992 resultados para cerrado sensu stricto


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Foram coletadas amostras de água e solo em áreas de cerrado no Estado de São Paulo, Brasil, de fevereiro/1999 a fevereiro/2001. Estas amostras foram trazidas ao laboratório e tratadas segundo a técnica de iscagem múltipla. Dentre os fungos pitiáceos isolados, nove espécies pertencem ao gênero Pythium Pringsheim: Pythium echinulatum Matthews, P. graminicolum Subramanian, P. irregulare Buisman, P. rostratum Butler, P. spinosum Sawada, P. torulosum Coker & Patterson, P. ultimum Trow var. ultimum, P. undulatum Petersen e P. vexans de Bary. P. undulatum é mencionado pela primeira vez para o Brasil.

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Foi estudada a composição florística de uma área de cerrado na região de Itirapina - SP (22°15'43''-50'' S e 47°53'- 54' W), onde ocorrem fisionomias de campo sujo e campo úmido. Visando estabelecer uma melhor distinção entre estas fisionomias, foi realizado o levantamento florístico que incluiu coletas em excursões mensais no período de março de 1998 a abril de 1999, além de coletas esporádicas a partir de maio de 1999 até dezembro de 2001. Adicionalmente foi realizado um levantamento junto ao Herbário Rioclarense (HRCB) de todas as coletas provenientes desta área. Os resultados foram analisados em função da ocorrência das espécies nas fisionomias (campo sujo e campo úmido), e por componente florístico (herbáceo-subarbustivo e arbustivo-arbóreo). Foram amostradas 384 espécies, 211 gêneros e 76 famílias de plantas vasculares. Do total de espécies, 255 são exclusivas do campo sujo e 114 do campo úmido. Apenas 10 espécies tiveram ocorrência comum entre as duas fisionomias. Dentre as famílias mais ricas do campo sujo destacam-se: Asteraceae, Leguminosae e Poaceae. No campo úmido, as famílias mais ricas são Cyperaceae, Poaceae, Lentibulariaceae e Eriocaulaceae. No campo sujo o componente herbáceo-subarbustivo prevaleceu sobre o arbustivo-arbóreo numa proporção de 3,6:1. No campo úmido foram encontradas apenas espécies herbáceo-subarbustivas. O estudo revelou acentuadas distinções florísticas entre o campo sujo e o campo úmido, tendo em vista o reduzido número de espécies compartilhadas.

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Neste trabalho foram empregadas 25 parcelas permanentes de 10 m × 25 m e amostrada a vegetação com DAS (Diâmetro à Altura do Solo) igual e superior a 1,0 cm. Em uma área de 0,625 ha foram amostrados 8.454 ind.ha-1, 121 espécies, 74 gêneros e 42 famílias. As espécies de maior IVI foram Ocotea corymbosa (Meissn.) Mez, Pterodon pubescens Benth. e Xylopia aromatica (Lam.) Mart. Os altos valores de PSoR e de IVIA mostraram que O. corymbosa e P. pubescens estão representadas nos três estratos da comunidade, embora essas espécies predominem no estrato superior. O índice de Shannon mostrou alta diversidade florística (H' = 3,47 nat.ind.-1) e o índice de eqüabilidade (J' = 0,40) indicou dominância de P. pubescens e O. corymbosa na área. As distribuições diamétrica e de altura revelaram a abundância no componente da regeneração natural devido ao grande estoque de plantas jovens que compõem o estrato inferior da comunidade. Dentre as 114 espécies consideradas na análise fitossociológica, 20 podem ser classificadas como raras por apresentarem baixa densidade de indivíduos por hectare. O levantamento florístico caracterizou a fitofisionomia da área como cerradão. A estimativa dos parâmetros fitossociológicos verticais permitiu valorar as espécies através da PSoR e do IVIA, associando a estrutura fitossociológica horizontal com a heterogeneidade e irregularidade dos estratos do cerradão da área do Oitocentos Alqueires.

