As Recordações de Itália (1852-1853), de A. P. Lopes de Mendonça: uma obra política: edição e estudo crítico

António Pedro Lopes de Mendonça, escritor romântico de postura liberal radical, que fez da literatura seu meio de subsistência, produziu uma escrita que flertou com muitos gêneros, da crônica-folhetim ao romance porém sempre permeada pelo viés político. Defendeu o Romantismo como um movimento extraliterário que ajudou a impulsionar transformações cruciais na sociedade portuguesa e, filiado à política jacobina, foi um dos precursores dos ideais socialistas em Portugal. Fez oposição à Regeneração, por entender que os esforços deste governo eram insuficientes às necessidades do país, e soube reconhecer, posteriormente, as mudanças promovidas por ele, defendendo os regeneradores em comparação com os absolutistas. Foi considerado ultrarromântico por muitos autores, o que consideramos uma classificação reducionista, por não ter em conta um aspecto fulcral da obra deste autor: o objetivo de formar leitores críticos, o compromisso civilizacional, de conscientizar e de ser combativo às injustiças de sua época. Usou a ironia a seu favor, como uma arma de pensamento, para acomodar, nas entrelinhas de seus romances, suas críticas à sociedade que se apresentava. Tendo percorrido uma Itália ainda não unificada, na viagem que inspirou as Recordações de Itália, pôde perceber como a falta de unidade dos grupos revolucionários em torno de um mesmo ideal era empecilho à unificação daquele país e convocou, por meio de seu jornal Eco dos Operários, as classes menos favorecidas à busca por justiça social, dando espaço a textos dos próprios trabalhadores e incutindo neles a importância da soma de forças por uma causa única. Morreu como louco, certamente não por não aceitar e por não se adequar às hipocrisias e injustiças que lhe eram impostas por aquela sociedade

Estado e construção ferroviária: quinze anos decisivos para a economia brasileira, 1852-1867

Esta pesquisa procura ampliar e aprofundar o entendimento sobre a participação do Estado na construção ferroviária no século XIX. Com este objetivo, partimos da análise do processo histórico de formação do Estado brasileiro, de 1822 aos anos 1850, a fim de identificar configurações e traços culturais do sistema político no qual se inserem, como prioridade de governo, as políticas públicas e, em especial, o projeto ferroviário. Consideramos que as linhas básicas da política ferroviária, no Império, foram traçadas no período 1852-1867, durante a construção de seis ferrovias pioneiras. Detectamos, ainda, razoável correlação entre o traçado dos caminhos de ferro e os já conhecidos caminhos das minas, que conduziam a zonas onde se localizavam jazigos de pedras e metais preciosos, ferro, carvão, petróleo e outros recursos minerais. Observamos que a participação do Estado na construção ferroviária, no período, desenvolveu-se em duas frentes: como empresário responsável pela construção e gestão de malhas ferroviárias e como agente de regulação de empresas privadas, nacionais e estrangeiras, privilegiadas com longa lista de subvenções e incentivos, entre os quais se destaca a garantia de juro mínimo para os capitais investidos na construção de estradas de ferro.

A new distributional record of Zozymodes cavipes (Dana, 1852) (Crustacea; Decapoda) from the coastal waters of Pakistan

One male and one female of Zozymodes cavipes (Dana, 1852) have revently been collected from the rocky shores near Karachi; the species is widely distributed in the Indo-Pacific region. It is, however, being reported for the first time from the pakistani coast of the northern Arabian Sea and thus fills the gap in the known distribution of the species. The pakistani material is housed in the Marine Reference Collection Centre, University of Karachi. The specimens are briefly descibed below. Only restricted synonym is given.

Increasing prevalence of the marine cladoceran Penilia avirostris (Dana, 1852) in the North Sea

Rising sea surface temperatures in the North Sea have had consequential effects on not only indigenous plankton species, but also on the possibility of successful colonisation of the area by invasive plankton species. Previous studies have noted the introduction and integration into the plankton community of various phytoplankton species, but establishment of zooplankton organisms in the North Sea is less well-documented. Examining continuous plankton recorder (CPR) survey data and zooplankton results from the Helgoland Roads study, the autumn of 1999 witnessed the occurrence of the marine cladoceran Penilia avirostris in large numbers in the North Sea. The rapid appearance of the species corresponded with exceptionally warm sea surface temperatures (SSTs). Since 1999, the species has become a regular feature of the autumnal zooplankton community of the North Sea. In 2002 and 2003, the species occurred in greater abundance than recorded before. It is suggested that increased autumn SSTs have proved favourable to P. avirostris, with warmer conditions contributing to the success of the species’ resting eggs and aiding colonisation.

ESTABLISHMENT OF THE ZEBRA MUSSEL DREISSENA POLYMORPHA (PALLAS, 1771) IN LOUGH NEAGH, NORTHERN IRELAND

Five adult Dreissena polymotpha were found on the hull of a boat moored in Kinnego Marina, Lough Neagh, in November 2005; this is the first indication of their presence in this large lake. This finding initiated a survey to determine whether the zebra mussel was present throughout Lough Neagh. Forty-four settled juveniles on debris were found at twenty sites around the lough shore. As a result of these findings a more extensive study was undertaken in October 2006 to examine planktonic and settled stages. Veliger larvae were at densities of 0.0211 veligers per m(-3). Spat collectors showed settlement at six out of the seven sites sampled at a mean density of 523.76 juvenile zebra mussels per m(-2). No adult zebra mussels were found on natural substratum in the lough during the shoreline survey. However, 24 adult zebra mussels, 7.5 mm to 24 mm long, were found on the hull of a boat moored in Lough Neagh.

Bulletin de la Société de l'histoire du protestantisme français (1852)

Périodicité : Mensuel