973 resultados para Pênis Anatomia - Teses
Resumo:
Neste trabalho tivemos como objetivo caracterizar a dieta, uso do habitat e padres comportamentais de Astyanax taeniatus da bacia do Rio Mato Grosso, que encontra-se na poro leste do Estado do Rio de Janeiro (22 52 S; 42 40 W e 22 53 S; 42 34 W). Para a anlise da dieta, os exemplares foram coletados bimestralmente entre maro de 2006 e janeiro de 2007 em trs localidades que diferiram pelas variveis fsicas. As observaes de uso dos recursos do habitat foram realizadas por observao subaqutica, na posio focal dos exemplares avistados, enquanto a quantificao da disponibilidade foi realizada em 50 quadrats de 20x20cm (400cm2) ao longo dos mesmos 50m onde foi realizada a observao sub-aqutica. A anlise do contedo estomacal de 651 exemplares foi realizada sob microscpio estereoscpico de acordo com mtodos qualitativos e quantitativos (Freqncia de Ocorrncia e Volumtrica). A participao relativa de cada item registrado nos estmagos em relao totalidade da dieta foi analisada atravs do ndice Alimentar (IAi). Para verificar possveis diferenas entre as propores dos itens de origem animal e vegetal, autctone e alctone, os valores proporcionais foram testados pelo 2 de contingncia. A partir dos dados de comprimento padro e comprimento do intestino, foi calculado o valor do quociente intestinal. Os itens de origem vegetal tiveram maior contribuio na dieta da espcie para as localidades com maior altitude, enquanto os itens animais tiveram maior contribuio na localidade baixa. A diferena na contribuio dos itens de origem autctone e alctone tambm foi significativa. Na dieta de jovens e adultos, houve diferena significativa na contribuio de itens de origem vegetal e animal somente na localidade mais alta, onde os adultos consumiram maior quantidade de matria vegetal. Os valores mdios de quociente intestinal em jovens e adultos foram significativamente diferentes nas localidades de maior altitude, com valores maiores para indivduos adultos. Observamos 52% dos indivduos em profundidades entre 30 e 45 cm, 72% em reas de rpido, 72% em velocidades entre 0 e 0,5km/h, 66% encontravam-se distantes da margem entre 40 e 120 cm, 37,6% em substrato do tipo areia e 34,4% em substrato do tipo pedra. De todos os padres comportamentais observados, aquele que mais se destacou foi o forrageamento, onde 70,91% dos indivduos estavam forrageando no meio da coluna dgua. Os resultados da dieta reforam a idia de as espcies de Astyanax tm hbito alimentar onvoro e oportunista, onde a espcie alimentou-se dos recursos disponveis no ambiente evidenciando sua alta plasticidade alimentar ao longo do riacho. Espcies do gnero Astyanax so consideradas generalistas em relao ao uso do habitat e altamente ativas, corroborando com os resultados do presente estudo.
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Esta pesquisa objetivou compreender como se do as prticas de cuidado dirigidas ao sujeito adoecido de cncer no cotidiano dos servios de sade. Para tanto, partimos do entendimento que o processo de adoecer traz repercusses nos modos de andar a vida dos sujeitos, especialmente no que diz respeito ao cncer, patologia que traz consigo metforas ligadas morte, sofrimento e dor. Ao dar incio busca pelos servios de sade, os sujeitos se deparam com uma srie de entraves que podem no proporcionar alvio, no suprindo as necessidades que essa nova condio impe. Encontramos, em muitos momentos, prticas que negam o carter subjetivo da experincia da doena, no valorizando a narrativa dos sujeitos. Como trajetria metodolgica, escolhemos desenvolver um estudo de natureza qualitativa, utilizando como instrumento privilegiado a entrevista semi aberta. Iniciamos as entrevistas com a consigna: conte como se deu o tratamento de sua doena desde a descoberta at o momento em que se encontra. Os dados coletados a partir do encontro com os sujeitos adoecidos foram complementados por informaes contidas nos pronturios mdicos, bem como por observaes obtidas no momento da interao. O local de realizao da pesquisa foi um hospital estadual de grande porte localizado na cidade de Fortaleza, estado do Cear. As entrevistas foram realizadas no servio de oncologia clnica do referido hospital. Ao todo foram entrevistados doze sujeitos que estavam em tratamento ambulatorial no servio. Dos doze sujeitos, cinco eram mulheres e sete eram homens. As idades variaram de 29 a 65 anos. A anlise dos dados se deu aps imerso no material emprico, posteriormente materializado nas