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The lognormal distribution model is frequently found in communities, especially those which are rich in species and influenced by many environmental factors, as those of the cerrado. We tested the hypothesis that the abundance distribution of woody plant species in a cerrado fragment fits the lognormal model. We placed 20 lines in a cerrado fragment and sampled, with the point-quarter method, 800 individuals with stem perimeter equal or larger than 3 cm. We plotted the abundance-class histogram of the species, verified its normality with the Kolmogorov-Smirnov test, and estimated the expected number of woody species for this community. Of the 63 obtained species, Anadenanthera falcata (with 185 species), Eriotheca gracilipes (43), Stryphnodendron obovatum (37), and Miconia albicans (36) were the most abundant ones. Twelve species were represented by only one individual. We did not reject the null hypotheses that the distribution of woody component species was normal and, thus, their abundances fitted the lognormal model. Therefore, with our work, we can predict that cerrado plant communities fit the lognormal model. If this pattern is maintained in other cerrado communities, there would be implications for the conservation of this vegetation type, because rare species are susceptible of extinction, and implications to their structure, because the dominant species may act as keystone species.

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Myracrodruon urundeuva distribui-se no nordeste, sudeste e centro-oeste brasileiro, sendo considerada uma espécie vulnerável à extinção. Diásporos coletados no vale do Rio Araguari, MG, foram utilizados em três experimentos, em delineamento inteiramente casualizado, cada um deles com cinco repetições de 50 diásporos. No primeiro e segundo experimentos, utilizou-se gerbox com vermiculita umedecida com água destilada, GA3 e citocinina a 1, 10, e 100 µg.mL¹ e KNO3 a 0,2%, o primeiro mantido sob luz branca fluorescente contínua e o segundo no escuro. No terceiro experimento, os diásporos foram umedecidos com água e estratificados por um a seis dias a 4-5 ºC, no escuro; no controle os diásporos não foram estratificados. A cada 24 horas observou-se a protrusão do embrião nos experimentos mantidos sob luz e, aos sete dias, na ausência de luz. Sob luz contínua, diásporos tratados com GA3 1 µg.mL-1 foram mais homogêneos (CVt = 17,13%) e sincronizados (Z = 0,64) em relação aos mantidos nos demais tratamentos. A germinabilidade nos diferentes tratamentos variou entre 52,8% e 60% e a germinação ocorreu entre dois e três dias. Na ausência de luz, a germinabilidade variou entre 50,4% e 58,8% e sob estratificação, entre 49,6% e 61,2%. Dentre os diferentes tempos de estratificação, o menor tempo médio, as maiores velocidades e uniformidade de germinação foram registrados para diásporos estratificados por seis dias. Apesar da germinação da aroeira ser rápida, sua porcentagem foi baixa, o que indica a necessidade de estudos para garantir sua exploração sustentável.

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Foi estudada a estrutura foliar de 22 espécies de Melastomataceae (tribos Miconieae, Tibouchinieae e Microlicieae) encontradas no cerrado do estado de São Paulo. Em todos os representantes, as folhas são dorsiventrais e hipostomáticas e a nervura principal é formada por xilema e por floema nas duas faces (exceto por uma única espécie). Determinados caracteres presentes nesses órgãos, como tipo e posição dos estômatos e aspecto das superfícies adaxial e abaxial, na região da nervura principal, variam consideravelmente dentro de um mesmo gênero. Outros como espessura da cutícula nas duas superfícies, tipo e morfologia dos tricomas, presença ou não de emergências, porcentagem de parênquima paliçádico e posição e forma do sistema vascular principal, quando considerados em conjunto podem auxiliar na caracterização dos diferentes gêneros dentro das tribos. Esses aspectos são descritos para os 22 representantes estudados e discutidos dentro de um contexto sistemático.

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A estrutura anatômica do lenho de Xylopia aromatica (Lam.) Mart. foi analisada pela observação do caule e da raiz de espécimes provenientes de duas áreas de cerrado, uma com vegetação característica e outra, em que a vegetação original foi substituída por monocultura de Pinus elliotti Engelm. As duas áreas situam-se na Reserva Biológica e Estação Experimental de Moji-Guaçu. As amostras foram coletadas pelo método não destrutivo. Os dados quantitativos das características analisadas foram obtidos mediante contagens e medições nos elementos de vasos, fibras e parênquima axial e radial, através das secções histológicas e tecido dissociado. Esses dados foram submetidos à prova não paramétrica de Mann-Whitney que mostrou diferenças significativas para 12 das 18 características analisadas. Dentre essas, apenas o diâmetro das pontoações intervasculares e das radiovasculares e a porcentagem de parênquima axial, apresentaram médias maiores para os espécimes da área de plantio. A análise estrutural do lenho demonstrou a presença de anéis de crescimento, delimitados pelo achatamento das paredes radiais das fibras, observada em todos os espécimes, indicando uma adaptação fisiológica e anatômica ao período de seca que ocorre anualmente na região. A baixa ocorrência de idioblastos secretores, nos espécimes da área de plantio, fornece indício sobre as possíveis alterações fisiológicas induzidas pela presença da plantação de Pinus elliottii em área de cerrado.

