1000 resultados para Literatura - Ficção brasileira - História e crítica - Séc. XIX XX
Resumo:
Nesta obra, o autor obidense, Herculano Marcos Inglês de Sousa, valoriza a mitologia amazônica ao destacar as lendas da cobra- grande, do pássaro acauã, do tajá, do boto e o temor presente no imaginário das pessoas que habitam regiões fronteiras à floresta amazônica, cenário de ocorrências fantásticas. A dissertação visa uma análise mais detalhada da narrativa “Acauã”, por ser aquela que reúne um número significativo de características fantásticas. Para desenvolver este trabalho, utilizou-se, como suporte teórico, principalmente, o búlgaro Tzvetan Todorov, que compreende o fantástico como um gênero proveniente de fatores que contrariam os fenômenos regidos por leis naturais, o que propicia dúvidas acerca desses fatores. Em decorrência disso, busca-se a compreensão em gêneros vizinhos, quais sejam: o estranho e / ou maravilhoso. Será ainda utilizado o estudo proposto pela francesa Irène Bessière, que entende o relato fantástico amparado em padrões socioculturais para fomentar o entendimento da imbricação dos dois campos: o natural e o sobrenatural. O trabalho está dividido em quatro capítulos: o primeiro traz algumas informações sobre a vida de Inglês de Sousa, um curto panorama do Realismo/Naturalismo e a estruturação do cânone; o segundo é constituído de uma visão conceitual tanto do fantástico quanto dos índices de estranhamento insertos no texto literário; o terceiro põe em evidência as obras de Sousa, como exemplo de literatura marcada pelo fantástico e pelo imaginário, e uma teia narrativa, cujo centro é o conto “Acauã”, além de uma comparação entre a narrativa “Acauã” de Sousa e a de Nery; e o quarto capítulo consiste em uma proposta de análise do conto fantástico “Acauã” sob a reflexão de Felipe Furtado.
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Por muito tempo, duvidou–se da possibilidade de se penetrar na história íntima dos brasileiros de séculos passados através da leitura de seus diários, tidos como inexistentes. Entretanto, pesquisas mais recentes têm demonstrado que essa vontade de se revelar aos outros através da escrita de diários e de outros registros íntimos também existiu no Brasil do século XIX. Neste artigo, consideramos que a insuficiência ou a falta de visibilidade dos diários íntimos no Brasil é, em grande parte, resultado de escolhas efetuadas por nossos antepassados, que muitas vezes optaram por destruir seus registros íntimos para não correrem o risco de ter sua vida devassada pela curiosidade alheia. Ou ainda escolhas de arquivistas e pesquisadores, que por muito tempo se recusaram a conferir a esse tipo de documentação o status de fonte histórica. Mais especificamente, analisamos o diário de José Vieira Couto de Magalhães (1837–1898), importante político e intelectual do Brasil do século XIX, procurando perceber até que ponto, ao comunicar–se para si mesmo, o autor também comunica um pouco do mundo em que vivia ou como se relacionava com esse mundo. Referente ao período de permanência do autor em Londres (1880–1887), o diário registra seu menoscabo pelas mulheres, seus sonhos eróticos homossexuais, seus cuidados com o corpo, seu pavor diante da possibilidade de adoecer, entre outros temas, o que constitui excelente oportunidade para evidenciarmos a legitimidade da sexualidade enquanto objeto de pesquisa e reflexão das ciências sociais.
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Por meio da história de vida de duas professoras ribeirinhas, reflete-se sobre a docência que acontece no contexto do arquipélago de Guajará, em Belém do Pará, Brasil. Traços comuns entre as histórias, como violência sexual na infância, pobreza e escolarização são destacados para demonstrar que a docência não pode ser pensada fora do contexto mais amplo de constituição da mulher. Argumenta-se que a condição da mulher na região historicamente conformou possibilidades singulares que explicam como e porque meninas que foram por muito tempo alijadas do mundo da escola se transformam em professoras. Demonstra-se como ser professora se articula aos processos societais do espaço ribeirinho, assegurando todo um processo de inter-relação.
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Este artigo vincula-se aos estudos sobre o pensamento educacional no Brasil. Abordamos as interpretações de José Veríssimo sobre os problemas nacionais da educação brasileira no final do século XIX e início do século XX. Nossa intenção é apresentar e analisar estas interpretações, realizadas na Primeira República. José Veríssimo nasceu em Óbidos, no Pará, em 1857, e faleceu no Rio de Janeiro, em 1916, passando parte de sua vida intelectual no Pará e parte na capital da República, onde fundou e participou ativamente da Academia Brasileira de Letras (ABL) e da Revista Brasileira. O autor foi estudioso importante nas discussões sobre as consequências do colonialismo português e as tentativas frustradas de uma política republicana de educação no Brasil. Para José Veríssimo, a educação pública deveria estrategicamente superar as degenerescências raciais, especialmente localizadas nos sertões do Brasil, promovidas pela colonização. Os "Brasis" que sociologicamente constituíam o território nacional àquela época são pensados por Veríssimo como um entrave a ser superado pela República para a inserção do País na ordem moderna que, para ele, significava civilização. Mas esta civilização almejada se efetivaria, na sua perspectiva, na medida em que todos os brasileiros fossem incluídos em um projeto de unidade nacional.