transcries das entrevistas. Procuramos deixar que os sentidos aflorassem, confrontando com o material que j tnhamos disponvel, surgindo da as categorias empricas. Dividimos as categorias em duas dimenses, a do sujeito e a da rede de servios de sade. Ao final da anlise, constatamos alguns pontos que consideramos importantes no sentido de se tornarem dispositivos de mudana. Foi possvel confirmar que os sujeitos sabem de si, e realizam um processo de construo do sentido sobre sua doena e das prticas teraputicas. A doena produz mudanas no sujeito, e os fora a ressignificarem sua rotina e hbitos de vida. Foi possvel observar que o encontro com os servios de sade tem se dado de forma truncada. A luta pelo direito a sade rdua: pela demora na confirmao do diagnstico, pela demora em conseguir marcar exames e receber seus resultados, pela falta de especialistas que saibam o que esto fazendo. Os sujeitos tm descoberto a doena quando esta se encontra avanada. A importncia do dilogo, da escuta, da percepo do que o outro necessita importante, por isso, valorizar os relatos dos sujeitos adoecidos de cncer se faz urgente.
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A escassez de gua um dos maiores desafios do nosso sculo. Parece mentira, uma vez que do planeta so ocupados por gua. Essa abundncia aparente leva-nos a considerar a gua como um elemento barato, farto e inesgotvel. Contudo, desse total, 97,5% so de gua salgada, restando 2,5% de gua doce, dos quais 1,75% formam geleiras, sendo, portanto, inacessveis. E o pior: a explorao irracional da gua doce armazenada nos lenis subterrneos, rios e lagos est ameaando a magra fatia de 0,75% da gua que pode ser usada pelo homem. Se a escassez e a poluio j so problemas concretos em muitos pases, os quais j instituram um efetivo gerenciamento de seus recursos hdricos, no Brasil a preocupao de cientistas e ambientalistas nem sempre levada a srio. Afinal, temos mais de 12% da gua potvel do globo. No entanto, esta riqueza extremamente mal distribuda: cerca de 80% esto na regio amaznica; os 20% restantes distribuem-se desigualmente pelo pas, atendendo a 95% da populao. Cada vez que chove, milhes de litros de gua, que normalmente deveram se infiltrar no solo correm pelos telhados e pelo asfalto at acabar em um rio poludo, sem nenhuma possibilidade de uso. E essa gua pode e deve ser aproveitada, tanto para evitar enchentes quanto para economizar recursos hdricos e financeiros. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi o de estruturar um projeto de um sistema de coleta e aproveitamento da gua de chuva, para fins no potveis, para uma edificao a ser construda nas instalaes de uma indstria de reparo e construo naval. Para tanto, foi apresentada uma metodologia cuja tecnologia para captao e aproveitamento da gua de chuva baseou-se num levantamento bibliogrfico e foi validada atravs da aplicao em um estudo de caso. Espera-se que este trabalho seja o ponto de partida para muitos outros dentro da indstria, procurando incentivar o aproveitamento da gua de chuva para consumo no potvel e criando assim uma conscincia ecolgica em todos os nveis da empresa, contribuindo dessa forma para a sustentabilidade.
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Este estudo tem como objetivo identificar e discutir condies e riscos no trabalho dos Agentes Comunitrios de Sade que atuam em uma rea Programtica da cidade do Rio de Janeiro. O referencial terico foi o da sade do trabalhador, e as normativas relativas formao do ACS e de seu processo de profissionalizao. O estudo foi realizado em equipes que atuam em duas comunidades, por meio de um estudo de observao sistemtica, no-participante, utilizando um roteiro prvio com contedo de riscos ocupacionais. Os dados foram coletados a partir do acompanhamento de 23 ACS que realizaram 74 visitas domiciliares nos meses de maro a junho de 2008, e organizados sob a forma de um dirio de campo descritivo. A organizao e anlise basearam-se na abordagem qualitativa da anlise de contedo. Os resultados so apresentados e discutidos segundo a seguinte organizao: i) atividades realizadas pelos ACS; ii) comparao entre atividades prescritas e atividades reais e iii) principais riscos identificados e suas possveis repercusses na sade do ACS. Nas consideraes finais, so discutidas as implicaes para o SUS e para a enfermagem, que tem supervisionado os ACS, e a importncia de se aprofundar, por meio de estudos posteriores, as situaes e condies de trabalho desenvolvido na Ateno Bsica.