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A biologia reprodutiva de Amaioua guianensis foi estudada numa área de Mata no Parque do Sabiá, Uberlândia, MG, Brasil, entre setembro de 2003 e abril de 2005. Foram investigados a fenologia, o sistema reprodutivo, a morfologia floral, o conjunto de polinizadores e dispersores, e a estrutura sexual dos indivíduos reprodutivos. Amaioua guianensis é uma espécie arbórea dióica comum em formações florestais brasileiras. Suas flores são hexâmeras, tubulares, esbranquiçadas e odoríferas, polinizadas por vetores relativamente especializados como grandes abelhas e esfingídeos. Flores pistiladas produziram néctar mais precocemente e em maior volume que as estaminadas. As estaminadas foram produzidas em maior número por inflorescência e eram significativamente maiores que as pistiladas. As flores eram dispostas em inflorescências terminais, umbelas compostas nas masculinas e simples nas femininas. Ambos os morfos apresentaram estruturas sexuais não funcionais do morfo oposto, contudo, o estilete nas flores masculinas parece funcionar como pseudo-estame, um mecanismo de apresentação secundária de pólen comum na tribo Gardenieae, porém ainda não descrito para a espécie. A razão sexual foi de 1,49 a favor de indivíduos masculinos, e a população apresentou distribuição agrupada dos morfos sexuais. Ambos os casos provavelmente ocorrem como conseqüências de perturbação e reprodução vegetativa. A taxa de flores polinizadas naturalmente foi de 98,6% e de produção de frutos 75,7%. A produção de frutos por apomixia foi muito baixa (3,4%). Os frutos foram dispersos efetivamente por aves. A morfologia floral associada à fauna de polinizadores relativamente especializados tornou o serviço de polinização e produção de frutos muito eficaz, mesmo nas condições de perturbação da área estudada.

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This work aimed to develop allometric equations for tree biomass estimation, and to determine the site biomass in different "cerrado" ecosystems. Destructive sampling in a "campo cerrado" (open savanna) was carried out at the Biological Reserve of Moji-Guaçu, State of São Paulo, southeastern Brazil. This "campo cerrado" (open savanna) grows under a tropical climate and on acid, low nutrient soils. Sixty wood plants were cut to ground level and measurements of diameter, height and weight of leaves and stems were taken. We selected the best equations among the most commonly used mathematical relations according to R² values, significance, and standard error. Both diameter (D) and height (H) showed good relationship with plant biomass, but the use of these two parameters together (DH and D²H) provided the best predictor variables. The best equations were linear, but power and exponential equations also showed high R² and significance. The applicability of these equations is discussed and biomass estimates are compared with other types of tropical savannas. Mineralmass was also estimated. "Cerrados" proved to have very important carbon reservoirs due to their great extent. In addition, high land-use change that takes place nowadays in the "cerrado" biome may significantly affect the global carbon cycle.

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Neste estudo nós acompanhamos a fenologia de 19 espécies lenhosas de um cerrado sentido restrito na Reserva Ecológica do IBGE (15º55'06"-15º57'57" S e 47º51'22"-47º54'07" W), Brasília, DF. Censos quinzenais de observação foram realizados entre agosto de 2000 e outubro de 2003. A região apresenta uma evidente sazonalidade climática, com um período quente e chuvoso entre outubro e abril e um período frio e seco entre maio e setembro. A vegetação estudada foi classificada como sazonal semidecidual. A cobertura de copa da vegetação apresentou redução a partir do início do período seco, alcançando os menores valores de folhagem (cerca de 50%) no final deste período. Foram observadas espécies brotando e florescendo ao longo de todo ano, entretanto a produção de novas folhas e a floração foi intensa na transição entre o período seco e o chuvoso. Quatro grupos fenológicos vegetativos foram identificados: quatro espécies sempre verdes com crescimento contínuo, cinco sempre verdes com crescimento sazonal, oito brevidecíduas e duas decíduas. As espécies sempre verdes com crescimento contínuo produziram folhas ao longo do período chuvoso, enquanto as espécies dos demais grupos fenológicos formaram folhas intensamente no final do período seco. A maturação de frutos das espécies com dispersão autocórica e anemocórica ocorreu no período seco e aquelas com dispersão zoocórica dispersaram as sementes principalmente durante o período chuvoso. A disponibilidade de água no solo parece não ter restringido a produção de folhas e a reprodução na maioria das espécies, uma vez que os picos de brotação e de floração foram concentrados no fim do período seco. No entanto, fatores endógenos, como longevidade foliar e balanço hídrico interno; e exógenos, como demanda evaporativa e irradiação parecem estar relacionados aos padrões fenológicos observados.

