1000 resultados para Ficção da voz feminina
Resumo:
No presente trabalho interpreta-se a poesia de Max Martins, focando, principalmente, a abertura que ela oferece para o acontecer do silêncio da linguagem. Pensa-se, aqui, no silêncio como uma questão que fala e se confunde com a questão da essência da linguagem e, por conseguinte, também com a da essência do poético. Sendo assim, a dissertação desdobra-se em discussões poético-filosóficas, articulando essas duas esferas criativas nas várias dimensões em que a obra martiniana manifesta o silêncio: na linguagem, no diálogo com o pensamento e a poesia orientais, no erotismo e na verbivocovisualidade. Busca-se a escuta da “voz do silêncio”, como aparece no título do trabalho. Nessa travessia, importante dizer, as reflexões implementadas pelo filósofo alemão Martin Heidegger acerca da linguagem, assim como suas ideias sobre hermenêutica poética, são de grande valia. Certamente, além de Heidegger, há outros pensadores cujos nomes ecoam pelo trabalho, mas o do alemão merece destaque, pois a compreensão da essência da linguagem como fala silenciosa encontra abrigo tanto em sua filosofia como na obra poética de Max Martins. Realizando um diálogo entre poesia e filosofia no que elas têm em comum — o pensamento de questões —, aqui não se aplicou uma teoria prévia ao acontecer da arte. Procurou-se, ao contrário, empreender ao longo desta jornada interpretativa a escuta da poética que os próprios textos martinianos põe em obra.
Resumo:
Homens e caranguejos (1967), única narrativa ficcional de Josué Apolônio de Castro (1908-1973), a priori publicada em francês (1966), durante o forçoso exílio do autor em Paris, é sumariamente expressiva desde o prólogo que antecede a trama. Nomeando as páginas introdutórias deste romance como Prefácio um tanto gordo para um romance um tanto magro, Josué de Castro distende, ao retomar num tempo que já considerava anacrônico, o hábito pela escrita prefacial, a concepção de paratexto ampliada por Gerard Genette (1930), em Palimpsestes (1982). Apresentando a fome pelas recordações infantis que dela possui, o autor aguça no público-leitor a vontade de tatear, rente a seu olhar aparentemente ingênuo de criança e, de ficcionista de “primeira viagem”, o macrocosmo de memórias da fome que lhe serve como porto de partida para a criação de um microcosmo lúdico e faminto, pelo qual a imaginação e impossibilidade de re-apresentação total do vivido na linguagem, rearranjam a realidade da condição humana, reinventando-a pela articulação dramática dos elementos formais, sobretudo, tempo-espaço, narrador e personagem. A ficção se põe no ritmo fragmentado de aventuras e desventuras assumidas a partir dos intervalos da memória. Serão sumários nos estudos mnemônicos, as apreciações de Henri Bergson em Matéria e memória (1896), Jacques Le Goff em História e memória (1924) e Maurice Halbwachs, na publicação póstuma de A memória coletiva (1950), em face de serem fontes subsidiárias da aproximação entre os estudos da memória e a literatura. Lança-se mão da lembrança a fim de legendar os diálogos futuros entre o protagonista infantil, João Paulo, ávido pela liberdade sonhadora própria da criança, e as memórias de outros experientes personagens, nem tão esperançosos assim. Dá-se na narrativa o tom que oscila entre a transformação e a acomodação do eu e do outro, de espaços simbioticamente incertos e unidos por suas fomes. Fome que é, desde então, a personagem modeladora, que provoca o diálogo da presente pesquisa com o modo de apreensão que é dado por Angela Faria, na dissertação Homens e caranguejos: uma trama interdisciplinar. A literatura topofílica e telúrica (2008). Vislumbra-se no elemento famélico uma função que vai além da tematização social do subdesenvolvimento, como agente que apalpa com mãos-de-ferro o estrato formal e interno da obra.