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O livro Contos de amor rasgados, de Marina Colasanti, foi publicado em 1986, dcada de consolidao das conquistas do movimento feminista (Pinto, 2003). O feminismo almejava uma mudana de mentalidade, mudana nas prticas sociais e nos discursos sobre a mulher (ibid.). Entretanto, a mulher nos contos representada de forma peculiar, frustrando as expectativas de uma imagem positiva esperada de uma literatura produzida por uma autora feminista. Este estudo prope a anlise dos contos de Marina Colasanti, destacando algumas questes acerca da representao dos atores sociais em textos-contos que pretendem veicular um discurso de liberao da mulher. Para tanto, dez contos representativos do todo foram selecionados para compor o corpus e utilizou-se o sistema sociossemntico para a representao dos atores sociais proposto por van Leeuwen (1997) e a Lingustica Sistmico Funcional de Halliday (2004) como ferramentas de anlise. Nosso enfoque o da Anlise Crtica do Discurso de Fairclough (1995), que tem dedicado seus estudos s mudanas sociais atravs dos discursos. Consideramos que o movimento feminista se inscreve em algumas mudanas. Nessa perspectiva, Bourdieu (2005) afirma que, apesar do movimento feminista, muito pouco mudou, prevalecendo, ainda, a dominao masculina e a violncia simblica. As categorias de van Leeuwen (op. cit.) da excluso e incluso dos atores sociais no discurso servem de instrumental para uma anlise mais detalhada das relaes homem-mulher, permitindo desvelar algumas questes feministas tematizadas nos contos, questes descritas por Pinto (op. cit.) e apontadas por Bourdieu (op. cit.). Os resultados da anlise dos contos demonstram que a mulher ora est totalmente excluda, ora representada como um pano de fundo (encobrimento), ora enfraquecida (apassivada) em favor de seu marido/amante. Assim, os conflitos gerados a partir das aes do homem sobre a mulher nos contos confirmam certas preocupaes do discurso feminista
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O estudo analisa os discursos de homens e da revista Mens Health acerca do corpo, sade e sexualidade. Para a construo dos discursos dos homens, realizamos entrevistas semi-estruturadas com 19 homens leitores e nove no leitores. E dois eventos de grupos focais que reuniram 11 homens no total. Foi entrevistado tambm o editor da revista. Os principais conceitos norteadores deste trabalho foram os de gnero, sexualidade, poder e masculinidades hegemnicas e subalternas. Evidenciou-se que a revista est fortemente atrelada sociedade de consumo ao estimular a insero dos homens em um mercado de produtos e servios at ento estranhos a esse gnero. E que suas concepes sobre sade esto relacionadas a de bem-estar e de individualizao que se articulam com os discursos hegemnicos que vm dando sentido s concepes de sade e doena atualmente. A publicao investe fortemente na ideia de um corpo musculoso que proporcionar ganhos sociais, sexuais e profissionais aos sujeitos, nem sempre atrelado s questes de sade. Ela ratifica a heterossexualidade do leitor projetado, expondo o corpo feminino e o sexo heterossexual e silenciando sobre outras formas de sexualidade. Por isso consideramos que a revista se vincula a uma concepo tradicional da masculinidade. Seus discursos, no entanto, no so monolticos ou isentos de contradio, e tambm manifestam nuances relativas a um modelo mais contemporneo de masculinidade, como quando apresenta a ideia de uma nova pedagogia da sexualidade e a valorizao dos cuidados estticos e de sade com o corpo, aspectos considerados pouco prximos da masculinidade tradicional. Com relao aos discursos dos homens, evidenciou-se que a classe social e a gerao so as variveis mais importantes nas suas concepes sobre corpo, sade e sexualidade masculina. Que, entre os no leitores, de modo geral, h evidncias mais fortes de flexibilizao com relao aos padres mais tradicionais entre os homens mais jovens e/ou de classes mais altas. Enquanto os homens com idade acima dos 30 anos e das classes populares esto mais atrelados s concepes tradicionais. Entre os leitores, observou-se uma grande reflexividade com relao aos discursos da revista demonstrando que eles vm se apropriando de forma importante dos discursos da revista e ressignificando suas concepes e prticas sobre os trs temas da pesquisa a partir desses discursos. E, assim como os discursos da revista, os discursos dos homens, leitores ou no, tambm apresentaram aspectos contraditrios, ora demonstrando mais afiliao a um novo modelo de masculinidade, ora ao modelo mais tradicional.