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Foram estudados os frutos e sementes de Styrax camporum Pohl. (Styracaceae), espécie arbórea típica dos cerrados brasileiros, objetivando descrever sua morfologia, anatomia e ontogênese. Amostras de frutos e sementes foram coletadas e processadas pelas técnicas convencionais. Os frutos em desenvolvimento foram enquadrados em quatro estádios: I - estádio inicial, caracterizado pelos ovários dos botões florais; II - ovário de flor pós-antese e frutos jovens; III - frutos pré-maturação; IV - frutos maduros. Verificou-se que o fruto é carnoso e monospérmico, com cálice persistente. O pericarpo apresenta exocarpo unisseriado, com tricomas estrelados lignificados e células de formato abaulado e tamanhos irregulares. O mesocarpo externo se constitui de tecido parenquimático multisseriado, alongado radialmente na maturidade. Feixes vasculares estão presentes no terço interno do mesocarpo. Apesar do fruto desta espécie ser classificado como drupa, observou-se que o mesocarpo interno e o endocarpo são compostos apenas por poucas camadas de fibras, não formando o pirênio com a dureza típica desse tipo de fruto; também não se observa o concrescimento do endocarpo com o tegumento. A semente é típica da família Styracaceae, ou seja, é unitegumentada, apresentando testa multisseriada e bastante espessa, sendo a exotesta unisseriada. Na mesotesta externa, verificam-se várias camadas de braquiesclereídes. Internamente a essas células, ocorrem diversos feixes vasculares, seguidos por numerosas camadas de células parenquimáticas, que contêm evidente reserva de substâncias lipídicas. O embrião é axial, reto e espatulado, constituído pelo eixo embrionário típico e cotilédones foliáceos.

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Atualmente vêm sendo desenvolvidas e utilizadas várias técnicas de modelagem de distribuição geográfica de espécies com os mais variados objetivos. Algumas dessas técnicas envolvem modelagem baseada em análise ambiental, nas quais os algoritmos procuram por condições ambientais semelhantes àquelas onde as espécies foram encontradas, resultando em áreas potenciais onde as condições ambientais seriam propícias ao desenvolvimento dessas espécies. O presente estudo trata do uso da modelagem preditiva de distribuição geográfica de espécies nativas, através da utilização de algoritmo genético, como ferramenta para auxiliar o entendimento dos padrões de distribuição do bioma cerrado no Estado de São Paulo. A metodologia empregada e os resultados obtidos foram considerados satisfatórios para a geração de modelos de distribuição geográfica de espécies vegetais, baseados em dados abióticos, para as regiões de estudo. A eficácia do modelo em predizer a ocorrência de espécies do cerrado é maior se forem utilizados apenas pontos de amostragem com fisionomias de cerrado, excluindo-se áreas de transição. Para minimizar problemas decorrentes da falta de convergência do algoritmo utilizado GARP ("Genetic Algorithm for Rule Set Production"), foram gerados 100 modelos para cada espécie modelada. O uso de modelagem pode auxiliar no entendimento dos padrões de distribuição de um bioma ou ecossistema em uma análise regional.

