité offerts par le roman libertin Thérèse philosophe, en se concentrant sur la façon dont l’affaire Cadière-Girard y est représentée. Pendant ce procès judiciaire qui a eu lieu au Parlement d’Aix-en-Provence en 1731, Jean-Baptiste Girard (père jésuite) a été accusé par Marie-Catherine Cadière (pénitente) de sorcellerie et abus, ayant reçu elle-même une dénonciation pour calomnies. On cherche à montrer le développement, autour de cette affaire, d’une perspective rationaliste, démystifiante et scientifique, propre des Lumières au XVIIIe siècle, à partir de laquelle la religiosité charismatique se neutralise au point de l’oblitération.
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¿De dónde llegan hasta acá esos ladridos? ¿Reconocemos igualmente en el relato de Theramen, los caballos desbocados que arrastran el cadáver de Hipólito por la playa, descuartizado? ¿Quiénes son estas serpientes que silban sobre vuestras cabezas? Gracias, señor, por habernos hecho escuchar, en esos ladridos, esos relinchos, estos aullidos de animales rabiosos, nuestras propias vociferaciones; de haber desvelado, en esta jauría sangrienta, en esta yunta desbocada, en este nudo de víboras, en estos animales encarnizados, la violencia abominable de nuestras sociedades; de haber revelado finalmente en estos cuerpos despedazados, las víctimas inocentes de los linchamientos que perpetramos.
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El antropólogo René Girard murió el miércoles 4 de noviembre [2015] en Stanford, en los EE. UU. Tenía 91 años. Fundador de la “teoría mimética”, ese francotirador de la escena intelectual había construido una obra original que conjuga reflexión científica y predicación cristiana. Sus libros, comentados en los cuatro rincones del mundo, forman las etapas de una vasta averiguación sobre el deseo humano y sobre la violencia sacrificial donde toda sociedad, según Girard, encuentra su origen inconfesable.
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René Girard nació en Aviñón el 25 de diciembre de 1923, donde su padre era curador del Museo Calvet y del palacio de los papas. Historiador de formación, diplomado en la Escuela de mapas, se va a los Estados Unidos de América en 1947, y donde falleció el 4 de noviembre de este año. Casado y padre de 3 hijos, fue profesor de Literatura y de Antropología y enseñó en muchas universidades entre las cuales Buffalo, John Hopkins de Baltimore, y Stanford en California. Había sido nombrado miembro de la Academia Francesa en el 2005.
Resumo:
Filósofo francés, diplomado en la Escuela de Mapas. Nacido en Aviñón en 1923. A partir de 1947 hasta su muerte, enseñó en los Estados Unidos de América, en muchas universidades de las que se volvió profesor. El punto de partida de la reflexión de Girard se encuentra en una reacción contra el racionalismo que, según él, ignora la naturaleza de la ilusión religiosa y su papel fundador de toda sociedad. En efecto, no puede haber grupo sin la cohesión inconsciente de sus miembros por medio de algunos hechos de violencia inconfesables, perdidos, hundidos en los tiempos del olvido, que han sido expresados por los mitos y todas las formas de lo sagrado. Esta dimensión de la violencia está, por definición, ausente, negada, lo que la vuelve operativa. Y por definición escapa a los hombres a los que constituye como pertenecientes al grupo, de suerte que el tabú al que ella da nacimiento la sacraliza, la pone a distancia, permitiendo el llamado de lo prohibido sin por ello levantar el velo de la ignorancia necesaria. El origen es siempre inconsciente, Rousseau lo mostró. Porque en efecto se nos escapa, por ello precisamente tiene la capacidad de comenzar. Hasta acá, el análisis que resumimos es esquemáticamente el de Freud. Nada que no haya ya descubierto el inventor del psicoanálisis (veáse Totem y Tabú en particular & Ensayos de psicoanálisis…), sin que, muy por el contrario, el racionalismo se encuentre cuestionado en este marco. Para Girard, sin embargo, esta violencia originaria es arbitraria.
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Hay algo de extraño, algo que me divierte y me escandaliza leyendo esta presentación que de Girard se hace en el bello Dictionnaire des philosophes (PUF). En realidad, esta introducción es una crítica feroz, apasionada y, a mi manera de ver, muy injusta con la teoría mimética y con el hombre René Girard. Es extraño y cómico observar que se le hace el honor de criticar a Girard, incluso en los diccionarios. Pienso que no solamente es fácil demostrar el partidismo negativo del diccionario, sino también la falta de conocimiento del tema tratado. No se trata tanto de defender la teoría mimética, sino de mostrar que ella no está siendo simplemente presentada de forma correcta.