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O presente estudo trs informaes acerca da comunidade de anfbios anuros do folhio nas florestas que compem a regio da Serra das Torres, sul do Esprito Santo, sudeste do Brasil. Foram utilizados mtodos de parcelas 4 x 4 m para obter os primeiros dados de sazonalidade na composio, massa e densidade no estado do Esprito Santo. Amostragens de campo foram realizadas durante as estaes seca e de chuvas, no perodo de junho de 2009 a dezembro de 2010. Foram registrados 348 indivduos com mdia de 1,0 0,1 ind/parcela, em 14 espcies associadas ao folhio do cho da floresta. As curvas de rarefao e do coletor apresentaram assntotas tendendo a estabilizarem. A densidade de anuros na rea estudada foi de 6,59 ind/100 m e a biomassa total 413,9 g. Brachycephalus didactylus foi a espcie com maior densidade (3,8 ind/100 m) e a maior abundncia (100 indivduos ou 40,6% da comunidade geral), entretanto, apresentou biomassa relativamente baixa (16,8 g) quando comparada s demais espcies como Haddadus binotatus (239,6 g ou 57,2% da biomassa total da comunidade). No foi registrada nenhuma variao sazonal em relao densidade ou biomassa na comunidade. A umidade relativa do ar e a profundidade do folhio foram fatores ambientais significativos para a abundncia de indivduos, enquanto a temperatura e a presena de rochas ou rvores no interior das parcelas no foram importantes na estruturao da comunidade daquela rea. Este estudo aumenta a distribuio geogrfica de Brachycephalus didactylus, Zachaenus parvulus, Physalaemus crombiei, Ischnocnema cf. bolbodactyla, Ischnocnema gr. lactea e Leptodactylus cf. bokermanni.
Resumo:
A previdncia social brasileira, apesar de constituir um dos modelos mais antigos e tradicionais de proteo social da Amrica Latina, no muito distante dos modelos europeus quanto a sua gnese, passa por momentos difceis. Em um contexto de rpido envelhecimento populacional, acelerada reduo de natalidade e novas realidades de trabalho, nas quais a mo-de-obra assalariada perde seu espao, o modelo tradicional de cobertura, nos moldes bismarckianos, carece de reviso, de forma a no somente adequar-se s novas premissas demogrficas, mas permitir uma universalidade de cobertura efetiva. Para tanto, adota-se, como fundamento de um novo modelo, a justia social em trs dimenses necessidade, igualdade e mrito. A necessidade visa atender e assegurar a qualquer pessoa, dentro das necessidades sociais cobertas, um pagamento mnimo de forma a assegurar o mnimo existencial. A dimenso da igualdade, no vis material, visa preservar nvel de bem-estar compatvel, em alguma medida, com o usufrudo durante a vida ativa. J o mrito individual implica fornecer prestaes mais elevadas aos que, conscientemente, reduziram o consumo presente, preservando parte de suas receitas para o futuro. As duas primeiras dimenses so, na proposta apresentada, organizadas pelo Estado, em pilares compulsrios e financiados, preponderantemente, por repartio simples. O modelo de financiamento adotado, no longo prazo, tem se mostrado mais seguro e isonmico frente a modelos capitalizados. As variantes demogrficas podem ser adequadas mediante novos limites de idade para aposentadorias e, em especial, estmulo a natalidade, como novos servios da previdncia social, incluindo creches e pr-escolas. O terceiro pilar, fundado no mrito individual, a previdncia complementar, organizado de forma privada, autnoma e voluntria. Aqui, o financiamento sugerido a capitalizao, de forma a priorizar o rendimento e a eficincia, com as externalidades positivas para a economia e a sociedade, com risco assumido e aceitvel em razo do papel subsidirio deste pilar protetivo. Os pilares estatais, no modelo proposto, sero financiados, exclusivamente, por impostos, pondo-se fim s contribuies sociais, que perdem a importncia em um modelo universal de proteo. Troca-se a solidariedade do grupo pela solidariedade social e, como conseqncia, saem as contribuies e ingressam os impostos. Mesmo o segundo pilar, que visa prestaes correlacionadas com os rendimentos em atividade, ser financiado por adicional de imposto de renda. Sistema mais simples, eficaz, e com estmulo formalizao da receita por parte das pessoas. A gesto do modelo previdencirio, em todos os segmentos, contar com forte regulao estatal, mas com efetiva participao dos interessados, afastadas, dentro do possvel, as ingerncias polticas e formas de captura. A regulao previdenciria, desde adequadamente disciplinada e executada, permitir que os pilares propostos funcionem em harmonia.