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A gramínea africana Melinis minutiflora P. Beauv. é alvo de preocupação no Brasil, pois vem substituindo espécies de gramíneas nativas do cerrado até em áreas protegidas. Neste estudo comparou-se o acúmulo de biomassa aérea e a concentração de nutrientes em M. minutiflora e gramíneas nativas para testar a hipótese de que esta espécie tem a capacidade de acumular uma maior biomassa com menores concentrações de nutrientes. O estudo foi realizado no Parque Nacional de Brasília. Quatro diferentes locais onde ocorria invasão por M. minutiflora foram escolhidos para o estudo e, em cada local, foram demarcadas duas parcelas de 20 m x 20 m, uma com apenas M. minutiflora e outra com apenas gramíneas nativas. Quatro amostras de biomassa aérea foram coletadas de cada parcela a cada três meses durante um ano, utilizando quadrados de 25 cm x 25 cm. Foram determinadas concentrações de nutrientes na biomassa viva e morta. A biomassa aérea viva foi maior em M. minutiflora no período de seca durante a floração de M. minutiflora, e no início da estação chuvosa do que nas gramíneas nativas. Não houve diferenças significativas entre M. minutiflora e gramíneas nativas na disponibilidade de nutrientes no solo ou na concentração de nutrientes na biomassa viva. No caso da biomassa morta, apenas o nitrogênio apresentou menores concentrações em M. minutiflora em relação às gramíneas nativas.

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Estrutura populacional de Xylopia aromatica (Lam.) Mart. e de Roupala montana Aubl. em fragmentos de cerrado no Estado de São Paulo). Para entender como a estrutura populacional de espécies diferentes varia entre fragmentos e dentro de um mesmo fragmento, estudamos as distribuições de tamanho e de estádios ontogenéticos de duas espécies comuns de cerrado, em quatro fragmentos de cerrado com diferentes fisionomias e em três locais dentro de um mesmo fragmento com fisionomias semelhantes, no Município de Itirapina (22°15' S, 47°48' W), estado de São Paulo, SE Brasil. Medimos a altura e o diâmetro basal do caule (DAS) de todos os indivíduos com DAS > 3 cm nas seis amostras de 200 parcelas contíguas de 5 x 5 m. Indivíduos com DAS < 3 cm foram amostrados em sub-parcelas de 1 m² em um dos vértices da parcela. Xylopia aromatica apresentou maiores proporções de estádios ontogenéticos iniciais em fisionomias mais abertas, enquanto Roupala montana apresentou maior proporção de estádios iniciais e maior razão jovens:adultos em fisionomias mais densas. Diferenças na estrutura ontogenética foram maiores entre amostras dentro do mesmo fragmento que entre fragmentos diferentes, ou seja, elas variaram em pequenas escalas espaciais. A heterogeneidade espacial das variáveis ambientais (diferenças na cobertura vegetal), as características reprodutivas das espécies (R. montana pode se reproduzir assexuadamente, enquanto X. aromatica se reproduz apenas por sementes) e os padrões fenológicos (anual em X. aromatica e supra-anual em R. montana) parecem ser as principais variáveis associadas à variação das estruturas ontogenéticas e podem atuar de forma diferente nas espécies em cada local. Assim, cada área de cerrado constitui um ambiente diferenciado que pode influenciar o sucesso de uma espécie.

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A biologia reprodutiva de Bauhinia curvula foi estudada em remanescente de cerrado em Mato Grosso do Sul. Bauhinia curvula é um subarbusto que floresce por seis a sete meses (junho a novembro/dezembro) e possui caule subterrâneo, espessado e gemífero, com função regenerativa. As flores são hermafroditas, zigomorfas, brancas, de antese noturna, exalam odor desagradável e duram 11 horas. O estigma é amplo e fica situado acima e/ou à frente das anteras que apresentam pólen com viabilidade de 98,5%. Néctar é produzido no interior do hipanto, com volume médio de 26 µL e concentração de solutos em torno de 15%. Embora flores de B. curvula apresentem diversas características associadas às síndromes de quiropterofilia e esfingofilia, o pequeno volume de néctar e a estreita entrada da câmara nectarífera parecem não estimular visitas de morcegos. Bauhinia curvula é auto-incompatível e depende de polinizadores, pois não frutificou após autopolinização espontânea. A população estudada apresentou eficácia reprodutiva reduzida (0,07), provavelmente devido à limitação de pólen. Agrius cingulatus (Sphingidae) foi o único visitante floral que apresentou comportamento de visita e comprimentos do corpo e da probóscide adequados para polinizar efetivamente as flores. Esse fato pode favorecer, a médio e longo prazo, a seleção de genótipos autogâmicos.