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A presente dissertação constitui uma interpretação do corpo e de suas inter-relações com o erotismo e com o amor, a partir de um diálogo com a obra Linha-d’Água (1987), de Olga Savary (1933). A hipótese de pesquisa, aqui articulada, compreende a transfiguração poética do corpo sob o elemento simbólico da água como a encenação poético-ontológica do princípio da unidade entre o ser humano e a natureza. Por meio de uma abordagem hermenêutica (RICOEUR, 1990), vislumbra-se nos poemas a abertura para a articulação textual de um ser-no-mundo, que diz respeito a uma nova experiência do homem com a existência. A obra opera a recriação poética dos corpos na manifestação das águas, de modo que a comunhão amorosa instaura uma aproximação do ser humano com a sua origem, como uma possibilidade de reconciliação com a natureza (PAZ, 1994). Para compor este diálogo, contrapõe-se à leitura que, à luz do ecofeminismo, compreende esta operação poética como a expressão de subjetividades relacionada a questões de gênero ou de papéis sociais (SOARES, 1999). Sob a vigência do erotismo, os corpos humanos desnudados são assimilados a uma doação da natureza, entendida como o desvelamento da phýsis grega (HEIDEGGER, 1999). Os versos de Linha-d’Água articulam um movimento de ruptura com o legado conceitual da metafísica platônica, que estabeleceu uma cisão entre o homem e a sua condição carnal, o homem e o real, aprofundada durante a modernidade. Em meio à dinâmica cíclica e incessante da phýsis, o ser humano reconhece na própria liquidez do seu corpo o retorno ao fundamento primordial; por outro, assume a sua condição de estar lançado no fluir temporal incessante. Na obra da escritora paraense, recoloca-se o horizonte humano, por via da poética corporal, em reconciliação com o élan originário da natureza e, ao mesmo tempo, com a própria natureza viva dos amantes.
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A segunda metade do século XIX no Brasil foi marcada por reflexões e debates sobre o processo de encaminhamento da emancipação que, para a sociedade como um todo, transformou-se em um verdadeiro dilema a ser resolvido: o problema do elemento servil. Esses debates eram sustentados pelos diferentes setores sociais que encaminhariam um processo de libertação de forma controlada e dirigida por meio do controle do Estado e sobre determinados escravos. O projeto vencedor desse debate foi a Lei do Ventre Livre de 1871 que permitiu uma emancipação indenizatória e de controle sobre a população de libertos por meio do Fundo de Emancipação. Nesse sentido, o projeto expressava a necessidade de se manter as relações sociais da escravidão, cujo principal tema em jogo era a perda do controle sobre a “propriedade escrava”. Esse controle sobre a propriedade, no entanto, não significou que os sujeitos sociais diretamente atingidos pela política de emancipação do Estado não construíssem suas respostas para enfrentar os desafios na busca de suas liberdades. As ações diante à justiça, aos relacionamentos cotidianos costurados, às ações junto à produção das matrículas ou das listas de classificação de escravos que seriam libertos pelo Fundo de Emancipação se constituíram, entre outras formas de intervenção escrava pautadas na própria legislação emancipacionista que garantiria ao escravo o caminho da liberdade.
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Pós-graduação em Letras - IBILCE
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Parte significativa da novelística hispano-americana é indagação estética sobre a história que, a partir de Colombo, começou a ser escrita no novo continente. Como se sabe, essa história apresenta contornos singulares na medida em que foi impulsionada, dentre outros fatores, tanto pela imaginação reinante na mentalidade européia da época quanto pelas fontes mitológicas que organizavam o saber indígena. Como conseqüência, na América Espanhola imaginação, história e narração constituem extratos culturais solidários, em permanente relação. É intuito deste trabalho abordar aspectos da história cultural hispano-americana em função dos tópicos narração e imaginação, considerados preponderantes na constituição do processo formador das identidades americanas. Palavras-chave: Ficção e História; mito e imaginação; narrativa hispano-americana; conquista da América; Carlos Fuentes.
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Este estudo procura destacar a importância da participação de Vinícius de Moraes na crítica cinematográfica do início dos anos 40 (1941-42), exercida no jornal carioca A Manhã. Foi nessa coluna que Vinícius manteve aceso, de maio a julho de 1942, um debate que mobilizou todo o Brasil e, em especial, o Rio de Janeiro: a polêmica cinema mudo X cinema falado. Participam da polêmica, entre outros, Otávio de Faria, Manuel Bandeira, Afonso Arinos de Mello Franco, Humberto Mauro, Aníbal Machado. Nessa ocasião, ainda que timidamente, o cinema brasileiro começou a ser discutido, embora ainda não lhe fosse atribuída grande importância.