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O dano e sua causa apresentam-se, em conjunto, como um dilema inerente a uma sociedade que incorporou o risco como produto do seu prprio desenvolvimento. Desde tempos imemoriais a solidariedade figura como instrumento imprescindvel composio das diferentes formas possveis para minimizar os efeitos negativos do implemento de um risco seja atravs da transferncia de suas consequncias econmicas para quem, por sua atividade o produziu ou, esteja melhor preparado para suport-lo. Entretanto, as formas privadas tradicionais, isoladamente mostram-se insuficientes para responder satisfatoriamente necessidade de reparao dos danos na atualidade. Isto porque, via de regra, os instrumentos para tal foram desenvolvidas em uma perspectiva individual, tendo como premissa a identificao da causa do dano e, a partir da, a possibilidade de imputao de responsabilidade. Contemporaneamente, contudo, os danos usualmente resultam de causas mltiplas e, mesmo quando decorrem de causa nica, essa pode estar relacionada a um conjunto de agentes, de forma a no ser possvel a individuao do ofensor. Neste contexto, torna-se imprescindvel a construo de uma noo jurdica de causalidade, apta a solucionar questes crticas, tais como a do dano causado por membro indeterminado de um grupo. Esta noo, por seu turno, requer uma base solidria mais aprofundada, de sorte a permitir a reparao do dano injusto sofrido pela vtima, sem arruinar o ofensor. Afirma-se, ento, que a reparao integral dos danos em uma sociedade de risco depende de uma nova concepo acerca da solidariedade: a solidariedade global. E, indo alm, a fase atual impe a necessidade de se repensar a prpria base do sistema de responsabilidade civil, como decorrncia necessria de uma nova orientao jus-filosfica, inspirada por valores personalistas e solidaristas e tambm em razo da prpria evoluo social que potencializou os problemas que gravitam em torno da solidariedade e do risco, notadamente em razo da coletivizao das causas dos danos. Assim, se h cada vez mais solidariedade nas causas e nos danos, deve haver tambm solidariedade na reparao. Nessa perspectiva, a presente dissertao tratar da coletivizao da responsabilidade civil em relao causa dos danos, na hiptese de responsabilidade grupal, e em referncia reparao dos danos em uma perspectiva convergente dos institutos do seguro e da responsabilidade civil.