Resumo:
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)
Resumo:
Os estudos sobre a cultura vêm, desde a década de 60 do último século, tornando-se cada vez mais explorados como ferramenta de observação em diversas áreas. A cultura, neste sentido, é, então, muito mais complexificada por ela ser resultante de um contato entre diversos grupos sociais e, portanto, necessitar de um estudo aprofundado no que diz respeito à sua formação. A literatura, inserida neste contexto, reflete essa complexificação cultural. Nesse aspecto, utilizada como forma da história e da cultura, a literatura é uma rica fonte de informações que pode desvendar muitos mistérios acerca da formação cultural em diferentes níveis, do local ao global. A conjuntura de um maior contato intercultural atinge a região amazônica, sendo refletida, principalmente, por meio do aspecto migratório após os ápices da comercialização da borracha, o chamado boom da borracha, na região durante a segunda metade do século XIX e primeira metade do século XX. A literatura de Bruno de Menezes, em Candunga, faz referências a esta realidade ligada aos deslocamentos humanos, mais precisamente dando enfoque à Estrada de Ferro Belém-Bragança. Nesse sentido, nosso foco de estudo será a relação cultural estabelecida entre os migrantes nordestinos recém-chegados e o caboclo amazônico, este último representado no romance pela voz do narrador de Candunga, detentor de um discurso cultural em prol do homem amazônico da zona bragantina. Perceberemos que há um conflito identitário e cultural em partes várias de Candunga por conta da emergência das diferenças entre caboclos e nordestinos. Notaremos um discurso de afirmação, por meio do narrador, da cultura amazônica em detrimento da nordestina, agregando, inclusive, juízo de valor, em que a cultura do caboclo seria superior à cultura do migrante. No entanto, não se deixará de ressaltar a relação de hibridação, observando como se dá o processo de hibridação cultural existente no romance.
Resumo:
Pós-graduação em Música - IA
Resumo:
Pós-graduação em Serviço Social - FCHS
Resumo:
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
Resumo:
Pós-graduação em Letras - IBILCE
Resumo:
Pós-graduação em Letras - IBILCE
Resumo:
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
Resumo:
Este estudo tem o objetivo de apresentar uma análise do conto “Fleurs de Ténèbres” publicado na obra Contes cruels (1883) de Villiers de l’Isle-Adam (1838-1889). O trabalho visa, ainda, de forma particular, destacar elementos que permitem apontar relações de aproximação entre o conto villieriano e os poemas em prosa “La corde” e “Le tir et le cimetière” de Charles Baudelaire. Com efeito, a influência baudelairiana na escritura de Villiers de l’Isle-Adam diz respeito tanto aos procedimentos estilísticos quanto ao idealismo filosófico.
Resumo:
A partir de dados tomados a duas narrativas portuguesas contemporâneas - a História do Cerco de Lisboa (1989), de José Saramago, e a Crónica do Cruzado Osb. (1976), de Agustina Bessa-Luís - investiga-se, neste estudo, a forma de aproveitamento, que neles se dá, da fonte histórica (o relato medieval do Cruzado Osberno), tendo o objetivo de, pela observação desta forma de relação entre o texto histórico e o texto literário, discutir questões mais amplas, concernentes aos imbricamentos de fato e ficção.Palavras-chave: Narrativa portuguesa contemporânea; história e ficção; ironia.
Resumo:
Objetivando desmascarar a postura autoritária que se esconde sob a capa de obras aparentemente libertárias, foram analisadas algumas obras de literatura infantil produzidas nas décadas de 70 e 80, ainda em circulação nas escolas, por meio do aparato da semiótica de origem greimasiana. A análise recaiu sobre os mecanismos de debreagem e de embreagem, por meio dos quais se verificam as relações entre enunciador e enunciatário, o que permitiu constatar que a nova literatura infantil, surgida nos anos 70, embora se posicione explicitamente contra os valores coercitivos da literatura infantil tradicional, esconde, sob a aparência renovadora, uma estrutura igualmente autoritária. Palavras-chave: Autoritarismo; discurso; literatura infantil; debreagem; embreagem; narrador.
Resumo:
Este estudo tem como proposta a descrição do satélite Fonte que especifica a origem/fonte da informação contida na proposição. O universo de investigação é constituído de textos escritos extraídos dos principais jornais e revistas de circulação no Brasil. Os resultados mostram que, ao introduzir uma segunda voz no discurso por meio desse constituinte, o falante expressa comprometimento ou descomprometimento com a verdade da proposição, dependendo do seu propósito discursivo.