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É a partir de uma perspectiva de dupla revisão que Vozes femininas da poesia latino-americana: Cecília e as poetisas uruguaias ressalta um outro perfil da escritora brasileira Cecília Meireles: a de grande estudiosa e conhecedora da produção de autoria feminina latino-americana. O livro tem como ponto de partida o ensaio ceciliano intitulado Expressão feminina da poesia na América, que corresponde a uma conferência proferida no ano de 1956, na Universidade do Brasil, e que apresenta um panorama da expressão lírica feminina na América hispânica. As poetisas mencionadas por Cecília Meireles em seu texto, embora desempenhem um importante papel no cenário da produção poética de seus respectivos países, nem sempre integram a historiografia tradicional canônica; injustiça que o ensaio ceciliano corrige. Para mostrar a importância desse texto ceciliano em relação aos estudos feministas na América Latina são realizados alguns comentários sobre a crítica literária feminista, bem como acerca da vasta produção da autora de Romanceiro da Inconfidência. Além disso, estabelece-se um diálogo entre a escritora brasileira e as poetisas hispano-americanas. O livro demonstra o comprometimento de Cecília Meireles com a escrita feminina no contexto sóciocultural latino-americano
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Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)
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A difícil relação de Dom Pedro I com o Legislativo durante o seu reinado (1822 - 1831) é explicada frequentemente pelos historiadores como consequência do absolutismo do imperador e de seu desprezo a conceitos da então nascente ideologia liberal, como Constituição e divisão de poderes. No entanto, um fato político pouco destacado em estudos recentes sobre o período coloca essa imagem em cheque - a reforma ministerial de 1827, realizada pelo imperador, que resultou na nomeação de três integrantes da Câmara dos Deputados para postos-chave do poder Executivo. O fato foi visto como referência às políticas creditadas ao modelo em voga na Inglaterra, nação que para muitos havia alcançado um relacionamento harmonioso entre Executivo e Legislativo, por conta da alocação de deputados nas cadeiras dos ministérios. Com as nomeações, Dom Pedro I objetivava diminuir os conflitos políticos com a Câmara. Ao mesmo tempo, procurava fazer frente a deputados da oposição que atacavam as políticas de governo no Parlamento, o que sustenta a hipótese de que a habilidade retórica dos deputados nomeados teria sido uma causa importante para sua integração ao Executivo. Esta tese, defendida pelos primeiros historiadores, é retomada aqui, por meio da análise de dois conceitos - king-in-parliament e retórica -, desenvolvidos pelo político franco-suíço Benjamim Constant. O autor demonstra como foi criada a fórmula king-in-parliament na Inglaterra do século 18 e de que maneira a perceberam os políticos brasileiros durante o Primeiro Reinado. Por meio de fontes primárias, ele levanta os temas que fomentavam os debates na Câmara dos Deputados e mostra como se deu a participação dos parlamentares nomeados ao Ministério em defesa do governo imperial naquelas discussões. Para o autor, o estudo sobre o Gabinete de 20 de novembro de 1827 permite refutar a caracterização 'absolutista' que, em vários momentos, é impingida ao ..
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Esta revisão crítica apresenta uma análise do conjunto de canções de Heitor Villa-Lobos (1887-1959), publicado pela editora Max Eschig de Paris. As trinta canções publicadas formam um painel importante do estilo vocal e pianístico do compositor, pontuando praticamente toda sua vida criativa. O trabalho respeitou a ordem cronológica da criação das coleções de canções: de 1919 e 1946. Além das trinta canções publicadas, incluiu-se no trabalho as três canções não publicadas que fazem parte da série Canções Típicas Brasileiras. Tais obras estão depositadas nos arquivos do Museu Villa-Lobos no Rio de Janeiro, Brasil.
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Esequiel Gomes da Silva reúne neste livro vários textos jornalísticos do maranhense Artur Azevedo, considerado o primeiro grande dramaturgo brasileiro. O período focado por Silva foi um dos mais fecundos na carreira jornalística do escritor, que através de suas crônicas traçou, com verve e simpático distanciamento, um amplo painel da sociedade e da vida política e cultural do Rio de Janeiro, a efervescente capital imperial. O livro traz, além das crônicas publicadas nesse período - transcritas integralmente, com ortografia atualizada - uma percuciente análise sobre a produção intelectual de Artur Azevedo, enfatizando, porém, sua atuação enquanto crítico de jornais. A obra ainda oferece uma caracterização geral das crônicas e se debruça sobre o processo de elaboração formal e sobre os recursos de comicidade utilizados pelo escritor. O trabalho também possibilita compreender como essas crônicas serviram de ferramenta de intervenção artística, cultural, política e social, terminando por mostrar um Artur Azevedo surpreendentemente engajado nos assuntos do país e empenhado no fortalecimento da cultura brasileira
Resumo:
Pós-graduação em Linguística e Língua Portuguesa - FCLAR