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Genetic polymorphisms in hepatically expressed UGT1A1 and UGT1A9 contribute to the interindividual variability i-n irinotecan disposition and toxicity. We screened UGT1A1 (UGT1A1*60, g.−3140G>A, UGT1A1*28 and UGT1A1*6) and UGT1A9 (g.−118(T)9>10 and I399C>T) genes for polymorphic variants in the promoter and coding regions, and the genotypic effect of UGT1A9 I399C>T polymorphism on irinotecan disposition in Asian cancer patients was investigated. Blood samples were collected from 45 patients after administration of irinotecan as a 90 min intravenous infusion of 375 mg/m2 once in every 3 weeks. Genotypic–phenotypic correlates showed that cancer patients heterozygous or homozygous for the I399C>T allele had approximately 2-fold lower systemic exposure to SN-38 (P<0.05) and a trend towards a higher relative extent of glucuronidation (REG) of SN-38 (P>0.05). UGT1A1–1A9 diplotype analysis showed that patients harbouring the H1/H2 (TG6GT10T/GG6GT9C) diplotype had 2.4-fold lower systemic exposure to SN-38 glucuronide (SN-38G) compared with patients harbouring the H1/H5 (TG6GT10T/GG6GT10C) diplotype (P=0.025). In conclusion, this in vivo study supports the in vitro findings of Girard et al. and suggests that the UGT1A9 I399C>T variant may be an important glucuronidating allele affecting the pharmacokinetics of SN-38 and SN-38G in Asian cancer patients receiving irinotecan chemotherapy.
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Music as the Art of Anxiety: A Philosophical Approach to the Existential-Ontological Meaning of Music. The present research studies music as an art of anxiety from the points of view of both Martin Heidegger s thought and phenomenological philosophy in general. In the Heideggerian perspective, anxiety is understood as a fundamental mode of being (Grundbefindlichkeit) in human existence. Taken as an existential-ontological concept, anxiety is conceived philosophically and not psychologically. The central research questions are: what is the relationship between music and existential-ontological anxiety? In what way can music be considered as an art of anxiety? In thinking of music as a channel and manifestation of anxiety, what makes it a special case? What are the possible applications of phenomenology and Heideggerian thought in musicology? The main aim of the research is to develop a theory of music as an art of existential-ontological anxiety and to apply this theory to musicologically relevant phenomena. Furthermore, the research will contribute to contemporary musicological debates and research as it aims to outline the phenomenological study of music as a field of its own; the development of a specific methodology is implicit in these aims. The main subject of the study, a theory of music as an art of anxiety, integrates Heideggerian and phenomenological philosophies with critical and cultural theories concerning violence, social sacrifice, and mimetic desire (René Girard), music, noise and society (Jacques Attali), and the affect-based charme of music (Vladimir Jankélévitch). Thus, in addition to the subjective mood (Stimmung) of emptiness and meaninglessness, the philosophical concept of anxiety also refers to a state of disorder and chaos in general; for instance, to noise in the realm of sound and total (social) violence at the level of society. In this study, music is approached as conveying the existentially crucial human compulsion for signifying i.e., organizing chaos. In music, this happens primarily at the immediate level of experience, i.e. in affectivity, and also in relation to all of the aforementioned dimensions (sound, society, consciousness, and so on). Thus, music s existential-ontological meaning in human existence, Dasein, is in its ability to reveal different orders of existence as such. Indeed, this makes music the art of anxiety: more precisely, music can be existentially significant at the level of moods. The study proceeds from outlining the relevance of phenomenology and Heidegger s philosophy in musicology to the philosophical development of a theory of music as the art of anxiety. The theory is developed further through the study of three selected specific musical phenomena: the concept of a musical work, guitar smashing in the performance tradition of rock music, and Erik Bergman s orchestral work Colori ed improvvisazioni. The first example illustrates the level of individual human-subject in music as the art of anxiety, as a means of signifying chaos, while the second example focuses on the collective need to socio-culturally channel violence. The third example, being music-analytical, studies contemporary music s ability to mirror the structures of anxiety at the level of a specific musical text. The selected examples illustrate that, in addition to the philosophical orientation, the research also contributes to music analysis, popular music studies, and the cultural-critical study of music. Key words: music, anxiety, phenomenology, Martin Heidegger, ontology, guitar smashing, Erik Bergman, musical work, affectivity, Stimmung, René Girard