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O trabalho discute, com base em dados primrios obtidos por meio de entrevistas semi-estruturadas aplicadas a empresas de portes e setores distintos, o impacto da implementao de sistemas integrados de gesto (ERP) sobre o ambiente organizacional. O estudo ressalta complexidade decorrente dos projetos a que se submeteram essas empresas, bem como consequncias da implementao desses sistemas sobre a forma de operar das organizaes. O estudo teve por objetivo aprofundar o entendimento dos processos de seleo, implementao e utilizao de sistemas ERP, bem como o impacto destes sistemas sobre o controle gerencial. Para isso, foram estudados casos em quatro empresas com diferentes estgios de implementao de sistemas ERP, abordando-se o problema por meio de um enfoque bibliogrfico, exploratrio e descritivo a fim de identificar e analisar os aspectos mais relevantes envolvidos. O trabalho fundamenta-se na interao entre vetores de performance que tem obrigado as empresas a integrar estratgia, controle da gesto, processos empresarias com base em cenrios que decorrem de uma economia mais conectada, gil e intangvel. Com a evoluo econmica e social as empresas fazem uso de novas estruturas e tecnologias para reduzir seus custos de transao e concentrar-se nas funes essenciais do negcio e, neste intuito, fazem uso dentre outras coisas, dos sistemas ERP nesta busca pela eficincia operacional. Os sistemas ERP nutrem as empresas com informaes teis e confiveis capazes de exercer uma fora indutora tomada de deciso consistente com a misso e os objetivos da empresa. Diversos autores, ao longo desta dcada, vm ressaltando a importncia de se avaliar o impacto dos sistemas ERP sobre a efetividade organizacional e seus controles. Neste trabalho argumenta-se que a avaliao dos sistemas integrados de gesto deve estender seu escopo para alm das melhorias operacionais decorrentes do software ERP em si, para o impacto estratgico do ERP sobre a posio competitiva da organizao. Os achados da aplicao do roteiro de entrevista semi-estruturado e das observaes de campo apontam para: (I) percepo positiva quanto s melhorias nos controles, ou por meio da sua instalao ou por meio da melhoria dos sistemas de controle pr-existentes; (II) entendimento de que os projetos de busca e implementao de um sistema ERP aos quais as organizaes se submetem, no so fruto de uma boa fundamentao a priori e (III) convergncia de entendimento de que necessrio um tempo de maturao a partir da entrada em produo do sistema ERP, pois o contato efetivo dos usurios com o sistema determinante para ajustes que realimentam a implementao com novas necessidades e em decorrncia disto novas parametrizaes e customizaes continuaram sendo percebidas em todas as empresas da amostra, e neste ponto (IV) aderncia literatura, que enfatiza como um dos pontos negativos da implantao, a enorme dependncia criada em relao ao sistema e a empresa fornecedora. De um modo geral as empresas buscam um sistema ERP com o intuito, e a promessa, de reduo dos custos e a possibilidade de utilizao das informaes dentro de um sistema nico, e (V) aps a implantao percebem que um dos maiores ganhos est no aumento de escopo, de escala e de entendimento de seu sistema de controle.
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Estudo de natureza qualitativa, descritiva e exploratria, que teve como objeto o raciocnio clnico elaborado pelos enfermeiros ao cuidarem de feridas em clientes com afeces oncolgicas. Os objetivos traados para o estudo foram: identificar as estratgias cognitivas que os enfermeiros com especializao em rea oncolgica consideram adotar para o estabelecimento de um julgamento clnico na avaliao de feridas em clientes com afeces oncolgicas e caracterizar as etapas de elaborao mental para construo do raciocnio clnico que os enfermeiros consideram percorrer quando da avaliao de feridas em cliente acometido por afeces oncolgicas. O campo de pesquisa foi o Instituto Nacional do Cncer, no qual os cenrios de coleta foi a unidade HC-I nas Sees de Oncologia Clnica, Neurocirurgia, Abdominoplvica, Centro de Tratamento Intensivo e Cirurgia de Cabea e Pescoo. Os sujeitos do estudo foram treze enfermeiros com especializao em oncologia, que assistiam clientes com afeces oncolgicas, h pelo menos cinco anos. A coleta dos dados aconteceu nos meses de junho e julho de 2009, sendo utilizado um roteiro de entrevista semi-estruturada para captar as informaes. A anlise dos dados foi realizada com base no mtodo de anlise de contedo, que ao ser aplicado possibilitou a apreenso de quatro categorias: (1) a afeco oncolgica como fator expressivo na elaborao mental diagnstica do enfermeiro; (2) a relevncia do conhecimento terico-prtico avanado para a elaborao mental avaliativa do enfermeiro; (3) a construo da elaborao mental para o raciocnio clnico diagnstico do enfermeiro; (4) a importncia da interao humana no contexto avaliativo. Concluiu-se que, este estudo identificou, na discusso das categorias, as quatro principais estratgias cognitivas que os enfermeiros com especializao em rea oncolgica consideram adotar para o estabelecimento de um julgamento clnico na avaliao de feridas em clientes com afeces oncolgicas e caracterizou as etapas de elaborao mental para construo do raciocnio clnico diagnstico do tipo hipottico-dedutivo e intuitivo. Compreendeu-se que os sujeitos da pesquisa detm qualidades intelectuais especficas e avanadas, quando elaboram diagnsticos e intervenes baseadas nas respostas humanas em situao de avaliao de feridas nos clientes com doena oncolgica, e foi considerado que o ensino pode impulsionar o desenvolvimento das competncias cognitivas no sentido de formar profissionais capazes de avaliar o prprio conhecimento, bem como a fomentao de novas pesquisas relativas a essa temtica imprescindvel para uma assistncia de enfermagem qualificada.
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A depresso ps-parto (DPP) uma condio prevalente que afeta globalmente as mulheres purperas. Uma hiptese evolutiva aborda a depresso, e consequentemente a DPP, como uma resposta proveniente da evoluo do comportamento humano ao longo da Histria, atravs da seleo natural. A teoria do investimento parental sugere que os pais no investem automaticamente em toda prole; o investimento direcionado para que o sucesso reprodutivo seja mximo. No caso de os riscos superarem os benefcios reprodutivos, sintomas de depresso se desenvolvem como sinal de alerta. O objetivo do estudo foi identificar fatores associados DPP que fossem compatveis com a teoria do investimento parental. Estudo transversal realizado com 811 mes de lactentes at cinco meses de idade, no municpio do Rio de Janeiro. A presena de DPP foi definida com base no escore da Escala de Edinburgh (EPDS). Fatores potencialmente associados DPP foram analisados atravs de regresso logstica com ajuste para fatores de confundimento. Os fatores significativamente associados DPP foram: apoio social inadequado (OR 3,38; IC 95% 2,32-4,94), baixa escolaridade (OR 2,82; IC 95% 1,69-4,70), violncia fsica entre parceiros ntimos na gestao (OR 2,33; IC 95% 1,56-3,47), idade materna inferior a 35 anos (OR 2,20; IC 95% 1,05-4,64), falta de companheiro (OR 1,90; IC 95% 1,16-3,12), internaes durante a gestao (OR 1,87; IC 95% 1,12-3,14) e prematuridade do recm-nascido (OR 1,87; IC 95% 1,02-3,42). Em suma, identificamos alguns fatores associados DPP que podem ser teis no rastreamento e acompanhamento de mulheres de risco. Alguns dos fatores associados DPP podem ser explicados atravs das hipotses evolutivas contempladas neste estudo. Entretanto, os achados encontrados no so suficientes para esgotar o conhecimento referente a esta questo. Futuras pesquisas devem focar em diferentes abordagens desta condio e acompanhamento das consequncias para as mulheres e suas famlias.
Resumo:
O cenrio atual das instituies pblicas de sade caracteriza-se pelas peculiaridades do modelo de reestruturao produtiva, em que o enxugamento da mquina pblica traduz-se num contexto de precarizao das condies de trabalho. Em meio escassez e inadequao dos recursos materiais e ao dficit de recursos humanos, os trabalhadores de enfermagem vem-se diante da necessidade de elaborarem adaptaes e improvisaes de materiais, equipamentos e, at mesmo, de pessoal. Diante desta problemtica, selecionou-se como objeto de estudo: a percepo do trabalhador de enfermagem sobre as adaptaes e improvisaes no trabalho hospitalar e suas implicaes na sade do trabalhador. Apresenta como objetivos: identificar a percepo dos trabalhadores de enfermagem sobre as adaptaes e improvisaes; descrever as situaes que conduzem os trabalhadores de enfermagem realizao desta prtica e analisar as implicaes das adaptaes e improvisaes na sade dos trabalhadores de enfermagem. Pesquisa qualitativa e descritiva, cujo cenrio foi um hospital pblico universitrio, localizado na cidade do Rio de Janeiro. Os sujeitos foram vinte trabalhadores das equipes de enfermagem, atuantes nos setores de terapia intensiva e enfermarias cirrgicas. Os dados foram coletados por meio de entrevista semi-estruturada, no ms de julho do ano de 2009. Procedeu-se anlise temtica de contedo, a qual propiciou a criao de quatro categorias empricas: categoria 1: contextos e determinantes das adaptaes/improvisaes; categoria 2: pr-requisitos para a realizao das adaptaes/improvisaes; categoria 3: aspectos subjetivos vinculados prtica do adaptar/improvisar e categoria 4: a face positiva e a face negativa do adaptar/improvisar as repercusses na sade do trabalhador. Concluiu-se que as percepes dos trabalhadores de enfermagem sobre a prtica do adaptar/improvisar caracteriza-se contraditria ou dialtica, com respostas que envolvem o sofrimento e o prazer; a satisfao e a insatisfao; a motivao e a desmotivao, entre outras contradies. Constatou-se que as adaptaes e improvisaes so elaboradas, predominantemente, para garantir que o cuidado seja prestado, pois diante de um contexto de precarizao, a falta de recursos quase que inviabiliza a prestao do cuidado, e esta prtica caracteriza-se como uma artimanha ou um ajuste no processo de trabalho o qual assegura que a tarefa seja cumprida. Verificou-se que esta prtica tem impactos negativos na sade, espoliando fsica e psiquicamente os trabalhadores de enfermagem.
Resumo:
O tema desta pesquisa abrange a penetrao e a represso inquisitorial portuguesa chamada heresia luterana. Antes de qualquer comentrio, necessrio dizer que o termo luterano, na poca Moderna, era utilizado pelos inquisidores como termo genrico para identificar os estrangeiros protestantes. um tema indito e original, no mbito das pesquisas histricas especializadas em Inquisio, com o foco direcionado para os processos inquisitoriais do Santo Ofcio Lisboeta contra rus em terra braslica. Trata-se de uma investigao a respeito da introduo e da difuso do luteranismo no Brasil colonial entre os sculos XVI e XVII. Processos da Inquisio portuguesa so as fontes primrias de maior relevncia nesta tese. Alm de que, h documentos administrativos e jurdicos que aprimoram a explorao da temtica. O luteranismo no Brasil Colonial apresentou vrias facetas: desde um luteranismo das naus, quando os portugueses expandiam-se para o alm-mar e eram tomados por luteranos ingleses e franceses ao luteranismo da terra firme com seus conflitos e guerras coloniais, contando, tambm, com aquele tipo de luteranismo por adeso voluntria. O crime perseguido e processado pelo Tribunal da Inquisio Portuguesa no Brasil foi um luteranismo articulado com as profundas mudanas sociais, polticas e culturais da Europa Moderna e com as singularidades da sociedade colonial.
Resumo:
Este trabalho tem como desafio falar da Literatura como experimentao de vida, sob a tica filosofia. A prtica de uma abordagem filosfica tendo como horizonte o universo da escrita tende a enriquecer as duas prticas. E sobretudo, a vida, quando no separada do pensamento. O desafio mostrar que a vida est presente em todas as manifestaes do que vivo. Sem distino quanto a sujeito, objeto ou representao. Experimentar dar as mos a vida e seus infinitos modos de ser. No obstante, o trabalho busca mostrar que a arte essencialmente experimentalista. E que mltiplos caminhos podem levar a ela. Para a enorme tafera temos a companhia de Gilles Deleuze, grande filsofo francs, e seu, no menos importante parceiro, Flix Guattari. Em especfico, trata-se de um trabalho que investiga os trajetos da Linguagem como instrumento de expresso em todos os caminhos e conexes possveis. Deleuze encontrou na Literatura um destino para a criao, uma inspirao para a vida. Ele vislumbrou o escrever como experincia de Devir, como prtica essencial, abertura da estrada para o desejo e para a fala coletiva. Para Deleuze, a linguagem algo vivo, que sofre desvios, que enriquece na medida que se conecta com o seu fora. A linguagem algo que cresce e se retrai de acordo com os agenciamentos que a envolvem. Falaremos do sopro que emerge das as entrelinhas do texto, o ilimitado da rachadura, a fora dos signos. Em suma, falemos da fora da escrita e da escritura de novos destinos.